sexta-feira, 23 de outubro de 2015

34) Decisão 35) Dependência 36) Descanso

34) DECISÃO

ÍNDICE

1 - Uma Conversa Franca: Refutações às desculpas do pecador em não ir a Cristo – Parte 1
2 - Uma Conversa Franca: Refutações às desculpas do pecador em não ir a Cristo – Parte 2
3 - A Necessidade de se Atender ao Convite da Graça de Deus
4 - “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão.” (Provérbios 16.33)
5 - Temendo Crer
6 - Ou Estamos na Luz ou Estamos nas Trevas
7 - O Grande Risco em Escolher uma Porta Errada


1 - Uma Conversa Franca: Refutações às desculpas do pecador em não ir a Cristo – Parte 1

por Charles Haddon Spurgeon

“Eu não posso ir” (Lucas 14:20)

Há diferentes maneiras de responder o convite do Evangelho quando você tem intenção de recusá-lo. Elas são todas, na melhor das hipóteses, ruins, e todas elas podem ser classificadas sob uma máxima “eles, um por um, começaram a dar desculpas”. Mas, ainda assim algumas são mais decentemente ditas do que outras e aparentam ter mais razão do que as demais. Os dois primeiros grupos de pessoas que foram convidados para a ceia disseram ao servo, desculpando-se, com alguma aparência de cortesia, “rogo-te que me tenhas por escusado”. Mas o terceiro homem não ficou argumentado, ou pedindo para ser perdoado — ele disse de forma direta, sem rodeios, nitidamente —“não posso ir”. Esta foi uma resposta definitiva. Ele não tinha intenção, nem o desejo de ir para a ceia. “Eu não posso ir”, foi uma resposta dura, mas como ele tinha se casado, ele achava que a ideia de sua ida era completamente despropositada e ele não precisava de nenhum tipo de desculpa.
Agora, o que isso significa? Bem, isso significava que ele pensou muito pouco no anfitrião da festa. Ele não tinha respeito por esse “certo homem”, que fez uma grande ceia. Ele teve a oportunidade de desprezá-lo, recusando o convite e o fez abertamente, dizendo: “Eu não posso ir”. Também mostrou que ele subestimava a própria ceia. Poderia ser uma refeição respeitável, mas ele não precisava dela — ele poderia ter uma ceia tão boa quanto aquela em casa. Ele era melhor do que aquelas pessoas nas ruas. Aquele amontoado de pássaros talvez pudessem ficar felizes comendo uma ceia de graça, mas ele não dependia de ninguém e poderia fazer muito bem para si mesmo.
Você não conhece muitos neste mundo que não têm opinião alguma sobre Cristo, nenhum amor por Deus? Religião para eles é mero devaneio – impraticável, uma questão fantasiosa sobre a qual eles não têm tempo para se preocupar. É uma coisa deplorável que eles nem sequer pensem no Deus que os anjos adoram! E o Cristo que é o mais amável dos amáveis – Nele não verem beleza! E as provisões de valor inestimável da misericórdia, do perdão do pecado, da salvação da alma, do Céu de Deus – eles negligenciam essas coisas como se não precisassem delas – ou como se pudessem tê-las sempre que quisessem. Milhares de pessoas estão orgulhosamente independentes da livre graça de Deus – elas são suficientemente boas e virtuosas – elas não precisam chorar por misericórdia, como os ímpios e profanos.
Em seus próprios julgamentos, são bastante capazes de abrir seu próprio caminho para o Céu. Eles não precisam da caridade do Evangelho. O desprezo ao grande Organizador da festa e o desprezo à festa em si, estas duas peças de desdém e orgulho induzem um homem a dizer: “Eu não posso ir”. Mas havia mais do que o orgulho comum no discurso breve, ríspido, pois este homem tinha, em primeiro plano, feito uma promessa de ir. Ele tinha sido convidado para ir e o que está implícito na parábola é que ele tinha, na época, aceito o convite. Ele aceitou as cartas que o convidavam para a ceia e, embora tivesse feito isso, contraria a si mesmo dizendo: “Eu não posso ir”.
Eu acho que estou abordando alguns aqui que se comprometeram várias vezes em virem para Cristo. Se bem me lembro, você pediu as orações dos amigos e prometeu que estava realmente levando a sério. Você olhou a sua esposa no rosto e disse: “Espero que não demore muito para que eu esteja com você na Igreja de Deus e não tenha mais que ir embora a deixando sozinha na mesa do Senhor”. Você pediu a alguns de seus amigos cristãos para fazerem um círculo de oração por você – mas você nunca concretizou a sua intenção de se tornar um verdadeiro cristão. Suas resoluções talvez até possam ser lidas no livro de registro eterno de Deus – mas elas estarão lá, como testemunhas da sua falsidade e mutabilidade. Os talões estão lá, mas não há o cumprimento de qualquer uma das resoluções.
Deus se lembra delas, embora você tenha se esquecido de realizá-las. Você aceitou o convite no calor do momento, mas quando o mundanismo estava mais vantajoso, você voltou para a sua velha obstinação e disse: “Eu não posso ir”. Talvez você não tenha dito isso de uma forma tão nítida como citei agora, mas chegou ao mesmo desfecho, pois você não foi para a Ceia do Evangelho. Pouco importa se você diz irritada ou calmamente, se você não vier, o resultado prático é o mesmo. Eu acho que ouço alguns de vocês, mesmo agora, dizendo, “Não me pergunte tantas vezes. Eu não posso ir! Não adianta me incomodar com isso. Não quero ser grosseiro ou indelicado. Embora eu dissesse que iria, eu retiro as minhas palavras! Eu não posso ir”.
Ao dizer “não posso ir”, o homem está destinado, por assim dizer, a acabar com o assunto. Ele queria que entendessem que já estava decidido e não estava mais aberto à discussão. Ele não negociou. Ele não conversou. Ele apenas disse, de forma direta, “eu não preciso de mais argumentos! Eu não posso ir e isso resolve a questão”. Alguns dos nossos ouvintes, têm vindo a tal condição de coração que de bom grado silenciam os protestos do Evangelho – com um tom simpático, mas determinado, eles diriam, “Eu não posso ir. Não me incomode mais”.
Suponho que este homem, depois de ter feito essa declaração positiva, sentia que havia verdade no que ele havia declarado. Ele disse: “Portanto, eu não posso ir”. Ele tinha uma razão para apoiá-lo no que havia dito, então voltou para casa, sentou-se e se divertiu. Achava que era um homem justo, tão bom quanto aqueles que tinham ido para a ceia e talvez até um pouco melhor. Ele não podia culpar a si mesmo, e quando um homem não faz isso, é porque, naturalmente, ele não pode fazê-lo! E por que ele deveria ser condenado por uma impossibilidade? “Eu não posso ir”, como eu posso ajudar nisso? Então ele sentou-se com uma fria indiferença para comer sua própria ceia. Não era problema dele se o grande anfitrião da festa ficou triste ou não, se os seus bois e carneiros cevados foram desperdiçados ou não. Ele havia dito isso com tanta frequência para sua própria consciência que ele meio que acreditava – “não posso ir, e isso é indiscutível”.
Eu não tenho nenhuma dúvida de que muitos que nunca vieram a Cristo se contentaram em não tê-lo por acreditarem que não poderiam ir. Apesar da impossibilidade, se ela realmente existisse, envolveria a maior de todas as calamidades, mas falam dela com muito pouco interesse. Praticamente, eles dizem: “Eu não posso ser salvo. Devo continuar a ser um incrédulo”. Que coisa terrível para qualquer mortal dizer! No entanto, você já disse isso até quase acreditar e deseja que nós, agora, por causa deste motivo terrível, o deixemos completamente sozinho. Você não quer ser incomodado esta noite. O texto já começa a assustá-lo um pouco e você não gosta dele. Está quase lamentando que esteja aqui.
Se o Senhor me ajudar, eu vou incomodá-lo muito mais antes de você sair deste lugar! Eu tenho notícias pesadas do Senhor para você! Vou procurar, se eu puder, arrancar o travesseiro macio da sua cabeça sonolenta e acordar-lhe com uma ansiedade imediata para que não pereça em seus pecados! Com gentil importunação eu imploro a você, e tento mostrar-lhe que este seu pequeno discurso de “Eu não posso ir”, é um discurso miserável! Você deve jogá-lo aos ventos e provar que pode ir indo de uma só vez, recebendo a grande festa de amor e honrado Àquele que a espalha para as almas famintas.
Eu gostaria de dizer duas ou três coisas sobre este caso, pois são muito graves. Já era ruim o suficiente para este homem dizer: “Eu não posso ir”, mas é muito pior para você dizer: “Eu não posso ir a Cristo”. Lembre-se, se os convidados não foram, e não foram de uma só vez, eles nunca mais poderão ir, lá era apenas um jantar e não uma série de banquetes. O grande homem que fez a festa não tinha a intenção de preparar um outro. Uma ofensa muito grave seria cometida por sua ausência naquela única ceia.
Meus caros ouvintes, há apenas um período de Graça Divina para vocês e se esse for encerrado, vocês não terão uma segunda oportunidade! Existe apenas um Jesus Cristo – não há mais sacrifício pelo pecado. Existe apenas uma forma de amor eterno e misericórdia, não os abandonem. Peço-vos, não se afastem da porta da vida, o único caminho da salvação! Se a desprezar agora e a festa acabar – como acontecerá quando você morrer –  então você terá perdido o grande privilégio e terá cometido uma negligência grave, da qual as conseqüências você nunca será capaz de escapar! Observe isso e tome cuidado!
Além disso, não é simplesmente um jantar que você vai perder quando diz: “Eu não posso ir”. Perder uma ceia é pouco e em breve as coisas poderiam se assentar quando o café da manhã chegasse. Mas você perde a vida eterna e esta, perdida em tempo, nunca poderá ser encontrada na eternidade! Você perde o perdão dos pecados, a reconciliação com Deus, a adoção na família de amor – essas são pesadas perdas! Você perde a alegria da fé para a vida e perde o conforto na morte – quem pode estimar esses danos? Não perca a sua alma imortal! Oh, não perca isso! Pois mesmo se ganhar o mundo inteiro não será recompensado por essa perda! Perca o que quiser, mas não perca sua alma, peço-vos! Busque a salvação, sem ela teria sido melhor que você nunca tivesse nascido.
Além disso, uma vez mais, se você não vir a Cristo implicará no maior insulto que pode ser feito ao seu Criador. Você já O afligiu pela quebra de Suas Leis – mas qual será a sua indignação quando você recusa a Sua misericórdia? Quando você vira as costas para o Seu Filho? Quando você recusa não só o seu Deus, mas o seu Salvador crucificado pendurado lá com os braços estendidos, sangrando Sua vida fora, para que Ele possa te salvar? Não vire as costas para sua própria redenção! Nenhum sangue foi aspergido no limiar da casa de um israelita, pois não podiam pisar nele – isso seria desastroso, certamente. O sangue foi sobre a verga e sobre as duas ombreiras, mas nunca sob os pés. Não passe por cima do sangue de Cristo! E você vai fazer isso se recusar Sua grande salvação. Se não vir a Ele para ser salvo, você será condenado, mesmo sendo tão bom quanto diz ser, em vez de ser amado por Deus – vai ser condenado, em vez de ser salvo por Jesus Cristo, Seu Filho. Isso irá demonstrar um insulto caro da sua parte, assim como uma dolorosa afronta a seu Senhor.
Dito tanto, por meio do prefácio, agora tomarei essas palavras, “não posso ir”, e trabalharei com elas um pouco, com a esperança de que possa crescer em você a vergonha delas.

I. Em primeiro lugar, o homem declarou: “Eu não posso ir porque”, ele disse “ME CASEI COM UMA MULHER”. Ele havia prometido ir ao jantar e tinha a obrigação de cumprir sua promessa. Por que ele não deixou para se casar depois? Certamente ele não havia sido obrigado a casar-se com tamanha pressa que não pudesse manter os compromissos já assumidos! Ele era obrigado a cumprir a sua promessa para o criador da festa, e essa promessa foi reivindicada pelo mensageiro.

Ele não poderia dizer que sua esposa não o deixava ir. Essa declaração pode ser verdade na Inglaterra, mas no Oriente, os homens são sempre donos da situação e as mulheres raramente têm seus direitos na família! Nenhum Oriental diria que sua esposa não o deixava ir! Ainda nessas regiões ocidentais, onde a mulher tem mais direitos, algum homem pode dizer, de verdade, que sua esposa não lhe permitirá ser um Cristão? Eu não acredito que qualquer um de vocês será capaz de dizer, quando vierem a morrer, que sua esposa foi a responsável por não serem Cristãos.
A maioria dos homens ficaria irritada se lhes disséssemos que eles têm medo e são controlados pela esposa e que não poderiam dizer que suas almas eram realmente deles. Alguém deve ser um tolo, de fato, se deixa uma mulher levá-lo até o inferno contra a sua vontade! O fato é que quando um homem tenta jogar a culpa de seus pecados em cima de sua esposa ele se torna uma criatura mesquinha. Eu sei que o Pai Adão, nos deixou um mau exemplo a este respeito, mas o fato desse ser uma parte do pecado que causou a ruína de nossa raça deveria torná-lo como um farol para nós. Você, certamente, como um homem, não deve rebaixar-se tanto a ponto de dizer: “Eu não posso ir, porque minha mulher não deixa”.
Se um de vocês, no entanto, continua a lamentar-se: “Minha esposa é minha ruína. Sou incapaz de ser um cristão por causa da minha esposa”, Devo lhe fazer uma pergunta ou duas antes de eu acreditar na sua história deplorável. Você a deixa controlá-lo em todo o resto? Ela o mantêm em casa todas as noites? Ela escolhe os companheiros para você? Porque, meu caro, se não me engano, você é um teimoso, intratável animal, cabeça-dura sobre todo o resto! E então, quando se trata de matéria de religião, você vira e se queixa de ser governado por sua mulher? Não tenho paciência com você!
É mais que provável que a melhor coisa que poderia lhe acontecer seria a de ter a sua mulher sobre o trono da Inglaterra nos próximos anos. Diante de um assunto tão sério como este não fale bobagem. Você sabe que a culpa é somente sua – se você quiser procurar as melhores coisas – a pequena mulher em casa não será  empecilho para você. Este homem disse: “Eu não posso ir”. Por quê? Porque ele tinha uma esposa! Fundamento estranho! Pois, de fato, essa era uma razão pela qual ele deveria ir e levá-la junto!
 Se algum homem, infelizmente, tivesse uma esposa que se opusesse às coisas de Deus, em vez de dizer “eu não posso ser um cristão, porque tenho uma esposa não convertida”, ele deveria procurar dupla Graça para que pudesse ganhar a sua esposa para Cristo. Se uma mulher lamenta que tenha um marido não convertido, deixe-a viver mais perto de Deus que assim ela poderá salvar seu marido. Se um funcionário tem um mestre não convertido, que trabalhe com diligência duas vezes para glorificar a Deus para que assim possa ganhar o seu mestre. Assim você vê, existem duas razões pelas quais você deve ir para o banquete do Evangelho, não só para seu próprio bem, mas por causa de seus parentes não convertidos.
Se a vela do meu vizinho está apagada – é razão para que eu não deixe a minha brilhar? Não, mas é razão para que eu tenha ainda mais cuidadoso em mantê-la queimando, e assim possa ascender a vela do meu vizinho também. É uma pena que minha esposa esteja perdida, mas não posso ajudá-la estando eu da mesma forma perdido. Não, mas eu posso ajudá-la se eu permanecer na minha posição e seguir a Cristo mais firmemente, porque a minha mulher se opõe a mim. Bom homem, não permita que a sua esposa o deixe de lado! Boa Mulher, não deixe seu marido impedi-la! Não diga: “Eu não posso freqüentar a casa de Deus, nem ser um cristão enquanto tiver o marido que eu tenho”. Não, essa é a razão pela qual você deveria tomar sua posição mais bravamente no nome de Deus porque, pelo seu exemplo, aqueles a quem você ama poderão ser resgatado da destruição.
Como você sabe, Oh esposa, que você pode salvar o seu marido incrédulo? Como você sabe, Oh servo, que você pode salvar o seu senhor que não crê? Eu me lembro de ouvir o Sr. Jay contar uma sobre uma garota, serva, inconformada que foi viver com uma família de pessoas mundanas que participavam na igreja da Inglaterra. Apesar de não serem crentes realmente — eles eram propagadores da igreja por for a mas eles pouco tinham a ver com o interior dela — e os hipócritas são geralmente os mais fanáticos.
Eles ficaram muito irritados com a sua serva por ela ir à pequena Casa de Reunião e ameaçaram demiti-la caso fosse novamente. Mas ela continuou tudo do mesmo jeito e de forma muito gentil, mas firme, assegurou-lhes que ela continuaria a fazê-lo. Enfim, ela recebeu uma notificação para ir embora – eles não poderiam como boas pessoas da Igreja – ter uma dissidente vivendo com eles! Ela recebeu o tratamento áspero deles com muita paciência e aconteceu que no dia anterior à sua despedida uma conversa mais ou menos assim teve lugar. O mestre disse: “É uma pena, afinal, que Jane deva ir. Nós nunca tivemos uma menina tão boa. Ela é muito trabalhadora, sincera e atenciosa”.
A mulher disse, “Bem, eu tenho pensado que é muito duro mandá-la embora por ir à sua Capela. Você sempre fala de liberdade religiosa e não se parece muito com liberdade religiosa o fato de mudar a nossa menina para longe por adorar a Deus de acordo com sua consciência. Tenho certeza de que ela é bem mais cuidadosa com a sua religião do que nós somos com a nossa”. Então eles falaram sobre isso e decidiram: “Ela nunca nos respondeu de forma impertinente, nem apontou falhas em nós por irmos à Igreja. Sua religião proporciona um maior conforto para ela do que a nossa proporciona para nós. É melhor deixá-la ficar conosco, e ir para onde preferir”.
“Sim”, disse o marido, “e eu acho que é melhor irmos e ouvirmos o ministro que ela vai ouvir. Evidentemente, ela tem algo que nós não temos. Em vez de mandá-la embora por ir à Capela, vamos acompanhá-la no próximo domingo e julgar a questão por nós mesmos”. E eles o fizeram, e não demorou muito para que o patrão e a patroa se tornassem membros daquela mesma Igreja!
Não diga, portanto, “não posso ir porque o meu patrão e a minha patroa são contra”. Não dê desculpas inúteis a partir de fatos dolorosos, estes são motivos pelos quais você deveria estar mais determinado do que nunca, ainda que tenha de ir para o Céu sozinho, em se tornar um seguidor de Cristo. Mantenha a sua resolução e você poderá nutrir a esperança e a crença de que você vai, por Sua graça, levar outros aos pés do Salvador.



