sexta-feira, 23 de outubro de 2015

119) Pureza

119) PUREZA

ÍNDICE

1 - O Que é Pureza de Coração Evangélica?
2 - PUREZA
3 - Puro e Incontaminado
4 - O Padrão de Pureza
5 - Servindo em Pureza
6 - A Necessidade Sempre Presente de Purificar o Coração
7 - Poucos que Não Contaminaram as Suas Vestes
8 - Batismo com Fogo
9 - Pureza e não Mistura
10 - A Necessidade de se Purificar Diariamente
11 - O Perigo da Fornicação


1 - O Que é Pureza de Coração Evangélica?

A melhor definição que já encontrei para pureza de coração é de autoria do puritano Thomas Watson, que em outras palavras disse o seguinte, no seu tratado sobre as bem-aventuranças do Sermão do Monte:
A pureza de coração é de caráter evangélico, ou seja, aquela que temos conforme o modo pelo qual Deus no vê sob a graça de Jesus Cristo no evangelho, nos perdoando, e nos reconciliando com Ele a par de sermos pecadores.
Então, temos pureza de coração, neste sentido evangélico, quando amamos a Deus e a Sua Palavra, quando lamentamos por causa dos nossos pecados e não lhes damos guarida; ao contrário, quando nos empenhamos em mortificá-los.
E também quando nos esforçamos para cumprir os mandamentos de Cristo, tal como se encontram revelados na Bíblia.
Quem assim procede, ainda que eventualmente peque, é considerado por Deus como o puro de coração a quem nosso Senhor Jesus Cristo se refere em Mt 5.8.

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” (Mateus 5.8)






2 - PUREZA

Há poucas palavras mais doces e belas do que a palavra pureza. Que suave luz irradia de suas profundezas através de sua clareza cristalina! Que halo de glória a rodeia! Que doce melodia está contida no som, o qual, à medida que cai sobre a alma, desperta tudo o que é viril, nobre e santo!
Pureza! quem pode repetir esta palavra e não sentir e ouvir um ritmo doce reverberando através de todas as sendas de seu ser espiritual? "Mantenha-te a ti mesmo puro." Há alguma alma tão profundamente adormecida, tão entorpecida pelo pelos opiáceos do pecado, que não possa ser despertada pela doce melodia deste comando celestial? Um coração abatido, de fato, deve ser o coração em que não haja aspirações para uma pura vida devotada despertada por estas palavras gloriosas.
Ouve, ó minha alma, ao som da doce música, "Mantenha a ti mesmo puro". Sintonizada pelo Espírito e cantada pela voz da inspiração, na manhã brilhante deste dia do evangelho glorioso, vem soando ao longo dos séculos para despertar desejos e aspirações para a verdadeira nobreza da humanidade, a piedade mais profunda, e o maior planejamento de pureza moral que o homem pode alcançar através da graça redentora de Deus.
O mandamento para você, meu jovem, é: " Mantenha a ti mesmo puro", e para você, mocinha, "Mantenha a ti mesma pura", e para todos os que estão mais além na corrente da vida e se apressando para o oceano sem limites da eternidade, "Mantenha a ti mesmo puro". Se você deseja compreender algo do verdadeiro significado da pureza, pense no céu: porque assim como a pureza que está no céu, deve ser a que há na terra; conforme ela se encontra na vida de Cristo, assim ela deve estar na vida do homem.
Aqui sobre as encostas do tempo nós olhamos para longe, com os olhos da fé, e contemplamos a pureza dos céus e seus habitantes. Vemos os anjos e o grande trono branco, sobre o qual se assenta o Rei da glória; mas quem, de toda a humanidade, será realmente testemunha ocular desta cena agradável? O Cordeiro, que é a luz da cidade celestial responde: "Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus."
A partir desse trono de ouro de Deus e do Cordeiro, o "discípulo amado", viu da terra, em visões, fluindo o rio puro da água da vida, claro como cristal, e ele ouviu o Senhor do céu e da terra, dizendo: "eu darei àquele que tem sede a água da vida ", e o Espírito e a noiva repetem o convite, dizendo:" Quem quiser, venha e beba a água da vida ". Mas o que é este rio puro da água da vida? É o rio maravilhoso da graça salvadora de Deus, a luz emitida a partir do seu trono e que flui por todo o seu reino. O Filho de Deus estendeu o reino de seu Pai a esta terra e definiu o fluxo glorioso da salvação. Este fluxo maravilhoso é puro e as suas águas são doces quando fluem aqui, como elas são quando  vêm brilhando a partir do trono. Se você virá e se lavará neste fluxo cristalino; se você beberá de suas deliciosas águas – elas o tornarão tão puro como o trono do qual elas fluem.
Se você lhe permitirá se moverem sobre a sua alma, elas irão purificá-lo e o tornarão puro, de modo que a pureza em seu coração não será inferior a essa pureza que circunda o trono de Deus. Glória ao seu nome!
O salmista diz: "Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo. Lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve" O branco é um símbolo de pureza. Quando João contemplou a multidão de todas as nações que estão diante do trono e do Cordeiro, com vestiduras brancas, ele perguntou de onde eles vieram. "Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro." Apo 7.14.
Pureza de alma, coração, mente e consciência e pensamento e vida é uma experiência a ser atingida e apreciada nesta vida. Pedro diz: "Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade". 1 Pe 1.22. Jesus diz: "Bem-aventurados os puros de coração". Mt 5.8. Paulo diz: "Dou graças ao Deus de meus antepassados, ao qual sirvo ​​com consciência pura." 2 Tim 1.3. Pedro diz: "despertar com lembranças a vossa mente pura." 2 Pe 3.1. Paulo diz: "Tudo o que é puro, ... nisso pensai." Fp 4.8,9. Cristo é o padrão de pureza. "E todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro." 1 João 3.3. Pureza em todas as afeições, em todos os desejos, em todos os motivos, e em todos os pensamentos. O coração que se torna puro na luz de Deus não revela nada contrário ao céu. Nada pode ser mais nobre e belo sobre a terra do que uma vida pura. Oh, quantos pensamentos e desejos impuros estão enchendo as mentes e os corações dos homens e mulheres nestes dias iníquos terríveis! Caro leitor, "Mantenha a ti mesmo puro."

