sexta-feira, 23 de outubro de 2015

78) Identificação com Cristo 79) Idolatria

78) IDENTIFICAÇÃO COM CRISTO

ÍNDICE

1 - A Cruz Carregada É a Evidência dos Que Vivem
2 - Em que Consiste a Imagem e Semelhança com Deus
3 - Cristo que é a Nossa Vida
4 - “Deve andar como ele andou." (I João 2.6)
5 - Reconheceram que haviam eles estado com Jesus
6 - Ainda Bem que o Nosso Modelo é Deus
7 - Participantes do Sofrimento e da Consolação


1 - A Cruz Carregada É a Evidência dos Que Vivem

Reportamo-nos ao nosso texto anterior a este, intitulado: “Como Posso Saber se Sou Salvo”, para estender o tema da eleição, porque nele apresentamos argumentos práticos e evidências visíveis, além da evidência clássica da testificação do Espírito Santo com o nosso espírito de que somos filhos de Deus, e agora gostaríamos de reforçar o que lá fora declarado, com outras passagens bíblicas relativas ao assunto.

Por exemplo, está claro que o significado do mandamento de nosso Senhor de que cada crente deve tomar a sua respectiva cruz e segui-lo, está associado à nossa identificação com a Sua morte e sofrimentos.

Preste atenção no que diz o apóstolo Paulo em Fp 3.8-11:

Flp 3:8 Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo
Flp 3:9 e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;
Flp 3:10 para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;
Flp 3:11 para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.

Ponha em registro, especialmente estes dois últimos versículos, nos quais ele diz que o conhecimento de nosso Senhor e o poder de sua ressurreição, são alcançados pela nossa comunhão (participação) dos seus sofrimentos, nos conformando (se identificando) com ele na sua morte, ou seja, é por esta via de sofrimento, com paciência, por amor ao evangelho, nas perseguições que o mundo espiritual levanta contra o crente fiel, que ele pode ter a plena certeza da sua ressurreição vindoura, uma vez que estas perseguições espirituais comprovam para ele, que é de fato um eleito de Deus, porque, se não estivesse sustentando o testemunho da verdade evangélica, e os efeitos do evangelho, em sua própria vida, não estaria de modo algum sendo perseguido pelo mundo, porque o mundo ama aqueles que são seus.

Ouça o que Paulo declara em II Cor 1.5-7:

2Co 1:5 Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.
2Co 1:6 Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto, o qual se torna eficaz, suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos que nós também padecemos.
2Co 1:7 A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação.

E em II Tim 1.8-12:

2Tm 1:8 Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus,
2Tm 1:9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,
2Tm 1:10 e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho,
2Tm 1:11 para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre
2Tm 1:12 e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia.

Você percebe como em ambos os textos, ele associa a causa dos nossos sofrimentos por causa do evangelho neste mundo, como sendo uma prova da nossa eleição por Deus, e também uma conseqüência da mesma?

Por isso o apóstolo Pedro consolou a igreja que se encontrava debaixo da perseguição do império romano, com as palavras de sua primeira epístola, para que os crentes que sofriam entendessem que o sofrimento é a mesma porção distribuída por Deus a todos os crentes, por conta da vocação deles (chamada, eleição) para serem em tudo identificados com Jesus Cristo, quer na sua morte, sofrimentos, alegria, ressurreição e glorificação, pois importa que em tudo sejamos semelhantes a Ele, e participantes de tudo o que Lhe foi reservado pelo Pai, de forma que se afirma que somos co-herdeiros de Deus, juntamente com nosso Senhor Jesus Cristo.

Veja agora o que nos diz o apóstolo Pedro em I Pe 5:9:

“resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.”

