sexta-feira, 23 de outubro de 2015

148) Vigilância 149) Vileza, Inveja, Cobiça e Ciúme

148) VIGILÂNCIA

ÍNDICE

1 - Mentalidade de Verão
2 - Vigilância e Prudência
3 - A Vigilância É Uma Grande Necessidade Durante Toda a Vida Espiritual
4 - Sede Sóbrios e Vigilantes
5 - “Aquele, Pois, Que Cuida Estar em Pé, Olhe Não Caia.”
6 - A Vigilância que o Ministro Deve Ter de si Mesmo


1 - Mentalidade de Verão

Reflexões em Colossenses 3:2

Por John Piper

Jesus Cristo é revigorante. Viajar para longe dEle, rumo ao lazer sem Cristo, faz a alma sedenta. A princípio, o trato superficial da oração ou a negligência da Palavra podem dar a sensação de liberdade e diversão. Mas então pagamos o preço: a sensação rasa, a ausência de forças, a vulnerabilidade ao pecado, a preocupação com futilidades, a superficialidade nos relacionamentos, e uma assustadora perda de interesse por adoração e pelas coisas do Espírito.

Não permita que o verão faça sua alma encolher. Deus criou o verão como uma amostra do céu, não como um substituto. Se o carteiro te trouxer uma carta de amor de seu noivo, não se apaixone pelo carteiro. O verão é isso: o mensageiro de Deus, com uma carta de amor banhada de sol, toda verde-floresta, desabrochando as flores, reluzindo como os lagos, para nos mostrar o que Ele está planejando para nós nos tempos vindouros – “coisas que olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou, Deus preparou para aqueles que o amam (1 Coríntios 2:9). Não se apaixone pela prévia, para que não se encontre incapaz de amar a realidade vindoura.

Jesus Cristo é o centro restaurador do verão. Ele predomina em todas as coisas (Colossenses 1:18), inclusive férias e piqueniques e softbol e longas caminhadas e jantar fora. Ele nos convida neste verão: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.” (Mateus 11:28). Este é um sério descanso de verão.

Nós queremos este descanso? Essa é a questão. Cristo se dá a nós na direta proporção do nosso anseio por seu descanso. “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração.” (Jeremias 29:13). Uma das razões para Ajuntamentos Vespertinos de Renovação a cada dois domingos é dizer ao Senhor coletivamente: nós queremos todo seu descanso. Nós realmente queremos.

As palavras de Pedro para nós a respeito disso: “Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para que venham tempos de descanso da parte do Senhor.” (Atos 3:19). Arrependimento não é apenas abandonar os pecados, mas também voltarmo-nos para Deus com corações abertos e esperançosos e submissos.

Que tipo de mentalidade de verão é essa? É a mentalidade de Colossenses 3:1-2, “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas.”

No verão a terra está bem presente conosco. E é a terra de Deus! Mas tudo é um prelúdio do verdadeiro drama do céu. É uma amostra do banquete verdadeiro. É uma prévia de como será o verão eterno quando “A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia.” (Apocalipse 21:23). Então veja: o sol de verão é apenas um indicador do sol que será. A glória de Deus. O verão é para contemplar e manifestar isso. Teremos olhos para ver? Você deseja ter olhos para ver? Senhor, permita-nos enxergar a luz para além da luz. Busque isso neste verão.

Buscando mais, porque tenho sido encontrado,

John Piper






2 - Vigilância e Prudência

O propósito da vigilância é o de guardar, o de manter-se acordado e de pé ante tudo o que possa nos furtar ou arrancar da posição firme em que nos encontramos.
É exigido portanto daquele que vigia que esteja em atitude de alerta permanente, para que possa detectar os perigos que o rodeiam, e que não raro se encontram em seu próprio interior.
Outra atitude importante para o que vigia é a de prudência.
Sem prudência é impossível haver uma vigilância que seja eficaz.
A prudência nos leva a nos desviarmos do mal – a evitar o confronto direto em provocações incitadas pelo Inimigo para que percamos a nossa paz.
A vigilância requer também que sejamos sóbrios, porque como poderíamos vigiar eficazmente estando embriagados e com nossa capacidade de observação prejudicada por estados de consciência alterados?
Precisamos também ser disciplinados e criteriosos, para que sejamos determinados e constantes em nosso procedimento para preservar o bom depósito da fé que nos foi confiado por Deus para ser guardado.
E ainda necessitamos de sabedoria para discernir entre o que é bom e o que é mau; entre o que é correto e incorreto; entre o vil e o precioso, de forma a tomarmos as decisões adequadas a cada situação que somos chamados a viver.
Por se encontrar numa guerra constante, de muitas batalhas e sem tréguas contra os poderes das trevas, o crente, como bom soldado de Cristo, deve estar sempre vigilante em seu posto, de maneira a não livrar somente a sua alma como também a de muitos que se encontrarem na mesma esfera da sua atuação.
Esta é uma vigilância para usar com autoridade e poder todas as armas espirituais e componentes da armadura espiritual, quer de ataque (espada da Palavra de Deus, etc) ou de defesa (escudo da fé etc), sempre que for necessário.
Esta é uma luta para ser vencida de joelhos e em oração constante no Espírito Santo.
Se Pedro tivesse vigiado e orado conforme lhe ordenara o Senhor, ao preveni-lo de que Satanás havia pedido para cirandá-lo, em vez dormir como fizera na ocasião, certamente teria vencido a tentação de negar a Jesus.
E assim também nós necessitamos de vigilância e oração para não negarmos a Jesus não somente em nossas atitudes como em nossas ações, em relação aos mandamentos que Ele nos tem dado em Sua Palavra.
Necessitamos de vigilância para perseverar até o fim, e por isso somos alertados pelo Senhor a termos todo o cuidado e empenho e vigilância especialmente para que sejamos achados dignos de sermos arrebatados por Ele em sua volta.
Um grande peso de responsabilidade recairá sobre todos os crentes que ainda estiverem vivendo neste mundo por ocasião da proximidade do dia do arrebatamento da Igreja, porque são diversos os alertas da Palavra de Deus quanto à necessidade de santificação para que sejamos arrebatados.
Aqueles crentes genuínos, que por descuido em sua vigilância, deixarem de perseverar, ainda que não percam a sua salvação, todavia perderão galardões e a oportunidade de serem arrebatados, em razão da sua infidelidade para com o Senhor, e se cumprirá neles o que sucedeu às cinco virgens insensatas da parábola que não vigiaram para recepcionar o noivo em seu retorno.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras
1 – gregoreuo (grego) – vigiar;
2 – nephaleos (grego) – vigilante, sóbrio, prudente;
3 – phronymos (grego) – prudente, cauteloso, sábio;
4 – arum (hebraico) – prudente;  relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/index.php?cdPoesia=128337







3 - A Vigilância É Uma Grande Necessidade Durante Toda a Vida Espiritual

Eu acredito que esta seja uma das grandes necessidades da Igreja, eu questiono se a maioria de nós é espiritualmente desperta, eu questiono se eu sou. Desejo ser despertado muito mais para a sensibilidade do Poder Divino do mundo vindouro, e em relação à verdade espiritual.
A Letargia é muito natural para nós.
“Bem”, diz alguém, “mas falamos sobre as coisas de Deus”. Sim, mas as pessoas falam quando estão dormindo, e uma boa dose de conversação cristã é muito parecida com a conversa de dormentes; não existe força nela, a vida em si que haveria na conversa se estivéssemos realmente despertados para sentir o poder das verdades de Deus.
“Mas”, diz alguém, “Eu espero que nós ajamos de forma consistente”. Eu confio em você, mas há muitas pessoas que andam durante o sono, e, infelizmente, eu conheço alguns cristãos professos que parecem estar tentando essas proezas muito perigosas de andar dormindo agora mesmo! Alguns sonâmbulos foram capazes de andar sobre lugares onde, se tivessem estado acordados, nunca teriam sido capazes de suportar a vertiginosa altura, e eu vejo alguns cristãos, se é que são cristãos, correndo riscos terríveis que eu acho aos quais eles nunca se aventurariam a não ser que houvessem caído no sono profundo da segurança carnal.
Se os cristãos professos estivessem acordados, eles iriam ver o perigo e evitar as diversões pecaminosas e associações ímpias, como os homens fogem de tigres ferozes ou cobras mortais.
“Bem, mas estamos fazendo muita coisa boa, e trabalho útil”,  diz alguém – “ensinando nas escolas dominicais, distribuindo folhetos religiosos, ou trabalhando em alguma outra forma de serviço; estamos gastando o nosso tempo em compromissos louváveis”. Estou feliz ao ouvi-lo, mas as pessoas podem fazer muito em seu sono. Ouvimos muitos casos estranhos relativos a este hábito, que finalmente, permitiu que as pessoas atendessem aos seus
chamados, respondendo a sinais e acompanhando toda uma aparência industriosa, e ainda  assim estavam dormindo na ocasião!
Oh, é uma coisa muito chocante que tantos em nossas igrejas estejam num sono profundo! Igrejas dissidentes que eu bem conheço, e há muitos ministros pregando em seu sono, onde o povo canta em seu sono, onde a oração é oferecida durante o sono, e até mesmo a comunhão é celebrada em meio a um sono espiritual profundo!
Você já esteve em uma reunião de oração onde a metade, se não todos – tanto de quem orou em voz alta e aqueles que ouviram – estavam em letargia tão rígida como a morte?
Fala-se de mulheres que estiveram em um desmaio por meses seguidos, e o surpreendente disto é que é algo raro no mundo natural, mas no mundo espiritual é tão comum como as
margaridas nos prados!
Adão dormia profundamente quando lhe foi tirada a sua costela e ele não acordou, mas o que podemos dizer de quem não se assusta embora estejam perdendo toda a força e glória de suas almas?
Infelizmente, para algumas congregações é de longa data desde que houve um reavivamento – que eles perderam a própria ideia de piedade vigorosa e energia vital, toda semana passa e eles estão todos dormindo, e se um sermão verdadeiro, sincero, vívido, agitador fosse pregado entre eles, seria quase como se os canhões de Krupp, rei da Prússia, tivessem deixado cair um bombardeio vivo no meio deles! Desejo que um vivo bombardeio espiritual possa cair em algumas congregações e explodir entre eles, matando sua convencionalidade, e ferindo-lhes a autossatisfação com uma ferida mortal. Os homens podem assistir ao culto exterior com decoro impecável e exatidão – e ainda assim pode não haver despertamento no mesmo, e consequentemente, nenhuma aceitabilidade para com o Deus Altíssimo.
Vinde, irmãos e irmãs, nós devemos acordar! Mesmo que tenhamos estado adormecidos, devemos fazê-lo, porque estamos no país do inimigo! Ele não irá dormir aqui deste outro lado  do Céu porque estamos em todos os lugares e em todos os momentos cercados por inimigos.
O que o Mestre diz? “O que vos digo, digo a todos, Vigiai!” Seja como um sentinela em seu posto, caso contrário o inimigo em breve te trairá.
Você não irá entristecer o Espírito Santo se você for letárgico? Você não vai desonrar seu Mestre, se você cair no sono? Lembre-se também que o diabo procura sua destruição, e nunca pode fazer tanto mal como quando ele pode te encontrar dormindo. Deixe o rosnar do velho leão despertar você, se nada mais irá movê-lo, lembre-se dos dardos inflamados do maligno.
Sansão dificilmente teria dormido no colo de Dalila se ele tivesse previsto que seu cabelo seria cortado, e seus olhos arrancados pelos filisteus. Levantem, então, cristãos professos sonolentos, porque os filisteus lhes estão atacando!
Além disso, irmãos e irmãs, o sono nos empobrece. O preguiçoso, o cardo e o espinho sempre andam juntos, e trapos e pobreza seguem logo atrás.
Você pode perder, por seu sono, grande proveito espiritual, você não pode esperar que os cristãos sonolentos cresçam na graça, pois eles vão perder muitas coisas instrutivas na Palavra de Deus, muitas promessas preciosas destinadas apenas para os despertos,
pois eles vão perder elevados prazeres e banquetes espirituais, pois a alegria do Rei não é para aqueles que cruzam os braços, e se atiram sobre a cama da indolência.
A riqueza está no campo da vigília, mas o amante da facilidade terá a necessidade vindo para cima dele como um homem armado. Eu toco a trombeta em Sião, e dou o alarme no monte santo de Deus, pois é hora de despertarmos do sono!
Desperte também, meu Irmão, por que você está perdendo oportunidades de utilidade.
Enquanto você dorme homens estão morrendo; veja como os cemitérios estão se tornando lotados, como a área deles tem de ser alargado; dia a dia você vê trilhando pelas ruas o cortejo fúnebre, os homens passaram além do alcance de suas instruções e avisos.
Desperte então, desperte, pois a morte está ocupada em todos os lugares! Enquanto isso, aqueles que não morrem diante de você podem ser removidos para além da esfera da sua utilidade, podem ir para onde pelo menos você não possa alcançá-los, onde talvez ninguém nunca irá, e o seu sangue pode estar sobre a sua cabeça, e isto para sempre.
Desperte, pois talvez por enquanto você está dormindo, outro coração que agora está acessível ao Evangelho pode tornar-se, finalmente, endurecido, a sua consciência pode em breve tornar-se endurecida, e então, não haverá nada para o zelo e diligência operarem, será tarde demais para você colocar o selo sobre a cera uma vez que estiver fria. Rápido, senhor! Enquanto a cera está macia, coloque o selo nela!
Quantas oportunidades para o bem todos nós perdemos! Mas aqueles que estão dormindo perdem todas as suas oportunidades, e elas serão certamente requeridas deles quando o Mestre vier.
Despertem, peço-vos, irmãos e irmãs, porque vocês perderão o poder insensivelmente, e a alegria de sua vida espiritual. A comunhão com Deus se tornará mais e mais escassa para
vocês, enquanto vocês se tornam mais sonolentos; despertem, para não se desviarem, para que não falhem, pouco a pouco – a fim de que, afinal de contas vocês se tornem apóstatas e provem a si mesmos não serem filhos de Deus!
Desperte, porque o seu poder com os outros, certamente se apartará de você na medida em que o seu estado de vigília se afasta.
Um pregador sonolento nunca ganha as almas dos homens; um servo de Deus maçante e formal é de pouco ou nenhum préstimo na Igreja de Deus. Acho que disse anos atrás: “Dê-me meia dúzia de minuciosos cristãos em brasa, e eu vou fazer mais, pela graça de Deus com eles, do que com meia dúzia de centenas de cristãos professos adormecidos”. Tenho certeza de que é assim!

