sexta-feira, 23 de outubro de 2015

67) Galardão e Recompensa 68) Generosidade e Gentileza 69) Glória

67) GALARDÃO E RECOMPENSA

ÍNDICE

1 - RECOMPENSA DA FIDELIDADE
2 - A Fé Obediente Tem Grande Galardão
3 - A Recompensa dos Justos


1 - RECOMPENSA DA FIDELIDADE

“Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lucas 22.28-30)

No final de sua vida, nosso bendito Senhor se aplicou em confortar e encorajar seus discípulos. Isto aparece particularmente nos capítulos 14 a 16 do Evangelho de João. No entanto, não devemos supor que as palavras de meu texto devem ser restringidas a eles - elas são aplicáveis ​​a todos os servos fiéis de Cristo.
Há dificuldades nas palavras, mas essas dificuldades se desvanecerão, se levarmos em conta as circunstâncias precisas nas quais os discípulos se encontravam, no momento em que elas foram proferidas.
Nosso Senhor tinha guardado a Páscoa com os seus discípulos; e havia instituído sua última ceia, que, sob a dispensação cristã, substituiria a Páscoa da antiga dispensação.
Ao lhes explicar a natureza e a intenção desta nova ordenança, ele tinha comparado o pão, que ele partiu, com o seu corpo, que seria quebrado na cruz; e o vinho do cálice, com o sangue que estava para ser derramado na cruz pelos pecados de todo o mundo. Mas, ao falar dessas coisas,  mencionou duas vezes "o reino de Deus, que estava por vir", e que era para ser a realização e consumação de tudo o que ele havia se comprometido a efetuar.
Os apóstolos, passando por tudo o que o seu divino Mestre falou sobre os seus próprios sofrimentos, agarraram-se à ideia de que "o reino de Deus", que eles aguardavam seria logo estabelecido sobre a Terra,  e imediatamente começaram a lutar uns com os outros para ter preeminência nesse reino. Nosso Senhor reprovou esta ambição da mesma forma que havia feito antes, Mateus 20.20-28, mas ainda assim se absteve de se debruçar sobre isto, para que pudesse confortá-los e apoiá-los sob o peso acumulado de problemas que teriam que suportar imediatamente naquela ocasião. Ele lhes disse, que, embora muitos lhe tivessem abandonado, eles haviam permanecido com ele em todas as suas tentações; e que portanto ele agiria em relação a eles, como o próprio Pai tinha agido em relação a ele, e iria cumprir todos os seus desejos de uma forma tão extensa que não poderiam agora de nenhuma forma conceber. Eles desejavam preeminência no seu reino? Todos eles devem ser admitidos, não meramente para a mesa dos príncipes terrenos, mas para a mesa do Rei dos reis, para comerem e beberem em sua presença; sim, todos eles devem possuir reinos, e se sentarão em tronos, e, embora eles próprios devem ficar por um tempo diante do tribunal de homens ímpios, e receber uma sentença de condenação deles; eles terão todas as tribos de Israel, de pé diante deles, em seu tribunal, e receberão, em certo grau, a sentença deles, que, como assessores de Cristo, devem aprovar e aplaudir a condenação imposta sobre eles.
Mas devemos considerar ainda estas palavras, como dirigidas a todos os fiéis seguidores de Cristo, em todos as épocas, pois há entre eles e os apóstolos, uma grande semelhança: eles respondem ao mesmo caráter. Apesar de o próprio Cristo estar fora do alcance dos homens, sua palavra, sua causa, o seu povo, são tratados exatamente como eles foram nos dias da sua carne. "Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens?"; então também é o seu Evangelho, onde quer que seja proclamado. Ele é uma pedra de tropeço para alguns e para outros, escândalo, mais do que nunca.
Também não há, em todo o universo, um servo fiel que não tenha uma cruz para carregar por causa dele. Mas todos eles estão firmes na causa de seu Mestre; eles não permitem que nada lhes desvie de segui-lo; sim, e mais que isso, em vez de serem intimidados por sofrimentos, eles se regozijam em serem achados dignos de sofrer vergonha, ou até mesmo a morte, por causa dele.
Para eles, também, estão reservadas as mesmas honras na mesa do Senhor, nas alturas, ao lado de Abraão e Lázaro. E cada verdadeiro discípulo festejará com o seu divino Mestre para sempre.
A eles também serão atribuídos "tronos e reinos", como também Deus o Pai os atribuiu ao seu Filho Amado. É por uma expressa aliança que isto foi dado a Cristo, e é também por um pacto que Cristo o confere ao seu povo. Eles "herdarão o reino preparado para eles desde a fundação do do mundo." E, também, devem ser assessores de Cristo no Juízo. Quanto a isto não pode haver dúvida. Paulo disse à Igreja em Corinto: "não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? sim, não sabeis vós que havemos de julgar anjos?", 1 Cor 6.2,3. O que deve então nos influenciar, ou com o que devemos comparar estas coisas? Vamos nos contentar então com nossas provações agora, uma vez que iremos festejar depois; e se somos chamados a desprezar tronos e reinos aqui embaixo, e a oferecermos nossas vidas como mártires, vamos, de bom grado fazer o sacrifício, sabendo como nós seremos abundantemente recompensados pelos séculos eternos.

Texto de autoria de Charles Simeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.







2 - A Fé Obediente Tem Grande Galardão

“Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.” (Hebreus 11.8)

Abraão confiou em Deus totalmente e partiu sob a sua ordem sem saber onde ficava o ponto de destino para onde iria. Ele acreditava na Palavra de Deus, e olhou adiante sem qualquer dúvida quanto à promessa que o Senhor lhe havia feito e à sua descendência.
Ele não conhecia a terra para a qual estava peregrinando, mas sabia que ela existia, e que no tempo oportuno ela seria herdada conforme a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas.
De igual modo fomos chamados por Deus para peregrinar neste mundo rumando para a Canaã celestial que o Senhor prometeu nos dar por herança juntamente com Cristo.
Enquanto peregrinamos aqui não sabemos onde fica o céu, mas obedecendo a Deus pela fé na Sua Palavra, e guardando os seus mandamentos, tanto quanto fizera Abraão no passado, também haveremos de entrar na posse da nossa herança tal como ele entrou na posse da que lhe fora prometida.
Não sabemos também o que nos sucederá em cada dia da nossa peregrinação, mas a chegada ao nosso destino é certa, porque é Cristo que nos guiará e capacitará a vencer tudo o que se interpuser no caminho tentando nos desviar do nosso objetivo.







3 - A Recompensa dos Justos

Citações de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.