É digno de destaque, na consideração do significado das palavras deste breve versículo de I Pe 5.9, que se faz menção ao diabo, o qual deve ser resistido firmemente pelos crentes, mediante a fé.
Ora, que resistência é esta, no contexto do que se aprende em toda essa epístola, senão, e principalmente, às insinuações do Inimigo de que Deus não nos ama, em razão dos padecimentos que permite que mesmo seus filhos amados tenham neste mundo?
Devemos em todas as circunstâncias ficar firmes na fé e seguros quanto à certeza do grande amor que Deus tem por todos aqueles que deu a Seu Filho Jesus Cristo, para serem guardados por Ele, e identificados com os Seus sofrimentos.
Porque a perseguição, a tribulação, a aflição, são, exatamente elas, a prova do grande amor de Deus por Seus filhos, porque isto somente experimentam aqueles que ele elegeu em amor mesmo antes da fundação do mundo.
De modo que nada lhes enviará, que não possam suportar, porque lhes ama, e proverá o escape das tentações a que são submetidos. (I Cor 10.13)






2 - Em que Consiste a Imagem e Semelhança com Deus

O “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” de Gênesis 1.26, equivale a dizer: “façamos para ser...”, e não: “façamos sendo semelhante em plenitude...”, porque, sem Cristo, não é possível ter tal imagem e semelhança, pois se diz em Romanos 8.29 que aqueles que foram conhecidos de antemão por Deus, são predestinados e chamados por Ele para serem conformes à imagem de Jesus Cristo.
É por isso que vemos logo declarado no início do livro de Gênesis, no relato do princípio da criação da humanidade, o propósito de Deus de que o homem tenha um segundo nascimento, o nascimento do Espírito Santo, de forma que se alcance a sua imagem e semelhança.
Assim, o valor da vida não consiste na abundância de bens terrenos que se possua, como nosso Senhor afirmou, porque estes não contribuem em nada para a imagem com Deus, pelo novo nascimento celestial, e pelo crescimento espiritual de glória em glória.
Deus revelou no motivo do dilúvio, pela destruição da quase totalidade da humanidade, que o ato de resistir ao Espírito Santo, pelo apego à vida natural e terrena, produz um juízo de morte, da Sua parte, sobre o homem carnal, porque este não foi criado com o propósito de viver para sempre como homem natural e terreno, mas como homem espiritual e celestial, semelhante ao próprio Deus, pois o Senhor declarou tal propósito quando criou o homem quando disse: “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”.
Deus é espírito. Em quê então importa ser semelhante a Ele? Obviamente no que se refere ao nosso espírito, o qual a propósito, sem Cristo, se encontra morto (separado de Deus) em delitos e em pecados. É somente pela associação espiritual, pela fé, com Cristo, que o nosso espírito pode ser revivificado, renovado e ser habilitado à comunhão com Deus.
Por isso nosso Senhor disse que quem estiver apegado à vida natural e terrena, perderá a vida celestial e espiritual, mas que todo aquele que perder tal vida terrena e natural, pela negação do ego, pelo arrependimento e conversão a Ele, achará a vida celestial e espiritual.
Foi em razão de os contemporâneos de Noé, não terem a obediência da fé que lhes tornaria amigos de Deus, e por resistirem deliberadamente ao trabalho do Espírito Santo, que é quem nos convence do pecado e que nos conduz ao arrependimento e que também nos transforma para sermos agradáveis a Deus, que o Senhor disse antes de trazer o dilúvio, o seguinte:
“Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal;” (Gen 6.3a).
 O modo de vida simplesmente natural e terreno é chamado na Bíblia de carnal. Daí haver passagens na Bíblia como Is 40.6; Jo 3.6; 6.63; 8.15; Rom 7.7,18; 8.3-9, 12, 13; 9.8; 13.14; I Cor 1.26; 15.50; II Cor 1.17; 4.11; 5.16; 10.3; Gál 3.3; 5.13, 16,17; 19, 24; 6.8; Ef 2.3; Fp 3.3; Col 2.11,13; Tg 4.1; I Pe 1.24; 3.21; 4.1; II Pe 2.10; I Jo 2.16; Jd 23; nos quais há um desprezo pelo modo de vida carnal, chamado nestes textos simplesmente por carne, e uma exortação a que se crucifique e que se despoje do viver segundo a carne (natureza decaída no pecado), em prol de um viver segundo o Espírito Santo.
Estes dois modos de vida são opostos entre si, a saber, o que é relativo à nossa natureza terrena e o que é relativo  ao que é espiritual, divino e celestial.
Por isso nosso Senhor disse que se as coisas às quais está apegado o nosso coração, são terrenas, então, este será o nosso tesouro, porque será precioso para nós apenas aquilo que é terreno.
Não que haja algum mal nas coisas materiais, naturais, terrenas em si mesmas, mas no pecado que se encontra arraigado em nós, e que nos leva a priorizar somente a vida natural, para que não tenhamos acesso à espiritual.
A quase totalidade da humanidade desconhece esta verdade que o homem foi criado para ser à imagem de Deus, o qual é espírito, porque realidades espirituais somente podem ser discernidas espiritualmente, ou seja, pelo novo nascimento do Espírito Santo, e pelo crescimento espiritual por um andar perseverante e constante no Espírito.
É preciso ter a visão do Espírito Santo para termos em nós a luz de Cristo.
E a tal tipo de visão, nosso Senhor chamou de “olhos bons”, e chamou de “olhos maus” à falta da referida visão de discernimento das coisas celestiais, e isto, em vez de luz, faz com que permaneçamos nas trevas (Mt 6.22,23).
Daí a necessidade de o homem ser espiritual e não carnal.
Deus não criou o homem para que este vivesse de modo individual e egoísta, mas para viver em amor, em unidade, num corpo, que é a Igreja verdadeira invisível, da qual Cristo é a cabeça.
Nosso Senhor recebeu a primazia e a honra de Deus Pai de ser o autor e consumador da fé evangélica, por meio da qual somos salvos do pecado e da condenação vindoura, e pela qual recebemos a vida eterna.
Por isso foi reservada para Cristo a honra de falar direta e claramente sobre estas realidades relativas ao novo nascimento do Espírito Santo, coisas estas que foram reveladas no Antigo Testamento, mas em figura e obscuramente, apesar de termos uma declaração quase direta e clara em Ez 36.25-27 e 37.14:

“25 Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
26  Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.
27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ez 36.25-27)

“ Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR.” (Ez 37.14)  







3 - Cristo que é a Nossa Vida

“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.” (Col 3.4)

A expressão maravilhosamente rica de Paulo indica que Cristo é a fonte da nossa vida. "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados.”, Ef 2.1. Essa mesma voz que trouxe Lázaro do túmulo nos criou em novidade de vida. Ele agora é a substância de nossa vida espiritual. É pela sua vida que vivemos; ele está em nós, a esperança da glória, a fonte de nossas ações, o pensamento central que move todos os outros pensamentos. Cristo é o sustento da nossa vida. Do que pode o cristão se alimentar, senão da carne e do sangue de Jesus? "Este é o pão que desceu do céu, para que aquele que dele comer não morra."
Os cansados peregrinos neste deserto de pecado, nunca terão um bocado para satisfazer a fome de seus espíritos, exceto se o acharem nele! Cristo é o consolo da nossa vida. Todas as nossas verdadeiras alegrias vêm dele, e em momentos de dificuldade, a sua presença é a nossa consolação. Não há nada que valha a pena viver, mas ele e sua benignidade é melhor do que a vida! Cristo é o objeto de nossa vida. Como o navio busca o porto, assim o crente corre para o refúgio do seio do seu Salvador. Como a flecha voa para o alvo,  assim voa o cristão para o aperfeiçoamento de sua comunhão com Cristo Jesus. Como o soldado luta por seu capitão, e é coroado com a vitória de seu capitão, o crente defende a Cristo, e recebe o seu triunfo, dos triunfos de seu Mestre. "Para ele, o viver é Cristo." Cristo é o exemplo da nossa vida. Onde há a vida interior, deve haver, em grande medida, operações exteriores, e se vivemos em comunhão íntima com o Senhor Jesus devemos crescer com ele. Vamos colocá-lo diante de nós como nossa cópia divina, e vamos buscar trilhar seus passos, até quando ele se tornará a coroa da nossa vida em glória. Oh! quão seguro, quão honrado, quão feliz é o cristão, uma vez que Cristo é a nossa vida!