Texto extraído de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.

Nota do Tradutor: Se Spurgeon, nos dias em que o evangelho verdadeiro era pregado, se confrontou com esta condição de uma Igreja adormecida, imagine em nossos dias em que o verdadeiro evangelho tem sido acobertado ou adulterado!
Quando falamos de prática de vida cristã, não nos referimos a ativismo, mas principalmente à consideração desta verdade que é citada por Spurgeon em seu texto.
A vida cristã demanda esforço, diligência, sobretudo quanto ao exercício de caráter espiritual relativo à verdadeira devoção e santificação. Requer muita disciplina, vigilância e oração. É evidente que a nossa natureza é oposta a tudo isto e de modo muito veemente, nos inclina à indolência e à negligência.
Por isso é somente com esforço que a nova natureza que temos da parte de Cristo poderá vencer os maus hábitos do velho homem.

“Eu mesmo despertarei ao romper da alva.” (Salmo 57:8)








4 - Sede Sóbrios e Vigilantes

"Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar." (1 Pedro 5.8)

Por Wim Malgo
Como cristãos, temos lutas diárias, grandes e pequenas, interiores e exteriores. Quando essas lutas se tornam cada vez mais fortes, mesmo que tenhamos recebido o perdão dos pecados, deveríamos saber que elas vêm diretamente de Satanás, nosso inimigo mortal. Mas nós, que temos o Senhor Jesus em nosso coração, podemos resistir vitoriosamente a Satanás pela fé. Pela fé – mas como, se eu sou fraco e miserável, se não consigo crer em mais nada, se nada mais sinto a não ser escuridão ao meu redor? Será esta a sua queixa? Então Tiago nos dá a maravilhosa resposta: "...resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros." Assim, resistindo a Satanás, você pode se aproximar de Deus, pois o caminho para o interior do santuário, à presença de Deus, está livre: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus... e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo os corações purificados de má consciência, e lavado o corpo com água pura."









5 - “Aquele, Pois, Que Cuida Estar em Pé, Olhe Não Caia.”

1 Coríntios 10:12

É curioso que exista uma coisa chamada “orgulho da graça”. Um homem diz: “Minha fé é muito grande, nunca cairei; os que possuem fé fraca podem cair, mas eu não.” Um outro diz: “ Meu amor é fervoroso, não há perigo de que eu jamais me perca.”

Aquele que se orgulha de possuir muita graça, tem pouca graça de que se orgulhar. Aqueles que agem assim imaginam que sua graça é capaz de mantê-los, mas não sabem que o fluxo tem que correr  constantemente da nascente, ou o riacho seca em pouco tempo.

Se a lamparina que hoje brilha não for constantemente alimentada de óleo, amanhã produzirá apenas fumaça e seu cheiro será tóxico.  Cuide para não se vangloriar de suas graças, mas permita que toda glória e confiança estejam em Cristo e Sua força, pois só assim você poderá evitar uma possível queda. Passe mais tempo em oração. Gaste mais tempo adorando ao Senhor. Leia as Escrituras com maior seriedade e constância.

Observe sua vida com maior cuidado. Viva mais próximo ao Senhor. Espelhe-se nos melhores exemplos. Permita que suas conversas sejam impregnadas pela fragrância dos céus. Permita que seu coração seja perfumado pela afeição pelas almas dos homens.

Viva para que os homens tomem conhecimento de que você vive com Jesus, e que aprende Dele; e assim, quando chegar o dia feliz em que Aquele a quem você ama disser: “Venha, vamos subir às alturas”, você terá a felicidade de ouví-Lo dizer: “Você lutou a boa luta, você terminou sua carreira, doravante você terá a coroa de justiça que nunca se desvanecerá”.

Cristão, siga adiante com cuidado e cautela! Siga adiante, com temor e tremor!

Adiante, com fé e confiança em Jesus somente, e que sua súplica constante seja:
”Sustenta-me e serei salvo, e de contínuo terei respeito aos teus estatutos.”

Ele, e Ele somente “É poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória.”

Texto de Charles Haddon Spurgeon, traduzido por Maria Cristina Urdiales Moreira.








6 - A Vigilância que o Ministro Deve Ter de si Mesmo

Por Charles Haddon Spurgeon (adaptado)

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (I Tim 4.16)

