sexta-feira, 23 de outubro de 2015

106) Pecado

106) PECADO

ÍNDICE

1 - O Que É o Pecado Original ?
2 - Por Natureza e Não Por Hábito ou Costume
3 - A Rebelião da Nudez e o Significado das Roupas
4 - Xô Justiça Própria!
5 - Tudo o Que Não Provém de Fé É Pecado — Sério?
6 - Deus: Por que Este Mundo Está Quebrado?
7 - Continuaremos no pecado?
8 - O PECADO
9 - O Pecado Merece a Punição de Total Destruição


1 - O Que É o Pecado Original ?


Abandonando todas as definições teológicas sofisticadas e detalhadas sobre o assunto, e considerando esta verdade do ponto de vista da simplicidade do fato havido no princípio da criação, daí o nome original – de origem, podemos afirmar com toda segurança que o pecado original consistiu no governo usurpador do espírito do homem, pela sua alma, por causa do abandono do  governo do Espírito de Deus.
E esta condição ruim, deste governo despótico da alma, em usurpação ao governo que Deus havia dado ao espírito do homem, passou a existir porque o espírito morreu, ou seja, no ato da desobediência, cessou automaticamente toda a comunhão espiritual que ele mantinha  com Deus.
A vida do nosso espírito depende inteiramente que ela seja insuflada pelo Espírito de Deus.
Cessada a comunhão com Ele, o nosso espírito morre, fica separado da vida de Deus, e com isto nos tornamos fracos (Rom 5.6), incapacitados para exercermos governo, por meio do nosso espírito, sobre a nossa alma (sentimentos, emoções, vontade, razão).
Pecado é portanto, basicamente isto.
Tudo o mais (pensamentos, atos, omissões errados) é mera consequência desta grande realidade que a tudo dá causa.
É somente em Cristo que esta situação pode ser revertida.
Porque sem Ele, não podemos ter a habitação e o governo do Espírito Santo, que é vitalmente necessário para a ressurreição do nosso espírito, que se encontra morto (não aniquilado, mas sem comunhão com Deus e incapacitado de todo ato de adoração em espírito e em verdade).
É por meio de Cristo que ocorre o reavivamento da consciência (outra faculdade do espírito).
Da consciência que se achava morta quanto ao conhecimento real da pessoa de Deus, e de quem somos de fato a seus olhos.
A razão desta morte da consciência em relação ao que é espiritual e verdadeiro quanto às realidades espirituais, celestiais e divinas, é consequente do fato de se achar o espírito também morto em delitos e em pecados.
Por isso Jesus diz que é somente nEle que podemos conhecer a verdade (sobretudo a pessoa de Deus e Sua Palavra), quando somos libertados do pecado, ou seja, desta condição terrível de morte espiritual, na qual todos se encontram naturalmente, sem Ele, e sem a habitação do Espírito Santo, que é o agente da nossa ressurreição espiritual.

Col 2:12 tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos.
Col 2:13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;





2 - Por Natureza e Não Por Hábito ou Costume

“E éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.” (Ef 2.3)

O apóstolo afirma, conforme havia sido instruído por nosso Senhor Jesus Cristo quando recebeu dele o evangelho, que toda a humanidade se encontra perante Deus na condição de filhos desobedientes condenados à ira, e que isto se dá em razão da nossa própria natureza, e não meramente por praticarmos pecados habitualmente, como se tivéssemos, de nós mesmos, a capacidade e escolha de nunca os praticarmos.
Então, a verdade relativa à nossa condição é a de que não somos pecadores por hábito, por costume, mas pelo que somos em nossa natureza.
É a isto que comumente se chama de pecado original, pois aponta para a sua origem.
Ao usar o verbo ser na primeira pessoa do plural, o próprio apóstolo Paulo se inclui na referida condição em que todos se encontram naturalmente, antes de serem libertados por Cristo. Não que sejamos libertados completamente do pecado neste mundo, mas da ira de Deus em condenação, porque estando em Jesus a sua ira é desviada de nós, porque ele a recebeu em si mesmo em nosso lugar quando morreu na cruz do Calvário.
Ora, se o pecado é uma questão de natureza, e por se encontrar ligado ao nosso velho homem até o dia da nossa morte, como poderíamos ser salvos se não fosse por pura graça e misericórdia de Deus em relação a nós, por causa da nossa fé em Cristo? Como poderíamos ser salvos baseados em nossa própria justiça e méritos, quando aquilo que nos mata está ligado à nossa natureza, àquilo que somos em essência?
Por isso somos salvos na esperança daquela santidade perfeita que haveremos de ter na glória celestial, e não por quaisquer boas obras que possamos fazer enquanto estivermos deste outro lado do céu.
Estas boas obras são a consequência e a evidência, mas não a causa da nossa salvação.
Vemos assim, que independentemente das grandes realizações de qualquer pessoa, que sem Cristo, esta continua sendo filha da ira tanto quanto aqueles que não têm se aplicado a viverem de modo justo.
Há no melhor dos homens a mesma mancha do pecado original que existe em todos os demais, e assim, somente o sangue de Jesus poderá limpá-lo, de modo a poder ser reconciliado com o Deus que é perfeitamente justo e santo.
Não há um justo sequer, de si mesmo, aos olhos de Deus. Todos necessitamos da justiça de Cristo para nos apresentarmos justificados diante dele.
Cabe portanto, e fica bem a qualquer pessoa, que ande em humildade perante o Senhor, independentemente do grau de santificação que tenha alcançado aqui embaixo, porque, ainda continua sujeita à ação do pecado, até que venha a dar o seu último suspiro aqui na Terra.