2 - Uma Conversa Franca: Refutações às desculpas do pecador em não ir a Cristo – Parte 2

por Charles Haddon Spurgeon

II. Um segundo motivo é ainda mais comum. Não é todo mundo que pode dizer: “me casei com uma mulher”, mas em todos os lugares você pode encontrar alguém que alega: “EU NÃO TENHO TEMPO”. Você diz: “Senhor, eu não posso atender a religião, pois não tenho tempo”. Lembro de ter ouvido uma senhora dizer a um homem que assegurava não ter tempo “Bem, você tem todo o tempo que existe”. Pensei que era uma resposta muito conclusiva. Você tem tido tempo e ainda tem todo o tempo que existe – por que não usá-lo?

Ninguém tem mais de 24 horas em um dia e você não tem menos. Você não tem tempo? Isso é muito singular! O que você fez com ele? – você certamente já teve! O tempo voa com você, eu sei, mas faz assim comigo e com todos. O que você faz com ele? “Oh, eu não tenho tempo”, diz um. Digo mais uma vez, você teve o tempo e esse tempo deveria ser dedicado, em parte, a uma consideração solene das coisas de Deus. Você tem roubado de Deus a parte do tempo que deveria ser dEle e a tem dedicado para alguma coisa inferior que o seu grande Senhor e Mestre pode com razão reivindicar para os mais altos propósitos.
Você tem tempo suficiente para coisas comuns. Veja aqui, eu nunca encontrei nenhum de vocês no meio do dia na rua em suas roupas de baixo. Eu não acho que vocês andem para cima e para baixo em Cheapside seminus. “Oh, não, claro que não! Temos tempo para colocar nossas roupas”. Vocês têm tempo para vestir seus corpos e não há tempo para vestir a sua alma com o manto da justiça de Cristo? Não me diga isso! Eu não conheço nenhum um de nossos amigos dizendo, à noite, “Eu estou a ponto de desmaiar, porque não tinha nada para comer desde que eu me levantei. Não tive tempo para conseguir um pedaço de carne”. Não, não! Eles tiveram seu café da manhã e eles tiveram o seu jantar, e assim por diante.
“Oh, sim, nós temos tempo para comer”, diz um. Não me diga que você tem tempo para alimentar o seu corpo e que Deus não lhe deu tempo para alimentar a sua alma? Ora, não tem lógica! Tais declarações não fazem sentido por um momento! Você deve ter tempo para alimentar sua alma se você tem tempo para alimentar o seu corpo! As pessoas encontram tempo para olhar no espelho, lavar o rosto e escovar os cabelos. Você não tem tempo de olhar para si mesmo, para ver seus pontos espirituais e para se lavar na fonte que está aberta para o pecado e para a impureza? Ó, Prezados Senhores, vocês têm tempo para as coisas comuns e vocês certamente devem ter tempo para aquelas muito mais graves e importantes questões que dizem respeito à sua alma e imortalidade!
Você não tem tempo? Como é isso, quando você perde um bom negócio? Quanto é que muitos de nós gastamos em conversa fiada? Quanto tempo é que certas pessoas gastam em divertimentos frívolos? Tenho ouvido pessoas dizerem que não têm tempo, que eu estou certo, eu não sei o que eles têm para se ocupar! Não existe muitas pessoas que se forem amarrados em um nó e jogados na Baía da Biscaia, passariam despercebidos porque não fazem nada de bom para qualquer mortal? Eles estão vivendo sem um objetivo – inúteis, vidas sem rumo e ainda falam sobre não ter tempo!
Tais pretensões não funcionam. Quando você pleitear a Deus, diga algo que use o bom senso. Você não tem tempo e ainda assim realizar um trabalho mais secular? Você mantém uma loja, não é? “Sim, eu tenho uma loja de grande porte”. Você está pretendendo aumentá-la, não é? Você acha que vai ter tempo para dar um suporte enquanto a empresa cresce? “Oh, sim, eu ouso dizer que vou encontrar tempo – de qualquer forma, eu devo arranjar tempo, de um jeito ou de outro”.
Você vai ter uma segunda loja, não é? Como você consegue isso? “Oh, vou encontrar tempo”. Sim, meus caros, é possível encontrar tempo para todas as ampliações, especulações e compromissos! Agora deixe-me ser franco com você e dizer que poderia encontrar tempo para pensar na sua alma se você tivesse uma mente para fazer isso. Pois alegar que você não tem tempo para a religião é uma fraude! Não vai funcionar! É mentir para Deus dizer que você não tem tempo! Quando um homem quer fazer alguma coisa, se ele não tiver tempo, ele faz o tempo. Peço ao homem ocioso para não ir enganando a si mesmo com a noção de que ele não tem tempo.
“Onde há uma vontade há um caminho”. Onde há um coração para a religião, há tempo de sobra para isso. Culpe sua mente teimosa e não suas horas escassas! Você terá bastante tempo quando seu coração virar de uma vez na direção certa. Além disso, o tempo não é a grande questão. Será que o Senhor exige de você um mês de descanso para fazer negócios? Será que nós lhe obrigamos a passar dois dias por semana em oração? Nós lhe dissemos que não poderia ser salvo a menos que você se fechasse uma hora todas as manhãs para a meditação? Eu peço a Deus que você possa ter uma hora de meditação! Mas, se você não puder, quem exigiu isso de você?
A exigência é que você acredite no Senhor Jesus Cristo e abandone seu pecado e este é um assunto que não vai interferir no seu trabalho diário. Um homem pode girar a roda do oleiro e orar. Um homem pode assentar tijolos e orar. Um homem pode dirigir o carro e orar. Um homem pode andar atrás de um arado e ainda assim, ele pode estar andando com Deus. Uma mulher pode esfregar um chão e ter comunhão com Deus. Um homem pode estar andando a cavalo e mesmo assim ele ainda pode estar em comunhão com o Altíssimo. Uma mulher pode estar costurando vestidos e crescendo em Graça Divina. Essa não é uma questão em que se toma tanto tempo a ponto de interferir em qualquer uma das funções normais da vida.
Portanto, jogue fora essa desculpa e não diga mais, “não posso ir porque não tenho tempo”. Se arrependa dos seus pecados e creia no Senhor Jesus – e, em seguida, todo o seu tempo será livre para o serviço do Senhor e você já não terá um momento a menos do que o necessário para as funções de seu chamado.

III. Há uma terceira forma de dar essa desculpa e é muito comum “EU TENHO COISAS MAIS IMPORTANTES PARA FAZER”. Agora, vamos lá! Você terá de engolir isso. Vou contradizê-lo diariamente. Você não tem nada mais importante a fazer. Isso seria totalmente impossível! Nada debaixo do Céu pode ter um centésimo da importância de você ser reconciliado com Deus e salvo por Jesus Cristo!  Para o que é o negócio mais importante? Para ganhar dinheiro? Onde está a importância disso? Você pode obter um monte dele eo resultado será um grande trabalho para administrá-lo e maior ainda para deixá-lo quando você morrer.

Mas você me diz que tem que ter uma oportunidade para estudar. Bem, isso é melhor, mas o que você vai estudar? Ciências? Arte? Política? Estas coisas são importantes em comparação com a salvação de sua alma? Porque, se você tiver uma mente educada e é perdido, será tão ruim perdê-la na cultura e na aprendizagem como perdê-la na ignorância. Seu primeiro dever é estar bem com o teu Deus que fez você! Não coloque nada antes de Deus. Cristo redimiu você? Não descanse até você saber a verdade da redenção, de ser reconciliado com Deus pela morte de Seu Filho. Nada pode ser tão importante para um homem como ser obediente a seu Criador e desfrutar do amor do seu Criador. Nada, portanto, pode ser tão importante para um homem como ser perdoado por meio do Salvador e transformado, pelo poder do Espírito Santo, de inimigo de Deus em um amigo de Deus (Romanos 5:10).
“Oh!”, você diz: “Mas meu negócio ocupa muito do meu tempo”. Sim, mas você não sabe que muito provavelmente a sua empresa estaria melhor se você estivesse bem com Deus? Muitas vezes um negócio dá errado porque o homem está errado –  e às vezes compete a Deus ter propósitos contrários aos de um homem porque o homem tem propósitos contrários aos Dele. Se você andar desobediente a Ele, Ele vai andar contrário a você, mas quando você é obediente a Ele, Ele pode fazer outras coisas subservientes a você.
Em uma pequena igreja nas montanhas italianas eu vi, entre muitas pinturas absurdas, uma imagem que me impressionou. Havia um lavrador que tinha retirado-se em uma determinada hora para orar. O artista rústico o desenhou de joelhos perante os Céus que se abriam e, para que não houvesse qualquer perda de tempo ocasionada pela sua devoção, um anjo estava indo no arado para ele! Eu gosto da idéia. Eu não acho que um anjo já tenha ido arar a terra, enquanto um homem estava orando, mas eu creio que o mesmo resultado muitas vezes chega a ocorrer e que quando damos o nosso coração a Deus e buscamos primeiro o Seu reino e a sua justiça, todas estas coisas são adicionados para nós (Mateus 6:33).
Se a religião não faz você mais rico, e não pode mesmo fazer, ela pode torná-lo mais contente com o que você já tem. Um jantar de ervas abençoado por Deus vai fazer melhor do que um boi gordo faria sem essa bênção. É Ele que quer fazer o melhor neste mundo e ter o maior prazer aqui do melhor tipo e mais verdadeiro vai fazer bem a você para que dê a sua atenção primeiramente para o seu Salvador –  e todo o seu coração para a fé nEle e para a diligência no seu serviço (2 Coríntios 8:7). Você não tem nada mais importante, estou certo, que o negócio que diz respeito a Deus e a eternidade.
IV. Tenho ouvido alguns usarem a desculpa “EU NÃO POSSO ARCAR COM OS CUSTOS DE SER UM CRISTÃO”. Bem, meus amigos, vamos ter uma conversa sobre isso. Custa mais do que você pode pagar? O que você quer dizer? Qual o custo? Custa dinheiro? Não precisa. Não vai custar-lhe mais do que você gostaria para passar por ele com um coração contente. Deus vai lhe dar um espírito generoso, que vai fazer você amar apoiar sua causa, ajudar os pobres e contribuir com a sua participação para todos os trabalhos da missão cristã. Mas no Reino de Cristo não há tributação!

Dar torna-se uma gratificação, a generosidade um luxo! Nada será arrastado pela força de vocês. Certamente o nosso Deus abomina o dinheiro que vem para o seu tesouro sem motivo, mas se alegra das ofertas voluntárias dos corações amorosos (2 Coríntios 9:7). Não vai te custar muito nesse sentido, estou certo, pois você apenas dará ao passo que Deus tiver prosperado você. Suponha que o homem diga: “Bem, eu devo ter um assento na capela se eu quiser ouvir o Evangelho confortavelmente”. Muito bem. Será que vai ser injusto se você contribuir com a sua proporção nas despesas necessárias para apoiar o homem que dá todo o seu tempo, pensamento e capacidade a você? Você vai pagar tanto em um ano para ouvir o Evangelho, como muitos pagam por uma noite no jogo?
Sim, e não há vários que gastam cem vezes mais em uma corrida de cavalos do que dando, ao longo da sua existência inteira, quer para os pobres ou para a Igreja de Deus? O que você economiza em favor de hábitos santos, generosos e hábeis não trará perdas para você, mas ganhos! “Ah, mas eu queria dizer que eu não poderia arcar com isso, pois eu perderia vários amigos”. Será que vale a pena manter esse amigo que é inimigo de Deus? A mulher que o levaria para longe de Deus ou o homem que iria mantê-lo fora do Céu, amigos desse tipo vale a pena ter? Seja bravo e termine uma ligação que, de outra forma irá conectar você até o fim com o poço do abismo.
“Oh”, diz um, “mas eu queria dizer que perderia muito nos negócios”. Ah, bem, eu não vou pedir-lhe para explicar o que quer dizer com isso – há algo feio nessa afirmação. Você sabe mais sobre seu comércio do que eu. Sem dúvida, existem ofícios que cederam aos vícios dos homens e se tornaram ainda mais rentáveis a medida que crescem a bebedeira e a impureza. Estes devem ser abandonados! Além disso, há comerciantes que vivem do exagero, da mentira e do engano – e eu não recomendo que você professe ser cristão se for essa a sua linha de atitudes. É melhor desistir de tudo que professa a respeito da religião quando for para o ganho injusto. O quê? Eu ouvi uma dica sobre a adulteração? Eu também ouvi que você não dá o peso total e a verdadeira medida? Ah, meu querido companheiro, desista desse jogo de uma vez, se quiser se tornar um cristão ou não! Mas, certamente, se é isso que você quer, a perda de lucros desonestos será um grande ganho para você, tanto para esta vida quanto para a próxima.
“Bem”, diz alguém, “eu teria de desistir de um bom número de prazeres”. Prazeres que bloqueiam a estrada para o Céu deveriam ser entregues de uma vez! Você pode me achar um tipo muito melancólico de pessoa, mas creio que eu sou tão feliz quanto qualquer homem, na Inglaterra. Eu aprecio um pensamento feliz e um discurso animado, tanto quanto qualquer um. Eu posso rir e eu posso apreciar bons e limpos comentários bem-humorados, bem como a maioria das pessoas. E, agora servido ao Senhor por quase 40 anos presto meu testemunho de que eu nunca tive que abandonar um prazer sequer pelo qual eu tenha sentido uma vontade deliberada de obter. Assim que são renovados no coração, você está mudado em seus prazeres e o que poderia ter sido um prazer para você, uma vez, se tornará, então, uma miséria.
Se eu tivesse que sentar-me em companhia de algumas pessoas e ouvir o que falam, seria o inferno para mim! Uma noite, pregando no Norte de Inglaterra, esta circunstância infeliz me ocorreu. Quando eu saí da ferroviária, fui colocado em uma carruagem de primeira classe, com cinco cavalheiros corredores que estavam indo para as corridas de Doncaster. Felizmente eles não me conheciam, mas desde o início até o final da conversa daqueles senhores fui guarnecido com expressões que me torturaram. E, finalmente, culminou em um assunto que era indizivelmente repulsivo. Peço a Deus que eu não seja condenado a viver com essas pessoas para sempre, porque seria o inferno para mim!
Senhoras e Senhores, vocês não precisam saber que eu abstenho de algum prazer quando eu não vou para uma corrida, ou me associo com a libertinagem! É meu prazer me manter longe dos prazeres dos homens, em cuja companhia eu era obrigado a passar aquela noite. Os prazeres desse mundo são cheios de poeira, imundície e areia e aquele que uma vez lavou sua boca dessas coisas, rejeita outra refeição com tais ingredientes. Você não perderá prazer algum se vier para Cristo.
V. Eu ouço uma outra pessoa dizer “Eu não posso ir”. Por que não? “Bem, Senhor, não significa que eu não vá algum dia, mas NÃO SERIA CONVENIENTE AGORA. Eu poderia não render meu coração ao Senhor esta noite”. Não, eu sei. Você tem um compromisso amanhã que deve ser atendido e não é o tipo de coisa para um Cristão. Exatamente, não seria conveniente esta noite, nem na segunda-feira, nem será na terça, se depende disso – seus pensamentos ansiosos terão se ido até lá.