Todo trabalhador sabe quanto lhe é necessário conservar sua ferramenta em bom estado, porque se os instrumentos se embotassem e não os amolasse, teria que empregar mais forças. É verdade que o Senhor pode trabalhar sem o auxílio de qualquer instrumento, conforme se verifica às vezes, valendo-se de pregadores indoutos para a conversão das almas; e também pode operar ainda sem agentes, como faz quando salva aos homens sem nenhuma classe de pregadores, aplicando a Palavra diretamente por meio do seu Santo Espírito; porém não podemos considerar os atos soberanos e absolutos de Deus, como regra para nortear os nossos. Ele pode, em razão do Seu caráter absoluto, operar como melhor lhe agrade; porém nós devemos fazê-lo, segundo nos preceituam suas mais claras dispensações; e um dos atos mais palpáveis é que o Senhor geralmente adapta os meios aos fins, em que nos dá a lição que é natural que trabalhemos com tanto maior êxito, quanto melhor seja nossa condição espiritual. Em outras palavras: geralmente efetuaremos melhor a obra de nosso Senhor, quando os dons e graças que temos recebido se achem em boa ordem; e o faremos pior, quando não estejam. Esta é uma verdade prática para nossa instrução. Quando o Senhor faz exceções, estas não fazem mais do que provar a exatidão da regra que acabamos de citar.
Nós somos, em certo sentido, nossos próprios instrumentos, e por conseguinte, devemos conservar-nos em bom estado. Se me é necessário pregar o Evangelho, não poderei fazer uso senão de minha própria voz, e portanto, devo educar meus órgãos vocais. Não posso pensar senão com meu próprio cérebro, nem sentir senão com meu próprio coração, e em conseqüência, devo cultivar minhas faculdades intelectuais e emocionais. Não posso chorar e sentir-me desfalecer de ternura pelas almas, senão em minha própria natureza renovada, e portanto, devo conservar cuidadosamente a ternura que por elas abrigava Cristo Jesus.
Será em vão surtir minha biblioteca, organizar sociedades, ou projetar estes e aqueles planos, se me mostro negligente no cultivo de mim mesmo; porque os livros, as agências e os sistemas são somente os instrumentos de minha santa vocação: meu próprio espírito, minha alma e meu corpo são a maquinaria que tenho mais à mão para o serviço sagrado; minhas faculdades espirituais e minha vida interior são meu arsenal. McCheyne, escrevendo a um ministro amigo seu que andava viajando com a intenção de aperfeiçoar-se no alemão, usou uma linguagem idêntica à nossa: “Sei que te aplicarás com todo empenho ao alemão, porém não esqueças do cultivo do homem interior, quero dizer, do coração. Quando diligentemente cuida o oficial de cavalaria de ter seu sabre limpo e afiado, ele o esfrega com o maior cuidado para que não fique nele qualquer mancha. Recorda que és uma espada de Deus, instrumento seu, e um vaso eleito para levar Seu nome. Em igual medida, segundo a pureza e a perfeição do instrumento, será o êxito. Não bendiz Deus os grandes talentos tanto como a semelhança que se tem com Jesus. Um ministro santo é uma arma poderosa na mão de Deus.”.
Para o porta-voz do Evangelho, o estar espiritualmente desorganizado em sua própria pessoa, é tanto para o mesmo como para seu trabalho, uma verdadeira calamidade; e contudo, meus irmãos, quão facilmente se produz tal mal. Quanta vigilância, do mesmo modo, se necessita para preveni-lo. O defeito em uma pequena peça pode para uma locomotiva. A analogia é perfeita: um homem que sob todos os aspectos, possua as qualidades necessárias para ser útil, pode por algum pequeno defeito que tenha, sentir-se extraordinariamente entorpecido, ou reduzido a um estado absoluto de incapacidade. Semelhante resultado é para se sentir ao extremo, por estar relacionado com o evangelho que no sentido mais alto, está adaptado a produzir os melhores resultados. É coisa terrível que um bálsamo curativo perca sua eficácia devido à imperícia do que o aplica. Todos vocês conhecem os efeitos prejudiciais que com freqüência se produzem na água que corre por canos de chumbo; pois de igual modo o evangelho mesmo ao correr por homens espiritualmente enfermos, pode perder seu mérito até ao grau de se fazer prejudicial aos seus ouvintes.
É de se temer que a doutrina calvinista se converta no pior ensino, se for pregada por homens de vida pouco edificante, e que a apresentam como uma capa que pode cobrir toda classe de permissividade; e o arminianismo, por outro lado, com sua amplitude em oferecer a misericórdia, pode causar um sério dano às almas, se o tom superficial do pregador dá lugar a que seus ouvintes creiam que podem se arrepender quando bem lhes aprouver, e que por conseguinte, não haja urgência em acatar desde logo as prescrições da mensagem evangélica.
Além disso, quando um pregador é pobre em graça, qualquer bem duradouro que possa ser o resultado de seu ministério, será fraco no geral, e não guardará nenhuma proporção com o que teria direito de esperar. Uma semeadura abundante será seguida por uma colheita escassa; o interesse produzido pelos talentos será em extremo pequeno. Em algumas batalhas perdidas na guerra pelos americanos, diz-se que as derrotas se deveram à má qualidade da pólvora fornecida por certos vendedores falsários ao exército, pois isso foi a causa de não se ter obtido o efeito desejado pelo canhoneiro. O mesmo pode acontecer conosco. Podemos não atingir nosso alvo, desviar-nos do caminho que intentamos seguir e desperdiçar nosso tempo, por não possuirmos verdadeira força vital dentro de nós mesmos, ou não possuí-la em tal grau que conforme ela possa o Senhor abençoar-nos. Cuidem-se de não serem pregadores falsários.
Um dos nossos principais cuidados deve ser o de que nós mesmos sejamos salvos.
Que o pregador do evangelho seja antes de tudo participante dele, é uma verdade simples, porém ao mesmo tempo uma regar da maior importância. Não vivemos entres os que aceitam a sucessão apostólica dos jovens, tão somente porque estes pretendem assumí-la. Por maiores que sejam os honorários que têm pago aos mais sábios doutores, e por maiores que sejam os conhecimentos que hajam recebido, em troca, não teremos por isso uma evidência de que sua vocação lhes tenha vindo do alto. Uma piedade sincera e verdadeira é necessária como o primeiro requisito indispensável. Seja qual for o chamamento que alguém pretenda haver recebido, se não tem sido chamado à santidade, pode se assegurar que não tem sido chamado ao ministério.
Atavia-te primeiro a ti mesmo, e adorna depois a teu irmão, dizem os rabinos. A mão que trata de limpar algo, disse Gregória, é necessário que esteja limpa. Se o vosso sal não tem sabor, como podereis salgar com ele ? A conversão é uma condição sine qua non em um ministro. É necessário que os aspirantes aos nossos púlpitos tenham nascido de novo. Nem é a possessão desta primeira qualidade uma coisa que possa ter-se concedida por qualquer um, porque há uma muito grande possibilidade de que nos enganemos acerca de se estamos convertidos ou não. Creia-me, não é jogo de crianças o fato de se assegurarem de seu chamamento e eleição. O mundo está cheio de impostores, e os sedutores abundam, e que se agrupam em torno dos ministros com a avidez com que o fazem os abutres em torno dos corpos em putrefação. Nossos corações são enganosos, de maneira que a verdade não se acha na superfície, senão deve ser sacada de seu mais profundo interior. Devemos examinarmo-nos a nós mesmos mui cuidadosa e profundamente, não seja que por algum motivo depois de haver pregado aos demais, resulte que nos achemos na linha dos reprovados.
Quão horrível é ser pregador do evangelho e não estar todavia convertido. Que cada um diga em segredo no mais recôndito de sua alma: “Que coisa terrível será para mim viver ignorante do poder da verdade que estou me preparando para proclamar!”. Um ministro inconverso envolve em si a mais patente contradição. Um pastor destituído de graça é semelhante a um cego elegido para dar aula de óptica, que falará acerca da luz e da visão, estando ele submergido na mais profunda escuridão. É uma posição espantosa em que se coloca um homem que empreende uma obra para a execução da qual é inteira e absolutamente inadequado, porém sua incapacidade não o exime de responsabilidades, posto que deliberadamente as tem desejado assumir. Sejam quais forem seu dons naturais e suas faculdades mentais, nunca será um ministro para uma obra espiritual , se carece de vida espiritual, e nesse caso cumpre-lhe como seu dever cessar sua funções ministeriais enquanto não adquirir a primeira e mais simples das qualidades que para isso se faz necessária.
   De igual modo ao ministro inconverso, encontra-se o convertido que é desprovido da sã doutrina, que não a conhece ou que não a pratica. Como pode dar consolo ao povo ? Que fará quando sentar-se para ouvir os lamentos dos penitentes, ou escutar suas ansiosas dúvidas e solenes temores ? O que lhes ministrará ? É natural que se admire ao pensar que suas palavras devem fazer-se apropriadas para conseguir tal fim. A palavra de um homem inconversos poder ser abençoada para a conversão das almas, porque que o Senhor ainda que desconheça a uma homem semelhante, honrará contudo, sua própria verdade. Quão perplexo deverá se sentir um homem assim ao ser consultado sobre as dificuldades que se  apresentam aos cristãos maduros. Deve achar-se muito desviado da senda pela qual têm caminhado seus ouvintes regenerados. Como poderá escutar seus gozos no leito de morte, ou unir-se a eles em seus entusiastas regozijos quando se congregam em torno da mesa de Seu Senhor ?
Uma vez fixado o primeiro ponto da verdadeira religião, segue em importância para o ministro de que sua piedade seja vigorosa.
Não deve se conformar com caminhar no mesmo passo que as filas dos demais crentes; é preciso que seja um crente maduro e avançado, porque os ministro de Cristo têm sido chamado com toda propriedade “o mais escolhido de seu escolhimento, o seleto de sua eleição, a igreja sacada da igreja.”.  Se fosse chamado a ocupar uma posição comum e a desempenhar um trabalho comum, talvez com uma graça comum poderia satisfazer-se, não obstante que nem ainda assim passaria de indolente sua satisfação, porém com o fato de haver sido eleito para trabalhos extraordinários, e chamado a um lugar rodeado de perigos nada comuns, deve sentir-se ansioso de possuir aquela força superior, única, adequada a sua posição. O pulso de sua piedade vital deve bater de um modo forte e regular, e o olho de sua fé deve ser perspicaz; o pé de sua resolução deve ser firme; a mão de sua atividade deve ser pronta: todo seu homem interior, enfim, deve achar-se no mais alto grau de saúde.