3 - A Rebelião da Nudez e o Significado das Roupas

Por John Piper

A primeira consequência do pecado de Adão e Eva, mencionada em Gênesis 3:7, é que "Então os olhos dos dois foram abertos e ficaram sabendo que estavam nus; por isso, entrelaçaram folhas de figueira e fizeram para si aventais. "
Em um instante, eles passaram a ter consciência de seus próprios corpos. Antes da rebelião contra Deus, não havia vergonha. “E os dois estavam nus, o homem e sua mulher, e não se envergonhavam.” (Gênesis 2.25). Mas agora, a vergonha estava lá. Por quê?
Não há nenhuma razão para se pensar que, repentinamente, sua aparência havia se tornado desagradável. A beleza deles não era o foco em Gênesis 2:25, e uma suposta feiúra também não é o foco em Gênesis 3:7. Então qual a razão da vergonha? A resposta é que a base da aliança de amor havia desabado. E junto com ela, a doce e confidente segurança do casamento havia desaparecido para sempre.
A base da aliança de amor entre um homem e uma mulher é a aliança intacta entre os dois e Deus – Deus governando-os para o bem dos dois, e eles desfrutando a Deus, em segurança e plena confiança. Quando comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal, esta aliança foi rompida, e a base que sustentava a aliança dos dois ruiu.
A experiência disto foi imediata para eles, através da corrupção da sua própria aliança de amor um pelo outro. Aconteceu de duas formas, e ambas se relacionam à experiência da vergonha. Na primeira, a pessoa que contempla minha nudez não é mais confiável, portanto eu tenho medo de ficar envergonhado diante dela. Na segunda, eu mesmo já não estou mais em paz com Deus, sentindo-me culpado, impuro e indigno – portanto, mereço sentir vergonha.
Na primeira forma, passo a ter consciência de meu corpo, sentindo-me vulnerável à vergonha, pois sei que Eva escolheu tornar-se independente de Deus. Ela colocou a si própria no centro de sua vida, ao invés de Deus. Ela agora é, essencialmente, uma pessoa egoísta. A partir deste dia, ela mesma estará sempre em primeiro lugar. Já não é mais uma serva. Portanto, ela não é confiável. E sinto-me vulnerável ao redor dela, pois é muito provável que ela vá se aproveitar de mim, quando for conveniente para ela. Repentinamente, minha nudez é algo arriscado. Eu não confio mais que ela vá me amar com o amor puro que mantém a aliança. Esta é uma das fontes da minha vergonha.
Na segunda forma, o que ocorre é que o próprio Adão, e não apenas sua esposa, havia rompido a aliança com Deus. Se ela é rebelde e egoísta, e portanto pouco confiável, eu também sou. A maneira que experimento isto em mim mesmo, entretanto, é que sinto-me corrompido, culpado e indigno. Na verdade, isso é exatamente o que sou. Antes da Queda, o que era e o que deveria ser eram a mesma coisa. Mas agora, o que é e o que deveria ser não são o mesmo.
Eu deveria ser submisso a Deus, humildemente e de boa vontade. Mas não sou. Esta grande separação entre o que sou e o que deveria ser manifesta-se em tudo em mim – inclusive a forma que me sinto quanto ao meu corpo. Portanto, minha esposa pode ser a pessoa mais confiável do mundo, mas o meu próprio sentimento de culpa e desmerecimento me faz sentir vulnerável. A nudez simples e transparente da inocência agora parece inconsistente com a pessoa culpada que eu sou. Sinto-me envergonhado.
Portanto, a vergonha da nudez tem duas origens, e ambas se devem à destruição da base da aliança de amor no nosso relacionamento com Deus. Uma é que Eva não é mais confiável para me apreciar; ela se tornou egoísta, e eu me sinto vulnerável à possibilidade dela se aproveitar de mim para seus próprios fins egoístas. A outra é que eu sei que eu próprio sou culpado, e a nudez da inocência contradiz minha indignidade – fazendo-me ter vergonha dela.