   "E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver." (Mateus 25.31-36)
Muitos cristãos procuram uma recompensa presente para o seu trabalho. Como os discípulos que retornaram dizendo: "Senhor, até os demônios se sujeitam a nós", e se alegraram muito exclusivamente na presente prosperidade - não considerando que o Mestre lhes disse: "No entanto, alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos céus." O sucesso no ministério não é a verdadeira recompensa do ministro cristão porque os galardões estão no futuro. Você não deve olhar para o louvor de seus colegas como sendo o reconhecimento da excelência, pois muitas vezes você vai deparar-se com o reverso - você vai encontrar as suas melhores ações e motivos mal interpretados.
   Se você está procurando a sua recompensa aqui eu posso avisá-lo com as palavras do Apóstolo: "Se nossa esperança é somente para esta vida então somos de todos os homens o mais miserável." Porque outros homens obtêm aqui a sua recompensa - até mesmo o fariseu como nas palavras do Senhor: "Em verdade, eu vos digo: já receberam sua recompensa" - mas não temos nenhuma aqui.
   “Quando o Filho do homem vier em Sua glória", então é a sua hora de ser recompensado - não hoje, nem amanhã, nem em qualquer momento neste mundo! O apóstolo Paulo discorre sobre isto e conclui: “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor.” (I Cor 4.5)
   "Quando o Filho do Homem vier na sua glória." Então será o momento da recompensa.
   O próprio rei deve dizer: "Muito bem, servo bom e fiel." O próprio Rei dirá as vocês: "Vinde, benditos."
   Mas eu quero que você observe uma circunstância particular    no que diz respeito ao tempo da recompensa. É quando Jesus deve separar as ovelhas dos cabritos. Minha recompensa, se eu sou um filho de Deus, não pode vir a mim enquanto eu estiver em união com os ímpios. Mesmo na terra você vai ter um maior desfrute de Cristo quando você estiver mais separado do presente mundo! Fique tranquilo, porque embora o caminho separado e estreito não pareça ser fácil - e ele certamente vai implicar para você perseguição e a perda de muitos amigos - mas é a caminhada mais feliz do mundo!
   Mas agora, voltando-se para as boas-vindas proferidas pelo Juiz, a primeira palavra é "Vinde". É o símbolo do Evangelho. A Lei disse: "Vá". O Evangelho diz: "Vem”. Uma vez que Jesus disse: "Vinde", nós aprendemos que a verdadeira essência do Céu é a comunhão.
   Então, "Vinde, benditos", é uma declaração clara de que isto é um estado de felicidade. Eles não podem ser mais abençoados do que eles são!
   Sua bem-aventurança, você percebe, não vem de qualquer alegria secundária, mas da grande Fonte primária de todo o bem. "Vinde, benditos de meu Pai."
   A expressão ”possuir por herança” do texto importa plena posse e usufruto. Eles têm herdado em certo sentido antes, pela promessa, mas agora como um herdeiro, quando chega à maturidade, entra na plena possa da herança.
   A palavra "reino", indica a riqueza da herança dos santos. Não se trata de uma propriedade mesquinha e obscura, pois o Senhor fala em se herdar um reino. "Ele nos fez reis e sacerdotes para Deus.”
   É um reino preparado - e tem sido assim por um longo tempo preparado, e Aquele que o prepara é maravilhosamente rico em recursos - que não podemos possivelmente conceber quão excelente deve ser!
  "Preparado desde antes da fundação do mundo." Aqui está a   eleição eterna diante dos homens que foram criados, pela preparação de uma coroa antes que as cabeças fossem criadas para usá-la!
   As pessoas que devem ser chamadas para o lado do Rei, são reconhecíveis por um segredo e por um caráter público. O nome deles é - "benditos de meu Pai" - o Pai os escolheu, deu Seu Filho para eles, justificou-os por meio de Cristo, preservou-os em Cristo Jesus, adotou-os na família - e agora os recebe em Sua própria casa.
   Eles são distinguidos entre os homens pelas obras de caridade, e estas não estavam em qualquer maneira associadas com cerimônias ou observâncias externas. Não é dito que eles pregaram - não é dito que oraram - eles devem ter feito isso ou eles não teriam sido espiritualmente vivos.
   As ações que são selecionadas como a sua natureza são ações de caridade para os indigentes e abandonados. Por que isso? Acho que é porque a audiência geral montada ao redor do Trono saberia como apreciar esta evidência de sua natureza recém-nascida. O rei poderia pensar mais em suas orações do que em suas esmolas, mas a multidão não o faria. Ele fala assim como para ganhar o veredicto de todos os reunidos. Mesmo seus inimigos não poderiam se opor aos que foram chamados e que foram abençoados por causa dessas ações. E se há uma ação que ganha o consentimento universal dos homens, esta é uma ação pela qual os homens seriam servidos. Contra isto não há lei.
   Eu nunca ouvi falar de um Estado em que não houvesse uma lei para vestir os nus e alimentar os famintos. A humanidade, mesmo quando sua consciência está tão a ponto de não pode ver o seu próprio pecado, ainda detecta a virtude de se alimentar os pobres. Sem dúvida, esta é uma das razões por que foram selecionadas essas ações. E, ainda, elas podem ter sido escolhidas como evidências da graça divina, porque, como ações, são um maravilhoso meio de separação entre o hipócrita e o verdadeiro cristão.
“Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver."
   Todavia, lembremos, se alguém dissesse: "Eu vou viver além de meus meios, a fim de obter um bom caráter", ou “vou doar além do que posso”, meus queridos irmãos, vocês estão errados. A ação em si é errada. O que você tem que dar deve ser o que é seu próprio e dentro da sua capacidade.
    Não será por suas ações que você será salvo - você deve ir primeiro ao Senhor Jesus Cristo e olhar para Ele para ser salvo! Você deve sempre renunciar a toda ideia de fazer qualquer coisa para salvar a si mesmo! Mas sendo salvo, será capaz de dar aos pobres, e assim sem egoísmo, terá uma recompensa da graça divina para a oferta de amor que você deu. É necessário confiar em Jesus e ser, mesmo, totalmente salvo pela graça, antes que haja qualquer valor em alimentar os famintos ou vestir os nus.













68) GENEROSIDADE E GENTILEZA

ÍNDICE

1 - Uma Chamada Séria a Uma Vida Santa e Devota – Cap VIII
2 - Gentileza
3 - A Bênção da Generosidade
4 - O Amor é Gentil e Generoso

1 - Uma Chamada Séria a Uma Vida Santa e Devota – Cap VIII

Como o uso sábio e piedoso de nossas posses, naturalmente nos trazem grande perfeição em todas as virtudes da vida cristã; representado no caráter de Miranda.