Nós necessitamos que se tenha por ministro de Deus a flor e nata das hostes cristãs, a homens tais que se a nação necessitasse de reis, não poderia fazer coisa melhor que elevá-los ao trono. Nossos homens de espírito mais débil, mais tímidos, mais carnais e pior contrabalanceados, não são candidatos a propósito para o púlpito. Há alguns trabalhos que nunca poderíamos encomendar aos inválidos e disformes. Um homem pode não ter as qualidades necessárias para subir aos altos edifícios, seu cérebro talvez seja demasiado débil, e seu trabalho em um lugar elevado o exporia a grandes perigos: se isso é assim, deixem-no permanecer no solo e que busque uma ocupação útil onde seu cérebro forte é menos essencial. Há irmãos que têm defeitos análogos no espiritual, e não podem se chamados ao desempenho de um serviço distinto e elevado, por serem suas cabeças demasiadamente débeis. Se por acaso obtivessem bom êxito, se encheriam de vaidade, defeito demasiadamente comum entre os ministros, e que é de todos o que menos enquadra com seu caráter, e o que com mais certeza os fará cair. Se nós fôssemos como nação chamado para defender nossos lares, não faríamos sem dúvida sair ao encontro do inimigo, nossos meninos e meninas, armados de espadas e fuzis, pois tampouco a igreja deve enviar a combater pela fé a qualquer noviço charlatão, ou entusiasta falto de experiência. O temor de Deus deve ensinar ao jovem a sabedoria, senão quer ter fechada a porta do pastorado.
A graça de Deus deve amadurecer seu espírito, pois do contrário faria melhor em esperar até que o poder lhe fosse dado do alto. O caráter moral mais elevado deve ser conservar diligentemente. Há muitos que não são para o propósito de desempenhar um cargo na igreja, e que sem dúvida, são bastante bons como simples membros dela. Tenho uma opinião severa com respeito aos crentes que têm incorrido em pecados graves: me comprazo em crer que podem converter-se sinceramente, e com esta esperança e as devidas precauções, serem recebidos de ovo na igreja, porém tenho dúvida, grande dúvida, acerca de se um homem caído em pecados grosseiros, possa ser facilmente restituído ao púlpito. John Angell James observa, e com razão, que “quando um pregado da justiça tem andado pelo caminho dos pecadores, não deve nunca abrir de novo seus lábios para falar a uma congregação antes de que seu arrependimento tenha sido tão notório como sua falta.”. “Que aqueles que têm sido raspados pelos filhos de Amom, fiquem em Jericó até que suas barbas cresçam”, isto que com freqüência se tem dito em tom de mofa aos jovens imberbes a quem evidentemente é inaplicável, é uma metáfora bastante apropriada e que convém aos homens desonrados e sem caráter, seja qual for sua idade. Ah! Uma vez corta a barba da reputação, é sumamente difícil que chegue de novo a crescer. Uma imoralidade descarada, na maioria dos casos, por mais profundo que seja o arrependimento, é um sinal fatal de que o caráter de quem assim procedeu, nunca foi dotado de graças ministeriais. A esposa de César não deve expor-se a que dela se suspeite, que não haja rumores desfavoráveis referentes à conduta inconseqüente de um ministro, pois do contrário devem abrigar-se poucas esperanças de que seja de utilidade. Aos caídos tem que se lhes receber na igreja como penitentes, e no ministério podem ser restaurados se Deus os colocar ali, não consiste nisto minha dúvida, senão em se Deus lhes deu alguma vez lugar nele. Em meu conceito, pois, não devemos  apressar-nos em ajudá-los a que subam ao púlpito de novo, aos que havendo-o ocupado uma vez, têm mostrado que carecem da graça necessária para saírem garbosos nas provas a que sujeita a vida ministerial.
Para certa classe de trabalhos não escolhemos senão aos fortes, e quando Deus nos chama aos labores ministeriais, devemos esforçar-nos em adquirir graça que nos fortaleça e faça aptos para o desempenho de nossa missão, e não ser meros noviços levados pelas tentações de Satanás ao ponto de prejudicar a igreja e de lavrar nossa própria ruína. Temos que estar equipados com todas as armas de Deus, dispostos a efetuar proezas de valor não esperadas de parte dos demais: para nós, a negação e o esquecimento de nossas próprias pessoas, a perseverança e a paciência, devem ser virtudes cotidianas, e quem é por si mesmo suficiente para todas estas coisas ? É-nos indispensável viver muito próximo de Deus se queremos ser aprovados em nossa vocação.
Não esqueçam como ministros, que toda a vossa vida, e mui especialmente toda vossa vida pastoral, deve estar afetada pelo vigor de vossa piedade. Se vosso zelo enfraquece, não orareis bem no púlpito, e o fareis pior em família, e detestavelmente a sós em vosso estudo. Ao enfraquecer vossa alma, vossos ouvintes sem saber como ou por que, acharão que vossas orações em público lhes são pouco edificantes, e conhecerão vossa fraqueza talvez antes que vós mesmos a noteis. Vossos discursos porão depois em relevo vosso decaimento espiritual. Bem podereis valer-se de frases tão escolhidas e períodos tão corretos como em nenhum tempo o façais, apesar de tudo, serão achados como uma perda notável de força espiritual. Farão impulsos como em outras vezes, tão vigorosos como os do próprio Sansão, porem perceberão que sua grande força tem se acabado. Em sua comunicação diária com seu povo, não tardarão em perceber o enfraquecimento de sua graça que em tudo se fará patente. Olhos perspicazes verão os cabelos brancos aqui e ali, muito antes de você próprios. Quando um homem é feito vítima de uma enfermidade do coração, quantos males há que estarão envolvidos nela: do estômago, dos pulmões, das entranhas, dos músculos, dos nervos, de tudo enfim padecerá; da mesma maneira, que se debilite a um homem o coração em coisas espirituais, e muito em breve sua vida inteira cairá sobre a  arruinadora influência desse mal.      
Além disso, como resultado, seus ouvintes terão mais ou menos que sofrer: os mais fortes dentre eles poderão talvez sobrepor-se a esta tendência depressiva, porém os mais débeis se verão seriamente prejudicados. Sucede conosco e nossos ouvintes, o mesmo que com os relógios de bolso e o relógio público. Se o de nosso próprio uso funcionar mal, com exceção de seu próprio dono, poucos se enganarão por sua causa; porém se o de um edifício público tido como cronômetro apresentar defeito em seu funcionamento, uma boa parte de seus usuários se enganariam quanto à medida do tempo. Não é outra coisa o que se passa com o ministro: ele é o relógio de sua congregação; muitos regulam seu tempo pelas indicações que ele faz, e se for inexato, qual mais, qual menos, todos se extraviariam, sendo ele em grande maneira responsável pelos pecado a que tenha dado ocasião. Não podemos suportar o pensar nisto, meus irmãos. Não teremos ao fazê-lo, nem um só momento de consolo; mas, sem dúvida, não devemos omiti-lo a fim de estar em guarda contra semelhante mal.
Vocês devem ter presente também que nos é necessário um piedade muito vigorosa, porque o perigo que corremos é muito maior que o dos demais. Sobretudo, não há nenhum lugar tão assaltado pela tentação, como o ministério. Apesar da idéia popular de que está em nosso caráter retirar-nos prudentemente de uma tentação, não é menos certo que nossos perigos são mais freqüentes e piores do que os comuns aos demais crentes. O lugar que ocupamos pode ser vantajosos por sua altura, porém essa mesma altura é perigosa, e para muitos não tem sido o ministério senão uma rocha de tropeço. Se nos perguntassem quais são essas tentações, poderia faltar-nos tempo para particularizá-las, porém lhes diremos que entre outras se acham as mais grosseiras e as mais refinadas: as primeiras pertencem à indulgência com que nos julgamos ao aceitar e fazer as honras a uma boa mesa, para o que somos muitas vezes convidados por um povo hospitaleiro; e as tentações da carne, que sem cessar acometem aos jovens solteiros enaltecidos e admirados pelo belo sexo. Mais creio haver dito bastante: suas próprias observações lhes revelarão logo milhares de ciladas, a menos que seus olhos se tenham fechado para a luz. Há laços mais secretos que estes dos quais menos facilmente podemos escapar, e deles o pior é a tentação ao ministerialismo, isto é, a tendência de ler nossas Bíblias como ministros, a orar como ministros, a dar, em suma, em fazer tudo o que concerne à nossa religião como se isso não envolvesse nossas pessoas senão de um modo puramente relativo. Perder a personalidade no arrependimento e na fé, é por certo, perder muito. “Ninguém,”, disse John Owen, “prega seu sermão bem a outros, se não o prega primeiro a seu próprio coração.”. Irmãos, é sumamente difícil observar tal máxima. O cargo que desempenhamos em vez de avivar nossa piedade, como alguns asseguram, se converte, devido à maldade inerente à nossa natureza carnal, em um de seus mais sérios estorvos; ao menos, assim o julgo por experiência.
 Como luta contra o oficialismo, e no entanto, quão facilmente nos acossa. É como uma vestimenta longa que se enreda nos pés de alguém que vai correr, e o impede de fazê-lo. Precavenham-se, queridos irmãos, desta e de todas as outras seduções de sua vocação; e se o têm feito assim até agora, continuem vigilantes até a última hora da vida.
Temos feito notar um dos perigos; porém na verdade, há uma legião deles. O grande inimigo das almas toma o maior empenho em não deixar nem um pedra sem revolver para a ruína do pregador. “Tenham cuidado de si mesmos”, disse Baxter, “porque o tentador fará sua primeira e mais furiosa investida contra vocês. Se são os guias que saem à frente, não deixará de acometê-los senão nos casos em que Deus não o permita. Põe contra vocês as maiores emboscadas, porque têm por missão causar-lhe o dano maior. Como ele odeia a Cristo mais que a nenhum de nós, por ser Jesus o general de campo e o Capitão da nossa salvação, e quem faz mais que o mundo inteiro contra o reino das trevas, é esta a razão que tem para fixar-se nos caudilhos que militam sob as bandeiras do Salvador, mais que nos soldados comuns que igualmente o fazem segundo sua proporção. Sabe quanta confusão pode introduzir no exército, se os chefes caem ante sua vista. Tem procurado sempre a maneira de combater contra estes, e não precisamente contra os maiores ou menores, comparativamente; e ferirá os pastores para poder dispersar o rebanho. E é tão grande o êxito que tem alcançado deste modo, que seguirá sua tática até onde possa. Tenham cuidado, portanto, meus irmãos, porque o inimigo os mira com especial atenção. Serão objeto de suas mais sutis insinuações, incessantes solicitações e violentos assaltos. Por sábios e eruditos que sejam tenham cuidado de si mesmos, não seja que supere a inteligência que pensam ter. O diabo é m ais instruído que vocês, e mais sagaz lutador, pode transformar-se num anjo de luz para enganá-los. Se introduzirá entre vocês e lhes lançara laços antes que possam colocar-se em guarda;  fará troça de vocês sem revelar-se, e lhes persuadirá de sua fé ou inocência, e não saberão que a têm perdido. Mais ainda, lhes fará crer que as possuem em maior grau, quando já não a tenhais. E suas artimanhas serão tão adequadas a seu temperamento e disposição, que os levará a buscarem auxílio em si mesmos, e fazer que seus próprios princípios e inclinações os traiam, dessa maneira, sempre que os arruíne, lhes fará o instrumento de sua própria ruína. Que conquista pensará haver feito se puder tornar a um ministro inútil ou infiel;  se pode induzi-lo à cobiça e ao escândalo. Se gloriará contra a igreja e dirá: “Estes são seus santos pregadores: vejam qual é sua grave falta, e aonde esta os levará.”. Se gloriará também contra o mesmo Jesus Cristo e dirá: “Estes são teus campeões ! Posso fazer que os principais dentre teus servos mofem de ti; posso fazer infiéis aos mordomos de tua casa.”. Se ele assim insultou a Deus partido de um juízo falso, dizendo-lhe que poderia fazer que Jó lhe blasfemasse em seu rosto, (Jó 2.5), o que não faria se ele de fato prevalecesse contra nós ? E por último, lhe serviriam de troféu por haver podido arrastá-los a serem falsos em relação ao grande depósito que lhes foi confiado, a manchar sua santa profissão, e a prestar um serviço positivo a seu maior inimigo. Não comprazam desse modo a Satanás; não lhe prestem um auxílio tão eficaz; não permitam que lhes trate como os filisteus trataram a Sansão, isto é, que primeiro lhes prive de suas forças para fazê-los depois objeto de seu triunfo.”;