Gênesis 3:7 diz que eles tentaram lidar com esta nova situação fabricando suas próprias roupas: “entrelaçaram folhas de figueira e fizeram para si aventais.” O empenho de Adão e Eva em cobrirem-se foi uma tentativa pecaminosa de esconder o que realmente acontecera. Eles tentaram se esconder de Deus (Gênesis 3:8). A sua nudez fazia com que sentissem descobertos e vulneráveis. Portanto, tentaram desfazer a separação entre o que eram e o que deveriam ser, ao cobrirem o que eram, e apresentando um novo exterior.
Então, o que significa dizer que Deus os vestiu com peles de animais? Ele estava confirmando a hipocrisia deles? Estava auxiliando e fazendo-se cúmplice da falsidade deles? Se eles estavam nus e não tinham vergonha antes da Queda, e tentaram fazer roupas para diminuir sua vergonha após a Queda, então o que Deus estava fazendo, ao vesti-los de uma forma melhor do que eles mesmos poderiam fazer? Creio que a resposta é que ele está nos dando tanto uma mensagem negativa, como uma positiva.
Negativamente, ele está dizendo: vocês não são mais o que eram antes, nem o que deveriam ser. O abismo que há entre o que vocês eram e o que deveriam ser é enorme. Cobrir a si próprios é uma resposta apropriada – não para escondê-lo, mas para confessá-lo. Daqui para frente, você irão vestir roupas, não para esconder que vocês não são o que deveriam ser, mas justamente para confessar que, de fato, não são o que deveriam ser.
Uma implicação prática disto é que a nudez pública, hoje, não significa um retorno à inocência, e sim rebelião contra a realidade moral. Deus ordena o uso das roupas para testemunhar a respeito da glória que nós perdemos, e retirá-las é aprofundar a rebelião.
E para aqueles que se rebelam na direção oposta, fazendo das roupas um meio de poder, prestígio e busca por atenção, a resposta de Deus não é a volta à nudez, mas a volta à simplicidade (1 Timóteo 2:9-10; 1 Pedro 3:4-5). Roupas não existem para fazer as pessoas pensarem a respeito do que está debaixo delas. Elas devem desviar a atenção para o que não está debaixo delas: mãos misericordiosas que servem aos outros no nome de Cristo, belos pés que levam o evangelho para lugares necessitados, e o esplendor de uma face que contemplou a glória de Jesus.
Agora, estamos chegando ao significado mais positivo das roupas, que Deus tinha em mente quando forneceu as peles de animais para Adão e Eva vestirem. Foi não apenas um testemunho à glória que havia sido perdida, mas um testemunho de que o próprio Deus, um dia, iria nos tornar aquilo que deveríamos ser. Deus rejeitou as vestes que eles próprios tentaram fazer; então, criou-as ele próprio. Ele demonstrou misericórdia com roupas superiores.
Juntamente com os outros sinais de esperança no contexto (como a derrota da serpente em Gênesis 3:15), a misericórdia de Deus aponta para o dia em que ele resolverá o problema da nossa vergonha decisiva e permanentemente. Ele fará isto com o sangue do seu próprio Filho (assim como, aparentemente, houve sangue derramado na morte dos animais das peles). E ele o fará com as vestes da justiça e do esplendor de sua glória (Gálatas 3:27; Filipenses 3:21).
O que significa, enfim, que nossas roupas são um testemunho tanto do nosso fracasso passado e presente, como de nossa glória futura. Elas testemunham da separação que há entre o que somos e o que deveríamos ser. E testemunham do misericordioso propósito de Deus de cobrir essa separação, através de Jesus Cristo e de sua morte por nossos pecados.







4 - Xô Justiça Própria!