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra







4 - “Deve andar como ele andou." (I João 2.6)

Por que os cristãos devem imitar a Cristo? Eles devem fazê-lo para seu próprio bem . Se eles desejam estar em um estado saudável da alma - se desejam escapar das fraquezas do pecado, e se alegrarem com o crescimento vigoroso da graça, devem deixar Jesus ser o seu modelo. Por amor à sua própria felicidade, se desejam beber o vinho puro celestial, bem refinado; se eles se agradam da comunhão feliz com Jesus; se desejam serem levantados acima das preocupações e problemas deste mundo, devem andar como ele andou.
Não há nada que possa ajudá-lo a caminhar em direção ao céu com uma boa velocidade, como estar revestido da semelhança com Jesus em seu coração para governar todas as suas ações. Isto acontece, quando pelo poder do Espírito Santo, você fica habilitado a caminhar com Jesus em seus próprios passos, e você é mais feliz, e mais conhecido por ser filho de Deus.
Pedro sem isto era inseguro e inquieto. Em seguida, por causa da fé evangélica, se esforçava para ser como Jesus. Ah! a nossa profissão de fé no Senhor tem sido duramente atacada a tiros por inimigos cruéis, mas ela não foi ferida a metade tão perigosamente por seus inimigos quanto pelos seus amigos. Quem fez essas feridas na mão justa da Piedade? O mestre que usou a adaga da hipocrisia. O homem que, com pretextos, entra no aprisco, sendo nada mais que um lobo em pele de cordeiro, e que se preocupa com o rebanho tanto quanto o leão que ruge contra ele lá fora. Não há arma que seja a metade tão mortal como um beijo de Judas. Líderes inconsistentes ferem mais o evangelho do que o crítico ou o sarcástico infiel. Mas, especialmente para a própria causa de Cristo, imitem o seu exemplo. Cristão, amas o teu Salvador? É o seu nome precioso para ti? É a sua causa cara para ti? Gostarias de ver os reinos do mundo se tornarem dele? É teu desejo que ele seja glorificado? É teu desejo que as almas sejam ganhas para ele? Se assim for, imite Jesus; seja uma "carta de Cristo, conhecida e lida por todos os homens."

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.







5 - Reconheceram que haviam eles estado com Jesus

“Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus.” (Atos 4.13)

O cristão deve ter uma semelhança perceptível com Jesus Cristo. Você tem lido a vida de Cristo, lindamente e eloquentemente escrita, mas a melhor vida de Cristo é sua biografia viva, escrita nas palavras e ações de seu povo. Se fôssemos o que professamos ser, e aquilo que deveríamos ser, nós seríamos retratos de Cristo, sim, a perceptível semelhança dEle, que o mundo não nos ridicularizaria a cada hora dizendo: "Bem... parece uma espécie de semelhança", mas, quando nos vissem, exclamariam: "Ele tem estado com Jesus, e tem sido ensinado por Ele; ele é como Ele, ele captou a ideia real sobre o Homem santo de Nazaré, e tem trabalhado isto em sua vida em suas a ações cotidianas."
O cristão deve ser como Cristo em sua ousadia . Nunca se envergonhando de sua fé; sua profissão nunca fará com que caia em desgraça: tome cuidado para que você nunca  caia nesta desgraça . Seja como Jesus, muito valoroso para o seu Deus. Imite-o em seu espírito amoroso, pense, fale e aja gentilmente, de modo que os homens possam disser de você: "Ele tem estado com Jesus.". Imite Jesus em sua santidade. Ele foi zeloso pelo seu Mestre? Portanto, seja você também, sempre fazendo o bem por toda parte. Não deixe o tempo ser desperdiçado: ele é demasiado precioso. Ele negou a Si mesmo, nunca olhando para o seu próprio interesse? Seja o mesmo. Ele era devoto? Seja fervoroso em suas orações. Ele tinha respeito à vontade de seu Pai? Então, submeta-se a Ele. Ele era paciente? Então aprenda a perseverar. E o melhor de tudo, como o maior retrato de Jesus, tente perdoar os seus inimigos, como Ele fez, e deixe soar sempre em seus ouvidos essas palavras sublimes de seu Mestre, "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Perdoe, como você espera ser perdoado. Amontoe brasas acesas sobre a cabeça de seu adversário por sua bondade para com ele. Ser bom para com o mal, recordo, é divino. Seja divino, então; e em todas as formas e por todos os meios, viva assim para que todos possam dizer de você: "Ele tem estado com Jesus."