Não seria conveniente ser salvo? Você quer viver um pouco, não é? “Vida” em Londres significa morte. “Ah, mas agora eu sou apenas um aprendiz!” Então ao mesmo tempo seja aprendiz de Cristo! “Mas eu sou um viajante. Quando eu começar meu próprio negócio, então será o momento”. Será que vai? Ah, que você seja um viajante de Cristo! “Mas eu tenho associações que tornam isso difícil”. Isso quer dizer que Deus deve esperar sua conveniência? É desse jeito que os pobres recebem um médico que atende seus pacientes gratuitamente? Eles dizem “Doutor, não é conveniente te chamar antes das 10 ou 11 horas da manhã. Não é conveniente, pra mim, ir à sua casa. Devo ficar satisfeito em ver você se você vier à minha casa por volta de onze e meia da noite”.
Você mandaria uma carta para um médico da Costa Oeste agradecido por ele te atender de graça quando você quis? “Ah”, você diz, “Eu não insultaria um médico assim, se ele é bom o suficiente para me atender de graça”. E você ainda vai insultar o seu Deus! Você acha que Deus não é digno da sua força e saúde agora – mas quando você estiver velho e desgastado – então você vai querer ir para o céu e enganar o inimigo! Isso é sujo da sua parte. Não posso dizer nada melhor.
Embora o Senhor seja extremamente amável e misericordioso, ainda que os homens decidam se entregar a Ele no pior momento do fim de suas vidas – não é de admirar que eles morram em pecado! O que deve Deus pensar de tal tratamento? Não diga “eu não irei”. Venha de uma vez. O Senhor te ajuda a vir!
VI. Eu tenho ouvido pessoas dizerem, “Eu não posso ir, Senhor, porque EU NÃO CONSIGO ENTENDER. Eu sou um pobre homem. Nunca tive educação”. O que é que você não consegue entender? Você não consegue entender que você tem violado as leis de Deus e ele é Deus justo para te punir? Você consegue entender isso! Você não consegue entender que se você acreditar no Senhor Jesus Cristo, então certamente Ele tomou o seu pecado e levou-o em seu próprio corpo na cruz, e os lançou longe, por isso seu nome é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29)?

Você pode não entender que se você acreditar nele, você o terá em seu lugar – por que as escrituras dizem “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21)? Você pode entendê-lo se desejar fazê-lo. Não há nada no evangelho que os mais pobres e menos escolarizados não possam entender se suas mentes se dispuserem a conhecer e receber a vontade de Deus. Se o Espírito de Deus vir sobre eles, eles poderão não somente entender o evangelho, mas apreciá-lo, gozar dele e começar a ensinar os outros também – porque o Senhor faz os bebês para terem conhecimento e discernimento em Seus caminhos – enquanto sábios e entendidos em assuntos científicos
muitas vezes perdem o caminho para o reino eterno.
Eu acabei. O som dos sinos me dizem que meu tempo acabou. Outro sino um dia vai te avisar que você acabou e que sua vida chegou ao fim, assim como o meu sermão. Mas eu preciso dizer somente isso. Se há algum homem aqui que diz “Eu não posso ir”, peço-lhe para se expressar e falar a triste realidade como ela deveria ser falada. Aqui está um exemplo – “Miserável e infeliz, não posso ir para Cristo! Milhões no céu foram, mas eu não posso ir! Minha mãe morreu com uma boa esperança, mas “Mãe, eu não posso ir”. Meu pai foi para casa para estar com Jesus, mas eu não posso ir”.
Eu agradeço a Deus por esta afirmação não ser verdadeira, mas se você disse isso, você nunca mais vai descansar, porque se você não consegue ir para Cristo você é a pessoa mais infeliz do mundo! Há alguma mulher que chora “eu não posso ir”, ou algum homem que pleiteia “eu não posso ir”? Onde quer que você esteja sentado ou em pé, deixe o sino que avisa sobre a morte na ultima hora, te avisar sobre sua morte espiritual! Porque se você não pode ir para Cristo e comer da sua ceia, você não pode ser salvo! Você não pode escapar da ira vindoura, você está condenado para sempre!
Posso lhe pedir para fazer outra coisa? Se você ainda pretende dizer: “Eu não posso ir” Você vai dizer a verdade? Você vai alterar uma palavra para chegar mais perto da verdade? Dizer “eu não irei”, “eu não posso ir”, é grego, ou uma linguagem incompreensível – Mas o inglês simples é “não irei”. Eu acho que você diria isso ao invés dos outros por causa do receio de dizer “eu não irei; Eu não acreditarei em Jesus; Eu não me arrependerei dos meus pecados; Eu não deixarei os meus caminhos” – O receio, eu digo, pode ser abençoado por Deus para fazer você ver o seu estado de desespero. Eu acho que você choraria em seguida, “Eu não posso sentar e provocar minha própria condenação certo de que não voltarei para Cristo”.
Será que agora você, em vez de se recusar a voltar, virá de uma vez? Diga, “eu vou voltar pra Jesus. Diga-me como”. Você pode somente vir para Jesus por acreditar nele. Confia nele e ele vai te salvar! Nunca ninguém acreditou em Jesus em vão! A confiança tem a poderosa influência do Senhor Jesus. Ele vem para o resgate de uma alma que se apóia inteiramente sobre ele. Ele fará todas as coisas para você – Ele mudará sua natureza bem como perdoará seus pecados! E sua natureza será mudada, você deve levar uma nova vida a partir de agora e crescer na Graça Divina até você se tornar como Ele, em quem você confia.
E depois Ele te levará para estar para sempre com Ele. Lavado no sangue do Cordeiro, você deve andar com ele de branco, glorificado! Assim eu tenho falado esta noite de um jeito muito simples. Eu oro ao Senhor para que abençoe as palavras que são destinadas para que sejam fiéis, sinceras e impressionantes. Nós podemos nos encontrar no céu! Há muitos estranhos aqui esta noite – você pode não ser estranho para o Senhor Jesus! Muitos de nossos amigos estão distantes e alguns de vocês vieram, embora seja uma noite chuvosa e desagradável – eu tomo isso como um bom sinal.
Deus te abençoe! Eu oro para que você possa receber bênçãos em dobro e possa lembrar este sombrio, escuro dezembro como uma noite de Maio pelas bênçãos que Deus colocará sobre você através de Jesus Cristo, Seu Filho. Amém.






3 - A Necessidade de se Atender ao Convite da Graça de Deus

Prv 1:20  Grita na rua a Sabedoria, nas praças, levanta a voz;
Prv 1:21 do alto dos muros clama, à entrada das portas e nas cidades profere as suas palavras:
Prv 1:22 Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento?
Prv 1:23 Atentai para a minha repreensão; eis que derramarei copiosamente para vós outros o meu espírito e vos farei saber as minhas palavras.
Prv 1:24 Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse;
Prv 1:25 antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão;
Prv 1:26 também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei,
Prv 1:27 em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho, quando vos chegar o aperto e a angústia.
Prv 1:28 Então, me invocarão, mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar.
Prv 1:29 Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR;
Prv 1:30 não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão.
Prv 1:31 Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão.

Neste texto Deus se levanta para protestar com os homens em relação aos seus maus caminhos, para apontar as consequências de persistir neles, para exortar à necessidade de uma urgente e completa conversão a Deus, e para fazer valer o seu convite com  súplicas afetuosas e encorajadoras garantias, e por isso é estigmatizado pelos que recebem o convite como sendo a efervescência de uma imaginação aquecida, o fruto de uma mente entusiasmada fraca.
Mas, embora este convite da graça seja uma loucura para os homens, ele é na verdade sabedoria aos olhos de Deus. Nenhuma súplica, promessa ou ameaça podem ser entregues com maior poder ou afeto do que estes que lemos nesta porção de Provérbios, porém, a voz de Deus, não é de loucura e entusiasmo mas de "sabedoria", e, em tudo devem ser consideradas as palavras da verdade e de sobriedade que ele profere. Estamos agora no principal lugar para o qual somos convocados e para o qual se destina o convite, e ele é o próprio Deus que é apresentado no texto com o nome de Sabedoria, o qual se dirige agora a nós. O local de destino do convite pode ser compreendido sob duas observações gerais:
I. Para aqueles que atenderem ao seu convite, Deus será abundantemente gracioso.
Nada pode ser mais terno do que a admoestação diante de nós.
As palavras são dirigidas não apenas aos "simples", mas para aqueles que "amam a simplicidade", não somente para os ignorantes, mas para os que "odeiam o conhecimento;" não somente para aqueles que estão destituídos de religião, mas que têm prazer "em zombar dela”. Que podemos supor que Deus deveria dizer a tais transgressores ousados? O que, senão pronunciar os julgamentos mais pesados​​?
Todavia, "ele é Deus e não homem", e, portanto, ele lhes fala como Deus, em termos de amor e misericórdia inconcebíveis: "Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento?”, (v. 22). Não foi bastante “o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.”?, I Pe 4.3.
Estes pecados lhes têm sido tão agradáveis ou rentáveis que haveis de renunciar a toda a felicidade do céu por causa deles? ou, se tendes a intenção de afastar-se deles, tendes fixado o tempo da sua conversão? "Quanto tempo você pretende persistir nisto? Até o tempo de doença, e na hora da morte? ou até algum tempo mais conveniente? Ah! "Convertei-vos pela minha repreensão;" deixem que as palavras de um Pai e um amigo prevaleçam com vocês; não tentem justificar suas ações, ou atenuar a sua culpa; vocês vêm claramente o suficiente que a sua conduta é indefensável; portanto, voltem, voltem sem demora.
As promessas, com as quais a admoestação é aplicada, acrescentam muito ao seu peso.
A consciência tanto da fraqueza e da ignorância, muitas vezes contribui para manter os homens sob o poder de seus pecados. Um pensamento surge em suas mentes: “Eu não sei como mudar; eu não sei como obter tanto o perdão dos meus pecados, quanto a vitória sobre os meus desejos." Mas Deus elimina de uma só vez todos essas reflexões desencorajadoras. Ele diz que na verdade, suas corrupções não podem ser superadas pelos seus próprios esforços. "Derramarei o meu Espírito", para santificá-los em tudo. Você está perdido e como obterá o meu favor? Eu vou lhe dar a conhecer as palavras da vida; eu vou revelar o meu Filho em seu coração, eu vou mostrar-lhe a eficácia da sua expiação, e lhe tornarei sábio para a salvação através da fé nele. Assim que ele calar suas objeções, e dissipar seus  temores: "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai"! certamente não deveríamos ouvir isto, senão com admiração, não devemos recebê-lo com provocações, mas com grata adoração.

Mas "Deus não se esforçará (agirá) para sempre com o homem – Gên 6.6, pelo contrário,
II. Aqueles, que desprezam os seus convites, serão lançados numa impenitência final e na ruína.
O desprezo que é também geralmente derramado sobre a misericórdia de Deus, é terrível ao extremo.
Alguém poderia supor que esses convites e promessas não podiam deixar de produzir o efeito desejado. Mas, infelizmente, a recepção a eles é, como o próprio Deus o apresenta: os homens "se recusam a obedecer às suas chamadas, quando ele estende suas mãos para eles com carinho de um pai e rogos importunos; eles não vão considerá-lo, pois têm desprezado o seu conselho e a sua repreensão; eles odeiam mesmo ouvir o seu dever, e se determinam, qualquer que seja o resultado, que não vão praticá-lo.”
O zelo e fervor de seus pastores são feitos objeto de ridículo profano, e os ditames da sabedoria são como efusões de loucura e fanatismo. Apelamos às consciências de todos em relação a essas coisas. Quem tem observado o mundo ao seu redor, ou o que se passa em seu coração, não deve atestar que essas coisas são assim? Sim, todos nós somos culpados: "Esta foi a nossa forma em nossa juventude." Alguns têm sido mais abertos e notórios, e outros mais secretos e reservados, em suas oposições à vontade de Deus, mas todos se opuseram a ele, e, se a graça divina não tem mortificado o nosso inimigo – o pecado – nós seremos achados ainda nos opondo a isto; o sentimento deliberado de cada homem não regenerado é como o dito dos antigos: "Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não te obedeceremos a ti;", Jer 44.16.
Mas  se persistirmos em tal conduta, um dia encontraremos uma recompensa adequada.
Como Deus não pode ser enganado, então, não será ridicularizado; se ele tem um dia de graça; então ele também tem um dia de vingança; e esse dia está se aproximando em ritmo acelerado. Por mais seguro que o pecador possa pensar de si mesmo, há uma hora de desolação, e um consequente sofrimento e angústia vindo sobre ele. Então, agora pode ser sugerido muitas vezes à mente de um pecador despertado, mas não convertido, “O que o mundo vai fazer por você agora? Qual o lucro que seus prazeres, suas riquezas e suas honrarias lhe trarão neste dia da minha ira? O que você acha da semente que tem sido semeada, agora que você começa a colher o seu fruto?” Mas se Deus não lidar com a gente, desta forma, neste mundo, com toda a certeza que ele o fará no mundo vindouro.
Aquela será certamente uma hora de extrema aflição e angústia quando estes desprezadores da misericórdia permanecerão no tribunal do grande Juiz; e oh! como é que Ele, então, "rirá de sua desgraça! como é que ele zombará de todo o medo  e terror deles!" Você não iria acreditar na minha palavra agora, e ver se é verdade ou não. Você não seria persuadido de que um dia eu iria reivindicar minha Majestade insultada; o que você acha desse assunto agora? Você me desprezou, e por isso eu disse: "Apartai-vos de mim, porque eu não desejo ter conhecimento das tuas maneiras! Você deve ter o seu pedido atendido, vou me afastar de você; e você também deve se afastar de mim; partam, malditos, para sempre para o fogo eterno, que vocês terão que suportar por toda a eternidade sem qualquer mitigação da sua dor, e vocês nunca terão sequer uma gota de água para refrescar as suas línguas.
Queira Deus que os homens percebam estas coisas, e sejam persuadidos a crer que Deus é verdadeiro! Mas se eles vão ouvir, ou se irão se abster disso, devemos declarar o que Deus falou; e, embora um mundo ignorante possa ridicularizar como loucura, proclamaremos isto como sendo o "conselho da verdadeira sabedoria", e a declaração de um Deus infalível.

APLICAÇÃO

1. Vamos todos adorar a bondade divina.

Qual de nós não deve se declarar culpado da acusação de desprezador de Deus? Qual de nós não tem perseverado em um curso de desobediência a ele, apesar de todas as suas mensagens de misericórdia; e que também, temos agido assim não por dias meramente, mas por meses e anos?
No entanto, Deus tem exercido a tolerância em relação a nós, e neste mesmo instante isto se renova nos seus convites graciosos. Vamos considerar quantos milhares foram cortados em seus pecados, enquanto somos ainda poupados para ouvir as boas novas de salvação, e "deixar a paciência e longanimidade de Deus nos conduzirem ao arrependimento."

Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Charles Simeon, em domínio público.