Quando insistimos em nos considerar pessoas muito boas e justas a nossos próprios olhos, agravamos e muito a nossa situação diante da justiça de Deus.
Porque temos uma natureza que foi derrotada pelo grande Inimigo de nossas almas, e que ficou sujeita ao seu poder.
Isto nos tornou impotentes para nos libertarmos deste jugo de escravidão do Inimigo e do pecado, quer pela nossa própria capacidade, quer da de quaisquer outras pessoas ou até mesmo dos anjos.
Importava que o Inimigo e o pecado fossem derrotados na mesma natureza terrena e humana que temos, e por isso Jesus se fez homem e foi achado na forma de servo, para que pudesse derrotar por sua impecabilidade, morte e ressurreição, tanto o diabo quanto o pecado.
De modo que pode livrar para sempre do jugo de servidão, a todos os que creem nele e que lhe obedecem para o trabalho de transformação de suas vidas à Sua própria imagem e semelhança.
Portanto, submetamo-nos à vontade do Senhor, e, sejamos humildes  suplicantes de sua misericórdia e bondade.
Não há razão para permanecermos mortos espiritualmente, e debaixo da ameaça de uma condenação à morte eterna, por causa do nosso orgulho pecaminoso de não reconhecer que não podemos nos libertar a nós mesmos, e que somos dependentes totalmente da vida e do trabalho de Jesus Cristo para tal propósito.
A justiça própria não é uma amiga, senão a nossa pior inimiga, pois não permitirá jamais que recorramos humildemente ao socorro de Deus.
Abraão, que foi chamado de amigo de Deus, foi achado fiel, na medida em que ele se tornou obediente à palavra de Deus. E do mesmo modo que ele foi justificado pela fé e salvo, e o comprovou pela sua obediência, de igual modo também o seremos tanto quanto ele, na medida em que seguirmos o exemplo que ele nos deixou.

“Atos 26:15 Então, eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Atos 26:16 Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda,
Atos 26:17 livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio,
Atos 26:18 para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.”







5 - Tudo o Que Não Provém de Fé É Pecado — Sério?

Por John Piper

Pessoas do tempo de João Crisóstomo (347–407) tentaram limitar o significado das palavras de Paulo em Romanos 14:23: "Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado." Crisóstomo adverte: "Agora, todas essas coisas foram ditas por Paulo sobre o assunto em questão, não sobre tudo".
Leon Morris segue essa delimitação e diz:
Qualquer que seja a verdade sobre as ações feitas antes de alguém se tornar um crente, Paulo não as está discutindo aqui. Sua preocupação é com o crente que, às vezes, faz coisas que não são motivadas pela fé. (The Epistle to the Romans, 493)
Mas Lenski diz: "Não!".
Deve isto ser restrito ao crente apenas e à matéria da adiáfora apenas, a saber, da fé neste domínio? Não; isso cobre este domínio apenas porque é parte de um outro muito maior. (Introdução ao Novo Testamento)
O que você pensa?
Aqui está o contexto para ajudá-lo a ficar orientado (Romanos 14:21-23):
É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar (ou se ofender ou se enfraquecer). A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado.
Agostinho, em seu Comentários ao Evangelho de São João, cita Romanos 14:23 como uma frase universal que cobre todas as condições humanas.
Não que você possa dizer: "Antes de eu crer eu já estava fazendo boas obras, e portanto, fui escolhido.". Pois qual boa obra pode ser anterior à fé, quando o apóstolo diz: "tudo o que não provém de fé é pecado"? (Nicene and Post-Nicene Fathers, Vol. 8, 353).
Thomas Schreiner concorda com Agostinho e aponta que Paulo facilmente poderia ter feito um ponto mais limitado ao parar a primeira parte do verso 23 ("Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque esse comer não provém de fé"). Ponto feito. Fim do argumento. Mas não. Agora, ele adiciona uma máxima genérica: tudo o que não provém de fé é pecado." (Romanos, 739).

Suporte Universal Para Um Ponto Específico

É verdade, evidentemente, como Morris diz, que Paulo não está discutindo as ações de não salvos em Romanos 14. Mas não este não é um argumento forte. Nós regularmente suportamos pontos específicos com pontos genéricos.
Por exemplo, poderíamos dizer: "Os ponteiros maiores do relógio de pêndulo nessa loja giram 360 graus a cada hora. Pois os ponteiros maiores de todos os relógios que têm faces circulares giram 360 graus a cada hora". Ninguém nos consideraria sensatos se disséssemos: "Dessas duas frases, o que podemos aprender é que os únicos relógios cujos ponteiros maiores giram 360 graus a cada hora são os relógios de pêndulo nessa loja, porque os relógios de pêndulo são o assunto da nossa conversa". Não. Nós trazemos um ponto universal para suportar um ponto específico.
É isso o que Paulo fez. "Tudo o que não provém de fé é pecado" é um ponto universal. Há vários suportes para isso fora de Romanos 14:23. Por exemplo:
1.   O ponto de Paulo em Romanos 4:20 é que a fé glorifica a Deus: "Abraão pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus". A razão pela qual atos sem fé são pecados é que eles não glorificam a Deus como digno de confiança.
2.   Em 1 Coríntios 10:31, Paulo diz: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.". Mas você não consegue glorificar a Deus se você está o desonrando por não confiar nele. Então, onde não há fé, 1 Coríntios 10:31 está sendo desobedecido em cada ação (não importa quão neutro em si mesmo).
3.   Hebreus 11:6 diz: "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam." (Hebreus 11:6). Portanto, onde não há fé, todos os atos desagradam a Deus.
4.  
Quando Uma Virtude É Pecado