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.







6 - Ainda Bem que o Nosso Modelo é Deus

O apóstolo Paulo exorta os crentes em sua epístola aos Efésios a serem imitadores de Deus como filhos amados.
Pois é somente Ele o modelo que nos é dado para que moldemos o nosso comportamento segundo o Seu caráter justo, santo e amoroso.
Se fôssemos olhar para o exemplo dos líderes deste mundo, que com o passar do tempo mais se corrompem, quer nas esferas dos poderes executivo, legislativo e judiciário, quer sejam os pais, os professores, os policiais, enfim, em todos aqueles que deveriam ser exemplo de liderança e autoridade, acharíamos algum motivo para também nos corrompermos.
Todavia, como devemos nos comparar com Deus e com Ele somente, porque será a Ele que prestaremos contas de tudo o que fomos e que fizemos enquanto no mundo, então somos incentivados a melhorar sempre o nosso testemunho de vida, embora tudo esteja ruindo ao nosso redor em grande corrupção moral.
Lembremos que nosso Senhor Jesus Cristo profetizou que nos últimos dias o amor de muitos esfriaria em razão da multiplicação da iniquidade em todo a Terra.
Podemos ser tentados a permitir que o nosso amor esfrie em razão de não considerarmos dignos de nossa afeição aqueles que vivem na prática do mal. Entretanto, importa que não seja assim, porque é pela longanimidade e paciência que muitos deles serão alcançados por Cristo, pelo testemunho de amor e santidade que virem em nossas próprias vidas.

Que a graça de Jesus nos capacite a isto!








7 - Participantes do Sofrimento e da Consolação

“A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação.” (2 Cor 1.7)

O apóstolo Paulo está afirmando neste versículo que assim como os cristãos coríntios haviam sido participantes dos seus sofrimentos, então eles deveriam ser participantes também de seus confortos, porque isto lhes seria provido por Deus, tanto quanto era provido a ele, em suas batalhas em favor do evangelho.
Esta verdade é universal para todos os filhos de Deus, porque são participantes dos sofrimentos dos seus irmãos na fé, uma vez que têm sido tornados juntamente com eles membros do corpo de Cristo.
Todos são participantes das aflições de Cristo, por causa da comunhão entre a cabeça e os membros.
Os coríntios eram participantes dos sofrimentos de Paulo por causa da comunhão de um membro com outro.
Somente quem sofre necessita ser consolado, porque a condição precedente para o conforto é o sofrimento. Assim como o dia é precedido pela noite, e o verão pelo inverno, de igual modo, o consolo do Espírito Santo é sempre precedido por nossas aflições, especialmente aquelas que são produzidas pela nossa luta contra o pecado que habita em nossa natureza terrena decaída.
Há também uma luta externa que nos vem das investidas dos poderes das trevas, da resistência ao fascínio do mundo, e da perseverança em meio a toda forma de perseguição à verdade do evangelho que defendemos com o testemunho de nossas próprias vidas. Certamente, tudo isto gera sofrimentos dos quais somos consolados por Deus, pela manifestação da sua graça, e do seu poder e amor.
Não temos consolo eficaz senão somente em Cristo, e por isso os sofrimentos que experimentamos contribuem para nos compelir a buscar a Cristo para achar nele conforto e paz para as nossas almas.
Com isto aprendemos a ser pacientes e a ter esperança, mediante o exercício da fé, porque estas consolações são eficazes somente quando esperamos em Deus e no seu socorro, com a paciência que é fruto do Espírito Santo.
Deste modo, não poderemos achar o favor de Deus se recuarmos na fé, se murmurarmos contra ele, e se não aguardarmos pela sua libertação.

“Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.” (Lamentações 3.25,26)

As aflições que suportamos com paciência nos levarão a um conhecimento mais profundo da pessoa de Deus, da Sua vontade, do seu amor e poder.  
É por esse método, e não há outro, que a mortificação do pecado e a nossa renovação e crescimento espiritual são operados, e daí se dizer que “...através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.” (At 14.22b), e que, “Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” (Rom 8.17).