4 - “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão.” (Provérbios 16.33)

Se a distribuição de sortes é do Senhor de quem é o arranjo de toda a nossa vida? Se a simples escolha de uma sorte é guiada por ele, quanto mais os acontecimentos de toda a nossa vida, especialmente quando nos é dito por nosso bendito Salvador: "Os cabelos da vossa cabeça estão todos contados: nem um pardal cai no chão sem o consentimento de seu Pai". Isso traria uma santa calma sobre sua mente, caro amigo, se você sempre se lembrasse disso.
Isto deveria livrar a sua mente da ansiedade, para que fosse mais capaz de andar com paciência, calma e alegria como todo cristão deveria. Quando um homem está ansioso ele não pode orar com fé, quando ele está preocupado com o mundo, ele não pode servir a seu Mestre, os seus pensamentos estão servindo a si mesmo.
Se você "buscasse primeiro o reino de Deus e a sua justiça," então todas as coisas lhe seriam acrescentadas.
Você está se intrometendo nos assuntos de Cristo, e negligenciando os seus próprios, quando se preocupa com a sua sorte e as circunstâncias.
Você tem sido tentado a "prover" o trabalho e está esquecendo que o seu trabalho é ser obediente. Seja sábio e obediente, e deixe Cristo gerenciar o seu provimento.
Venha e examine cuidadosamente o celeiro de seu Pai e pergunte quando ele deixará você morrer de fome enquanto ele tem mantido tão grande abundância em seu celeiro?
Olhe para o seu coração de misericórdia; veja se ela pode ser cruel em algum momento! Olhe para a sua sabedoria insondável; veja se algum dia ela ira falhar. Acima de tudo, olhe para Jesus Cristo seu Intercessor, e pergunte a si mesmo, enquanto ele intercede, pode o Pai lidar de maneira não graciosa  com você? Se ele se lembra até mesmo dos pardais, ele irá esquecer um dos menores de seus filhos pobres?
"Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá. Ele nunca permitirá que o justo seja abalado."

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.






5 - Temendo Crer

Por Charles Haddon Spurgeon

O medo de crer é um resultado ofensivo da nossa natureza enferma – eu já me encontrei com ele muitas vezes e desejo nunca mais me deparar com ele. Parece humildade, tentar se passar pela própria alma da modéstia, e ainda assim é um orgulho infame: de fato, é a presunção encenando a hipocrisia. Se os homens tivessem medo de descrer, haveria boa razão neste medo; mas ter medo de confiar em seu Deus é na melhor das hipóteses um absurdo, e verdadeiramente é um modo enganoso de recusar ao Senhor a honra que ele merece por sua fidelidade e verdade.
Quão inútil é a diligência que se ocupa em achar para si razões de porque a fé em nosso caso não seria salvadora! Temos a palavra de Deus sobre isso, que todo aquele que crer em Jesus não perecerá, e buscamos argumentos de porque nós deveríamos perecer. Se qualquer um me desse um bem, eu certamente não começaria a levantar questões de início. Qual seria a utilidade de inventar razões de porque eu não deveria ser dono da minha própria casa, ou possuir qualquer outra propriedade de que usufruo? Se o Senhor se satisfez em salvar a mim pelo mérito de Seu amado Filho, certamente eu devo estar feliz em ser salvo. Se eu ouvir a Deus em Sua palavra, a responsabilidade de cumprir Sua promessa não está em mim, mas com Deus, que fez a promessa.
Mas você teme que você não seja um daqueles para os quais a promessa é endereçada. Não se alarme por essa suspeita indolente. Nenhuma alma jamais veio erroneamente a Jesus. Ninguém pode vir realmente se o Pai não o trouxer; e Jesus disse, “E o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”. Nenhuma alma jamais se segura em Cristo e se perde; aquele que O tem O tem por direito divino; pois o Senhor dá a Si mesmo por nós, e para nós, é tão gratuito, que toda alma que o receber tem um direito dado graciosamente para fazê-lo.
Se você se segurar em Jesus, na orla das Suas vestes, sem soltar, e por detrás dele, ainda assim sairá virtude dele para você, tão certamente quanto se ele tivesse chamado você pelo nome, e lhe convidado a confiar Nele. Mande embora todo medo quando confiar no Salvador. Receba-O e lhe dê boas vindas. Aquele que crê em Jesus é um dos eleitos de Deus.
Você sugere que seria algo terrível confiar em Jesus e ainda assim perecer? Seria mesmo. Mas como você deve perecer se não confiar, o risco de algo pior não é grande.
“Eu posso mesmo perecer se eu for;
Estou resoluto a tentar;
Pois se eu me manter por fora eu sei
Eu devo morrer para sempre”
Suponha que você esteja no Pântano do Desespero para sempre. Qual seria o bem disso? Certamente seria melhor morrer lutando pelas ruas do Rei que vão à Cidade Celestial, que se afundar cada vez mais profundamente na lama e sujeira dos pensamentos escuros e desconfiados! Você não tem nada a perder, pois já perdeu tudo; portanto, esqueça tudo, e ouse acreditar na misericórdia de Deus para você, mesmo para você.
Mas alguém resmunga, “E se eu for a Cristo, e Ele me recusar?” Minha resposta é, “Tente”. Atire-se no Senhor Jesus, e veja se Ele recusa você. Você seria o primeiro a quem Ele fecharia a porta da esperança. Amigo, não atravesse a ponte até que você tenha chegado a ela! Quando Cristo te lança fora, será o tempo correto de desespero; mas este tempo nunca chegará. “Esse homem recebe pecadores”. Ele não começou a lançá-los fora.
Você nunca ouviu falar do homem que se perdeu uma noite, e chegou à beira do precipício, em pensamento, e em sua própria apreensão caiu do penhasco? Ele se agarrou a uma árvore velha, e ali se firmou, agarrado ao seu frágil apoio com toda a vontade. Ele estava persuadido de que, deixando seu suporte, ele seria feito em pedaços em alguma terrível rocha que o esperava abaixo. Ali ele ficou, com suor na testa, e a angústia em cada membro do corpo. Ele passou a um estado desesperado de febre e desmaio, e então seus braços não podiam mais suportar seu corpo. Ele relaxou! Ele caiu do suporte! Ele caiu – uns trinta centímetros, e foi recebido por um banco fofo de areia, onde ele ficou, sem nenhum ferimento, e perfeitamente seguro até a manhã. Assim, na escuridão da sua ignorância, muitos pensam que destruição certa lhes aguarda, se confessarem seus pecados, desistirem da esperança em si mesmos, e se entregarem nas mãos de Deus. Eles estão com medo de deixar a esperança que eles ignorantemente agarram. É um medo inútil. Deixe de se agarrar a tudo menos a Cristo, e caia. Caia de toda a confiança em obras, orações, ou sentimentos. Caia de uma vez! Caia agora! Macio e seguro é o monte que recebe você. Jesus Cristo, em Seu amor, e na eficácia do Seu precioso sangue, em Sua justiça perfeita, te dará imediatamente paz e descanso. Pare de confiar em si mesmo. Caia nos braços de Jesus. Essa é a maior parte da fé – desistir de qualquer outra segurança, e simplesmente cair em Cristo. Não há razão para medo: só a ignorância lhe aterroriza com aquilo que será a sua segurança eterna. A morte da esperança carnal é a vida da fé, e a vida da fé dura para sempre. Deixe o “eu” morrer, para que Cristo viva em você.
Mas o principal é que, pelo ato único de ter fé em Jesus, não podemos trazer homens. Eles vão fazer qualquer coisa antes de deixarem a si mesmos. Eles lutam com vergonha de crerem, e temem a fé como se fosse um monstro. Óh tolos medrosos, quem enganou vocês? Vocês temem aquilo que lhes seria a morte temer, e o começo da vossa alegria. Porque vocês pereceriam ao preferirem perversamente outros caminhos que não aquele que Deus mesmo apontou como o plano de salvação?
Que erro! Há muitas, muitas almas que dizem, “Somos convidados a confiar em Jesus, mas ao invés disso atenderemos aos meios da graça regularmente”. Compareçam ao louvor público de todas as formas, mas não como substituto da fé, ou será um confiança em vão. O mandamento é, “creia e viva”; atenda isso, sobre qualquer outra coisa que fizer. “Bom, eu vou ler alguns bons livros; talvez eu me torne bom dessa forma”. Leia os bons livros mesmo, mas esse não é o evangelho: o evangelho é, “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”. Suponha que um médico tem um paciente sobre seus cuidados, e diz a ele, “Você tem de tomar um banho pela manhã; ajudará muito a curar sua doença.” Mas o homem toma um copo de chá pela manhã ao invés do banho, e diz, “Isso servirá também, não tenho dúvida”. O que dirá seu médico quando perguntar – “Você seguiu minha orientação?” “Não, não segui”. “Você não espera, é claro, que haverá qualquer proveito para as minhas visitas, já que não se esforça por obedecer meu direcionamento”. Assim nós, praticamente, dizemos a Jesus Cristo, quando nos sondamos, “Senhor, eu mal confio em ti, mas eu logo farei outra coisa! Senhor, eu quero ter fortes arrependimentos; eu quero ser sacudido na boca do inferno; eu quero estar alarmado e oprimido!” Sim, você quer qualquer coisa menos o que Cristo prescreve para você, que é você simplesmente confiar nEle. Sinta você ou não vontade, jogue-se nEle, e assim, Ele salvará você, e Ele somente. “Mas você não quer mesmo dizer que é contra a oração, ou ler bons livros, ou coisa semelhante?” Nem uma única palavra eu disse contra essas coisas, nada mais que, se eu fosse o médico que citei, eu tivesse dito contra um homem beber chá. Deixe-o tomar o seu chá; mas não se ele o toma ao invés de tomar o banho que lhe é prescrito. Deixem os homens orarem: quanto mais, melhor. Deixem os homens examinarem as Escrituras; mas lembre-se, se essas coisas estiverem no lugar da simples fé em Cristo, a alma será arruinada. Evitem que lhes seja dito a qualquer um de vocês pelo Senhor, “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida”.
Venha pela fé a Jesus, pois sem Ele você perecerá para sempre. Vocês já notaram como um abeto (pinheiro) se agarrará entre as rochas que parecem não oferecer nenhuma segurança? Envia uma raiz a cada pequena rachadura que se abre; se firma mesmo nas rochas nuas como se fosse uma grande garra de pássaro; segura firme, e se agarra à terra com dezenas de âncoras. Nós frequentemente vemos árvores assim firmadas e presas a destacadas massas de rocha exposta. Agora, querido coração, deixe isto ser uma figura de si mesmo. Agarre a Rocha dos Tempos. Com a raiz da pouca fé prenda-se a Ele. Deixe aquela pequena antena crescer; e enquanto isso, envie outra para segurar em outro lugar da mesma Rocha. Abrace a Jesus, e prenda-se a Jesus.
Cresça nEle. Misture as raízes da sua natureza, as fibras do seu coração, sobre Ele. Ele está tão disponível a você como as Rochas estão para o abeto: esteja tão firmemente laçado nEle como o pinheiro na encosta da montanha. 







6 - Ou Estamos na Luz ou Estamos nas Trevas

Os cristãos podem se aproximar com confiança para serem purificados de seus pecados, porque há um Advogado de defesa no tribunal celestial constituído para defendê-los das acusações de Satanás contra eles, por causa dos seus pecados.
Cristo não perderá uma só causa daqueles que se aproximam dEle pedindo que seus pecados sejam perdoados.
Ele os perdoará, defenderá e absolverá.
Não há outro Advogado que possa defender a nossa causa porque somente Cristo morreu por nós.
Ele é a propiciação pelos nossos pecados que foi inteiramente aceita pelo Pai, isto é, Ele próprio foi a única oferta que Deus aceitou como sacrifício para satisfazer inteiramente a Sua justiça que determina a morte espiritual do pecador (morte espiritual = falta de conhecimento de Deus e de comunhão com Ele).
Morrendo no nosso lugar, Cristo satisfez então inteiramente à justiça de Deus.
É neste sentido que Ele não é somente a propiciação pelos pecados dos que se encontravam salvos nos dias de João, mas de todos aqueles que viessem a se salvar depois deles (I João 2.2a).
João falou sobre o modo como os cristãos devem caminhar neste mundo, a saber, na luz.
De maneira que aquele que diz que está andando na luz, deve viver e agir conforme está prescrito na Palavra de Deus.
Jesus deixou mandamentos para serem guardados pelos seus discípulos.
Estes mandamentos foram registrados pelos apóstolos nos Evangelhos e nas epístolas, enquanto viviam, de modo que o testemunho da verdade permanecesse entre nós, em todas as épocas da história da Igreja.
Cristo requer obediência a esta Palavra que Ele ordenou que deveria ser guardada por nós.
A falta de obediência a esta Palavra impede o conhecimento e o crescimento neste conhecimento de Cristo (I Jo 2.3).
João acrescenta o argumento de que aquele que diz que tem conhecido a Cristo, mas que não guarda efetivamente os Seus mandamentos é mentiroso, porque não está andando na verdade (v. 4), uma vez que a única verdade relativa à vida com Deus está somente na Palavra de Cristo, e se nós não estamos guardando esta Palavra, dá-se, por conseguinte que não estamos vivendo na verdade, em vidas santificadas, mas no erro, de um viver segundo a carne.
Não mentimos que não temos a vida do Espírito, porque como cristãos a possuímos, mas mentimos quanto  ao fato de dizermos que andamos na luz, ou seja, no Espírito, porque se estivéssemos andando no Espírito,  as obras da carne não prevaleceriam sobre nós.