É por isso que Agostinho disse que até as virtudes dos incrédulos são pecados. Um exemplo pode tornar essa acusação radical da "bondade" humana sem fé ficar mais clara.
Suponha que você é pai de um filho adolescente. Você o lembrou de lavar o carro antes de ele o usar para levar seus amigos ao jogo de basquete hoje à noite. Ele tinha concordado, mais cedo, em fazer isso.
Ele fica irado e diz que não quer fazer isso. Você de forma gentil, mas firmemente, lembra-o de sua promessa, e diz que é isso o que você espera. Ele resiste. Você diz: "Olha, se você vai usar o carro hoje, você tem uma obrigação". Ele sai do quarto irado. Mais tarde, você o vê lavando o carro.
Mas ele não está fazendo isso baseado no amor ou no desejo que honra a Cristo de obedecer à Bíblia. Ele quer ir ao jogo com seus amigos. É isso o que impulsiona a sua "obediência". Eu coloco "obediência" entre aspas, porque é apenas externa. Seu coração está errado. É isso o que quero dizer quando digo que todas as "virtudes" humanas são depravadas se não fluem de um coração de amor ao Pai Celestial — mesmo se o comportamento está de acordo com as normas bíblicas.

Em Relação a Deus Primeiramente

A terrível condição do coração do homem nunca vai ser reconhecida por pessoas que avaliam isso apenas em relação a outras pessoas. Seu filho vai levar os amigos para o jogo de basquete. É uma "gentileza". Eles vão considerar um "benefício". Então, a maldade das nossas ações nunca pode ser medida meramente pelo bem ou pelo dano que elas causam a outros humanos.
Romanos 14:23 deixa claro que nossa depravação é uma condição em relação a Deus primeiramente e só secundariamente em relação ao homem. Esse é o grande despertar que necessita acontecer nas pessoas para que vejam a extensão dos seus pecados e a grandeza do Salvador.







6 - Deus: Por que Este Mundo Está Quebrado?

Artigo de John Piper, traduzido pelo Pr Silvio Dutra.

Deus colocou o mundo natural sob uma maldição bem como os horrores físicos dessa maldição - a futilidade, a corrupção, a doença e a morte - se tornariam uma imagem nítida, uma parábola sobre os horrores do mal moral, do pecado. Em outras palavras, o mal natural existe no mundo como um sinal dos horrores do mal moral.
Antes de mostrar o texto na Bíblia, eu quero que você imagine o que estou dizendo, no Jardim do Éden. Adão e Eva, perfeitos, sem pecado; mundo perfeito, nenhuma morte. Tudo é perfeito. Eles comem o fruto proibido, e Deus atinge o mundo com uma maldição no mundo natural.
Agora, em seu pecado Adão não agride Eva. Não há nenhuma violência doméstica no Jardim do Éden. Ele não bateu nela, e Deus não disse: "Você bateu nela, eu estou batendo em você." Não. Adão bateu em Deus. E ele não o acertou com o punho, mas com seu coração. Eu não confio mais em você para proporcionar uma vida melhor. Eu acho que eu conheço uma vida melhor. Eu rejeito seu amor. Eu rejeito sua sabedoria. Rejeito você e eu confio em mim e eu vou agir da minha maneira.
Isso foi um golpe no rosto de Deus, que mereceu milhares de anos de miséria física horrível do mundo.
Será que Deus exagerou?

A maioria das pessoas que não têm nenhum senso da majestade e do infinito valor da santidade de Deus diria que foi uma reação exagerada.
Não foi uma reação exagerada. E você pode viver por sua própria inteligência, acreditando que isto era uma reação exagerada, ou você pode passar o resto de sua vida tentando trazer sua alma em sincronia com um Deus majestoso, santo, grande - que um insulto a Deus de proporções infinitas é digno de punição deste mundo. Isso é o que a Bíblia diz que aconteceu.
Lemos em Romanos 8.18-21: "Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”
A criação foi submetida à futilidade. Isso é o que nós estamos vendo no Nepal. Isso é o que nós estamos vendo na perda da visão, na perda de audição e câncer. A criação foi submetida à futilidade não por sua vontade. Em outras palavras, a criação não disse: Oh, amaldiçoa-me, Deus. Não é de bom grado, mas por causa daquele que a sujeitou.
Agora isto não se refere a Satanás e nem a Adão, porque a próxima frase diz: "Por causa daquele que a sujeitou, na esperança." Satanás não submeteu este mundo em esperança. Adão não submeteu este mundo em esperança. Deus sujeitou, na esperança. E ele continua mantendo isto. "Por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”
Isto está chegando. E nós dizemos, apresse o dia, oh Deus!