Qualquer piedade regular de qualquer parte da nossa vida, é de grande vantagem, não somente por sua própria conta, como também por isto nos levar a viver por regras, e pensar no governo de nós mesmos.
Um homem de negócios, que tem trazido parte de seus cuidados sob determinadas regras, deve ter o mesmo cuidado em relação às demais coisas.
Então, aquele que trouxer qualquer parte de sua vida sob as regras da religião cristã, pode ser ensinado a estender a mesma ordem e regularidade às demais áreas de sua vida.
Se alguém é tão sábio a ponto de pensar que seu tempo é precioso demais para ser gasto ao acaso, e permitir que ele seja devorado por qualquer coisa que aconteça em seu caminho; se ele fica subjugado por uma certa necessidade observando como todos os dias passam por suas mãos, e obriga a si mesmo a uma certa ordem de tempo no seu negócio e devoções, é difícil de ser imaginado, em quanto tempo tal conduta iria reformar, melhorar e aperfeiçoar todo o curso da sua vida.
Aquele, portanto, que sabe o valor, e colhe a vantagem de uma época bem ordenada, não demorará muito para ser um estranho ao valor de algo mais que seja de algum interesse real para ele.
Uma regra que se relaciona até mesmo à parte menos importante de nossa vida, é de grande benefício para nós, simplesmente porque é uma regra.
Porque, como diz o provérbio, aquele que começou bem, tem feito a metade; então aquele que começou a viver pela regra, tem um longo caminho para percorrer para a perfeição de sua vida.
Por regra, deve aqui ser constantemente entendido, uma regra da religião cristã, observada como um princípio de dever para com Deus.
Porque, se alguém deve se obrigar a ser moderado em suas refeições, apenas no que diz respeito ao seu estômago, ou se abster de beber, apenas para evitar a dor de cabeça, ou ser moderado durante o sono, por ter medo de uma letargia, ele poderia ser exato nessas  regras, sem ser tornado em tudo um homem melhor por elas.
Mas quando ele é moderado e regular em qualquer uma dessas coisas, por um sentido de sobriedade cristã e abnegação, para que ele possa ofertar a Deus uma vida mais razoável e santa, então isto é, que a menor regra deste tipo, se torne naturalmente, o início de uma grande piedade.
Porque a menor regra nesses assuntos é de grande benefício, uma vez que nos ensina alguma parte do governo de nós mesmos, uma vez que mantém uma ternura de espírito; apresenta Deus muitas vezes aos nossos pensamentos, e traz um sentimento de religião para as ações ordinárias de nossa vida comum.
Se um homem, quando estivesse na companhia, onde todas pessoas perjuraram, conversaram lascivamente, ou falaram mal do seu próximo, tomasse esta regra para si mesmo, de reprová-las gentilmente, ou, se isso não fosse adequado, então, deixar a companhia tão decentemente quanto pudesse, ele acharia esta pequena regra, como sendo um pouco de fermento escondido em uma grande quantidade de farinha, que iria se espalhar e se estender de todas as formas em sua vida.
Se um outro devesse se obrigar a se abster no Dia do Senhor de muitas coisas inocentes e lícitas, como viajar e discorrer sobre assuntos mundanos, como comércio e assim por diante, se ele devesse dedicar o dia, além do culto público, para uma maior leitura da Palavra, para a devoção, e obras de caridade; embora possa parecer uma coisa pequena, ou uma minúcia desnecessária, exigir de um homem que se abstenha de tais coisas que podem ser feitas sem configurar um pecado, mas quem quiser experimentar o benefício de tão pequena regra, talvez encontre por este meio uma grande alteração feita em seu espírito, e um grande gosto pela piedade se levantando em sua mente, para o qual ele era um completo estranho antes.
Seria fácil demonstrar, em muitos outros casos, como poucos e pequenos assuntos são os primeiros passos, e começos naturais de grande perfeição .
Mas as duas coisas, que mais do que todas as demais, devem  estar sob uma regra rígida, e que são as maiores bênçãos tanto para nós mesmos quanto para outros, quando são usadas ​​corretamente, são o tempo, e o nosso dinheiro. Esses talentos são meios contínuos e oportunidades de fazer o bem.
Aquele que é piedosamente estrito, e exato na gestão prudente de qualquer um destes, não pode ignorar por longo tempo o uso correto do outro. E aquele que está feliz no cuidado religioso de ambos, já subiu vários degraus na escada da perfeição cristã.
Miranda (a irmã de Flávia) é tanto uma cristã sóbria e razoável; quanto uma boa administradora do seu tempo e dinheiro, que era seu primeiro pensamento, como poderia melhor cumprir tudo o que Deus exigia dela no uso deles, e como ela poderia fazer um melhor e mais feliz uso desta vida curta. Ela depende da verdade que nosso bendito Senhor tem dito, que há apenas uma coisa necessária e, portanto, fez dela o trabalho continuo de toda a sua vida. Ela tem apenas uma razão para fazer, ou não fazer, gostar ou não gostar de nada, e isto é, a vontade de Deus. Miranda pensa muito bem, para evitar ser chamada pelo mundo de dama refinada, ela renunciou ao mundo para seguir a Cristo no exercício de humildade, caridade, devoção, e afeição santa, e é nisto que ela deseja ser refinada.
Enquanto ela estava debaixo de sua mãe, ela foi forçada a viver em cerimônias, a se deitar tarde da noite, para estar na loucura de cada moda, e sempre fazer visitas vãs, e ir à igreja com trajes caros e chamativos, a dançar em locais públicos, onde almofadinhas poderiam admirar a delicadeza de suas formas e a beleza de seus movimentos.
A lembrança desse modo de vida, faz com que ela tenha um cuidado extremado em se despojar de tudo isto, por um comportamento contrário.
Miranda não divide seu dever entre Deus, seu próximo, e ela mesma, mas ela considera tudo como devido a Deus, e assim faz tudo em seu nome e por causa dele. Isso faz ela considerar o seu dinheiro como um dom de Deus, que é para ser usado como tudo o mais deve ser, que pertence a Deus, para a sábia e razoável finalidade de uma vida cristã e santa. Portanto, seu dinheiro é dividido entre si mesma, e várias outras pessoas pobres, e ela tem apenas dele a sua parte de alívio. Ela acha que é a própria insensatez se saciar com coisas supérfluas, gastos inúteis, para si mesma, como para outras pessoas que agem da mesma forma.
Se as necessidades de um homem pobre são uma razão pela qual ela não deve gastar o seu dinheiro à toa, certamente as necessidades dos pobres, a excelência da caridade, que é recebida como sendo feita ao próprio Cristo, é uma muito maior razão por que ninguém deve gastar o seu dinheiro com vaidades. Porque, se agir assim, desperdiça aquilo para o qual é procurado um uso mais nobre, e que o próprio Cristo está pronto para receber de suas mãos.
Miranda usa vestes baratas, mas que traz sempre rigorosamente limpas e arrumadas.
Tudo nela reflete a pureza de sua alma, e ela está sempre limpa, porque ela é sempre pura por dentro.
Todas as manhãs são iniciadas com suas orações, ela se alegra no início de cada dia, porque começa todas as suas regras piedosas de uma vida santa, que lhe trazem o fresco prazer de repeti-las.