Assim é somente naqueles que guardam a Palavra de Cristo que o amor de Deus é aperfeiçoado, porque revelará e manifestará somente a estes a Sua graça e poder.
Segundo João é por este meio que podemos saber que estamos de fato no Senhor, porque aquele que diz que está nEle, deve ser um imitador de Cristo quanto ao modo de vida que Ele viveu (v. 5, 6).
A graça produz somente santidade.
A nova criatura não tem pecado, ou seja, a nova natureza recebida do Espírito Santo na conversão.
Assim, se estamos vivendo segundo a nova natureza, comprovamos  que temos  vencido o pecado, porque este é o único modo dele ser vencido.
Então é nisto que consiste o caminhar na luz referido pelo apóstolo no capítulo anterior.
O Espírito Santo revelará aos que caminham de tal modo o real significado dos mandamentos de Cristo, e lhes capacitará a viverem em conformidade com estes mandamentos, como por exemplo, o de se auto-negarem, carregarem a cruz, e seguirem a Cristo diariamente, sobretudo o de serem batizados e cheios do Espírito, e de andarem no Espírito para serem purificados, renovados e capacitados com poder para fazer a vontade de Deus, abundando em boas obras.
Muitos alegam terem grande conhecimento dos mistérios divinos; e conseguem fazer com que muitas pessoas fiquem aprisionadas às suas imaginações sedutoras, mas não é tanto ao que afirmam que devemos dar atenção, mas ao fruto da vida destas pessoas, se está de acordo com os mandamentos de Cristo.
É pelo fruto que se conhece a árvore.
Certamente, se o seu caminhar não é um caminhar segundo Cristo, e não andam como Ele andou; as palavras não serão também inteiramente correspondentes à verdade, porque Deus não lhes concederá o verdadeiro conhecimento que é possível somente por iluminação do Espírito.
Logo, quem está andando na luz é porque está obedecendo à verdade; não a verdade que se alega ser a verdade, por se imaginar na mente o que ela seja, e que não está plenamente em conformidade com o verdadeiro significado da revelação escrita na Bíblia, que importa ser conhecido por revelação do Espírito Santo ao nosso espírito.
Sem esta iluminação do Espírito todo o nosso conhecimento das Escrituras pode ser falso ou ineficaz.
Por isso há muitos que se declaram ortodoxos, e fazem muitas feridas nas almas de homens piedosos com o seu falso conhecimento ineficaz, porque é mera letra segundo a sua própria compreensão carnal, de uma Palavra que é espírito e vida, e que importa ser aprendida e vivida em humildade e submissão a Cristo, para que se tenha a instrução, direção e capacitação do Espírito para não somente entendê-la, mas também praticá-la.
Uma das características apontadas por João como conhecimento e prática verdadeiros da Palavra é o aperfeiçoamento no amor de Deus (v. 5), não no amor natural, mas no amor espiritual de Deus.
No amor ágape.
Isto significa que aquele que tem realmente obedecido a Palavra terá isto manifestado num viver sobrenatural em amor a Deus e a seus irmãos em Cristo.
Um amor de comunhão espiritual como o apóstolo se referiu no primeiro capitulo, porque está de fato caminhando na luz e na verdade.
Jesus colocou um desprezo no amor natural que é inconstante e mutável, que pode inclusive se transformar em ódio, quando disse que aqueles que amam aos que lhes amam nada fazem demais com isto, porque este é o amor natural que se manifesta somente quando tudo vai bem no relacionamento.
Mas, para mostrar que é preciso amar com um amor superior a este e que permanece para a eternidade, ele disse que devemos amar os nossos inimigos, porque somente com o amor espiritual que procede de Deus é possível amá-los (Mt 5.44-48).
Um dos grandes inimigos e impedimento para o amor cristão é o amor ao mundo.
Por isso o apóstolo alertou os cristãos quanto a isto nos versos 12 a 17.
Os cristãos tiveram os seus pecados perdoados por Cristo (v. 12).
Especialmente os cristãos maduros têm conhecido o modo pelo qual importa que Deus seja servido, por terem as suas faculdades exercitadas para discernirem tanto o bem quanto o mal, e por isso João os chama de pais, porque são como verdadeiros chefes da família de Cristo (v. 13a).
Os jovens, apesar de não terem a mesma experiência, têm, tanto quanto eles, já vencido o Maligno, porque todos os que estão em Cristo não estão mais sob o domínio de Satanás, já não pertencem mais ao seu reino de trevas (v. 13 b).
Mas, apesar deste conhecimento de Cristo, desta vitória sobre os poderes das trevas, desta força na graça do Senhor, os cristãos devem se guardar de muitas coisas para permanecerem num viver de verdadeira vitória espiritual, e uma destas coisas é se guardarem de amar o mundo (v. 15 a 17).
Todos devem se guardar do fascínio das coisas que há no mundo, tanto cristãos jovens quanto velhos, experientes e inexperientes, porque é possível apagar o amor de Deus em nossos corações por causa deste amor ao mundo.
Tudo aquilo que nós amarmos acima de Deus passa a ser idolatria e ele não pode tolerar isto porque deve ser amado acima de todas as coisas.
O amor ao mundo é inconsistente com o amor de Deus.
Ninguém pode amar a dois senhores. Ou se ama ao Senhor ou às riquezas. Deus é completamente incompatibilizado com Mamon.
Nós somos provados na nossa fé e no nosso amor ao Senhor pelas coisas que há no mundo, de modo que demonstremos na prática se amamos mais as criaturas do que ao Criador.
Se é o mundo que recebe a maior parte dos nossos afetos, consequentemente nós deixaremos o Senhor num segundo plano, e isto é inverter a ordem da criação, porque importa que Ele tenha a maior parte dos nossos afetos, para que possamos ter os nossos afetos pelas demais pessoas e coisas manifestado numa forma equilibrada e ordenada.
Por isso Jesus disse que não somos dignos dele, e não poderemos segui-lo, se amarmos mais aos nossos entes queridos e até a nós mesmos, mais do que a Ele.
Depois de ter alertado a Igreja quanto ao perigo do amor ao mundo, João falou do mistério da iniquidade, daqueles que têm um espírito anticristo aos quais João chamou de anticristos, porque o escárnio e blasfêmias deles contra tudo o que é de Deus e que é  santo será revelado em toda a sua força e plenitude quanto o Anticristo se manifestar sobre a terra.
Assim, estes blasfemadores, desde há muito, estão preparando o caminho para ele.
Estes são aqueles que foram plantados como joio na Igreja pelo Inimigo para o propósito mesmo de aprenderem sobre as coisas de Deus para logo depois saírem blasfemando contra estas coisas (v. 18,19).
Não são poucos aqueles que ao longo da história da Igreja têm agido desta forma a serviço de Satanás para o seu grande propósito de blasfemar de modo contundente e generalizado no futuro contra o nome de Deus em toda a terra através do Anticristo e dos seus seguidores.
É por esta razão que vemos a iniquidade se multiplicando, e não diminuindo, à medida que o tempo tem avançado.
Estes que apostataram do seio da Igreja e saíram falando contra Cristo, na verdade nunca O conheceram, e eram hipócritas na profissão de fé que fizeram (v. 19).
Finalmente, o apóstolo advertiu contra o perigo da apostasia de verdadeiros cristãos, por se deixarem arrastar pelo erro destes insubordinados (v. 20 a 29).
Os cristãos verdadeiros têm a unção do Espírito Santo e conhecem a verdade conforme são ensinados pelo Espírito.
Portanto devem permanecer naquilo que ouviram dos apóstolos (e que hoje temos na forma escrita, como nesta epístola de João).
É permanecendo na Palavra do Senhor que permanecemos nEle (v. 24, 27).
Por isso Jesus disse que se nós permanecêssemos na Sua Palavra, permaneceríamos consequentemente nEle e no Seu amor (João 15.7-10).
Os cristãos devem permanecer na unção do Espírito que lhes ensina a verdade de Deus, para que não venham a ser enganados (v. 26).
Se entristecerem o Espírito com os seus pecados, por um viver carnal, não poderão contar com a permanência nesta unção.
O assunto da nossa relação com Cristo Jesus é vida eterna (v. 25) e por isso não devemos nos deixar entreter ou enganar por meros debates relativos à religião que nos afastem deste alvo supremo da promessa de Deus para os cristãos em Cristo Jesus.
Ninguém se iluda com um ensino que glorifica a Deus Pai e que desonra a Jesus Cristo, porque o próprio Pai tem determinado que será honrado pela honra que for dada ao Filho (João 5.23).
Tal é o ensino de muitos que rebaixam a Cristo da sua condição de verdadeiro Deus que Ele é, junto com o Pai e o Espírito Santo.
Por isso João afirmou no verso 23 deste capítulo:
“Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o Pai.”
Isto é mais do que confissão religiosa, porque é confissão de testemunho em progresso em santificação por permanecer na verdade da Palavra por meio do poder do Espírito.
É assim que o cristão deve viver: se preparando para o seu encontro com o Senhor.
Santificação é um assunto de permanecer no Senhor, santos, inculpáveis e irrepreensíveis (v. 28) para que Ele seja glorificado no modo pelo qual vivemos neste mundo demonstrando a eficácia do poder operante da Sua graça em nós.
Esta santificação consiste num caminhar na justiça do evangelho, assim como o nosso Senhor é justo (v. 29).
Aquele no qual estiverem faltando estas coisas será vã a sua religião, por mais religioso que ele possa ser.







7 - O Grande Risco em Escolher uma Porta Errada

A salvação da alma, como tudo o mais em nossa vida, possui também a sua porta de entrada.
Esta porta é única, eterna e insubstituível.
Corremos portanto, um sério risco em nos darmos por satisfeitos com alguma porta religiosa, filosófica, ou qualquer outra que tenhamos escolhido como porta para a nossa salvação, e no fim da nossa vida, quando esta for aberta, não nos conduzir para o céu, para o nirvana, ou para outras condições agradáveis em relação ao destino eterno do nosso espírito, uma vez que este tiver deixado o nosso corpo pela morte.
Ora, é bem patente que se fosse deixado por Deus, que por nossa própria escolha, viéssemos a adotar o modo de vida ou pensamento que nos conduzirá ao céu, é bem certo que todos nós nos perderíamos, porque, afinal, Deus é espírito invisível, e seus caminhos não são os nossos caminhos e nem os seus pensamentos os nossos pensamentos.
Se no próprio mundo físico em que vivemos e apalpamos pelo nosso tato, e vemos com os nossos olhos, muitas coisas permanecem encobertas ao nosso conhecimento e entendimento, quanto mais isto não é verdadeiro de modo absoluto quanto ao que se refere ao mundo espiritual, celestial e invisível.
Por isso, Deus, em Sua infinita bondade e misericórdia para conosco, não nos deixou sem a sua ajuda e direção para nos levar à porta que se abre para o cominho da salvação, do céu, da vida eterna.
Ele não somente nos Deus o Senhor Jesus Cristo para morrer no nosso lugar, pagando o preço exigido pela Sua justiça quanto aos nossos pecados, como também nos atrai para Ele, revelando a Sua pessoa divina, para que pelo poder da Sua graça, possa não somente desvendar os nossos olhos para o mundo espiritual verdadeiramente santo e celestial, como também operar a transformação de nossas vidas, segundo o caráter e virtudes que foram por Ele descritas na Sua Palavra que foi revelada a nós para confirmar o Seu propósito eterno relativo ao modo da nossa salvação.
Assim, as Escrituras não contêm apenas mandamentos de Deus, mas também descrevem as características que passam a existir nas vidas dos que são salvos, pela Sua graça e mediante o arrependimento e fé em Jesus.    
Elas, portanto, confirmam se estamos ou não entrando pela única porta e caminho que conduz à salvação, a saber, a pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo, que passa a viver em nós em espírito.
É sobretudo neste sentido que Jesus afirma que não fomos nós que o escolhemos, mas Ele que nos escolheu. Não meramente num sentido eletivo, mas revelador, diretivo, instrutivo, operativo, porque se não fosse pelo Seu trabalho de nos trazer para a porta e caminho da salvação, jamais conheceríamos aquela vida espiritual, celestial e divina, que é comum a todos que dela têm participado pela fé nEle.
Então, não é pela escolha que faço de uma determinada filosofia de vida ou de religião, que posso estar seguro de ir para o céu, ou de estar vivendo do modo que seja agradável a Deus.
Não nos foi dado por Deus escolher o modo de vida que me conduzirá à Sua presença, em espírito, pois este caminho já foi estabelecido por Ele desde antes da fundação do mundo, e não há outros caminhos que possam conduzir ao mesmo objetivo.
Posso orar, louvar, ler a Bíblia, ser caridoso, frequentar os cultos de uma igreja, e ainda assim estar fora do caminho, porque posso fazer tudo isto sem ter tido um encontro pessoal com Cristo, e por conseguinte, não ter sido regenerado e santificado pelo Espírito Santo, que é quem testifica com o nosso espírito que fomos tornados filhos de Deus pela nossa comunhão com Jesus Cristo.  

João 15:16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

João 15:19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.













35) DEPENDÊNCIA

ÍNDICE

1 - Nossa Necessidade do Espírito Santo
2 - Dependência Total de Deus para a Sua Obra

1 - Nossa Necessidade do Espírito Santo


“Mas nós não recebemos  o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus." (I Coríntios 2.12)

Caro leitor, você recebeu o espírito que provém de Deus, forjado pelo Espírito Santo em sua alma? A necessidade da obra do Espírito Santo no coração pode ser claramente vista a partir deste fato, que tudo o que foi feito por Deus, o Pai, e o Filho de Deus, deve ser ineficaz para nós, a menos que o Espírito revele essas coisas às nossas almas. Qual o efeito que a doutrina da eleição tem sobre qualquer pessoa até que o Espírito de Deus entre nela? A eleição é letra morta na minha consciência até que o Espírito de Deus me chame das trevas para a maravilhosa luz de Jesus. Então, pela minha chamada, eu vejo a minha eleição, e conhecendo a mim mesmo como alguém que foi chamado por Deus, eu sei por mim mesmo que fui escolhido no propósito eterno. A aliança foi feita com o Senhor Jesus Cristo, por seu Pai; mas que aproveita essa aliança para nós até que o Espírito Santo nos traga esta bênção, e abra os nossos corações para recebê-la? Existem bênçãos fixadas no cravo - Cristo Jesus, mas, sendo nós de estatura baixa, não podemos alcançá-las; o Espírito de Deus as abaixa e as manuseia para nós, e, assim, tornam-se realmente nossas. As bênçãos da aliança em si mesmas são como o maná no céu, distantes do alcance do mortal, mas o Espírito de Deus abre as janelas do céu e dispersa o pão vivo ao redor do acampamento do Israel espiritual. O trabalho consumado por Cristo é como o vinho armazenado no lagar; por causa da incredulidade não podemos bebê-lo. O Espírito Santo mergulha o nosso cálice neste precioso vinho, e então o bebemos, mas sem o Espírito somos como verdadeiramente mortos no pecado como se o Pai nunca tivesse nos elegido, e como se o Filho nunca nos tivesse comprado com seu sangue. O Espírito Santo é absolutamente necessário para o nosso bem-estar. Vamos caminhar com amor em direção a ele e temendo o pensamento de virmos a entristecê-lo.

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.










2 - Dependência Total de Deus para a Sua Obra

Por William Sprague (Excertos adaptados do seu livro Conferências em Avivamentos)

Se nós desejamos trabalhar prosperamente na causa de avivamentos, nós temos que trabalhar com um espírito de dependência de Deus.
Este é o espírito que trará sucesso a nossos trabalhos, porque é provável que nos fará ativos e fiéis. Aquele que depende da sua própria força, tem um motivo fraco para se  esforçar; porque a sua força é apenas fraqueza; e quão grande fraqueza é quando o objetivo em vista é o de salvar almas.
Mas aquele que depende de Deus tem o motivo mais poderoso para a ação que pode ser apresentado; porque percebe que o braço todo-poderoso e eterno está sobre o seu trabalho; e este é o único penhor de sucesso do qual ele precisa.
Com este encorajamento está preparado para trabalhar vigorosa e perseverantemente; seja trabalhando diante de obstáculos apavorantes; seja trabalhando até mesmo nos tempos mais sombrios; porque sabe que a graça de Deus é suficiente para fazer poderoso o mais fraco dos seus esforços.
Além disso, é um espírito de dependência que honra a Deus.
Nisto há um reconhecimento prático de nossa própria fraqueza, e da Sua grandeza e bondade, da Sua habilidade e prontidão em ajudar. No exercício disto, pilhas de homens estão diante do trono como nada, e com a confiança de uma criança, elevam os seus corações a Deus. E àqueles que Lhe honram com este espírito, Ele honrará enviando respostas às  suas orações e as bênçãos da Sua graça.
Este assunto é comprovado por fatos. Onde quer que as pessoas de Deus verdadeiramente estão  humilhadas diante dEle, e foram trazidas a sentirem a sua própria impotência profundamente, e estão dispostas a serem usadas como meros instrumentos, deixando de lado toda a busca de glória pessoal, você verificará que uma bênção rica foi dada; e por outro lado, onde houver pequeno senso da necessidade deles da influência divina, e se fizerem o seu trabalho  com um espírito de autoconfiança, por mais diligentemente que possam ter trabalhado, comumente serão  compelidos a testemunhar a esterilidade e letargia total dos seus esforços; ou, se houver o aparecimento de um avivamento, há muita razão para temer que haverá nele pouco da presença ou poder de Deus.
O que então, cristãos, é a grande conclusão prática que deveriam deduzir a respeito de si mesmos? É que em todos os seus trabalhos para o avivamento da obra de Deus no meio de vocês, ou para a promoção da causa geral de avivamentos, deveriam sentir  mais profundamente que o Senhor Jeová é a força de vocês.


Todo esforço que fizer no espírito de autoconfiança será um insulto ao Espírito Santo, e uma grande desconsideração para com o Seu trabalho. Vá adiante então, enquanto se apoiando no braço Todo-poderoso. Vá e faça seu dever de um ao outro e para o mundo; vá e instrua o ignorante, e guie o indeciso, e faça todo esforço para que você possa  trazer almas a Jesus; mas lembre-se acima de tudo, e para o seu rico encorajamento, da doutrina da graça soberana. Sim, até mesmo nos momentos quando você se sente muito fraco, e quando seu trabalho parece ser maior que a sua capacidade de executá-lo, e quando obstáculos se apresentarem de modo apavorante em seu caminho, e quando seu coração tiver perdido qualquer outra fonte de esperança, lembre-se então da doutrina da graça soberana, e sujeite-se a ela enquanto realiza seu trabalho, alegrando-se no Senhor.












36) DESCANSO

ÍNDICE

1 - DEVEMOS ENTREGAR NOSSOS FARDOS A JESUS
2 - Alívio Garantido
3 - Palavras para Descansar
4 - Descansa no Senhor
5 - Salmo 27.1
6 - Em Busca de Repouso
7 - Bem-Aventurados os Que Morrem no Senhor
8 - Eu lhes darei descanso!