7 - Continuaremos no pecado?

Por John MacArthur

A graça de Deus não quer dizer que a santidade seja opcional. Sempre há pessoas que abusam da graça de Deus ao assumir que ela dá espaço para o pecado. Parafraseando essa filosofia, Paulo escreve: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado para que seja a graça mais abundante?" (Rm 6.1) Se a graça superabundou onde o pecado abundou (Rm 5.20, 21) então nosso pecado somente engrandece a graça de Deus? Deveríamos continuar no pecado a fim de que graça de Deus seja engrandecida?

"De modo nenhum!" Paulo respondeu com uma frase tão enfática que a versão King James traduziu da seguinte maneira: "Deus me livre!" A noção de que alguém usaria tal argumento para se desculpar era completamente ofensiva a Paulo. "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? (Rm 6.3).

Paulo escreveu em outro lugar: "Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gál 2.20).

Mas em que sentido morremos para o pecado? Todos os cristãos honestos vão testemunhar que ainda somos tentados, ainda caímos e ainda sentimos culpa pelo pecado o tempo todo. O que Paulo quer dizer quando disse aos cristãos que "morremos para o pecado"?

Ele está falando sobre nossa união com Cristo. Todos os crentes são unidos a Cristo pela fé:

Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição (Rom 6. 3-5).

A frase "batizado em Cristo Jesus... batizado na sua morte" não tem nada que ver com o batismo nas águas. Paulo está usando a palavra grega baptizo do mesmo modo que ele a empregou em 1 Coríntios 10.2, quando falou dos israelitas como sendo "batizados em Moisés". Nesse sentido batizado em significa identificado com, ligado a. Em Gálatas 3.27, Paulo diz: "Porque todos quanto fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes". Novamente ele está falando da união com Cristo: "Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele" (ICo 6.17).

Nossa união com Cristo é a premissa da qual a justificação, a santificação e todos os outros aspectos da obra de salvação de Deus dependem. Se primeiro entendêssemos o que significa estar unido com Cristo, compreenderíamos a nossa salvação. Sobre essa doutrina, Martyn Lloyd-Jones escreveu:

Realmente estamos em união com Cristo e para ele. Você não pode ler o Novo Testamento, até mesmo superficialmente, sem notar  esta constante repetição — "em Cristo" — "em Cristo Jesus". O apóstolo continua repetindo esta frase, e ela é uma das afirmações mais significativas e mais gloriosas no campo e no âmbito da verdade. Isso significa que fomos unidos ao Senhor Jesus Cristo; tornamo-nos parte dele. Estamos nele. Pertencemos a ele. Somos membros do seu corpo.

E o ensino é que Deus nos considera assim, e isso, naturalmente, significa que agora, nessa relação, nós participamos e compartilhamos de tudo o que é verdade a respeito do próprio Senhor Jesus Cristo.

"Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo" (I Cor 15.22). "Em Adão" descreve o estado da pessoa não-regenerada, ainda sob a escravidão do pecado, morta, incapaz de agradar a Deus de qualquer modo. Mas "em Cristo" descreve exatamente o estado oposto, a posição do verdadeiro cristão em Cristo. Somos livres da tirania do pecado, capazes de amar e obedecer a Deus de coração, participantes de todas as bem-aventuranças do próprio Cristo, objeto do amoroso favor divino, destinado a uma eternidade gloriosa. "Agora, pois, já nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus" (Rom 8.1).

Nossa união com Cristo resulta em algumas mudanças muito dramáticas. Em primeiro lugar, somos justificados. A justificação tem seu lugar no tribunal de Deus. É um veredicto divino de "não culpado". O termo justificação não significa a mudança no caráter presente do pecador; ele descreve a mudança na sua posição diante de Deus.

Mas porque estamos unidos com Cristo, mudanças acontecem também na nossa própria natureza. Regeneração, conversão e santificação são as palavras que descrevem essa mudança. Nascemos de novo — somos regenerados — foi-nos dado um novo espírito, um novo coração e um novo amor a Deus (Ez 36.26; 1 Jo 4.19,20). Tornamo-nos participantes da natureza divina (2Pe 1.3, 4). Somos ressuscitados para andar em novidade de vida (Rom 6.4). E o velho homem pecaminoso é executado: "Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado" (Rom 6.6, 7).