Ela parece ser como um anjo da guarda para aqueles que habitam com ela, com suas vigílias e orações abençoa o local onde ela habita, e fazendo intercessão junto a Deus por aqueles que estão dormindo.
Suas devoções têm tido alguns intervalos, e Deus ouviu várias de suas orações particulares, antes que a luz da manhã penetrasse o  quarto de sua irmã. Miranda não sabe o que é ter um dia maçante, ao retornar de suas horas de oração, e seus exercícios religiosos.
Quando você a vê no trabalho, você vê a mesma sabedoria que governa todas as suas outras ações, ela ou está fazendo algo que é necessário para si, ou necessário para outros, que necessitam ser assistidos. É difícil encontrar uma família pobre no bairro, que não tenha recebido uma coisa ou outra do trabalho de suas mãos. Sua mente sábia e piedosa nem quer a diversão, nem pode suportar a loucura de trabalho ocioso e impertinente. Ela não pode admitir nenhuma loucura como esta durante o dia, porque ela deve responder por todas as suas ações durante a noite. Quando não há sabedoria para ser observada no emprego de suas mãos, quando não há nenhum trabalho útil ou de caridade para ser feito, Miranda não trabalhará mais. Em sua mesa, ela vive estritamente por esta regra da santa Escritura, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. Isso faz ela começar e terminar cada refeição, como ela começa e termina cada dia, com atos de devoção.
As Sagradas Escrituras, especialmente do Novo Testamento, são a o seu estudo diário; estas ela lê com uma atenção vigilante,  constantemente lançando um olhar sobre si mesma, e provando-se, por cada doutrina da Palavra. Quando ela tem o Novo Testamento em sua mão, ela se considera aos pés de nosso Salvador e seus apóstolos, e faz tudo o que ela aprende deles, faz as leis da sua vida. Ela recebe suas palavras sagradas com o máximo de atenção e reverência, como se ela visse as suas pessoas e sabendo que elas lhes vieram do céu, com o propósito de ensinar-lhe o caminho que conduz a ele.
Ela pensa que examinar a si mesma todos os dias pela doutrinas da Escritura, é o único caminho possível para estar pronta para seu julgamento no último dia.
Ela está, por vezes, temerosa em gastar muito dinheiro com a  compra de livros, porque ela não vacila em comprar livros práticos,  especialmente os que ensinam como entrar no coração mesmo da religião, e que descrevem a santidade interior da vida cristã. Mas de todos os escritos humanos, a vida de pessoas piedosas e de santos eminentes, são o seu maior prazer. Nestes ela procura como num tesouro escondido, na esperança de encontrar algum segredo de uma vida santa, algum grau incomum de piedade, que ela possa fazer sua própria.
Por estes meios Miranda tem sua cabeça e seu coração abastecidos com todos os princípios de sabedoria e santidade, ela é tão cheia do assunto principal da vida, que ela acha difícil conversar sobre qualquer outro assunto, e se você está em sua companhia, quando ela acha adequado falar, você será feito melhor e mais sábio.
Relacionar a sua caridade, seria descrever a história de cada dia durante vinte anos; por tanto tempo tem gasto todo o seu dinheiro dessa forma. Ela sustentou quase vinte comerciantes pobres que tinham falhado em seus negócios, e salvou a muitos da falência.
Ela educou várias crianças pobres, que foram apanhadas nas ruas, e as colocou numa condição de trabalharem num emprego honesto.
Assim que qualquer trabalhador fique confinado em casa por causa de doença, ela lhe envia, até que ele se recupere, o dobro do valor de seu salário, para que possa sustentar sua família, como de costume, e para fornecer as coisas convenientes para o tratamento da sua doença.
Não há nada no caráter de Miranda para ser mais admirado, que este temperamento. Porque esta ternura de afeto para com os pecadores mais necessitados, é a mais alta instância de uma alma santa e semelhante a Deus.
Miranda nunca tem falta de compaixão, mesmo aos mendigos comuns; especialmente para aqueles que estão velhos ou doentes, ou cheios de feridas ou com falta de membros. Ela ouve suas queixas com ternura, dá-lhes uma prova de sua bondade, e nunca os rejeita com palavras duras, ou reprovação, por temer acrescentar aflição aos seus semelhantes.
Pode ser, diz Miranda, que muitas vezes posso dar àqueles que não merecem, ou que vão fazer um mau uso das minhas esmolas. Mas o que fazer? Não é este o próprio método da bondade divina? Será que Deus não faz nascer o seu sol sobre maus e bons, justos e injustos? Não é este o bem que é recomendado a nós na Escritura, que, o imitando, possamos ser chamados filhos de nosso Pai que está nos céus, que faz chover sobre os justos e sobre os injustos? E hei de reter  um pouco de dinheiro, ou comida, de meu semelhante, por temer que  não seja bom o suficiente para recebê-lo de mim? Eu imploro a Deus para lidar comigo, de acordo com o meu mérito, senão segundo a sua própria grande bondade, e devo ser tão absurdo, a ponto de reter a  minha caridade de um pobre irmão, porque ele não pode, talvez, merecer?
Além disso, onde tem a Escritura feito do mérito a regra ou medida da caridade? Pelo contrário, a Escritura diz: Se teu inimigo  tiver fome, dá-lhe de comer, se tiver sede, dá-lhe de beber.
Talvez você diga que , desta forma incentivamos as pessoas a serem mendigos. Mas a mesma objeção impensada pode ser feita contra todos os tipos de instituições de caridade, por poderem incentivar as pessoas a dependerem delas. O mesmo pode ser dito contra o perdoar nossos inimigos, pois pode incentivar as pessoas a nos ferirem. O mesmo pode ser dito até mesmo contra a bondade de Deus, por derramar suas bênçãos sobre maus e bons, sobre justos e injustos, a serem encorajados em seus maus caminhos. O mesmo pode ser dito contra vestir o nu, ou administrar medicamentos aos doentes, para que não se encoraje as pessoas a serem negligentes e descuidadas com a sua saúde. Mas quando o amor de Deus habita em você, quando dilatou o seu coração, e o encheu com entranhas de misericórdia e compaixão, você não fará mais objeções como estas.
Se, como nosso Salvador nos assegurou, é mais abençoado dar do que receber, devemos olhar para aqueles que pedem esmolas, como amigos e benfeitores, que nos vêm fazer um bem maior do que eles possam receber de nós, que vêm para exaltar nossa virtude, para ser testemunha da nossa caridade, para ser monumento de nosso amor, para ser nosso defensor junto a Deus, para nos colocar no lugar  de Cristo, quando aparecer para nós no dia do julgamento, e para nos ajudar a uma bem-aventurança maior do que aquela que as nossas esmolas possam conceder a eles.
Este é o espírito, e essa é a vida da devota Miranda; e se ela viver mais dez anos, ela terá gasto entre cinquenta e cem libras em caridade, pois o que ela permite a si mesma, pode razoavelmente ser contado entre suas esmolas.
Quando ela morrer, ela brilhará entre os apóstolos e santos, e mártires; ela estará entre os primeiros servos de Deus, e será gloriosa entre aqueles que lutaram o bom combate, e completaram a carreira com alegria.

Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, do oitavo capitulo do livro de William Law, em domínio público, intitulado Uma Chamada Séria a Uma Vida Santa e Devota. William Law, foi professor e mentor por vários anos de John e Charles Wesley, George Whitefield – principais atores do grande avivamento do século XVIII, que se espalhou por todo o mundo - Henry Venn, Thomas Scott e Thomas Adam, entre outros, que foram profundamente afetados por sua vida consagrada a Deus, e sobretudo pelo conteúdo deste livro.







2 - Gentileza

Árvores frutíferas são usadas ​​nas Escrituras para representar a raça humana.
O Salvador compara o ímpio a "árvores más", que produzem frutos maus e os justos a "árvores boas", que dão bom fruto (Mt 7.15,20).
Ele também ensina muito enfaticamente a impossibilidade de sermos uma boa árvore e darmos frutos maus, nem de sermos uma árvore má e dar bons frutos.
Uma vez que a natureza do fruto que produzimos determina que tipo de árvore somos, é muito aconselhável para nós, como cristãos professos, examinarmos frequentemente o fruto que estamos dando. Para ser de Cristo, ou para ser um cristão, devemos ter o Espírito de
Cristo, pois as Escrituras dizem que "se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rom 8.9).
Tão certo como a causa produz o efeito, aqueles que têm o Espírito de Cristo, produzirão o fruto do Espírito. Não produzir o fruto do Espírito é a prova cabal de que você não tem o Espírito. Então, um exame atento do fruto que você estiver dando irá lhe revelar que você não tem o Espírito de Cristo, se você é ou não dEle, se você é ou não um cristão.
Você pode fazer um exame superficial, e se permitir ser enganado. Você pode dar desculpas para si mesmo por causa de suas fraquezas e, assim, enganar a si mesmo. Mas um  exame profundo e completo divulgará a cada um o tipo de espírito que ele é.
A gentileza é um dos frutos do Espírito (Gál 5.22). Se temos o Espírito de Cristo, nós temos esse fruto. "Bem", diz alguém, "em minha constituição eu sou áspero, rude, e precipitado." Você precisa ser feito de novo. Quando Deus encontra um homem que é áspero, rude e precipitado em sua constituição, Ele irá, se o homem se render à operação do Espírito Santo, torná-lo brando, gentil e pacífico.
As pessoas vão a um hospital e por uma operação científica têm abscessos e tumores removidos do estômago e outras partes internas. Deus, através de uma operação abençoada, maravilhosa e bem-sucedida do Espírito Santo, removerá esta aspereza e rudeza de sua natureza, e incutirá suavidade, ternura, gentileza e delicadeza em seu lugar.
Dureza e falta de mansidão são uma corrupção que Deus, em seu gracioso plano de salvação, tem o prazer de remover. Se você permitir que o Espírito Santo trabalhe em você o que é agradável aos olhos de Deus, ele irá torná-lo gentil.
O que é gentileza? É suavidade, leveza, brandura e mansidão. É o oposto de dureza, aspereza, etc É doçura de disposição, pela brandura de temperamento, suavidade de procedimento,  bondade, ternura, etc.
 Aqueles que são de disposição gentil agem e falam sem aspereza. Eles não são taciturnos, azedos, intratáveis, e inconstantes, mas são suaves, mansos e constantes.
As boas maneiras estão intimamente ligadas com a gentileza e as boas maneiras não trazem desonra ao cristianismo.
O apóstolo Paulo por meio de testemunho, disse aos santos de Tessalônica: "Nós fomos dóceis entre vós, como a ama que cria seus filhos." 1 Tes 2.7, assim foi o seu proceder. Do mesmo modo que uma mãe afetuosa é para com uma criança delicada, assim foi ele para com aqueles a quem amava. Muito diferente era então do que fora antes quando estava perseguindo e assolando a igreja de Deus. Ele havia sido mudado pela graça. Ele exorta os servos do Senhor para "serem mansos para com todos os homens" (2 Tim 2.24) e serem "moderados, mostrando toda a mansidão para com todos os homens" (Tit 3.2). Davi, em sua homenagem sublime de louvor a Deus em 2 Sam 22.36 diz: "Tua bondade me engrandeceu."
Será que você, meu leitor, gostaria de ser mais gentil em seus modos? Você está muito endurecido e rude? Você tem sido como pai, gentil para com seus filhos em todos os momentos? Marido, você é tão amável e gentil para com a sua esposa,  quanto deve ser? Você acredita que atende à medida da Bíblia neste particular? Você é gentil com seus animais domésticos como você deve ser? ou você tem sentimentos impacientes e age de uma maneira precipitada e abrupta em relação a eles? Se você se depara com algo bastante provocativo da parte de  sua esposa ou de seus filhos, ou dos seus animais, você se mantém suave e doce como você sabe que deveria? Agora, eu espero que você se examinará mais acuradamente. Eu não quero condená-lo, eu quero ajudá-lo. Há muitos santos professos que hoje não são tão brandos quanto deveriam ser.
Por que não ser sincero, e buscar a ajuda de Deu para melhorar? Por que ir junto com a frieza e o mau humor em sua vida?
Seja gentil para com todos.
Gentileza é uma graça bela. Sua excelência é grande. Por cultivo esta graça é capaz de ser muito aperfeiçoada.
Poucos santos a experimentam na medida em que deveriam. Rogo-vos pela mansidão de Jesus para serem sinceros e melhorarem sua gentileza.
Nunca permita que uma carranca se instale ainda que por um momento em sua testa. Ela vai deixar a sua marca se você fizer isso. Aprenda a ser gentil em sua casa. Assim como, quando, às vezes, longe de casa, você retrata a si mesmo como manso e bondoso e amoroso, você deveria ser em casa. Pela graça de Deus você pode ser tão gentil quanto você possa ver na foto do quanto deveria ser.

Extraído do livro como viver uma vida santa, de James Orr – traduzido pelo Pr Silvio Dutra






3 - A Bênção da Generosidade

Nenhuma oferta deve ser feita com tristeza no coração, ou por sentimento de obrigação, porque a oferta que é aceita e agradável a Deus é aquela que é feita com alegria, porque será aos tais que Ele demonstrará o Seu amor.
No entanto é o próprio Deus quem nos dispõe a tal generosidade. Não habita na nossa natureza terrena decaída no pecado nenhum verdadeiro altruísmo, uma vez que aquele que se vê no mundo, não é desinteressado, mas por motivo de orgulho, ainda quando se pretexta humildade, o motivo que os move é o orgulho de se sentirem humildes e generosos, mas não o amor que procede de Deus aos nossos corações e que nos leva primeiro a nos doarmos a Ele, e depois ao atendimento das necessidades do próximo.
Então é o próprio Senhor que nos faz ter abundância em toda a graça, de modo que sempre tendo tudo e toda suficiência pela Sua graça, possamos também ser abundantes em toda a boa obra, que demandará de nós o uso em favor de outrem dos recursos que Deus nos esteja concedendo para tal propósito.
Ninguém é enriquecido para entesourar para si mesmo, senão para manifestar a glória do amor de Deus contribuindo desinteressadamente com aqueles  que Ele mantém em algum tipo de necessidade, exatamente para que haja esta demonstração prática do amor de uns para com os outros.
E aquele que é despojado, liberal no dar, e que dá com alegria aos pobres, tem, conforme a promessa de Deus, um reconhecimento eterno deste ato de justiça, para a justa recompensa que Ele lhes dará no porvir, e mais do que isto, pelo reconhecimento eterno dEle pela bondade e amor que demonstraram para com seus irmãos necessitados; porque é próprio da natureza do amor cristão, que permanece e é eterno, esta atitude de se doar em favor dos outros.
Assim é o Senhor mesmo que nos dá a semente que semeamos, e também nos dá o pão que nos sustenta, e que multiplica a nossa sementeira, de forma que possam ser aumentados os frutos da nossa prática da justiça (2 Cor 9.10); de modo que em vez de sermos empobrecidos pelo gesto de dar a outros, nós somos enriquecidos pelo Senhor, exatamente para que usemos de toda a beneficência, para que por meio dela sejam dadas graças a Deus tanto por aqueles que são alvo dela, quanto pelos que doam pelo privilégio e honra de fazê-lo, que lhes é concedido pelo Senhor (2 Cor 9.11, 12).
Os que recebem glorificam a Deus pelo testemunho da submissão real à Sua vontade, por parte dos que dão, porque é uma forma de confissão prática e real quanto à obediência e participação do evangelho de Cristo (v. 13).
É pelo dom de Deus, do amor, que são possíveis todas estas graças, de forma que aqueles que recebem intercedem pelos que dão, tanto por gratidão, quanto para que Deus continue abençoando as suas vidas.
E isto aproxima os corações, quando se vê a excelência da graça de Deus operando nos Seus filhos.
Portanto é a Ele que se deve dar graças por tudo, porque tudo provém dEle, e sem o Seu amor impulsionando os nossos corações, e suprindo as necessidades tanto dos que dão, quanto dos que recebem, nada disto seria possível.
Lembramos que o profeta Elias foi enviado à casa da viúva para ser assistido por ela, e no final das contas quem abençoou quem? Ambos foram abençoados pelo Senhor e se abençoaram mutuamente, por terem aberto seus corações para cumprirem a Sua vontade.