1 - DEVEMOS ENTREGAR NOSSOS FARDOS A JESUS

“6 Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças;
7 e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” (Fp 4.6,7)

Este texto de Fp 4.6,7 foi-me passado certa ocasião, por uma pessoa querida, para ilustrar a experiência que tivera em relação a um sério problema que um de seus filhos estava enfrentando. Ela havia tomado o fardo dele para si. Com isso perdeu a paz, e só via o problema agravar-se dia a dia.
Isto prevaleceu até o Senhor exortá-la por um dos seus profetas, que nada sabia acerca do seu problema, através de um idioma irreconhecível para o próprio, e para as demais pessoas presentes à igreja, onde ela fora cultuar a Deus; exceto para ela, que tudo discernia em sua própria língua.
A mensagem foi introduzida com o vocativo do seu nome, e afirmava-lhe o Senhor que queria abençoá-la mais, entretanto, ela estava impedindo-Lhe de agir. O Senhor também lembrou que o seu filho era também Seu filho, e que dele, Ele mesmo cuidava.
Ora, diante de tal exortação, e sob impulsão do Espírito Santo em seu espírito, ela pôde pedir perdão ao Senhor pela sua ansiedade e falta de confiança prática na Sua providência, entregando-lhe o filho em Suas mãos na mesma hora. Veja bem! Entregou o filho, não propriamente seus problemas. Com isto, todos os problemas foram resolvidos logo no dia seguinte.
Que poder real! Que competência!
Esta experiência foi-me relatada para orientar-me, pois eu mesmo lhe dei ocasião, pois estava compartilhando a situação que estava vivendo com uma pessoa muito querida, que se encontrava em profunda depressão, pela qual eu vinha orando ansiosamente, sem ver o problema resolvido. Nem médicos ou remédios estavam dando conta do problema.
 Eu havia tomado aquele fardo sobre meus ombros, e confesso que estava bastante sobrecarregado.
Mas, o compartilhar daquela noite abriu meu entendimento  espiritual, e  agi da mesma forma, conforme sentia testificar no meu espírito. Entreguei também a citada pessoa nas mãos de Deus. Afirmei que ela lhe pertencia e não cabia a mim, tomar a dianteira do Senhor para a solução do problema.
E o que sucedeu depois disto?
A alegria veio pela manhã, para um choro que havia durado várias noites e dias.
 É necessário reconhecer que nem todas as respostas para nossos problemas nos vêm de forma tão rápida.
É preciso lembrar que para o Senhor mil anos são como um só dia (II Pe 3.8). Mas, bem faremos em não abandonar nossa esperança e confiança nEle. De buscarmos Seu poder, que lança para bem longe a ansiedade, de maneira que Sua paz guarde nossas mentes e corações, em Cristo Jesus.
O importante é que estejamos quietos e sossegados em nosso coração, independentemente das circunstâncias adversas. Temos conhecimento que há muitos que têm servido fielmente ao Senhor, em meio às maiores tribulações.
Há crentes tetraplégicos com um tremendo testemunho de vida cristã. Gente com todo tipo de enfermidade congênita ou adquirida, que tem prosseguido adiante com uma fé inabalável na providência de Deus, sabendo que Ele está no comando de todas as coisas.
E o fundamental a ser aprendido de tudo isto, é que não importa o grau das tribulações que sofremos, o Senhor quer que estejamos em paz e sossegados, com paz espiritual em nossas mentes e corações, por confiarmos nEle, e permanecermos firmes na fé, não propriamente para resolver nossos problemas, mas para não permitir que a nossa comunhão com Ele seja arranhada ou abalada, seja pelo que for.
Sabemos não apenas que Ele tem disposto todas as coisas de forma que cooperem para o nosso bem, especialmente no tocante ao nosso crescimento na graça e na santificação, e também e principalmente, para provarmos que o nosso amor por Ele é maior do que o que temos por nós mesmos, por nossos amados, pelas coisas que aspiramos, de modo que nos gloriamos em nossas tribulações, tal como o apóstolo Paulo, por sabermos que por este meio, nos tornamos co-participantes dos sofrimentos de Cristo, e assim confirmamos para nós mesmos que somos de fato filhos de Deus, pela paz que Ele nos concede para prosseguirmos adiante, livres de inquietações e ansiedades, desejando que em tudo Jesus Cristo seja glorificado, quer na nossa vida, quer na nossa morte.





2 - Alívio Garantido

Temos no Salmo 31 mais uma das orações modelares de Davi que ele costumava fazer quando se encontrava debaixo de aflições e de angústias. Faríamos bem em lhe seguir os passos toda vez em que nos encontramos nas mesmas condições que ele havia experimentado, quando por causa do Seu amor pelo Senhor, muitos lhe armavam laços às ocultas, e nas quais sempre fazia do Senhor a sua fortaleza, e entregava o seu espírito nas Suas mãos para ser livrado.
Ele sabia perfeitamente que era uma coisa vã recorrer a ídolos para receber livramento.
Ao contrário, os laços aumentariam, porque Deus abomina os que adoram ídolos.
Sua confiança estava colocada inteiramente no Deus invisível cuja vontade está revelada na Bíblia.
Ele somente se alegrava e se regozijava quando o Senhor lhe manifestava a Sua benignidade o livrando das mãos dos inimigos, que angustiavam e afligiam a sua alma, e firmando os seus pés num lugar espiritual espaçoso, em que já não podia mais estar sendo oprimido.
A misericórdia do Senhor para com ele era tão grande, que mesmo quando Davi chegava a desesperar da vida, pensando que Ele lhe havia abandonado, e que seria destruído por seus inimigos, o Senhor sempre se manifestava no fim, lhe dando livramento.
De modo que a sua fé nEle, na Sua bondade e misericórdia, aumentava cada vez mais, pois via como Ele envergonhava os perversos, e emudecia os lábios mentirosos que falam insolentemente contra o justo, com arrogância e desdém.
Davi aprendeu que Deus sempre age assim com aqueles que se refugiam nEle.
Livrava Davi. Livra você. Livra a mim.
Crer no Senhor na hora da aflição é alívio garantido.
Certamente a fraqueza do espírito é mui grande na hora da angústia, e parece não ter forças ou sequer desejo de confiar em Deus e nem em si mesmo, mas é preciso lhe pedir socorro ainda que seja com um sinal de um levantar de um dedo, dizendo: “Senhor olha para mim. Sê o meu auxílio!”
Isto é infalível, porque Ele não se nega a ajudar a qualquer que o busque.
Por isso Davi conclamava todos a amarem ao Senhor, porque Ele preserva os fiéis para Si, para que o amem e o sirvam.
Ele havia aprendido também que a fé é sempre colocada à prova pelo Senhor, nas aflições que sofremos, para que aprendamos a não confiarmos em nossa própria justiça, em nossa santidade, em nossa capacidade, que são muito importantes, mas não para nos livrar no dia da angústia, porque nestas ocasiões temos que colocar toda a nossa confiança no poder de Deus, esperar com fé pela sua resposta e intervenção, clamando-Lhe por socorro.






3 - Palavras para Descansar

“Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque um há conosco maior do que o que está com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. O povo cobrou ânimo com as palavras de Ezequias, rei de Judá.” (II Crôn 32.7,8)

Aquele que pode ajudar a outros deve ser um homem que tem respeito pela Palavra de Deus. Podemos descansar com segurança nas palavras de um homem que, como Ezequias, suas palavras sejam cheias de Deus, e quando, evidentemente, ele não tem nada para dizer, senão o que Deus disse a ele primeiro.
Um homem torna-se o meio pelo qual Deus fala à sua alma. "Com ele está um braço de carne, mas conosco o Senhor nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear por nós." Mesmo que isso fosse dito por outro, era uma verdade divina e qualquer pessoa poderia ter  recobrado ânimo sobre ela.
Quando um homem tiver uma mensagem de Deus, ouçam-no com sinceridade, com uma mente aberta pronta para ser ensinada, mas nunca pense em fazer dele o mestre de seu espírito. "O próprio povo descansou nas palavras de Ezequias, o rei" e eles fizeram bem ao fazê-lo, pois ele era um homem digno de sua confiança. Mas se eles estivessem sob um outro tipo de rei, ou um homem de caráter e temperamento diferente, poderiam ter-se arruinado, confiando nas palavras que ele lhes falasse.
Você pode descansar com segurança em palavras que o exortem à fé em Deus. Você pode muito bem descansar em palavras que o convidem a crer em Cristo, e você pode, sem medo, acreditar nele, que tem toda a graça e sabedoria e poder para salvar e para lhe abençoar!
Se as nossas palavras tendem a criar a fé e a fomentá-la, ela irá no caminho certo, mas, por mais que sejam inteligentes as palavras que possam ser ditas, se a tendência é a de minar a fé e se as palavras que você ouve aumentam essa tendência, elas serão um entrave eterno para as almas dos homens!
Você nunca poderá estar errado em descansar com as palavras de Deus, mesmo em sua maior fraqueza você pode olhar para ele e dizer que está confiando nele para vencer.
Se aposse das promessas de Deus, e quando você se sente deprimido, quando o vento está no leste, quando o fígado não funciona, quando você tem um verdadeiro coração ferido, quando o filho querido e a mulher amada estão enfermos, quando há problemas em casa por qualquer motivo, então, possam as palavras do Senhor fazer com que seja sempre  dito de você: "O povo cobrou ânimo nas palavras do Rei Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores!"

Citações extraídas do sermão de nº 2250 de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.






4 - Descansa no Senhor

Partes de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.

"Descansa no Senhor e espera nele." (Salmo 37.7)

Irmãos e Irmãs, o Senhor, como se para nos mostrar que Ele tem prazer em nos dar descanso, Ele mesmo descansou de suas obras no sétimo dia. É inconcebível que Ele poderia ficar cansado! Seria blasfêmia supor que aquele que não desmaia, nem se cansa possa estar em uma condição de precisar de descanso! E ainda assim Ele fez repouso, pois quando ele tinha acabado de todas as obras de Suas mãos nos seis dias da criação, o Senhor "descansou no sétimo dia e o abençoou e santificou."
Este fato é altamente instrutivo e nos ensina que Deus descansa em um trabalho perfeito e que quando esse trabalho é prejudicado o Senhor repousa em um sacrifício perfeito – no próprio Senhor Jesus Cristo! Ele tem um descanso lá e Ele fala da nossa "entrada em Seu descanso". Há um descanso de Deus, então, e continua a haver um descanso para o povo de Deus. E esse descanso, não está meramente em seu mais alto desenvolvimento no Céu, mas em seu gozo presente na terra, de modo que é dito: "Descansa no Senhor."
Consideremos então alguns passos para essa Câmara Real de Descanso. Como é que vamos chegar a esse lugar de repouso sagrado? Os passos estão no Salmo diante de nós. O primeiro é: "Não te indignes a ti mesmo."  Enquanto você está lá fora, entre aqueles que cobiçam as coisas más e se rebelam contra a Providência do Senhor, você não pode descansar. Enquanto você está se agitando para ganhar o que outros homens cobiçam e desfrutar aquilo em que  outros homens têm prazer, você está perdendo os privilégios peculiares dos filhos de Deus! Enquanto o seu espírito estiver sobrecarregado de cuidados mundanos, você não pode desfrutar da paz que Jesus deixou como legado a seus discípulos.
Afaste-se deles e pare de admirar a sua felicidade transitória e para de lamentar o seu sofrimento presente. Você tem inveja de transgressores? Considere-se tolo e ignorante ao fazê-lo, porque cedo serão ceifados como a relva e murcharão como a erva verde! Eleve-se acima das coisas que se veem, pois são temporais! Despreze as coisas que satisfazem a carne, porque essa leve aflição é apenas por um momento.
A primeira escada é: "Confia no Senhor e faze o bem." (v. 3). Você acredita no amor do Senhor? Prove a sua confiança por se comprometer com Aquele que você ama. Você acredita na Expiação de Jesus? Voe para a limpeza do sangue que foi derramado por você! Você acredita na glória de seu Senhor ressuscitado? Comprometa todo o seu futuro Àquele com quem  sentar-se-á no trono um dia!
Assim como em todas as suas provações, continue crendo em Deus. Não deixe que nada te faça duvidar ou desconfiar do seu Deus. Saiba que Ele é Deus e "Sua misericórdia dura para sempre", e confie nEle para sempre! Mas que esta fé seja prática - "Confia no Senhor e faze o bem." Uma fé morta, sem obras, vai lhe trazer senão um pobre conforto. É por meio do exercício da fé que o conforto vem ao coração, assim como o exercício dos nossos membros fortalece a nossa estrutura corporal.
Quando você tiver aprendido a confiar, você terá ascendido a escadaria nobre do palácio real? Você adentrará  na sala de jantar do rei, onde está escrito, "Na verdade você deve ser alimentado." Observe a promessa, se você tem uma fé viva, ativa, você deve ser provido! Suas necessidades corporais serão atendidas. Suas necessidades mentais, também, devem ser satisfeitas. E quanto às grandes demandas de seu espírito, o Deus Todo-suficiente suprirá todas elas. "Então você deve morar na terra e verdadeiramente será alimentado."
Quando você tem prazer, começa a desejar. Abra a boca e o Senhor irá enchê-la! Amplie as suas petições e Ele irá atendê-las. Deseje mais graça, mais santidade, mais amor, mais conhecimento de Cristo. Peça o que quiser e será feito a ti, pois será feito conforme a vontade de Deus, que pelo Espírito te ensinará o como, o sobre e o quando pedir!
Aqui Ele manda você abrir o seu coração e derramar seus desejos secretos, pois Ele vai lhe dar os dons do Seu amor e lhe encher de toda a Sua plenitude!
Você agora deve subir outra escada de descanso ainda: "Entrega o teu caminho ao Senhor, e confia nele." Quanto àquela parte do seu caminho que lhe concerne e está sob seu controle, se empenhe para andar de acordo com a mente do Senhor.
Mas todas aquelas partes do seu caminho que você não entende, e não tem nenhum poder sobre elas, deixe inteiramente à vontade absoluta de Deus!  "Todos os passos de um homem bom são ordenados pelo Senhor." Se você deve andar através do deserto, se você vai avançar sem a orientação da coluna de nuvem e fogo que é fornecida para você, para onde você irá? Seu julgamento falível e força fraca estão prestes a falhar! Deixe a vontade de seu Senhor ordenar cada passo que você deve dar e peça somente para conhecer a Sua vontade e que seja capaz de seguir a Sua orientação. Não deseje se intrometer nos segredos do futuro, mas "Entrega o teu caminho ao Senhor."
Não se preocupe com os problemas ou o presente, mas deixe o seu caminho onde você tem deixado sua alma. Diga ao Senhor: "Meu Pai, uma vez que esta estrada é muito difícil para os meus pés infantis, praza-te em me conduzir, assim como tens feio com todo o Seu povo em todas as épocas.”
Então você precisa de uma lâmpada para andar no caminho que estiver escuro, como se vê no verso 6: "Ele deve trazer a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia." Você se sente convencido de que o que é deixado com Deus é seguro.
Agora, vamos tentar formar uma ideia do descanso, em si, do que é concedido a nós nesta Câmara Real. Primeiro, é um descanso da mente, cujo ingrediente importante é a sensação de segurança e calma, uma crença fixa nos ensinamentos do Espírito Divino e no Evangelho que recebemos. É uma sensação de ter apreendido as bênçãos que esse Evangelho detém para nós e, portanto, um sentimento de certeza da nossa aceitação diante de Deus e da nossa segurança eterna, por Cristo Jesus.
Em seguida, este descanso é, em outro aspecto, contentamento – perfeita satisfação com a nossa porção terrena. A ambição destrói o descanso. A ganância constante da avareza coloca o descanso fora de questão. A preocupação, o desejo de acumular, de querer mais, a impaciência cobiçando mais do que Deus tem o prazer de dar, tudo isso arruína o descanso. Oh, diga: "Oh Senhor seja feita a tua vontade! Tendo alimento e vestuário, estou contente." "Eu aprendi a viver contente em toda e qualquer situação".
Em seguida, há neste descanso uma confiança perfeita em Deus, de modo que quando debaixo de grande provação, a alma diz: "Eu tenho certeza de que Deus é justo no que faz. Eu não posso ver a razão, mas eu sei que a provação é enviada em amor.
Oh, mas isso é uma coisa abençoada, estar bastante confiante de que Deus não pode errar, não pode abandonar, não pode mudar, não pode deixar de amar e que, portanto, tudo o que vem de Deus vem no caminho certo, na hora certa, na medida correta e que tudo está bem e vai acabar bem!
Este descanso significa, também, paz - a paz da alma consigo mesma, com seus semelhantes, com Deus. Os homens podem até não gostarem de você, mas eles devem ser colocados em cheque, pois, "quando os caminhos do homem agradam ao Senhor, faz que até os seus inimigos tenham paz com ele."
Este descanso significa felicidade tranquila, calma interior. A alma tem ficado onde deseja estar e não tem intenção de se deslocar de sua posição.
O próprio Senhor é o nosso descanso pois se diz: "Descansa no Senhor." O Senhor se revelou a nós nestes dias na pessoa de Seu Filho unigênito! Jesus, semelhante a nós por natureza! Jesus, nosso Substituto e Fiador! Jesus, o nosso Tudo em Todos!
Embora este é obviamente o principal significado, podemos acrescentar que, "Descansa no Senhor", significa descanso nEle como seu Deus da Aliança. Você não tem que lidar com uma divindade abstrata que se mantém distante como seu Criador ofendido. Eis Amado, se você acredita em Jesus, o Senhor entrou em uma aliança eterna com você, em tudo bem ordenada e segura! Ele disse a seu respeito: "Eu não deixarei de lhe fazer o bem." Ele prometeu mantê-lo e preservá-lo e trazê-lo para sua eterna glória, por um pacto assinado e selado com o precioso sangue de Cristo!
Descanse, também, na fidelidade de Deus. O que Ele prometeu Ele irá executar. Ele não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Ele tem dito e ele não deve fazê-lo? Descanse também em Sua Palavra que Ele tem escrito para sua consolação. O Espírito Santo, de mil maneiras, declarou a boa vontade divina para você, medite sobre o que Ele tem ditado. Tão completa, quanto o céu está tão cheio de estrelas, estão as Escrituras com promessas! Tome estas preciosas promessas, uma por uma. Creia nelas e ore ao Senhor, dizendo: "Cumpra esta palavra para o seu servo pela qual me fez ter esperança. Oh Senhor, faça o que você tem dito."
Então docemente descanse na veracidade eterna, pois o Senhor irá cumprir cada uma de Suas promessas para você.