8 - O PECADO

Por John Bunyan

O pecado é um grande empecilho e obstáculo à nossa felicidade; é a causa de todas as misérias do homem, tanto no presente quanto no porvir. Removamos o pecado de nossa existência e nada nos afligirá, visto que a morte temporal, espiritual e eterna é o salário do pecado.
O pecado, e não o homem, é o objeto da ira de Deus. Quão terrível, portanto, deve ser a situação daquele que permanece no pecado, pois quem pode suportar e lutar contra a ira de Deus?
Nenhum pecado contra Deus pode ser considerado pequeno, visto que todo pecado é cometido contra o grande Deus do céu e da terra. Mas, se o pecador puder encontrar um Deus pequeno, será fácil encontrar pecados pequenos.
O pecado transforma a graça de Deus em libertinagem. O pecado é o desafio à justiça de Deus; é o rapto da sua misericórdia; é oescárnio da sua paciência; é o menosprezo do seu poder; é o desdém do seu amor.
Acautele-se de não se entregar à libertinagem de cometer um pecado, pois este o levará a outro, até que, por costume, o pecado se torne natural.
Começar a pecar é o primeiro passo em direção a continuar pecando; e a continuação é a mãe do costume, que, por fim, resultará em impudência.
A morte de Cristo nos proporcionou a melhor descoberta acerca de nós mesmos. Estávamos em tal condição que nada nos poderia ajudar, exceto a morte de Cristo e a descoberta evidente da terrível natureza de nossos pecados. Se o pecado é algo tão horrível, que traspassou o coração do Filho de Deus, como poderíamos dar apoio ao pecado?








9 - O Pecado Merece a Punição de Total Destruição

Por D. M. Lloyd Jones

O pecado merece a punição de total destruição: "Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara algum remanescente, já como Sodoma seríamos e semelhantes a Gomorra". O que aconteceu com aquelas cidades? Sodoma e Gomorra, cidades da planície, haviam sido totalmente destruídas. Há uma passagem em Gênesis onde Abraão, olhando do topo das montanhas para baixo, onde ele havia vivido, viu à distância essas cidades suntuosas, as quais haviam sido tão prósperas, tão cheias de alegria, prazer e de pessoas se divertindo, e que, de repente, desapareceram! "Eis que a fumaça da terra subia, como a fumaça duma fornalha" (Gênesis 19:28). Destruição total! E o profeta diz aqui que, no que nos diz respeito, é exatamente isso que merecemos.

O princípio que estou extraindo desta declaração é que, de acordo com o ensinamento bíblico, esta é a verdade a respeito de cada um de nós como indivíduos. Deus enviou seus anjos para destruir as cidades da planície como punição pelo seu pecado. Ló havia apelado a este povo, e tentado convencê-lo a parar com seus maus caminhos, mas não quiseram escutá-lo. E finalmente Deus disse: destruirei essas cidades por causa do seu pecado, seu mal e sua iniquidade.

E como já vimos, o profeta Isaías diz aqui aos seus contemporâneos: se fôssemos receber o nosso merecimento, isso é o que receberíamos - total destruição, sem sobrar nada.

Este é um ponto muito importante. Isaías nos está afirmando que não há súplica alguma que possa ser oferecida. Nada pode ser dito a favor do abrandamento da sentença e da ira de Deus - nada. E quero enfatizar isto: essa é sempre a primeira grande afirmação do evangelho cristão. Antes de nosso Senhor vir, João Batista apareceu. O que ele pregava? Ele pregava "o batismo de arrependimento, para remissão de pecados" (Marcos 1:4). Aqui estava o precursor; aqui estava a preparação para o evangelho. Ou, se preferirem, a lei vem primeiro, depois o evangelho, pois "a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (João 1:17). Arrependimento e fé no Senhor Jesus Cristo -é essa a ordem.

Aqui, então, está o primeiro passo. Precisamos compre ender que, como parte da raça humana, não merecemos nada menos que total destruição. Admitimos isso? Sou autorizado a fazer esta pergunta pois escuto muitas pessoas falarem: "Por que Deus não faz nada a respeito? Por que Deus não pára as guerras? Por que Ele não dá um fim a tudo isto, tudo aquilo ou aquilo outro?" Culpam a Deus pela condição em que o mundo se encontra. Mas, minha mensagem é esta, enquanto homens e mulheres falarem assim, não há esperança alguma. O primeiro passo é fazer o que Isaías faz aqui a favor dos filhos de Israel, isto é, admitindo que eles não têm nada a pleitear, que eles não podem pedir por nenhum abrandamento, confessar que, se recebessem seus merecimentos, seria total destruição.

Contudo, com que fundamentos digo isto? Deixem-me dá-los a vocês. Por que homens e mulheres não merecem perdão algum? Bem, olhem para o homem e a mulher como eram no princípio. Colocarei isto diante de vocês. Tornarei vocês membros do júri. Que defesa há para Adão e Eva, criados à imagem de Deus, no Paraíso, em perfeição absoluta, com a amizade e o companheirismo de Deus, com todas as bênçãos que qualquer um poderia desejar? O que fizeram? Deliberadamente se rebelaram contra Deus; desobedeceram-nO e colocaram sua própria vontade à frente da vontade dEle. Haveria qualquer desculpa para eles? Poder-se-ia oferecer algum argumento a favor deles?