4 - O Amor é Gentil e Generoso

“2 Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tg 4.2,3).

A verdadeira religião nos levará a buscar aquilo que não seja do nosso próprio interesse mas o que é dos outros, especialmente de Deus.
“Não atente cada um para o que é [propriamente seu], mas cada qual também para o que é dos outros.” (Fp 2.4).
A verdadeira religião não nos levará a nos aproximarmos de Deus apenas quando julgamos ter necessidades específicas e urgentes para serem por Ele atendidas, mas sim, a buscá-lo continuamente para a transformação de nossas vidas, de modo que possamos ser úteis em suas mãos, servindo ao próximo.
Onde faltar este desejo de ser bênção para outros, por esta consagração da vida a Deus, o que teremos num menor ou maior grau será alguém vivendo para atender aos seus desejos egoístas, atitude que tanto desagrada não apenas a Deus, como àqueles que são do convívio de tal pessoa.
Deus elegeu o cristão para viver num corpo servindo à cabeça (Jesus) e aos demais membros deste corpo.
Ninguém deve viver exclusivamente para si, mas deve exercitar-se em amor.
Se fomos criados individualmente, no entanto não o fomos para a individualidade.
E esta comunhão em amor demanda generosidade em vez de egoísmo.
E o egoísmo é uma enfermidade para a alma como muitas outras espécies de pecado, que enfraquecem este princípio vital da santificação que opera por graça.














69) GLÓRIA

ÍNDICE

1 - A Sobre-excelência da Presente Glória
2 - A Glória do Evangelho
3 - Para a Glória de Deus em Cristo Jesus
4 - Glória
5 - “E aos que justificou, a esses também glorificou.” (Rm. 8:30)
6 - A Deus Pertence Toda a Glória


1 - A Sobre-excelência da Presente Glória

“Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, neste respeito, já não resplandece, diante da atual sobre-excelente glória.” (II Cor 3.10)

O apóstolo havia afirmado antes que havia uma grande glória na primeira aliança feita com a nação de Israel através da mediação de Moisés, e então diz que aquela glória perdeu o seu brilho diante da sobre-excelente glória da nova aliança feita através da mediação de nosso Senhor Jesus Cristo, que substituiu a primeira.
Aquela primeira aliança jamais poderia cumprir o propósito eterno de Deus de reconciliar consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus, Col 1.20.
Porque importa que a glória de Deus aumente mais e mais por meio do ofício que designou ao Primogênito de toda a criação, seu Filho Unigênito amado, Jesus Cristo.
Podemos entender isto, pelo seguinte raciocínio:
Deus foi glorificado por todos os anjos no céu quando ele criou o universo e tudo o que nele há.
Eles o glorificaram quando tudo era perfeito e não havia ainda o pecado entrado no mundo.
Mas desde a queda, houve qualquer diminuição na glória de Deus em razão do pecado?
De modo nenhum, dela se diz agora, ser uma sobre-excelente glória, e ele tem sido muito mais glorificado tanto por anjos quantos por homens redimidos por causa da manifestação da sua justiça, bondade, amor, misericórdia, longanimidade, e de todos os seus demais atributos divinos, em benefício dos pecadores.
E não é a amigos que Deus tem  amado e perdoado, mas inimigos, porque a natureza do homem desde a queda fez com que ele se tornasse inimigo de Deus e dos seus mandamentos.
Portanto, é por meio de Cristo, e somente por Ele, que a inimizade pode ser desfeita, de modo que sejamos reconciliados com Deus, sendo agora seus amigos que o amam acima do amor que devotam às suas próprias vidas.







2 - A Glória do Evangelho

O que se costuma pensar quando se ouve a palavra evangelho?
Amar o próximo, cuidar dos necessitados, professar a religião cristã, ter comunhão na igreja, etc.
O evangelho pode englobar tudo isto e muito mais pensamentos do mesmo tipo, todavia não é nisto que reside a sua grande glória; pois aqui se fala de algumas consequências do efeito produzido pelo evangelho em nós, mas não aquilo que ele é em essência.
O simples significado etimológico da palavra evangelho não é de muita ajuda para definir a glória a ele inerente, porque o anúncio de boas notícias, ou boas novas, como se traduz esta palavra grega não expressa ainda que notícias são estas, e qual é a sua extensão, profundidade e significado.
Em que consiste então a glória do evangelho?
Primeiro e antes de tudo na própria pessoa de Jesus Cristo em sua relação com a obra de salvação dos pecadores, conforme anunciado pelo anjo aos pastores de Belém que lhes disse que trazia a “boa-nova de grande alegria” (evangelho), e que esta boa-nova se referia ao nascimento do Salvador recém-chegado ao mundo.
Deus tudo criou para a sua glória, mas que glória pode receber de uma criação que se corrompeu pelo pecado e que foi amaldiçoada? Então, é por meio de Cristo que todas as coisas estão sendo restauradas, de modo que o propósito de Deus relativo à criação seja cumprido. E como isto é feito por meio do evangelho, então pode ser dito que ele é também glorioso; todavia esta glória do evangelho é a glória do Deus bendito, e de Cristo, que são os autores e os consumadores do evangelho.
Por isso o apóstolo se expressou nos seguintes termos:
“segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado.” (I Tim 1.11).
“nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (2 Cor 4.4).
“o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;”(Col 1.26,27).
Assim a glória do evangelho é a do próprio Cristo; porque a glória de Cristo pode ser conhecida somente através do evangelho, e não por qualquer outro meio.
Os cristãos são chamados pelo evangelho a conhecerem a glória que há em Cristo, a quem pertence toda a plenitude da glória, quer em sua pessoa, quer em todos os seus atos relativos à criação.
“para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.” (II Tes 2.14).
Assim, as riquezas da glória que Deus quis dar a conhecer aos seus santos são reveladas no evangelho, e por ele aprendemos que toda esta riqueza se encontra na pessoa de Cristo.
Daí se dizer que é Cristo em nós a esperança da glória.