Uma vez mais. Devemos cultivar o maior grau de piedade, porque a natureza de nosso trabalho assim o requer imperativamente. A obra do ministro crente é bem executada na exata proporção com o vigor de nossa natureza renovada. Nosso trabalho está bem feito somente quando assim o está conosco mesmo. Qual é o obreiro, tal será sua obra. Fazer frente aos inimigos da verdade, defender os baluartes da fé; governar bem a casa de Deus; consolar aos que sofrem; edificar aos santos; guiar os irresolutos; sobrelevar os revoltosos; ganhar e nutrir as almas: todos estes trabalhos e outros mais não são para serem executados por uma pessoa débil de espírito ou disposta a fazer alto em seu caminho, senão estão reservados para as dotadas de um grande coração a quem o Senhor tem feito fortes para ele mesmo. Busquem, pois, força no Forte por excelência; sabedoria, na fonte do Saber; em suma, busquem tudo quanto há em Deus.
   Em terceiro lugar, é necessário que o ministro tenha cuidado de que seu caráter pessoal concorde em todos os aspectos com seu ministério.
Todos temos ouvido a história do homem que pregava tão bem, e vivia tão mal, que quando estava no púlpito não havia quem não dissesse que nunca devia sair dele, e quando o deixava, todos a uma declaravam que não deveria voltar a ocupá-lo jamais. Que Deus nos livre de imitar a semelhante Janes. Não sejamos nunca ministros do Senhor no altar, e filhos de Belial fora da porta do tabernáculo; pelo contrário, sejamos como Nazianzeno disse de Basílio: “Raiou em nossa doutrina, e relampejou em nossa conversação.”. Não podemos confiar nos que têm duas caras, nem os homens creram jamais naqueles cujos testemunhos verbais e práticos são contraditórios entre si. Assim como os fatos segundo o provérbio, falam mais alto do que as palavras, assim também uma vida má sufocará, a voz do ministro mais eloqüente. Sobretudo, nossos edifícios mais seguros devem ser fabricados por nossas próprias mãos, nossos caracteres devem ser mais persuasivos que nossos discursos. Aqui devo admoestá-los não somente contra os pecados de comissão senão também contra os de omissão. Muitos pregadores se esquecem de servir a Deus quando estão fora do púlpito, sendo assim sua vida negativamente inconseqüente. Longe de nós, queridos irmãos, o pensamento de ser ministros automáticos, isto é, desses que se movem não por ter em si mesmos a virtude de fazê-lo, mas porque os colocam em movimento forças transitórias; dessas que somente são ministros a intervalos, sob a compulsão do toque da hora que os chama a seus trabalhos; e que deixam de sê-lo tão logo como baixam os escalões do púlpito. Há muitos que perseveram nas ministrações da verdade tanto tempo quanto há uma necessidade oficial de seu trabalho, porém, depois, não há pagamento, não há salário, não há sermão.
É uma coisa horrível o ministro ser inconseqüente. Se diz que nosso Senhor foi como Moisés, pela razão de haver sido um “profeta poderoso em palavras e em obras.”. O homem de Deus deve imitar o seu Senhor nisto:´é preciso que seja poderoso tanto na pregação de sua doutrina, como no exemplo que dê com suas obras, tendo, se possível, neste último, muito maior cuidado.
É de chamar a atenção que a única história eclesiástica que temos na Bíblia, seja a dos “atos dos Apóstolos”. O Espírito Santo não teve por conveniente conservar-nos os sermões dos apóstolos. Devem ter sido magníficos, muito melhores do que os que temos pregado, e contudo, o Espírito Santo tem tomado somente nota de seus “atos”. Não temos livros que contenham as resoluções dos apóstolos. Quando verificamos um registro de nossas minutas e resoluções, porém o Espírito somente consigna os “atos”. Nossos atos devem ser tais que mereçam ser registrados, já que de todas as maneira o tenham que ser. Devemos viver, portanto, como cumpre fazê-lo ao que se encontra sob o olhar imediato de Deus, e envolto na brilhante luz do grande dia que tudo revela.
A santidade em um ministro é sua necessidade principal uma vez que é seu mais piedoso ornamento. Uma mera excelência moral não é suficiente; deve haver a virtude mais elevada; é preciso que haja um caráter conseqüente, porém este necessita estar ungido com o óleo sagrado da consagração, pois do contrário careceremos do que nos faz mais flagrantes para Deus e para o homem. O ancião John Stoughton, num trabalho intitulado “Dignidade e Dever do Pregador”. Insiste sobre a santidade do ministro, em razões cheias de peso. “Se Uzá teve que morrer por tocar a arca de Deus, e isso que fez foi para sustentá-la quando estava prestes a cair; se os homens de Betesemes pereceram por terem  olhado para dentro dela; se até os animais que não fizeram outra coisa que aproximar-se do Monte Santo, foram ameaçados, então que classe de pessoas devem ser admitidas para conversarem familiarmente com Deus; para estar diante dele como fazem os anjos, e contemplar Sua face continuamente; a carregarem a arca sobre seus ombros; a levarem Seu nome entre os gentios;  em resumo, a serem Seus embaixadores ? A santidade é própria de tua casa, Oh Senhor. E não seria uma coisa ridícula pensar ou imaginar que se os vasos devem ser santos, as vestes devem ser santas, tudo enfim, deve ser santo, com a única exceção daquele sobre cujas vestes deve estar escrito santidade ao Senhor ? Não, os ministros devem ser luzes ardentes e brilhantes, pois do contrário sua influência despertará alguma qualidade malígna; devem ruminar o alimento e ter o casco dividido, ou são imundos; devem distribuir a Palavra retamente, e andar também retamente em sua vida, e unificar assim sua vida e seu ensino. Se carecem de santidade os embaixadores, desonram ao país de onde vêm, e o príncipe da parte de quem vêm; e este Amasa morto, esta doutrina morta, não animada com uma boa vida, jazendo no caminho, detém o povo do Senhor, impedindo-lhe que prossiga alegremente em sua luta espiritual.”.
A vida do pregador deve ser um imã que atraia os homens a Cristo, e é coisa triste a verdade, que os mantenha separados dele. A santidade dos ministros é um chamamento expressivo ao arrependimento que se faz aos pecadores, e quando vem acompanhada de uma jovialidade piedosa, se faz atrativa de um modo irresistível. Jeremy Taylor na rica linguagem que lhe é própria nos diz: “As pombas de Herodes nunca teriam induzido a tantas companheiras suas forasteiras a entrarem em seu pombal, se não houvessem sido untadas com bálsamo. De igual modo, se vossa vida fosse excelente, se vossas virtudes fossem como precioso ungüento, logo faríeis que os que estão ao vosso cargo corressem atrás do vosso perfume, porém deveis ser excelentes não tanto quanto um do povo, senão tanto quanto homem de Deus, não segundo a maneira comum dos homens, senão segundo o próprio coração de Deus, e os homens se esforçaram para serem como vós, se vos esforçais para ser como Deus.”.
Outro teólogo admirável, o bispo Reynolds, tem dito energicamente e com razão: “A estrela que conduziu os sábios ao Cristo,  a coluna de fogo que conduziu os filhos de Israel a Canaã, não somente brilhava, como também ia adiante deles. Mt 2.9; Êx 13.21. A voz de Jacó não se terá muito em conta se as mãos são as de Esaú. Na lei, nenhuma pessoa que estivesse manchada poderia oferecer oblações ao Senhor (Lev 21.17-20); ensinando-nos o Senhor assim que graças deveria haver em seus ministros. O sacerdote teria que levar em sua túnica, campainhas e romãs: as primeiras como figura de sua sã doutrina, e as outras de uma vida frutífera (Êx 28.33,34). O Senhor será santificado em todos aqueles que dEle se aproximem (Is 52.11) porque os pecados dos sacerdotes fazem o povo menosprezar os sacrifícios do Senhor (I Sm 2.17); suas vidas mal dirigidas fazem que suas doutrinas sejam desonradas. Como diz Santo Agostinho: “com sua doutrina edificam bem, e com sua vida destroem. Em um ministro de Cristo devem estar em harmonia sua língua, seu coração e suas mãos.”.      
O ministro deve ainda cuidar que sua vida esteja em conformidade com seu ministério. É preciso cuidar especialmente de não deixar de cumprir sua palavra. Isto deve ser levado até a escrupulosidade: a verdade não somente deve estar em nós, como também deve tirar seu brilho de nós. Devemos ser exatos quanto ao cumprimento de nossa palavra.
Devemos lembrar que muita atenção está fixada sobre nós. Os homens apenas se atrevem a quebrar a lei à vista aberta de seus semelhantes, pois bem, nesta publicidade vivemos e nos movemos. Somos vigiados por milhares de olhos perspicazes como de águias. A posição pública que ocupamos será para nós um grande ganho se pudermos mostrar os frutos do Espírito Santo em nossa vida: muito cuidado, meus irmãos, de não desperdiçar esta vantagem.
Evitem, queridos irmãos, contraírem dívidas ainda que sejam pequenas, toda falta de formalidade, o imiscuir-se em maledicências, o entabular disputas, e todos os defeitos que devem ser evitados.
A indulgência com que alguns julgam a si mesmos, e que tem ocasionado a destruição da reputação de muitos, é uma coisa que nunca devem se permitir. Certas familiaridades que dão lugar a que se suspeite do que as pratica, devem ser evitadas, procedendo-se com todo o maior decoro e castidade. A aspereza de caráter que faz a alguns terríveis e repelentes, e as chocarrices que fazem aos outros depreciáveis, são defeitos de que devemos fugir.  Estamos expostos a corres grandes conflitos se nos permitimos certas coisas tidas como pequenas. Devemos ter por regra a norma bíblica de não dar “nenhum motivo de escândalo, em cousa alguma, para que o ministério não seja censurado” (II Cor 6.3). Entenda-se, contudo, que não queremos dizer com isto que estamos obrigados a nos sujeitar a qualquer moda ou capricho da sociedade em que vivemos. Por regra geral, nos desgostam as modas da sociedade e detestamos o convencionalismo, e se me parecesse melhor passar por cima de uma lei imposta por uma vã etiqueta, não teria escrúpulo em fazê-lo. Não, somos homens livres e não escravos, e não temos necessidade de abrir mão de nossa liberdade para nos convertermos em lacaios dos que se apavoneiam em elegância. Entretanto devemos fugir de tudo que revele falta de boa educação ou que seja grosseiro, por estarem estas coisas muito próximas do pecado. Cristo nos deu o exemplo, e nunca foi grosseiro, baixo, descortês ou mal educado.
Mesmo em suas recreações não esqueçam que são ministros. Mesmo quando estiverem fora de ação, são, sem dúvida, oficiais do exército de Cristo, e devem conduzir-se como tais. E se em relação às coisas pequenas é preciso que sejam tão cuidadosos, quanto não terão que ser tratando-se de grandes assuntos de moralidade, de honestidade e integridade. Nisto o ministro não deve nunca faltar. Sua vida privada tem que estar sempre em harmonia com a santidade de seu ministério, ou este chegará logo ao seu fim e quanto mais breve o abandone será melhor, porque a continuação em seu cargo não fará mais que desonrar a causa de Deus e lavrar sua própria ruína.