Alguém pode alegar que o fizeram na ignorância. Mas isso não é verdade - eles foram avisados; foram prevenidos. Nada pode ser dito a favor deles. Não tinham como se desculpar, e não somente mereciam ser expulsos do Paraíso, como também destruídos total e eternamente.

Entretanto, o que dizer sobre os homens e as mulheres desde então? Bem, não seria exatamente a mesma coisa? O que pode ser dito a favor da humanidade? Qual a súplica à qual recorrer como um tipo de mitigação da sentença de Deus para com o pecado? Não podemos alegar ignorância. Ninguém poderá dizer: "Eu não sabia". O que Deus espera de nós está de forma muito simples e clara na Bíblia, bem como o estilo de vida que Ele quer que vivamos. Há os Dez Mandamentos. Eles têm sido conhecidos através dos séculos.

Mas, mesmo se Deus não tivesse dado a lei a Moisés, Seu servo, todos nós temos uma consciência, e nossa consciência nos deixa sem desculpa alguma. Em todos nós há um senso do certo e do errado, do bem e do mal, e todos nós precisamos confessar que, mesmo sabendo que algo era errado, ainda assim o fizemos, e mesmo sabendo que algumas coisas eram certas, ainda assim não as fizemos. "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço" (Romanos 7:19). Temos, deliberadamente, desconsiderado a voz de nossa consciência. Temos rebelado contra este monitor interno que nos advertiu e nos condenou com antecedência. Portanto, não há desculpa.

E não somente isso, temos a história nos falando. Temos a história registrada na Bíblia, e a história secular também o confirma. Temos lido a respeito do que acontece com as pessoas e as nações que desobedecem a Deus. Está tudo aqui à nossa frente. Vimos o que aconteceu até mesmo com o próprio povo de Deus, os filhos de Israel, mesmo sendo eles a menina dos Seus olhos. Quando O desobedeciam, eram carregados para o cativeiro e sua cidade era destruída. Está tudo aqui diante de nós, na Bíblia. Vemos também isso no caso de grandes homens: pecaram e sofreram. Está tudo contido nas biografias; está em todo lugar. A experiência da raça humana nos diz que a vida pecaminosa é uma vida de insensatez; uma vida suicida, uma vida que leva à miséria e penúria, e por fim, desespero. Sabemos tudo isso, e mesmo assim, em detrimento desse conhecimento, ainda persistimos no erro.

Acima de tudo isto, porém, está a oferta graciosa do evangelho cristão. Apesar de nos termos desviado e de termos trazido nossos problemas sobre nossas próprias cabeças, Deus falou e disse: mesmo que você tenha feito isto, Eu o receberei de volta. Eu o perdoarei. Dar-lhe-ei um novo começo. Mandarei meu Filho para lhe salvar.

A oferta do evangelho está diante de nós. Mas o mundo a rejeita. Nosso Senhor, Ele mesmo, deixou isto claro nestes termos: "E a condenação é esta: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (João 3:19). Ora, aqui está a evidência. O evangelho nos está encarando, a luz veio, mas apesar disso, qual a atitude dos homens e das mulheres para com o próprio Deus? E arrogante e crítica; é uma atitude de desprezo.

"Se há um Deus," diz a pessoa moderna, "por que Ele não pára as guerras? Por que Ele não está fazendo isto ou aquilo?" Homens e mulheres se levantam e criticam a Deus, e se aventuram a colocar suas opiniões arrogantes diante dEle. Não seria essa a pura verdade? A despeito de tudo que temos considerado, eles não somente desobedecem a Deus deliberadamente como o fazem jactanciosamente, pensando serem espertos. E não somente isto, eles desafiam a Deus. Levantam-se contra Ele e dizem: "Que Deus faça o pior que puder; não temos medo". Eles pensam que estão no controle! E acima disso tudo, como já os lembrei, rejeitam a oferta graciosa de Deus no evangelho de Seu Filho amado. Então, o que poderia ser dito? Repito: que defesa pode ser apresentada a favor da raça humana? O que se pode dizer, como lenitivo, com relação à sentença de Deus sobre o pecado? O que pode ser dito para que Deus pare de punir homens e mulheres como merecem com "eterna perdição, ante a face do Senhor (2 Tessalonicenses 1:9)? Que bases para queixas poderia haver se Deus destruísse toda a raça humana como destruiu Sodoma e Gomorra?

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