3 - Para a Glória de Deus em Cristo Jesus

“Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (I Pe 4.11)

Para ser glorificado, Deus determinou em seu conselho eterno que na dispensação do evangelho somente lhe será aceitável aquilo que fizermos por meio de Jesus Cristo, porque tem designado ao seu Filho Unigênito a glória e o domínio eterno.
Adorar a Deus em espírito e em verdade, conforme nosso Senhor ensinou que importa fazê-lo, somente poderá ser uma adoração verdadeira quando estiver baseada na própria pessoa e poder de Jesus Cristo, e em tudo o que ele nos ensinou quanto ao que devemos ser e fazer, em todo o procedimento santo, segundo a verdade que ele definiu como sendo a Palavra de Deus em Jo 17.17.
A adoração verdadeira não consiste portanto somente em louvor ou em palavras que afirmemos relativas à mesma, mas aquilo que tem sido implantado por Cristo em nossas vidas e obras.

1Co 10.31: Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.

Se não for Deus quem ocupe o lugar mais elevado em nossos pensamentos, que glória ele poderá receber da nossa parte?
Não pode haver verdadeiro culto de adoração a Deus quando ele ultrapassa os limites daquilo que foi instituído e revelado pelo próprio Deus em sua Palavra para tal propósito.
Não foi sem motivo que a Moisés foi ordenado que tudo fizesse segundo o modelo do tabernáculo que Deus lhe havia mostrado no Monte Sinai.

Êxo 25:9 Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.

Êxo 25:40 Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado no monte.

Heb 8:5 os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo; pois diz ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte.

Por tudo isso entendemos que na igreja  tudo deve estar de acordo com o padrão prescrito na Palavra de Deus, para que possamos render-lhe um culto e serviço de adoração que lhe sejam aceitáveis e agradáveis.
Neste padrão prescrito na Palavra temos a ordenança de tudo fazer com fervor, por amor ao Senhor, com toda a nossa força, alma e coração.
Adoramos a Deus nos esforçando para conhecer o melhor modo de desempenharmos a função designada a nós por ele para servirmos ao corpo de Cristo, com todo empenho e diligência.
Onde todas estas coisas referidas estiverem faltando poder-se-á afirmar que há ali um verdadeiro culto de adoração a Deus?
Devemos refletir muito sobre tudo isto para que não nos enganemos a nós mesmos ou para que não permitamos ser enganados por outros quanto ao significado da verdadeira adoração e glorificação do nome de Deus.
O culto a Deus não é um show, uma representação teatral, mas vidas santificadas que se apresentam como sacrifícios vivos no altar do tabernáculo celestial, e uma das melhores formas de se evidenciar se temos de fato feito isto, é por suportarmos com paciência, pelo poder da graça de Cristo, todas as tribulações pelas quais passemos neste mundo, por motivo de fidelidade a Deus e ao evangelho.
Afinal, isto pode ser feito somente quando estamos debaixo do poder de Jesus Cristo por estarmos em comunhão com ele, e é nisto que o Pai é glorificado, porque houve o louvor da glória da sua graça que nos foi dada em Cristo, a qual nos assistiu em todas as nossas provações, fortalecendo-nos e dando paz e alegria aos nossos corações.







4 - Glória

Somente a glória de Deus é eterna e incomparável.
A glória da criatura é passageira. Ela cessa por perda ou na morte. E se permanece é porque lhe é comunicada na medida designada por Deus para cada uma delas, como no caso dos anjos e dos santos glorificados.
Importa que Deus Pai seja o comunicador e o concessor de toda a glória, para que ninguém se ensoberbeça.
Nós vemos o próprio Senhor Jesus, apesar de ser Deus com o Pai e o Espírito Santo, orando para que o Pai o glorificasse. Se Ele assim orou, quanto mais importa que nós o façamos e esperemos somente pela glória de Deus, e nunca pela glória dos homens.
O que torna um ser digno de glória é a soma de suas virtudes, na proporção em que elas se aproximam das virtudes do caráter do próprio Deus; de Sua santidade, beleza, justiça, verdade, amor, bondade, misericórdia, enfim, em tudo que O torna digno de louvor e adoração.
A ninguém pode ser comparado o Santo de Israel, na excelência de Sua grandeza e majestade, até mesmo porque tudo foi criado por Ele e para Ele. Foi dEle, que até mesmo as estrelas que brilham no céu receberam a luz com que brilham no universo. Foi dEle que os espíritos excelentes receberam sua sabedoria, amor e santidade.
Importa, portanto que toda glória que a criatura receba, volte para Aquele que foi o doador, o iniciador e o causador desta glória recebida. Daí, que tudo o que façamos seja sempre para a glória de Deus, pois é nisto que somos honestos e verdadeiros. Como poderíamos furtar para nós, algo que não nos pertence?
Aqui repousa a perfeição da paz e harmonia no plano da criação, pois tudo vertendo para a glória, honra, e louvor do Criador, ninguém se sentirá diminuído ou engrandecido em relação a seus semelhantes, por saber que tudo que qualquer pessoa possua, afinal, não é propriamente seu, mas fora recebido da mesma e única Fonte da qual toda glória procede.
Por isso, nosso Senhor Jesus Cristo rejeitou peremptoriamente toda iniciativa da parte dos homens em Lhe conferir honrarias, dizendo que não recebia glória da parte dos homens senão somente da parte de Deus Pai. Não o fizera por motivo de desprezar o louvor dos homens, mas porque ninguém pode glorificar a Deus colocando-o no lugar de honra e destaque que Ele merece. Isto é atribuição exclusiva de Deus Pai, conforme já comentamos anteriormente.
Lembram da resposta do Senhor à mãe de João e Tiago, que lhe havia pedido que um deles se assentasse à Sua direita, e o outro à esquerda?
Ele disse que isto já estava decidido pelo Pai, para todos os crentes, de modo que posições no reino de Deus não são conquistadas por nossos méritos ou maquinações para obtê-las, pois Ele tem um novo nome escrito numa pedra branca, para cada um, designando qual é a posição de honra que tem designado para cada um deles. Ele pode fazê-lo porque é Deus presciente e onisciente. E para Ele tudo se encontra num eterno agora, como tendo sido consumadas todas as coisas que Ele chama à existência pelo Seu próprio poder.
Jesus tem um nome que é sobre todo o nome, porque foi o que mais se humilhou para fazer a vontade do Pai. Ninguém pode superá-Lo nisto. E de igual modo, nós, seremos grandes no porvir na medida da proporção do serviço humilde que tivermos prestado para a glória de Deus neste mundo, e não pela importância e louvor que os homens nos atribuam.
Também por motivo de Sua grande sabedoria, Deus tem fixado a glorificação do Seu povo para o porvir. Aqui temos que carregar uma coroa de espinhos. A coroa de glória é para depois do arrebatamento da Igreja. O corpo glorificado, também para a mesma ocasião, quando formos arrebatados. Isto, porque as obras dos santos continuam contando para o seu galardão futuro mesmo depois da sua morte, pois todos aqueles que foram salvos, abençoados ou edificados por elas, ainda que pela intermediação de outros, será levado em conta para eles.
Quão grande então, será o galardão de Paulo e dos demais apóstolos; de Spurgeon, que morto, ainda fala, e de todos que têm sido uma inspiração para o povo de Deus por causa fé que tiveram!
De forma que toda busca de glorificação pessoal neste mundo é um grande erro por parte daqueles que assim procedem. E, deve ser tido em consideração que a glória não é contada pelo nosso interesse de obtê-la, mas pelo nosso amor voluntário e desinteressado ao Senhor e à Sua obra; ainda que estejamos conscientes que a nossa fidelidade estará sendo contabilizada por Ele, de maneira perfeitamente justa para o nosso galardão, pois é da Sua natureza galardoar os que procedem fielmente.
Deveríamos sempre ponderar em que consiste principalmente, a glória de Deus. Sua glória está em ser compassivo, longânimo, misericordioso e perdoador. É principalmente pela exibição do Seu amor que é glorificado tanto pelos homens quanto pelos anjos.
Quando Moisés desejou ardentemente que lhe mostrasse a Sua glória, o próprio Deus passou por ele pronunciando as seguintes palavras:
“Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade;” (Êxodo 34.6)
 Foi o Seu caráter que Deus revelou a Moisés, como sendo a Sua glória. É deste caráter que decorre o brilho da Sua majestade.
A glória dos que servem a Deus decorrerá da medida do mesmo tipo de caráter, e não de poder, grandezas terrenas e tudo o mais que o homem natural considera elevado e precioso.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras
1 – doxa (grego) – glória, honra, louvor;
2 – kabod (hebraico) – honra, glória;
3 – doxazo (grego) – glorificar, honrar, magnificar; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/index.php?cdPoesia=128344