149) VILEZA, INVEJA, COBIÇA E CIÚME

ÍNDICE

1 - Combatendo a Incredulidade da Inveja
2 - Combatendo a Incredulidade da Cobiça


1 - Combatendo a Incredulidade da Inveja

Por John Piper

Salmo 37: 1-7:
"Não te indignes por causa dos malfeitores,
Nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade.
Pois eles dentro em breve definharão como a relva
e murcharão como a erva verde.
Confia no Senhor e faz o bem
habita na terra, e alimenta-te da verdade.
Agrada-te do SENHOR,
e ele satisfará os desejos do teu coração
Entrega o teu caminho ao SENHOR,
confia nele, e o mais ele fará.
Fará sobressair a tua justiça como a luz
e o teu direito, como sol ao meio-dia.
Descansa no SENHOR e espera nele,
não te irrites por causa do homem
que prospera em seu caminho,
por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios."

Uma definição da inveja
Uma barreira que nos impede de preocupar-nos com os outros é invejá-los. Nesta noite vamos falar sobre a luta contra a incredulidade da inveja. Vamos defini-la.
Quando, nesta tarde, analisava o que é a inveja – e quando verifiquei meus pensamentos com o dicionário de Webster – duas coisas sobressaíram:
1. A inveja tem um elemento de desejo em si. Alguém experimentou uma vantagem ou um benefício em sua vida, e você quer que o mesmo aconteça com você. Isso não lhe faz necessariamente invejoso, mesmo porque é bom que você tenha esse tipo de desejo e se incline a imitar pessoas santas.
2. O outro elemento – e aquele que torna má a inveja – é que esse desejo tem uma ponta de ressentimento porque as coisas estejam indo bem com outros e não com você - e isto é o é a inveja.
Resumindo, a inveja é uma mistura do desejo por alguma coisa com o ressentimento por alguém está desfrutando da mesma, e você não. As coisas não estão correndo tão bem para você e isto, às vezes, o “rói por dentro”. “Porque é que as coisas vão indo tão bem para aquela pessoa e o mesmo não acontece comigo?”
As oportunidades para invejar abundam
A próxima coisa que eu fiz nessa tarde, foi tentar ver os detalhes. Tentei encontrar alguns exemplos de inveja em minha própria vida. De minha imaginação, e das vidas de outros.
Como poderíamos dar algumas ilustrações da inveja? Veja se você pode se encontrar nesses cenários.
Pensei no Sr. Dukakis e no Sr. Bush e achei que essa poderia ser uma oportunidade para inveja. Se um homem chega a devotar um ano de sua vida, muito dinheiro e muitos esforços para vir a ser o próximo presidente, mas termina perdendo a carreira – mesmo quando ele pensa ser o melhor candidato, ter melhores políticas e ter um melhor companheiro de campanha – eu acredito que ele facilmente passaria a noite acordado e fervilhando por dentro pelo fato de não se haver saído melhor do que esperava. Ele poderia sentir-se como se houvera devotado tanto tempo e tanta energia e sem chegar a nenhum lugar.
Ou, suponha que seu amigo se case e você não. Você, que talvez tenha conhecido a esse amigo por tanto tempo, e agora ele está se casando e você não está. Você poderia começar a sentir-se um tanto ressentido por isso estar acontecendo com ele sem que ainda tenha acontecido com você.
Ou, digamos, você tem um filho que é cronicamente doente, enquanto outras famílias a seu redor parecem sempre gozar saúde. Você poderia pensar, “Meu filho está continuamente doente. Meu filho adoece, praticamente, toda semana e apresenta esses horríveis problemas, mas essas outras famílias, que não são em nada melhores que a minha, estão sempre saudáveis.”
Ou, suponha ainda, que você está sempre no segundo time de sua escola. Tudo o que você faz é “esquentar o banco” enquanto o outro sujeito no primeiro time, ainda que seja um chato, é sempre convocado para jogar.
Ou, suponha, que você tem um amigo que joga na loteria. E esse amigo é um verdadeiro canalha, mas termina por ganhar um milhão. Você poderá pensar que merece aquele dinheiro muito mais que seu amigo.
Ou você é um pastor e vê outras igrejas crescendo, enquanto a sua flutua entre um mínimo crescimento e nenhum crescimento. Você poderá achar que isto não deveria ser assim.
Ou poderá acontecer que você ache que outros são mais bonitos, ou têm melhor aparência, ou se vestem mais na moda do que você. Deus foi quem lhe deu sua aparência, mas quão facilmente se poderá viver observando outros, que são muito mais elegantes, e sentir-se invejoso.
Uma proibição e uma advertência contra a inveja
São tantas as oportunidades para a inveja … É uma ameaça universal para nossa alegria e para nossa preocupação por outras pessoas. Portanto, o que eu quero fazer, é observar um texto onde a inveja é proibida nas Escrituras, ver algumas das consequências quando alguém se deixa dominar pela inveja e, então, falar sobre como combater esse mal. Considerando o tempo que temos, assumo que vou falar apenas sobre os dois primeiros tópicos.
Eu assumo que você concordará comigo sobre o fato de que a Bíblia diz, “Não seja invejoso.” Podemos começar por aqui? Eu tenho quatro textos: Salmo 37:1, Provérbios 23:17, Gálatas 5:26 e 1ª Pedro 2:1. Todos eles dizem, “Não seja invejoso.” Portanto, não é bíblico ser invejoso e é contrário à vontade de Deus que você se dê à inveja.
E depois poderíamos falar sobre as advertências. Olhemos uma dessas passagens. Gálatas 5: 19 - 23 é uma passagem sobre as obras da carne e o fruto do Espírito, e uma das obras da carne, é a inveja.
Gálatas 5:19 – 21 – “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes” – que diga-se de passagem, eu creio que é uma subespécie da inveja.
Eu pensava comigo mesmo: “Será que eu deveria pregar um sermão sobre ciúmes?” Pensava sobre isto no mês de agosto passado. E, enquanto meditava sobre esse assunto, cheguei à conclusão de que o ciúme é uma espécie de inveja. O que eu quero dizer com isto é que o ciúme é uma espécie de inveja dirigida contra outra pessoa que esteja recebendo um afeto que você desejaria que fosse seu. Você está invejoso da outra pessoa que está recebendo o afeto de alguém e crê que este afeto deveria ser dirigido a você.
Agora, isso poderá até ser algo muito saudável. Deus tem ciúmes do amor que deveria ser dirigido somente a Ele. E um marido - ou uma esposa - deveria ter justo ciúme de um mau relacionamento que ele perceba se desenvolver entre seu conjugue e outro terceiro elemento. Mas existe, de igual maneira, um ciúme que é prejudicial. A razão porque eu não estou focando nisto agora é que eu creio que tudo o que eu diga sobre a inveja se aplica também ao ciúme por ser, este, uma subcategoria da inveja.
“Iras, discórdias, dissensões, facções, inveja” – ai está, no começo do verso 21 – “bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.”
Assim, pois, aqui fica a advertência. É um assunto muito sério. Tudo o que estou pregando nestes sermões de outono, é assunto sério. Em outras palavras, se você permitir que este estado de incredulidade – de inveja - reine em sua vida, isto lhe poderá levar a naufragar na fé e, no final, comprometer-se seriamente.
Lute contra a inveja como o Rei Davi o fez
Tudo bem. Temos visto o que é. Temos visto que a Bíblia condena. E temos visto que existem consequências negativas quando você dá rédeas soltas, indefinidamente, à inveja. Agora, vejamos como podemos lutar contra ela. Este é o centro da questão, e o Salmo 37 é o lugar por onde iniciaremos a considerar a resposta.
Este é um grande salmo para compreender como combater a inveja, porque ele começa com o ponto principal: “Não tenhas inveja.” Nos primeiros onze versos, contamos com seis sólidas razões para não sermos invejosos. O que estou tratando de fazer esta noite é dar-lhe um exemplo de como pelejar a batalha da fé em suas devoções.
Quando você desperta pela manhã e nota em seu coração um sentimento de inveja contra alguém no trabalho, ou contra um membro de sua família, ou contra qualquer outra pessoa e você diz, “Isto não deveria estar aí. O que eu posso fazer com isso?”, isto é o que você deve fazer: tome a sua Bíblia, ajoelhe-se em oração e comece a ler e a buscar as promessas bíblicas que possam fazer “explodir” a inveja. Mas, para isto você terá que, primeiramente, definir em sua mente o fato de que a inveja é uma forma de incredulidade.
Assim, pois, vejamos o Salmo 37:
“Não te indignes por causa dos malfeitores,
nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade.”
Ai está. Uma afirmação básica: não inveje os malfeitores nem tampouco fique todo irritado por causa deles.
“Pois dentro em breve definharão como a relva
e murcharão como a erva verde.”
Então eu penso que, em vez disso, o verso três nos diz o que devemos fazer. A saber, devemos fazer o oposto de invejar:
“Confia no Senhor e faz o bem.”
A próxima frase poderia ser um mandamento, assim como também, poderia ser uma promessa. Creio que seja ambos. Diz,
“habita na terra e alimenta-te da verdade.”
Poderia dizer “desfrute de segurança” mas, literalmente, é “alimenta-te da verdade.” De ambas as maneiras, expressa a fidelidade de Deus. Assim que a ideia de segurança é correta e boa. (1)
“Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração.”
“Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais, ele fará.”
Notem-se aqui as coisas positivas que você - no lugar da inveja - está suposto a colocar em suas emoções: “Confia” (verso 3), “Agrada-te” (verso 4), “Entrega o teu caminho” (verso 5), e, outra vez, “confia”, no meio do verso 5. Portanto, a razão por que eu escolhi o Salmo 37 esta noite, é que ele nos ensina que a inveja é incredulidade, ou que tem a sua raiz na incredulidade. E o oposto da inveja é a fé, ou a confiança, ou agradar-se em Deus ou trazer suas cargas ao Senhor.
Dessa maneira, eu espero que, quando nós começamos a invejar – quando começamos a olhar para outra pessoa e principiamos a ressentir o fato de que ela tem algo que nós não temos – e, por este motivo, começamos a perder nossa paz e nosso contentamento em Deus, a solução é a fé. Está bem? Entendido? Este é, até o momento, o nosso ponto de vista.
Seis razões, dadas no Salmo 37, porque crer é melhor