5 - Salmo 27.1

“O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmo 27.1)

Certamente, também há repouso, mesmo em meio à tentação. Agora, Deus faz com que as coisas sempre vão morro acima, morro abaixo e, logo, outra vez, morro acima. Ora é noite, ora é dia, e logo volta a ser noite, e nem sempre é dia. O dia e a noite se sucedem, assim que ora é noite, ora é dia e, logo em seguida, é noite outra vez. É assim que ele governa a sua Igreja cristã, como mostram todas as histórias do Antigo e do Novo Testamento. E isso se chama força, a saber, que o Senhor não é conselheiro e consolador daqueles que se limitam a palavras e não fazem nada além disso. Não,  ele também ajuda para que tudo seja superado. Quando estamos em meio à tentação, ele nos dá seu fiel conselho e nos fortalece com sua palavra, para que não desfaleçamos de fraqueza, mas possamos ficar firmes. Agora, quando é chegada a hora e já sofremos o suficiente, ele se põe do nosso lado com seu poder, para que superemos o momento crítico e saiamos vitoriosos. Precisamos de conselho para nos consolar e sustentar no sofrimento, ou seja, de consolo em meio às tentações e sofrimentos, para que não sucumbamos, mas tenhamos esperança e paciência. É assim que ele dirige toda a cristandade. É assim que ele governa. Quem desconhece isso, não sabe o que significa ter Cristo por Rei.

Lutero






6 - Em Busca de Repouso

Considerando o propósito de Deus para o sono

Por John Piper

Nesta época do ano, às cinco horas da manhã de um domingo, o mundo não está às escuras, mas ainda não há qualquer cor. Tudo é preto, branco e cinza, exceto a luz de cor laranja que brilha sobre a garagem, à frente da rua, e se reflete pela janela de meu quarto. Não há brisa, e as folhas das árvores são vistas como uma foto na quietude. As estrelas já se foram, mas o sol ainda não despontou. Portanto, não podemos dizer se o céu cinzento é claro ou nublado. Logo saberemos.

Sento-me na beira da cama para tentar desenvolver uma teologia do sono. Por que Deus planejou que dormíssemos? Dormimos um terço de nossa vida. Pense nisto: um terço de nossa vida gasto como uma pessoa morta. Pense em todas as coisas que deixamos de fazer e que poderiam ter sido feitas, se Deus não tivesse idealizado que precisamos dormir. Não há dúvida de que Ele poderia nos ter criado sem a necessidade do sono. E como isto seria admirável: todas as pessoas poderiam se dedicar a duas carreiras e não se sentiriam cansadas. Todo crente poderia ser um “obreiro de tempo integral” e ainda manter sua carreira secular. Há tantas coisas que poderíamos fazer na obra de nosso Pai.

Por que Deus imaginou o sono? Ele nunca dorme! Deus teve essa idéia a partir do nada. Ele pensou no sono para as suas criaturas terrenas. Por quê? Salmos 127.2 afirma: “Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem”. De acordo com este versículo, o sono é um dom de amor, mas esse dom é freqüentemente desprezado pelo trabalho repleto de ansiedade. O sono tranquilo é o contrário da ansiedade. Deus não quer que seus filhos se tornem ansiosos, e sim que confiem nEle. Então, chego à conclusão de que Deus fez o sono como uma recordação permanente de que não devemos ficar ansiosos, e sim descansar nEle.

O sono é instrumento da parte de Deus para recordar-nos, todos os dias, que não somos Deus. “É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Salmos 121.4). Mas nós dormimos, pois não somos Deus. Uma vez por dia, Deus nos manda para a cama, como pessoas tomadas por uma doença. A doença é uma tendência crônica de pensarmos que estamos no controle e de que nosso trabalho é indispensável. Para nos curar dessa enfermidade, Deus nos torna em sacos de areia uma vez por dia. Quão humilhante para aquela pessoa que, por esforço pessoal, se tornou diretor de uma grande empresa é o fato de que ela tem de abandonar todo o controle e tornar-se tão frágil como uma criança que mama, todos os dias.

O sono é uma parábola de que Deus é Deus e de que somos apenas homens. Deus controla muito bem o mundo, mesmo enquanto um hemisfério dorme. O sono é como um disco riscado que repete a mesma mensagem todos os dias: o homem não é soberano... o homem não é soberano... o homem não é soberano. Não perca esta mensagem. Deus quer que confiemos nEle como o Grande Trabalhador, que nunca se cansa e nunca dorme. Deus está mais interessado em nossa confiança tranqüila, que lança sobre Ele todas as nossas ansiedades e dorme, do que nas noites mal dormidas e nas madrugadas em que acordamos cedo. “Não faz caso da força do cavalo, nem se compraz nos músculos do guerreiro. Agrada-se o senhor dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia” (Salmos 147.10, 11).






7 - Bem-Aventurados os Que Morrem no Senhor

"Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham "(Apocalipse 14:13).

Temos aqui o testemunho de Deus Pai e o do Espírito Santo, ambos atestando que é uma coisa boa morrer no Senhor.
Aqui estão duas testemunhas  declarando que a morte perdeu seu aguilhão, e que a sepultura foi vencida.
O mundo diz: "Bem-aventurados são os vivos", mas Deus diz:" Bem-aventurados os mortos.
O mundo julga as coisas pelos seus sentidos, pela sua aparência exterior, mas Deus julga segundo o verdadeiro valor e pelo prisma da eternidade.
Por isso bem-aventurados são os mortos, mas não todos os mortos, mas apenas "aqueles que morrem no Senhor."
Estreito é o caminho que conduz à vida eterna, e são poucos os que andam por ele.
Assim disse Jesus Cristo.
Nem todos os que parecem ramos são ramos da videira verdadeira.
A seiva da vida que é experimentada enquanto estamos neste mundo é a mesma seiva espiritual que nos manterá vivos em espírito na presença de Deus, depois que deixarmos este corpo de carne e osso.
Aqueles que morrem em Cristo são bem-aventurados porque serão consolados, recompensados, e descansarão de todas as suas obras neste mundo.
O que faz com que tudo aqui se torne trabalhoso e difícil é o pecado, a oposição de Satanás e do mundo e o peso da nossa velha natureza.
A vida do cristão fiel é uma vida de muita luta e trabalho.
Mas quando morre no Senhor, descansa dos seus labores.
A oposição de Satanás e a luta com o pecado, cessa, e um viver plenamente abençoado e venturoso começa.
Partir e estar com Cristo é estar para sempre livre de toda forma de luta e tribulação.








8 - Eu lhes darei descanso!

Por David Wilkerson (adaptado)