Você pode ler toda a Bíblia com a interpretação de capítulo por capítulo acessando o seguinte link:

http://interpretabiblia.blogspot.com.br/

E Sermões e mensagens  em:

http://retornoevangelho.blogspot.com.br/







5 - “E aos que justificou, a esses também glorificou.” (Rm. 8:30)

Eis uma verdade preciosa para ti, ó cristão. Tu podes ser pobre, estar sofrendo ou ser desconhecido, mas, para o teu alento, relembra o teu “chamado” e tudo o que dele vem, especialmente a bênção de que estamos falando.
Tão certo como hoje és filho de Deus, em breve todas as tuas provações chegarão ao fim, e serás farto de todos os desígnios da felicidade.
Espera ainda um pouco, e essa cabeça cansada usará a coroa de glória, e a mão calejada segurará a palma da vitória.
Não lamentes as tuas tribulações, mas alegra-te, pois logo estarás onde “não haverá luto, nem pranto, nem dor”.
As carruagens de fogo estão à tua porta, e um momento bastará para seres levado para junto dos glorificados.
A canção eterna está quase nos teus lábios.
Os portais do céu encontram-se abertos para ti.
Não penses que não entrarás no descanso.
Se Ele te chamou, nada pode separar-te do Seu amor.
Aflições não podem cortar o laço; o fogo da perseguição não pode queimar o vínculo; o martelo do inferno não pode quebrar a corrente.
Tu estás seguro; a voz que uma vez te chamou, chamar-te-á novamente da terra para o céu, da escuridão sombria da morte para o esplendor inexprimível da imortalidade.
Estejas certo de que, o coração dAquele que te justificou bate por ti com amor infinito.
Em breve estarás com os glorificados, onde está a tua porção; só estás aqui esperando para seres feito condizente com a tua herança, e isso feito, as asas dos anjos te levarão para longe, para o monte de paz, de alegria, de bem-aventurança, onde,

“Longe de um mundo de pesar e pecado,
com Deus eternamente unido”
tu descansarás para todo o sempre.

Charles Haddon Spurgeon







6 - A Deus Pertence Toda a Glória

Deus tem exibido todo o Seu amor e misericórdia, adotando pecadores imperfeitos, transgressores da Sua vontade, como Seus filhos amados, e transformando-os pacientemente à exata imagem de Jesus.
Se houvesse alguma participação meritória do homem na salvação por alguma obra que fosse necessária que este praticasse em prol da sua salvação, toda esta glória devida a Deus teria que ser repartida com o homem, e já não seria mais pela exclusiva graça e misericórdia de Deus, e o homem teria pelo menos algo em que se gloriar, como Paulo afirma em Ef 2.9.
Como toda glória humana está contaminada pelo pecado do orgulho, graças a Deus que em Sua infinita sabedoria planejou nos salvar deixando toda a glória para o Seu Filho Jesus Cristo que realiza todo o trabalho da nossa salvação.
As boas obras se seguirão à salvação, mas não terão nenhuma participação nela, para que continue sendo um dom gratuito de Deus para nós pecadores.
Deus é justo e importa que sejamos justos pela prática da justiça.
Se fomos criados pela graça em Cristo Jesus, o qual é justo, então devemos viver da mesma maneira justa como Ele viveu, sujeitando-nos a Ele e Lhe permitindo que manifeste a Sua justiça em nós.
Para tal propósito, ao morrer e ressuscitar, Jesus revogou a Antiga Aliança que consistia na “lei dos mandamentos contidos em ordenanças” (Ef 2.15).
Ele não revogou a lei, porque disse que não veio revogar a lei e os profetas, fazendo com isto uma referência às Escrituras do Velho Testamento, mas efetivamente revogou a Antiga Aliança, para que entrasse em vigor a Nova, instituída no Seu sangue.
Hoje, tanto judeus quanto gentios são chamados a se aproximarem de Deus com base na Nova Aliança, e de ambos, Deus fez um só povo, de maneira que o verdadeiro Israel de Deus é composto agora somente por aqueles que pertencem a Jesus Cristo, conforme foi planejado por Deus desde antes que houvesse mundo, e conforme havia revelado e prometido a Abraão, antes mesmo de formar o povo de Israel através de Jacó, como se lê em Ef 2.13-18.
Jesus é o alicerce, o fundamento do grande templo espiritual que Deus está construindo nEle, no qual os cristãos são as pedras vivas deste edifício.
Estas pedras vivas são lapidadas pelo Senhor para serem ajustadas em perfeita unidade umas às outras. Este trabalho é iniciado enquanto peregrinamos neste mundo, é será completado quando a Igreja for arrebatada por Jesus para o encontro com Ele entre nuvens.
Neste trabalho somos apenas cooperadores do Senhor -orando, pregando e ensinando o evangelho, mas é Ele que tudo faz pacientemente, quer para nos converter, quer para nos santificar. Somente Ele pode nos purificar do pecado e operar o nosso crescimento espiritual. Por isso somente a Ele deve ser tributada toda a glória e todo o louvor.  




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