Agora, a outra razão porque esse salmo é tão grandioso, é que ele nos dá tantas razões diferentes por que não deveríamos ser incrédulos. Ensina-nos por que deveríamos estar totalmente descansados e confiados em que Deus é por nós. Diz-nos que Ele está operando de tal maneira que, ainda que nos pareça que as coisas estão indo melhor para outros, elas vão, no final, estar ótimas para nós. Vamos, pois, observá-las. Eu escolhi seis razões, que encontro neste capítulo, para que evitemos cair nas garras da incredulidade da inveja.
1 – Verso 2: “Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde.” Se você começa a ter inveja sobre do malfeitor, como o infame que acabou de ganhar um milhão, Deus lhe diz: “Espere um minuto … Você não vai querer estar nos sapatos dele. Ele vai definhar como a relva, “aqueles, porém, que fazem a vontade de Deus, permanecerão para sempre” (1 João 2:17). Este é o primeiro argumento.
O mesmo se repete no verso 9: “Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no SENHOR possuirão a terra.” E no verso 10: “Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio.” Assim que, a primeira razão por que você não deve deixar que a inveja o vença quando você a começa a sentir contra um descrente, ou contra alguma pessoa injusta, é este pensamento: “Espere um pouco; Deus já tem dito que aquela pessoa vai desvanecer como uma flor – muito rapidamente. Vai desaparecer e, daí, que será de sua prosperidade?”
2 – Verso 3: “habita na terra (em segurança) e alimenta-te da verdade (ou da fidelidade).” Em outras palavras, essa é a recompensa que advém por confiar no Senhor. Confia no Senhor e faz o bem e você “pastará” na terra verdejante. Seus desejos serão satisfeitos. Essa razão nos leva à próxima.
3 – Verso 4: “Agrada-te do SENHOR”, isto é, confia no Senhor, “e ele satisfará os desejos do teu coração.” E esta é uma surpreendente promessa, porque a inveja, normalmente, nasce por não se possuir os desejos do próprio coração. Você vê alguém que possui aquilo que você deseja, e sente que isto que você deseja está faltando em sua vida. Então a melhor maneira de combater esse sentimento é ir a essa promessa e dizer, “Agora Senhor, Tu tens feito uma aliança comigo no verso quatro. Dissestes que se eu puser o meu deleite em Ti, Tu me darás os desejos do meu coração. Portanto, vou deleitar-me em Ti.”
E este á um passo chave: confiar em Deus suficientemente, de modo que você venha a descansar em quem Ele é. E você sem dúvida poderá vir a experimentar um profundo efeito na qualidade dos desejos que poderão trazer seu próprio contentamento. E todos os desejos que você tenha serão, eventualmente, satisfeitos. Esta é a essência da impressionante promessa em Romanos 8:32 (“Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”), ou em 1 Coríntios 3:21 – 23 (“Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo, de Deus”). A Bíblia faz promessas assombrosas àqueles cujo deleite é em Deus e não em “coisas”.
4 – Versos 5 e 6: “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais Ele fará. Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia.” Lembro-me dos dias em que, muitos anos atrás, Steve e Susan Roy estavam morando do outro lado da rua onde residíamos. Steve havia renunciado sua posição na InterVarsity e estava sem nenhuma posição de trabalho. Não sabíamos ainda se ele seria aceito para trabalhar em Bethlehem (2) e, provisoriamente, ele pintava casas nos fins de semanas. Para ele, um verdadeiro teólogo, pintar casas não era exatamente o que queria fazer.
Um dia, de nossa calçada, conversávamos com eles do outro lado da rua. Disse-me Steve: “Na verdade, estamos precisando de algum encorajamento.” Recordo-me de, em pé, lá na calçada, dizer-lhe, “Aqui vai uma promessa para hoje: Isaías 64:4 - “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aqueles que nele esperam.” Diversas vezes, em anos seguintes, eles me disseram que ainda podiam lembrar-se do encontro daquela tarde. “Deus trabalha para aqueles que esperam nele.” E esta palavra “trabalha”, em hebreu, está lá no verso 5 do Salmo 37: “Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia” – em outras palavras, “Ele trabalhará por você. Ele lhe vindicará.” E vindicar é algo precioso, visto que uma das coisas presentes por detrás da inveja é, frequentemente, o sentimento de que as coisas não estão indo tão bem como achamos que deveriam ir. Estamos recebendo uma má recompensa, enquanto para outros que nem sequer merecem, as coisas vão indo muito melhor. O que queremos é vindicação. E isto é exatamente o que está sendo prometido aqui: a vindicação virá.
5 – Versos 9 e 11: “Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no SENHOR possuirão a terra” e “… os mansos herdarão a terra.” Agora talvez você replique: “Espere um momento; mas eu não sou judeu e não espero herdar a Palestina.” Cuidado! Todas as promessas do Velho Testamento feitas aos judeus, serão cumpridas para você e serão cumpridas da mesma maneira que serão cumpridas para os judeus, senão ainda melhor.
Onde, no Novo Testamento, existe uma promessa praticamente melhor que as mesmas palavras do verso 11? Nas Beatitudes. Lemos, “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” Muito bem. Então eu não ganho a Palestina, mas somente a terra. De fato, em Romanos 4:13, são os que são crentes como Abraão que são chamados herdeiros do mundo. 1 Coríntios, capítulo 6, diz que você julgará os anjos. Aos discípulos, ele disse que eles se sentariam em tronos para julgar as doze tribos de Israel. Nós, os que não somos dos 12 discípulos, ou apóstolos, julgaremos os anjos. A Bíblia está repleta das mais estupendas promessas, capazes de remover os mais fortes ressentimentos que se acendam sob o efeito da inveja.
6 – Verso 11: “Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de shalom.” Esta palavra está no inglês, traduzida como “prosperidade”, o que, provavelmente, traz um sentido que não é de muita ajuda em nossos dias. No hebreu, se refere ao total bem-estar, da paz que vem àqueles que confiam.
Assim, temos aqui um pequeno exemplo de como você poderá lutar a batalha da fé logo pela manhã, se a inveja começar a brotar em seu coração. Você toma um texto como este que lhe diz “não seja invejoso” e você responde: “Senhor, se hei de vencer esta inveja, então vou necessitar alguns argumentos poderosos de “por que” devo descansar em ti. Dar-me-ias alguns?” Então leia esse texto, passo a passo, verso por verso e, à medida que você encontra um, você pára e ora, “SENHOR, abre os meus olhos para contemplar a beleza desta promessa e permita-me, por teu Espírito, ter a capacidade de saboreá-la, descansar nela, crê-la, caminhar por ela, viver nela e praticá-la, hoje.” E você segue para o próximo verso e, outra vez, trabalha mentalmente até que possa perceber Deus o encontrando e levantando de sobre você essa coisa feia a que chamamos inveja.
Munição adicional contra a incredulidade
Vamos ver alguns outros textos que você poderia usar em sua guerra contra a inveja.
Provérbios 23:17 – “Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do SENHOR perseverarás todo dia.” E aqui vem essa grande promessa: “Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança.” Encontramos aqui uma pessoa que contempla um pecador e vê que ele está prosperando. Agora, essa mesma pessoa sente como se a sua esperança não fosse prosperar. Ela gostaria de viver para Jesus mas as coisas não parecem lhe ir tão bem como vão para o pecador. A Bíblia é tão ciente disto que o Salmo 37 foi escrito para tratar do assunto. Também, de igual maneira, o foi o Salmo 73.
Muitas vezes, as histórias ajudam mais que textos. Histórias bíblicas, principalmente, têm uma maneira peculiar de chamar a atenção, onde uma literatura proposicional não consegue. Conto-lhes uma história que, frequentemente uso para vencer minhas tentações com a inveja. É a história do menino com cinco pães e dois peixinhos, especialmente como registrada em João 6.
Em João 6, Jesus tem compaixão da multidão e diz a seus discípulos, “Dêem-lhes de comer.” Eles contestam e dizem: “Envia-os para suas casas. Necessitaríamos 200 denários de pão para alimentar todo este povo e já é tarde.” Jesus responde, “Bem, que temos?” E eles informam: “Um menino aqui tem 5 pães de cevada e 2 peixes. Mas o que é isto para tantos?” Agora veja a si mesmo parado ali, e imagine-se um menininho olhando para cima e dizendo, “Ora, isto é tudo o que eu tenho. Não me façam sentir culpado!” E isto mesmo é o que todos nós somos: somos menininhos com cinco pães de cevada e dois peixes em valor de dons, aparências, dinheiro – ou qualquer outra coisa que lhe dá a tendência de sentir-se inferiorizado. E você olha ao redor e vê aos demais: fortes, bonitos, ricos. Pessoas que têm tudo indo-lhe bem, e tudo o que você tem são cinco pães e dois peixes para um trabalho que necessitaria 200 denários de pão. E Jesus lhe diz: “Entregue-os para mim.” E ele os toma – você aprendeu esta lição na escola dominical, não é verdade? – e Jesus ora, e alimenta cinco mil homens, mais as mulheres e as crianças. Quando eu olho para isto, penso: “Bem, talvez exista alguma esperança para meus cinco pães e meus dois peixes.”
E quantos cestos sobraram? Doze. Porque? Um para cada apóstolo que não cria que aquilo seria suficiente. Exatamente por isso. Para mostrar que quando você entrega aquilo que, no princípio, não cria ser suficiente, você recebe de volta mais do que pensou, ou que jamais sonhou que pudesse ter. Essa é uma história que sempre dará um murro no queixo da inveja.
Se você começa a pensar que seus dons são muito pequenos e que você não está à altura da necessidade do momento, lembre-se: Jesus é aquele que estará à altura para aquela hora. Ele poderá tomar o que é de ínfimo valor e multiplicá-lo. Eu tenho uma pequena placa na porta de minha casa, que me foi dada por Virginia Maderis, em Maryland, há uns 15 anos. A placa diz assim: “O mundo ainda está para ver o que pode ser realizado por um homem inteiramente consagrado ao Senhor. Pelo poder de Deus, eu vou ser este homem.” – D. L. Moody.
“Amar, é parar de fazer comparações”

Uma última ilustração. Abra sua Bíblia comigo em João 21. Você conhece a história, mas eu duvido que você já tenha pensado nela em termos de inveja. Aconteceu comigo, até que eu li a ideia num livro, algum tempo atrás. Assim que isto não é meu original, mas eu gostei muito e quero compartilhar aqui. Essa era a situação: Pedro havia sido restaurado por Jesus em vista de sua negação e depois de haver afirmado três vezes que amava ao Senhor. No verso 18, encontramos: “Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres.” Isto foi Jesus falando com Pedro. “Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus.” Em outras palavras, ele viria a ser um mártir. Depois disso ele lhe disse: “Segue-me.”
Pedro voltou-se e viu que também o seguia o discípulo que Jesus amava, isto é, João, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e lhe perguntara: “Senhor, quem é o traidor?” E quando Pedro o viu, ele perguntou a Jesus: “E quanto a este?” O que está, realmente, acontecendo aqui? Porque Pedro faz esta pergunta? “Disseste-me que eu vou ser morto. E João? Ele também será morto?” E podemos ver bem na “flor da pele”, a inveja no coração de Pedro: “Se não vai, então, isto não é justo.” E como Jesus trata este assunto?
“Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me.” E que estaria dizendo o Senhor? Eu acredito que ele estava dizendo que é um perigo comparar circunstâncias. É, na verdade, muito perigoso comparar dons. Lembro que, na Universidade de Wheaton, no dormitório Martin Noel, meu Administrador Residencial naquele tempo tinha um pedacinho de papel do lado de fora de sua porta que dizia: “Amar, é parar de fazer comparações.” Exatamente! Jesus está dizendo, “Olha, não te envolvas tanto em comparar-te com este outro discípulo - com o que eu tenho ou tenha para ele. Aqui está o que eu tenho para ti: a mim mesmo. Não é isto o suficiente?”
E esta é a solução para a inveja. Da mesma maneira que á a solução para a cobiça, sobre a qual falamos nessa manhã. A solução é Jesus. “Siga-me. Se você me segue; se me tem a mim, porque se preocupa com o que lhe diz respeito a ele?” Assim, esta é a resposta: o que simplesmente necessitamos é mais de Jesus. Nós temos que reconhecer o grande privilégio que é só o de conhecer a Jesus. Ele disse em outro lugar, “Não vos alegreis de que os demônios se vos submetem. Alegrai-vos de que vossos nomes estão escritos no Céu.” Ser um discípulo de Jesus Cristo é um privilégio tão grande que o que virá a ser dos outros discípulos se torna de somenos importância. E assim a inveja voa e desaparece.







2 - Combatendo a Incredulidade da Cobiça

Por John Piper

1 Timóteo 6:6-12
O objetivo que tenho para nós, nesta série de mensagens é o de fixar, permanentemente, em nossas memórias, a seguinte verdade: a maneira de se lutar contra o pecado em nossas vidas, é combatendo a incredulidade; e a maneira de buscarmos a retidão e a santidade, é militarmos a milícia da fé.
Três razões para o objetivo desta série
Há, pelo menos, três razões que explicam por que eu tenho este alvo para nós.
1. A necessidade da perseverança para a salvação
Primeiramente (de acordo com Hebreus 12:14), há uma santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor. Há pretensos cristãos que vivem vidas de tamanha desobediência, que irão ouvir Jesus dizer-lhes (de acordo com Mateus 7:23), “ Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Existem aqueles frequentadores de igrejas que creem estar salvos por haverem, uma vez, orado para receber Jesus, sem, entretanto, saberem que a genuinidade daquela oração é a perseverança. Assim como disse Jesus em Mateus 24:13, “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”, aos crentes professantes, Paulo diz, “Porque se viverdes segundo a carne, morrereis” (Romanos 8:13). E eu não quero que você venha a esta Igreja, Bethlehem, por 10, 20 ou 30 anos e, depois, passe a eternidade no inferno por nunca haver aprendido a lutar a batalha da fé, ou por nunca haver aprendido a perseverar em santificação. Esta é a primeira razão pela qual eu estou pregando esta série.
2. A maneira errada de buscar a santidade
A segunda razão é a de existir um modo de buscar a santidade que, no final, vai dar errado e vai guiar à morte. E que tragédia seria se eu lhes persuadisse, com o uso da Escritura, de haver uma santidade sem a qual ninguém verá ao Senhor, apenas para vê-los começar a lutar por esta santidade de uma maneira que é denunciada pela Escritura, e que está destinada a fracassar! Romanos 9:31, 32 diz, “Mas Israel que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei.” Essa não é a forma apropriada de agir! A retidão prática, diária, é obtida quando a lei é buscada pela fé, não pelas obras. “Obras” é a luta da justiça destituída do poder da fé nas promessas de Deus, as quais somente, satisfazem e liberam. Portanto, a segunda razão porque prego esta série, é o meu interesse de que aprendamos a lutar por santidade, não pelas obras, mas pela fé.
3. A glória de Deus em nossa perseverança
A terceira razão para a presente série é o meu desejo de ver Deus glorificado em nossa busca da santidade, da justiça e do amor. Deus não é glorificado em nossa busca, sem que estejamos outorgados a buscar pela fé em Suas promessas. Assim, pois, a menos que aprendamos a militar a milícia da fé, bem poderá suceder que alcancemos admiráveis altitudes religiosas e morais, sem que tudo isto venha a ser para a glória de Deus. Deus só é glorificado, quando confiado (Romanos 4:20). Ele é glorificado quando o poder para ser santo vem do nosso deleite em Suas promessas. Visto que hoje é o Domingo da Reforma, é bastante próprio deixarmos que Martinho Lutero nos fale sobre esta verdade:
“A fé honra àquele em quem confia com a mais alta e reverente avaliação, visto considerá-lo verdadeiro e confiável. Não existe outra honra que se assemelhe a uma estimativa verdadeira e justa, com a qual possamos melhor honrar aquele em quem confiamos … Quando a alma firmemente confia nas promessas de Deus, ela O assume ser verdadeiro e justo acima de qualquer outro atributo que devamos prestar a Deus. A mais elevada adoração a Deus é que lhe tributemos a verdade, a justiça, e todos os outros demais atributos que possamos dar Àquele que é confiável”. (Freedom of a Christian, na coleção de Dillenberger, p. 52)
Destarte, meu grande desejo nesta série é que aprendamos a viver para a honra de Deus, isto é, viver pela fé em Suas promessas. E isto se traduz por militar contra a incredulidade que, nas mais diversas formas, levanta a sua cabeça em nossos corações. Inclusive, na forma da cobiça.