           Deus tem prometido ao seu povo um glorioso, incompreensível descanso, que inclui paz e segurança para a alma. O Senhor ofereceu seu maravilhoso descanso aos filhos de Israel. Isto significava uma vida cheia de alegria e vitória – uma vida sem temor, culpa ou condenação. Mas mesmo no tempo da graça de Cristo, nenhuma geração de crentes sempre caminhou cheia da sua promessa abençoadora. Como a Bíblia afirma muito claramente, eles nunca a obtiveram por causa da sua incredulidade.
“eles não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb 3.19).
Em razão da sua incredulidade, o povo de Deus tem experimentado uma vida cheia de miséria, dúvida, temor e canseira. Os israelitas esqueceram a promessa de descanso durante o período dos reis e profetas. Deus também ofereceu isto à geração de Davi, mas eles não entraram no descanso. Em cada geração isto era recusado, nunca se apropriaram, nunca entenderam.
Este é o porque, quando lemos Hebreus 4, de acharmos esta gloriosa vida de fé ainda sem ter sido tomado posse da mesma:
  “Ainda resta um descanso para o povo de Deus.” (Hb 4.9).  E ainda é também acrescentado a esta passagem: “...e alguns entrarão nele...” (verso 6). Minha oração hoje é para que vocês entrem no descanso que Deus preparou para vocês! A Bíblia admoesta os crentes atualmente com a seguinte advertência:  “Temamos portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado.” (Hb 4.1).
  Poucos crentes têm penetrado neste descanso prometido. Pelo contrário, muitos estão sendo atirados de um lado para outro por ventos e ondas de doutrinas. Milhares e milhares clamam para serem cheios do Espírito Santo – e muitos estão sem descanso, carregados de culpas, sem segurança em Cristo!
Enquanto tais crentes estão em companhia de seus irmãos e quando tudo vai bem, eles podem falar confiantemente sobre caminhar em vitória. Mas quando o inimigo sopra o seu hálito feroz de adversidade sobre eles, então eles são lançados para baixo sem terem forças para resistir. Muitos são vencidos pela tentação. Eles por fim vêm a cair – e posteriormente eles são oprimidos pela culpa e pela vergonha e duvidam se eles de fato tinham sido salvos. Eles caem completamente à parte – vencidos pela adversidade!
Em algumas igrejas, a vitória é medida por manifestações da carne. Um casal deixou nossa igreja alguns anos atrás porque, eles alegaram o seguinte. “o seu povo não sabe como “clamar”. Eles disseram que na sua igreja anterior, o povo “clamava” durante os serviços, freqüentemente por três ou quatro horas. O povo dançava em roda e gritava com toda a força de seus pulmões.
O problema era, que este casal foi flagrado com pornografia. Muitas vezes depois do culto da manhã de domingo eles gastavam a tarde num teatro barato pornô. Então eles voltavam para o culto noturno para tentar “clamar” sua culpa e acalmar sua consciência. Sua comunhão com Cristo estava baseada completamente em suas emoções e numa bizarra noção de esforço.
O fato reforça que muito poucos crentes têm algum conceito do que significa descansar na sua salvação. Eles não possuem a rocha sólida da paz e segurança que todos os crentes têm disponível para si em Jesus Cristo, que pode conduzi-los através de qualquer tempestade. Em vez de se enfraquecerem com temores agonizantes e condenação, e em vez de irem de um extremo a outro. Num minuto eles experimentam a alegria do céu, e  testemunhariam ousadamente. E logo depois eles se deprimem e  perdem a coragem mesmo pelo menor dos fracassos.
Tais crentes vivem de acordo com os seus bons sentimentos e emoções. Eles julgam sua segurança em Cristo por quão “bons” eles podem ser – quão fielmente eles estão obedecendo a Palavra de Deus, ou quão vitoriosamente eles podem lançar fora alguns pecados que os assediam.
 Isto é, parcialmente, porque muitos crentes no final se desviam. Sua fé está fundamentada e enraizada em sentimentos, mais do que na eterna Palavra de Deus. Eles não têm um sólido fundamento de verdade onde possam alicerçar a sua fé. Eles nunca têm tempo para compreender o significado da Cruz de Jesus Cristo e a sua vitória!
Eu lhes pergunto: vocês têm sempre se desviado, e se enfraquecido ? Vocês sempre têm crescido friamente diante do Senhor, deixando de ir a igreja e seguindo os seus próprios caminhos ? Deixem-me dizer-lhes porque isto aconteceu: se desviaram porque não estavam plenamente informados como se leva a alma de vocês ao descanso ! Vocês nunca compreenderam o que significa  ser aceito em Jesus Cristo – a confiar na Justiça dEle e não na sua própria justiça.
Jesus disse, “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descaso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mt 11.28-30).
Jesus está nos dizendo muito claramente: “Não tentem caminhar comigo até que vocês estejam descansando em suas almas!”.
Se você não tem este descanso – esta maravilhosa confiança no que a Palavra de Deus afirma o que Jesus fez por você – seu jugo não será leve ou suave. Ao contrário, você gastará o seu tempo esforçando-se na carne para agradar a Deus. Você irá de quente a frio – vivendo com uma culpa e uma vergonha não necessárias!
Eu creio que a Chave da Vida se encontra nestas palavras. “Aprendei de mim!”.
Jesus está falando aqui sobre a disciplina de aprender quem Ele é e o que ele consumou na cruz. Ele está dizendo, “você tem um conhecimento do que eu tenho feito por você. Então, estando a sua alma no descanso, você pode suportar o meu jugo. Então, aprenda de Mim!”.
Entretanto nós não desejamos este tipo de disciplina. Nós desejamos o caminho fácil! Nós somos como crianças em idade escolar que desejam ficar no recreio em vez de irem para a sala de aula. Nós gastaremos anos nos disciplinando para nos formarmos em medicina, enfermagem ou em qualquer outra carreira. Nós sabemos que uma carreira ou profissão exigem muito estudo e esforço. Mas quando se trata de servir a Jesus, nós escolhemos  ser cabeças de vento! Nós o seguimos como espirituais simplórios.
Talvez hoje você confirme, “eu estou lendo minha Bíblia agora e orando um pouco em cada dia. Eu estou batalhando em minha vida e em minha casa. Eu estou tentando seriamente ser melhor!”.
Caro irmão, deixe-me dizer-lhe francamente: Isto não é o bastante! Nenhuma destas coisas guardará você no meio da tempestade. Isto não é o suficiente, tentar ser fiel, fazer promessas a Deus, lutar e esforçar-se para ser melhor. Não é o bastante dizer, “eu estou mais diligente do que antes.”. Não – tudo isto virá depois que você tiver uma revelação do que Jesus fez por você na Cruz!
Algo deveria clamar em todos nós: “Oh Jesus, a Tua Palavra diz que eu posso viver em  total descanso, paz e segurança. Eu não tenho tentado me esforçar em minha carne ou vida num constante estado de cair e levantar, jogado sob a culpa e o temor. Você tem me apresentado uma promessa de vida e descanso. Mas, eu não tenho tido este descanso ! Minha vida é justamente o oposto – em constante tumulto, com nenhuma paz permanente, sempre insegura. Oh, Senhor, eu desejo o Teu descanso ! Eu desejo tê-lo com tudo o que está em mim. Ensina-me pelo Teu Espírito como entrar no Teu descanso!”
Eu sei que existe somente um caminho para se entrar neste descanso. Há uma verdade que – se compreendida e tomada posse da mesma – você será conduzido à mais gloriosa paz e segurança possíveis deste lado do céu. É o fundamento da verdade sobre o qual tudo o mais é erguido..
  Esta verdade é a doutrina da justificação pela fé! Isto é a verdade que termina com todos os ataques de insegurança. E esta é a única doutrina que você deve compreender se espera entrar no descanso que Jesus oferece. Nós temos que saber o que significa ser justificado pela fé, pelo trabalho realizado por Jesus.
Eu somente posso tocar no ponto principal desta maravilhosa doutrina. Ainda que eu creia que Deus deseja conduzir sua igreja mais além nesta divina verdade – para dar-nos um fundamento forte, que nos manterá de pé nos dias ainda por vir.
Infelizmente, porém, quando você menciona o assunto da “doutrina” a muitos crentes, eles torcem os seus narizes. Eles dizem, “eu não desejo ouvir todas estas coisas profundas, esse negócio pesado!” O que eles realmente querem dizer é, “eu não desejo gastar o meu tempo ou disciplina para aprender o que Jesus fez na Cruz.”.
Muitos crentes estão somente envolvidos emocionalmente com a Cruz e nunca a estudam verdadeiramente. Eu tenho ouvido muitos pregadores fazerem apelos emocionais sobre Jesus na Cruz – sobre o seu sofrimento, sobre a coroa de espinhos sobre sua cabeça, os cravos transpassando suas mãos. Mas eu creio que a pregação da Cruz é muito mais do que isto. É sobre a vitória da Cruz! É sobre o que Jesus fez lá por toda a humanidade.
Por isso aqueles que desejam “aprender dEle” – que desejam compreender o trabalho maravilhoso de Jesus no Calvário – permitam-me tentar explicar tão simples quanto possível o conceito da justificação pela fé:
O que significa ser justificado por Deus ?
Duas coisas estão envolvidas em nossa justificação pela Cruz de Jesus Cristo:
Primeiro, nós temos perdão de todos os nossos pecados. Quando Jesus foi para a Cruz, seu sangue perdoou-nos de toda culpa e iniquidade.
Segundo, nós somos aceitos por Deus como justos em Cristo, através da fé. Isto significa que Deus não nos aceita por causa dos nossos trabalhos (obras) ou quaisquer boas ações, mas pelos méritos que Jesus sozinho obteve na cruz.
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus ? É Deus quem os justifica.” (Rom 8.33).
Assim, quando nós pecamos, nós somos acusados por duas poderosas forças. A primeira é Satanás, a quem a Bíblia chama de acusador: “...que nos acusa diante de Deus dia e noite” (Apo 12.10).
  Neste momento, em que você ouve esta mensagem, o diabo está diante do Pai celestial, acusando você por cada falta carnal, cada novo pecado. Ele carrega uma lista com todos os seus defeitos, e exige de Deus: “Se você é santo, então deverá fazer algo acerca disto. Se há alguma justiça em você, deverá julgar o pecado desta pessoa. Deverá condená-la ao mesmo inferno que você me lançou por causa do meu orgulho!”.
Na maioria das vezes o diabo tem um bom argumento. Ele está certo em acusá-lo porque você é culpado – você pecou, você foi desobediente. E isto o leva à segunda força poderosa que o acusa: sua própria consciência.
  “…testemunhando-lhes também a consciência, e os seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se;” (Rom 2.15).  
Você entra na presença de Deus com a sua cabeça abaixada, porque você sabe que foi apanhado com as mãos sujas. Sua consciência leva-o a saber, “eu sou culpado diante de Deus.”.  
E Deus não negará a nossa culpa porque Ele não pode mentir. Ele nunca nos verá inocentes porque nós estamos cheios de culpa diante dele, apanhados nas teias do pecado. Realmente, nossa justificação nada tem a ver com nossa existência inocente. Quando Deus nos perdoa por causa da Cruz, ele o faz por infratores culpados. Ele nunca nos inocentará, fará mais, ele nos perdoará – perdoando nossos pecados somente pela sua graça e misericórdia.
“Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro.” (Is 43.25).
“porque lançaste para trás de ti todos os meus pecados.” (Is 38.17).
“pisarás aos pés as nossas iniqüidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” (Mq 7.19).
Deus nos perdoa por causa do sangue de Jesus. E este perdão é totalmente imerecido. Nós merecemos o inferno, juízo, condenação – mas Jesus carregou todos os nossos pecados sobre si mesmo na cruz e nos perdoou completamente.
  Imagine a si mesmo diante do trono de Deus neste momento. Você não terá qualquer desculpa, nenhum álibi. Satanás está presente como seu adversário legal, lendo a lista de acusação – com horas, lugares, eventos e toda sorte de detalhes. Ele faz acusações de orgulho, falta de oração, de cobiça, falta de fidelidade. E o seu coração se agita, porque você tem que admiti-lo, “Sim, eu o fiz. Fiz tudo isto!”.
Não há esperança para você. Você sabe que os olhos de Deus são tão santos que ele não vê o pecado, e sua justiça exige que pague pelos seus crimes contra a Sua santidade. Você está sem saída.
  Mas, repentinamente, aqui vem o seu Advogado. Ele exibe as feridas dos cravos em Sua mãos a você – e você sabe que algo está para acontecer ! Ele sorri e lhe murmura, “Não tenha medo – nenhuma destas acusações prevalecerão. Você sairá livre desta sala de audiência e plenamente perdoado. Quando eu tiver terminado, seu acusador não terá uma só acusação contra você!”.
Melhor de tudo, seu Advogado lhe diz que ele o adotou! Ele defendeu o seu caso como seu irmão. Então ele lhe diz que é o Filho do Juiz, de modo que você agora também pertence à família do Juiz! Mas há ainda o assunto da justiça. Sobre o que são as acusações contra você ? Você ouve totalmente maravilhado como o seu Advogado defende a sua causa:
“Juiz, você sabe que eu cumpri completamente a lei, vivendo uma vida sem pecado. E então eu tomei o lugar desta pessoa, recebendo toda a punição por seus crimes. Através destas mãos feridas por cravos e meu lado perfurado, sangue foi derramado para remover todas as suas transgressões. Todas estas acusações e fardos que você está ouvindo foram colocados sobre as minhas costas. E eu paguei a penalidade prevista para cada um deles.”.
  “Satanás, você não tem qualquer fundamento para acusar meus filhos. Cada um dos seus pecados foram colocados sobre mim, e eu tenho perdoado completamente todos eles. (esta é a grande verdade que a igreja está esquecida atualmente, que tudo foi perdoado para sempre). Eles não são culpados porque pela fé na vitória do meu sacrifício dei-lhes pleno e completo perdão!”.
Enquanto o diabo foge da corte de Deus, você pode ouvir o abençoado Senhor dizer:
 “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus ? É Deus quem os justifica.” (Rom 8.33).
A Primeira Parte da Justificação é o Perdão dos nosso pecados pela graça, e a Segunda Parte é a nossa aceitação como amados de Deus.
Paulo nos deu uma lista das coisas injustas que não fazem parte do reino de Deus:
 “nem fornicadores, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.” (I Cor 6.9,10). Mas o apóstolo acrescenta: “Tais fostes alguns de vós; mas vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo, e no Espírito do nosso Deus.” (I Cor 6.11).  
  Como tais pessoas seriam salvas de tais horríveis pecados, vindo a serem justas diante de Deus ? O que lhes aconteceu, que não foram adiante no mal, mas, ao contrário foram aceitas por Deus ?
Primeiro de tudo, Deus não olha para a posição das pessoas, seja um rei, uma rainha, um presidente ou primeiro ministro. Ele não fica em nada impressionado com toda a honra dos homens.
E em segundo lugar, Deus não é impressionado por qualquer bondade em nós. Longas orações, jejuns, dízimos, estudos bíblicos, atos benevolentes – nenhuma destas obras nos torna justos ou aceitáveis diante de Deus. Mesmo o nosso bom caráter, palavras, pensamentos e ações, quanto a pensarmos que podemos ser justificados por tudo isso, cheira a coisa podre nas Suas narinas, porque as usamos para obter a nossa própria justificação. Todas estas coisas, e tudo o mais que é exigido pela lei, tem o seu lugar, mas não para apresentar-nos santos e inculpáveis diante de Deus. Isto somente pode ser obtido pela graça mediante a fé na obra que Jesus realizou em nosso lugar na cruz.
Ainda poucos de nós parecem crer nisto. Por exemplo:quando nós nos convertemos a Cristo, nós confiamos que todos os nossos pecados foram perdoados. Nós cremos que fomos aceitos, que poderíamos lançar fora todas as nossas culpas e temores. Nós podíamos dizer, “eu fui salvo pela fé somente através do que Jesus fez por mim na cruz!”.
  Mas então, continuando a nossa caminhada com Jesus, atos carnais de desobediência nos sobrevêm. Nós somos esmagados pelos nossos pecados, e rapidamente perdemos nossa visão da cruz. Nós tentamos desenvolver a nossa justiça para vencer novamente. Buscamos o favor de Deus pela constante tentativa de acertarmos da próxima vez. Mas nossa vida então torna-se um pesadelo, um carrossel de pecados e confissões, pecados e confissões.
Mesmo hoje nós temos a idéia que não importa se pecamos ou desapontamos a Deus, porque pensamos que nossa necessidade o apaziguou. Nós derramamos um rio de lágrimas e promessas, “eu não o farei de novo, Senhor”. E nós cantamos a antiga canção do evangelho eu fui desprezado: “Perdoa-me Senhor, e dê-me mais tempo...”.
 Nós agimos como se tentássemos que nossa carne pudesse nos salvar! Pensamos se pudéssemos apenas reformar a nossa carne, Deus ficaria satisfeito. Assim estamos constantemente trabalhando no nosso velho homem, para transformá-lo num crente vitorioso. Mas isto nunca ocorrerá!
  Você lembra, quando Jesus foi para a cruz, ele crucificou o nosso velho homem. E que o velho homem carnal tem sido lançado fora aos olhos de Deus. Realmente, há somente um Homem que foi deixado – somente Um que Deus tratará com ele e que é o Seu Filho. Quando Jesus terminou seu trabalho na terra e assentou-se à direita do Pai, Deus disse, “Desde agora eu reconheço somente um Homem, somente um justo.E nenhum outro pode vir a mim, a não ser através dEle – Meu Filho. Todos que vierem a ser justos devem aceitar a Sua justiça, e não outra!”.
Nós somos aceitos aos olhos de Deus somente pela fé em Cristo e em Seu trabalho.
“que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,” (Ef 1.6).
Você vê quão importante é permanecer em Jesus – vir a Ele rapidamente toda vez que você falhar ? Você deve aprender a correr para Ele, clamando, “Jesus, eu o tenho desapontado! Eu não posso fugir disto. Não há nada que eu possa fazer. Eu não posso ser aceito diante do Pai – exceto se for a Ele em Você. Minha única defesa é o Seu sangue!”.
Alguns crentes podem replicar, “Mas eu paguei um alto preço pela vitória que eu tenho alcançado. Eu passei por sofrimentos físicos e mentais. Eu jejuei, orei, fui fiel nas ofertas. E eu tenho resistido ao pecado que me assediava. Eu tenho sido bem sucedido em vencer todos os meus desejos pecaminosos. Mas agora você está me pedindo para jogar fora todas estas coisas e considerá-las como refugo ? E o meu esforço para obedecer não tem qualquer valor para Deus ?  Ele considera toda a minha justiça, todo o meu duro trabalho, como trapos de imundície ?
Sim! Tudo é carne fedida – e nada disto o colocará diante dEle. Isto não é algo que será conquistado por você. Sua justiça nunca será aceita como um meio de aceitação. Há somente uma justiça – e esta é a justiça de Jesus Cristo! A justiça e a vitória alcançadas somente por esforços humanos é apenas temporária e está fadada a logo desaparecer.
“Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus, porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” (Rom 10.3,4).            
Paulo está dizendo, “este povo não tem estado de pé com os seus próprios trabalhos. Eles ainda estão se esforçando na carne para agradar a Deus!”.
O único caminho para chegar à boa graça de Deus é admitir a verdade: “Não há nenhuma coisa boa em minha carne, nada em minhas boas obras que me faça merecer a salvação. E não posso tornar-me justo através de nada que eu faça com o meu próprio esforço. Minha justiça está em Cristo somente!”. Paulo diz sobre o dom da justiça:
“os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.” (Rom 5.17).
“Aquele que não conheceu pecado ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Cor 5.21).
“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” (I Cor 1.30,31). A única coisa que nós temos para nos gabar é Jesus – e em seu grande trabalho por nós!
 Jeremias anteviu a vitória de Jesus na cruz. Ele proclamou:
  “Naqueles dias Judá será salvo e Jerusalém habitada seguramente: ela será chamada: Senhor Justiça Nossa.” (Jer 33.16).
  O profeta estava olhando adiante para os nossos dias – para o corpo de crentes que viveriam em grande segurança pela fé. Ele estava dizendo. “O renovo de Deus brevemente sairá do esconderijo. E através do seu sacrifício as pessoas se levantarão para viver em segurança e paz, porque eles serão capazes de dizer, “O Senhor é a minha justiça.”.
     Amados, a justificação pela fé é a mais humilhante coisa que há no mundo. È uma coisa dura ver que Deus não aceita nossa carne – que nós devemos desprezar nosso constante esforço próprio e a nossa justiça própria e descansar na obediência de Jesus. Realmente, nós devemos aprender a depender totalmente de Cristo para toda a obediência.
Quando Paulo primeiro revelou esta verdade, isto chocou a igreja. Isto era uma novidade inacreditável naquele momento. De fato, alguns teólogos respondem, “Se eu estou perdoado – se Deus é tão misericordioso para perdoar-me voluntariamente pela graça mediante a fé, somente – então deixe-me pecar um pouco mais, porque Deus ficará feliz em conceder-me mais graça!”.
Mas Paulo perguntou, “Continuaremos no pecado, para que a graça seja mais abundante ?” (Rom 6.1). Sua resposta: “Deus me livre...” Estes homens não compreendem o evangelho. Por causa da cruz, Deus considerou todas as coisas relativas ao velho homem carnal desta forma: fora com elas!
Eu creio que Paulo estava dizendo, “Por que algum crente, tendo sido livrado de um tal homem morto, voltaria a ressuscitar o seu cadáver ? Por que voltaria à vida de pecado quando Deus deseja dar-lhe segurança e paz – e lançar fora toda condenação e culpa ? Agora, por causa da cruz, você pode servir ao Senhor com alegria. E você pode obedecê-lo numa nova relação chamada amor.”.  
“Então,”  você pergunta, “estamos simplesmente tomando pela fé a justiça de Jesus?”. Sim, absolutamente! Isto é todo o caminho que o crente deve seguir. É descansar pela fé naquilo que Jesus consumou! Nosso velho homem está morto e o novo Homem é Jesus. E quando nós colocamos nossa fé nele, Deus completamente nos aceita. Ele nos considera justos, escondidos no seio do seu amado Filho. Assim, toda vez que você pecar ou desapontá-lo, corra rapidamente para o seu Advogado. Confesse suas faltas a Ele, e descanse em Sua justiça.
  Você pode perguntar, “Mas, não há lugar para boas obras em algum lugar nesta doutrina?”. Certamente que há – mas nesta condição. Boas obras não podem salvá-lo, justificá-lo ou torná-lo justo ou aceitável a Deus. A única coisa que o salva é a sua fé no que Jesus fez!
  E o que ele fez ? Ele o salvou, perdoou e o aceitou em seu amor – manchas, pecados, fracassos e tudo o mais. Deus o vê agora somente em Jesus Cristo – e aí está a razão porque devemos ir ao nosso Salvador toda vez que falharmos. O sangue que nos perdoou e limpou quando nos convertemos a Jesus é o mesmo sangue que continuará a nos guardar até que ele volte.
  Além disso junto com esta segurança vem o mais alto compromisso. E este é, que nós devemos fazer todas as coisas, todo o nosso trabalho, não na nossa própria força ou poder, mas nEle.
  “mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis.” (Rom 8.13).
 O único caminho para combater a carne é através do Espírito Santo! Ele somente tem o poder para livrar: “mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” (I Cor 10.13).
Se você frutificar pelo Espírito, ele conduzirá você através de cada batalha. Ele o equipará com todo o poder, sabedoria e autoridade – tudo que você necessitar na luta com o pecado!
E uma vez que você entenda o que Jesus consumou na cruz, você detestará o pecado mais do que nunca. Você começará a obedecê-Lo, a orar a ele, desejar-lhe alegremente, porque ele o tem firmado na Rocha da sua graça. Então você pode dizer, “Quem pode me acusar agora ? Cristo me justificou ! Eu descanso nele como sendo a minha justiça, como de fato ele é.”.
Caro irmão, ore a Deus para que faça com que esta preciosa doutrina seja uma realidade no seu espírito: “Santo Espírito, venha e abra minha mente e coração. Eu desejo compreender esta verdade fundamental e não temer a toda hora o inimigo que vem algumas vezes contra minha alma. Ajude-me a não ser agitado pelo medo, culpa ou condenação. Ainda mais, ajude-me a ficar firme sob a cruz do meu Salvador – que providenciou todo o descanso para mim!”.  
“Se todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo;” (I Jo 2.1).
Você tem um Advogado – então vá  a Ele. Deixe-o pleitear a sua causa. E entre no seu descanso pela fé no seu maravilhoso trabalho em seu benefício. Amém!





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