79) IDOLATRIA

ÍNDICE

1 - Jó, o Homem Justo, e a Estrela de Rock
2 - Não Adorando e Servindo Coisas Vãs
3 - Os Ídolos que Nós Criamos e Amamos


1 - Jó, o Homem Justo, e a Estrela de Rock


Considerando o poder e a influência popular sobre os jovens

Por John Piper

Quando Jó perdeu seus dez filhos, mortos por um vendaval que os esmagou (como os furacões que devastam e destroem em nossos dias), ele rasgou seu manto, rapou a cabeça, lançou-se em terra e adorou. E disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o senhor o deu e o senhor o tomou; bendito seja o nome do senhor! (Jó 1.21) Depois, quando ferido de tumores em todo o corpo, Jó disse à sua esposa que amaldiçoava a Deus: “Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?” (Jó 2.10). Em ambos os casos, o autor do livro de Jó acrescenta que ele “não pecou” nestas afirmações ousadas a respeito da soberania de Deus sobre o vento, a enfermidade e Satanás (ver Jó 1.22; 2.10).
Neste sentido, quais são as principais influências para os jovens em nossos dias? Que mensagem está sendo transmitida a respeito do governo de Deus sobre todas as coisas, o direito de dar e tomar que Ele tem como Criador e sua autoridade para governar o mundo? Uma estrela de rock, filha de um pastor metodista da Carolina do Norte, sofreu aborto. À idéia de que este acontecimento doloroso estava na vontade de Deus, ela respondeu: “Se estava, então eu chutarei o traseiro dEle, porque não estou interessada em “seja feita a tua vontade”. Sendo mãe desta criança, eu quero a minha vontade e não a tua” (Foster s Sunday Citizen, 15 de novembro de 1998).
Posteriormente, Jó falou sobre pessoas como sua esposa e essa estrela de rock. Eles são prósperos, não compreendem que sua própria respiração é um dom da graça que eles não merecem (Deus não é “servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” — Atos 17.25). Tais pessoas não têm uma vida de gratidão contínua para com a paciência e a tolerância de Deus (“Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?” — Romanos 2.4). Acham que o prazer é a norma da vida e interpretam o sofrimento como uma ocasião para blasfemarem do Altíssimo. Jó diz a respeito deles: “São estes os que disseram a Deus: Retira-te de nós! Não desejamos conhecer os teus caminhos. Que é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações?” (Jó 21.14-15)
Que é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos?
Essa é uma pergunta excelente, dependendo do tom de voz. Eis uma parte da resposta.
·                     Ele é razão por que você chegou a existir. “Nele, foram criadas todas as coisas” (Colossenses 1.16).
·                     Ele é a razão por que você continua existindo. Ele sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hebreus 1.3).
·                     Ele decide por que você existe e o faz cumprir os seus objetivos. “Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Colossenses 1.16).
·                     Ele governa todas as autoridades que parecem tão influentes na terra. “Jesus Cristo... o Soberano dos reis da terra” (Apocalipse 1.5).
·                     Somente Ele tem autoridade para perdoar pecados. “Quem pode per- doar pecados, senão um, que é Deus? ...o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados” (Marcos 2.7, 10).
·                     Opor-se a Deus é tolice em extremo. “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10.31).
·                     Amar a Deus e aproximar-se dEle é sabedoria plena. “Na tua [de Jó, o Homem Justo, e a Estrela de Rock 25 Deus] presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Salmos 16.11). “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros” (Tiago 4.8).
Portanto, com regozijo e tremor, humilhemo-nos sob a poderosa mão de Deus. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã (Salmos 30.5). Os caminhos de Deus são, frequentemente, estranhos. Mas, quando esses caminhos são estranhos, Jó é um exemplo melhor do que uma estrela de rock.







2 - Não Adorando e Servindo Coisas Vãs

As quais não podem gerar em nós a vida eterna do céu.

Tais como: o discurso da mera moralidade em favor dos bons costumes como se fosse a mesma a mensagem central do evangelho; uma falsa piedade baseada em práticas ascéticas; filosofias humanistas e tudo o mais que não esteja centrado no Cristo crucificado.

“Apo 3:8 Conheço as tuas obras—eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar—que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.”

“Apo 3:10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.”