A definição da cobiça
Hoje enfocaremos sobre a batalha contra a incredulidade da cobiça. Eu acredito que nosso texto em 1 Timóteo faz bastante claro o que é a cobiça e que a luta contra ela, é uma batalha contra a incredulidade, ou, uma luta pela fé nas promessas de Deus. A palavra “cobiça” não é usada aqui mas, na verdade, isto é tudo o que este tema vem a ser. Quando o verso 5b diz que alguns estão “cuidando que a piedade seja causa de ganho”, Paulo responde no verso 6 que “é grande ganho a piedade com contentamento.” E isto nos fornece a chave para a definição da cobiça. Cobiça é você estar desejando algo de tal maneira, que você perde seu contentamento em Deus. “É grande ganho a piedade com contentamento.”
O oposto da cobiça é o contentamento em Deus. Quando o contentamento em Deus diminui, a cobiçosa ganância, aumenta. Por essa razão, diz Paulo em Colossenses 3:5 que a cobiça é idolatria. “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria.” É idolatria porque o contentamento que nossos corações deveriam estar recebendo em Deus, o procuramos em alguma outra coisa.
Você já considerou que o Decálogo principia e termina, virtualmente, com o mesmo mandamento? “ Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3) e, “Não cobiçarás” (Êxodo 20:17), são mandamentos quase equivalentes. Cobiçar é desejar qualquer outra coisa além de Deus, de modo a mostrar a perda do contentamento nEle. Cobiça, é um coração dividido entre dois deuses. Assim, pois, Paulo a chama de idolatria.
“Foge da cobiça. Milita a boa milícia da fé”
Agora, considerando o texto de 1 Timóteo 6:6-12, o que Paulo está fazendo é tentar persuadir as pessoas a não serem cobiçosas. Estejamos, porém, bem seguros de que entendemos como Paulo interpretava esta batalha contra a cobiça. Ele nos dá suas próprias razões de “porque” não devemos ser cobiçosos, e o faz nos versos 6-10 (aos quais voltaremos mais adiante), e, então, no verso 11, ele diz a Timóteo que evite, ou que fuja, de tudo aquilo mencionado no texto – fugir do amor ao dinheiro e do desejo de ser rico, ou seja, da cobiça.
E no verso 11b ele diz que, em vez de dar-se à cobiça, dê-se a buscar a “justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão” e, então, desta lista ele toma a “fé” com especial atenção e logo diz, no verso 12, “Milita a boa milícia da fé.” Em essência o que ele diz é, “Foge da cobiça (…) milita a boa milícia da fé”. Em outras palavras, a luta contra a cobiça nada mais é do que a luta da fé. Esta é uma das mais claras provas de que a maneira de obedecer os Dez Mandamentos (um dos quais é “Não cobiçarás”) é pela fé. De igual maneira isto também prova que a cobiça é um estado de incredulidade.
Quando você reflete sobre isso, pode perceber o que a definição da cobiça implica. Dissemos que a cobiça é desejar algo de tal forma que você perde o seu contentamento em Deus. Ou, é perdendo o seu contentamento em Deus que você começa a buscar o seu contentamento em outro lugar. Ora, o seu contentamento em Deus é justamente o que é a fé.
Jesus disse em João 6:35, “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede.” Em outras palavras, “crer em Jesus” significa experimentá-Lo como a satisfação da sede de minha alma e da fome do meu coração. Fé é a experiência do contentamento em Jesus. A batalha da fé é a luta de manter o seu coração contente em Cristo – crer, realmente, é manter-se crendo, que Ele atenderá todas as necessidades e satisfará cada aspiração de sua alma.
Bem, a cobiça, então, é exatamente o oposto da fé. É a perda do contentamento em Cristo de tal forma que comecemos a ansiar por outras coisas, a fim de satisfazermos as aspirações de nosso coração. Não há, portanto, nenhum engano no fato de que a batalha contra a cobiça é uma batalha contra a incredulidade. É uma batalha pela fé. Sempre que sentimos o mais leviano erguer-se da cobiça em nossos corações, temos que voltar-nos contra esse sentimento e combatê-lo, com toda nossa força, com as armas da fé.
A principal arma da fé é a Palavra de Deus. Quando a cobiça começa a levantar sua cabeça gananciosa, o que devemos fazer é começar a pregar a Palavra de Deus a nós mesmos. Temos que ouvir o que Deus nos diz. Temos que ouvir Suas advertências sobre o que acontecerá ao cobiçoso, e quão sério é cobiçar. Temos que ouvir suas promessas, as quais podem dar grande contentamento a nossas almas, e podem fazer-nos vencer todos os anseios da cobiça.
Advertências contra a cobiça
Em primeiro lugar, algumas advertências.
1. A cobiça nunca traz satisfação
Eclesiastes 5:10, “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.”
Esta á e palavra de Deus sobre o dinheiro: nunca satisfaz os que o amam. Se cremos em Deus, fujamos do amor ao dinheiro. É um beco sem saída.
Jesus assim se expressa em Lucas 12:15, “”Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Se a Palavra do Senhor necessitasse de confirmação, bastaria o fato de existir suficiente número de milhares de pessoas riquíssimas que são, contudo, miseráveis neste mundo, para provar que uma vida de satisfação, não procede de possuir “coisas”.
2. A cobiça asfixia a vida espiritual
Jesus contou a parábola do semeador (Marcos 4:1-20) e disseque algumas sementes caíram entre espinhos e estes cresceram e as sufocaram.
Em seguida, Jesus interpretou a parábola dizendo que a semente é a Palavra de Deus. A semente semeada entre os espinhos foi interpretada desta maneira: “os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera.”
Uma conflagração real acontece quando a Palavra de Deus é pregada. O desejo por outras coisas poderá ser tão forte que os princípios de uma vida espiritual se asfixiem totalmente. E esta é uma advertência medonha, sobre a qual deveríamos guardar-nos todas as vezes que ouvimos a Palavra de Deus, a fim de podermos recebê-la com fé e não, ao contrário, sufocá-la com a cobiça.
3. A cobiça dá origem a muitos outros pecados
1 Timóteo 6:10 diz, “O amor ao dinheiro á a raiz de todos os males.” E, em Tiago 4:2, lemos, “Cobiçais e nada tendes”, então, “combateis e guerreais.”
A cobiça é um terreno fértil para milhares de outros pecados. E isto reitera a advertência para que fujamos dela com toda as nossas forças.
4. A cobiça o decepcionará no momento em que você mais vai necessitar de ajuda
Falhar-lhe-á em sua hora da morte. I Timóteo 6:7 diz, “Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto e que nada podemos levar dele”. No momento de sua morte, a mais forte crise de sua vida e quando você mais precisa de contentamento, esperança e segurança - mais que em qualquer outro momento - o seu dinheiro, assim como todas as suas possessões, tomarão asas e voarão. Decepcionarão. Serão, quando muito, como bons amigos nos bons tempos… E você entrará na eternidade sem nada, a não ser com a medida do contentamento que você tenha tido em Deus.
Se você caísse morto agora mesmo, levaria uma carga de prazeres em Deus, ou se apresentaria diante de Deus com aquele vazio onde a cobiça de armazenava? A cobiça o decepcionará justamente naquele mesmo momento em que você necessita da maior ajuda.
5. No final, a cobiça destrói a alma
1 Timóteo 6:9 diz, Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem o homem na perdição e ruína.”
Sim, no final, a cobiça destrói a alma no inferno. A razão porque eu estou certo de que esta destruição não trata, simplesmente, de um fiasco financeiro temporal, mas de uma destruição final no inferno, é porque Paulo diz, no verso 12, que a cobiça é para ser resistida com a peleja da fé e, em seguida, adiciona, “toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão.” O que está em jogo aqui, em fugir à cobiça e em militar a milícia da fé, é a vida eterna. (Veja 6:12).
Assim, pois, o verso 9 não está dizendo que a avareza poderá atrapalhar seu casamento, ou o seu negócio (o que certamente pode!), mas está dizendo que a cobiça poderá arruinar sua eternidade e destruí-la. Ou, como diz no final do verso 10, “nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmo com muitas dores.” (Literalmente: “se perfuraram a si mesmos com muitas dores”)
Deus, na Bíblia, tem caminhado a segunda milha a fim de advertir-nos, misericordiosamente, de que a idolatria da cobiça não é uma situação em que se possa sair ganhando. É um beco sem saída no pior sentido da expressão. É um truque e uma armadilha. Portanto, minha palavra a você é a palavra de 1 Timóteo 6:11: fuja dela. Quando você a vê aproximar-se (numa propaganda da TV, ou num catálogo de Natal, ou numa compra que um vizinho fez), corra da mesma maneira que você correria se encontrasse com um leão que, tendo escapado do zoológico, anda pelas ruas rugindo e faminto.
Mas, para onde correr?
Corra para o arsenal da fé e, rapidamente, tome o manto da oração do Salmo 119:36 e cubra-se com esse manto: “Inclina o meu coração a teus testemunhos e não à cobiça.” Agilmente, então, tome os dois sabres, um curto e outro mais longo, especialmente feitos pelo Espírito Santo para assassinar a cobiça. Levantando-se, posicione-se firme à porta. Quando a cobiça mostrar a sua cabeça, você brandirá o sabre mais curto:
1 Timóteo 6:6 “Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” GRANDE GANHO! GRANDE GANHO! Alto! Pare onde você está, Leão da Cobiça. Eu tenho grande ganho em Deus. É a minha fé!
E antes que a Cobiça tenha tempo para atacar, tome o sabre mais longo (Hebreus 13:5-6), “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: não te deixarei nem te desampararei. E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem.” Então arremeta-se com ímpeto. Faça exatamente o que Paulo disse que fizéssemos em Colossenses 3:5, “Mortificai (matai) a avareza - a cobiça”.
Irmãos e irmãs, toda cobiça é incredulidade. Aprendam comigo. Oh! Aprendam comigo, como usar a espada do Espírito para militar a boa milícia da fé, e tomem posse da vida eterna!









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