A nenhum outro grupo foi confiada e afiançada por Deus a palavra do evangelho, senão somente aos apóstolos do Senhor Jesus Cristo.
Por isso são reputados como sendo o fundamento da sua Igreja, ou seja, o alicerce sobre o qual o edifício da Igreja está sendo erigido com o cimento do amor do Espírito Santo, e com as pedras vivas deste edifício que são os cristãos que foram lavados e remidos no sangue de Jesus.
Comprova-se portanto o amor ao Senhor Jesus pela honra dada ao seu nome, por não negá-lo, e isto se faz mediante o cumprimento da sua Palavra revelada na Bíblia, especialmente no Novo Testamento. Mormente por nos guardarmos daquelas coisas que são condenadas por ela, e por praticarmos as que são aprovadas e ordenadas.
Entre as ordenanças principais do evangelho de Cristo se encontra a clara exposição da necessidade de justificação pela graça, mediante a fé; e a regeneração e santificação que são operadas pelo poder do Espírito Santo.
Esta é a primeira e principal boa obra a que todos os cristãos devem se dedicar.

“João 6:28 Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
João 6:29 Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado.”

Se alguém se levanta em nome de Jesus e diz estar pregando o evangelho, e no entanto, omite estas coisas essenciais, na verdade não estão pregando evangelho algum.
Jesus enfatiza a necessidade da autonegação, pelo carregar diário da cruz, para que possamos segui-lo e sermos de fato seus discípulos.

Sem isto, toda a suposta religiosidade que tivermos, será vã, e não será portanto alvo do seu elogio e recompensa, conforme o expressou nas palavras que dirigiu à Igreja fiel de Filadélfia, que destacamos em nosso texto.






3 - Os Ídolos que Nós Criamos e Amamos

"A espada virá sobre as suas águas, e estas secarão; porque a terra está cheia de ídolos e os seus moradores são loucamente apaixonados por estas coisas horríveis" (Jeremias 50:38)

Esta é uma parte do juízo de Deus proferido contra Babilônia.
Babilônia representa na Bíblia o mundo de pecado, em sua condição carnal, afastado do Deus vivo e verdadeiro.
Aqui se fala do juízo em razão da idolatria, que literalmente significa "adoração de coisas vãs" no lugar da adoração devida exclusivamente ao Senhor.
Há várias formas de criarmos e amarmos os nossos próprios ídolos - pessoas ou coisas que controlam os nossos afetos, que ocupam os nossos pensamentos, às quais dedicamos o todo de nossas energias e de nossas mentes.
É fácil sabermos quando algo está ocupando a devoção e adoração que devemos exclusivamente a Deus.
Se a simples ideia de perder estas coisas ou condições (saúde, bens, familiares, etc) causa em nós uma sensação de pavor, de vazio e de falta de razão de continuar a viver com paz, alegria, contentamento, amor e gratidão em nossos corações para com o Senhor, é sinal de que estas coisas ou condições têm sido um tipo de deus para nós, porque é delas que dependemos para nos sentirmos felizes, plenos, satisfeitos.
Não admira que para sermos curados deste mal, que o Senhor nos prive de muitas coisas que almejamos, e que nos retire outras que se encontram debaixo da nossa posse, para que sejamos desmamados, e não façamos delas muletas para sermos mantidos de pé.
Dinheiro, poder, estima dos homens, respeitabilidade, conforto mundano, conhecimento, são ídolos perante os quais a maior parte das pessoas se curvam e servem, como sendo a razão de suas vidas.
Felizes são portanto aqueles cujos ídolos têm sido quebrados por Deus em Sua misericórdia e amor para com eles.
Se estes ídolos não forem destruídos jamais conheceremos o poder da vida sobrenatural e eterna que Jesus tem para nos revelar e ministrar em medidas cada vez mais profundas, a qual não depende de pessoas, de bens, circunstâncias ou de qualquer outra coisa, e que faz com que Deus, e somente Deus, seja o nosso único amparo e deleite.
Os que são assim abençoados não se gloriam em suas riquezas, habilidades, sabedoria ou força, senão somente no conhecimento pessoal e íntimo do Deus único e verdadeiro.

“Jer 9:23 Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;

Jer 9:24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.”


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