Texto de autoria de James Orr traduzido pelo Pr Sivlio Dutra






3 - Puro e Incontaminado

Depois de purificado pelo sangue de Jesus, na conversão, o crente permanece no mundo, apesar de não pertencer mais ao mundo.
A manutenção e aumento desta purificação produzida pela conversão não significa portanto que o crente deve deixar o mundo e viver em reclusão, pois importa dar testemunho de Cristo a toda criatura e em todos os lugares.
Não é o contato com o que é exterior que contamina o crente mas o que sai do seu próprio coração. De maneira que é o coração que deve ser mantido puro; pela edificação de uma consciência e um caráter puros, ou seja, que não sejam dominados pelo pecado, mas pela graça de Deus.
Tão importante e vital é a nossa purificação do pecado, que a Lei de Moisés está repleta de mandamentos de Deus cerimoniais e figurativos da grande purificação realizada pelo sangue de Jesus; sobretudo nos diversos tipos de sacrifícios ordenados e na distinção de coisas limpas e imundas.
O alvo era o de que ficasse gravado na mente e no coração dos ofertantes e executores dos atos de purificação cerimonial a necessidade de se estar puro para que se pudesse ter aceitação da parte de Deus, e ter comunhão com Ele.
Mesmo depois de ter sido lavado pela Palavra e pelo sangue do Senhor, o crente necessita se purificar continuamente dos resquícios do pecado que permanecem na carne; através da confissão e do arrependimento.
Quando se esquece desta necessidade de purificação contínua, tudo o mais na vida espiritual fica seriamente comprometido e detido.
Daí se afirmar que devemos guardar puro o nosso coração porque é dele que procedem as fontes da vida eterna e celestial.
Quando a consciência e o coração nos condenam, quanto a não estarmos santificados diante dos homens e do Senhor, nossas orações ficam impedidas, e toda a nossa religião torna-se sem significado e sentido.
Você pode ler alguns versículos bíblicos com as seguintes palavras destacadas do texto original:
1 – katharos (grego) – puro, limpo;
2 – barar (hebraico) – puro, purgado, limpo;
3 – katharizo (grego) – purificar, purgar, limpar;
4 – taher (hebraico) – purificar;
5 – tohorah (hebraico) – purificação ceremonial ou moral; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://www.escrita.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=33550







4 - O Padrão de Pureza

Partes de um sermão de Richard Sibbes, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.

“E todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro.” (I João 3.3)

Nestas palavras você pode observar estas três coisas:

1. O trabalhador. 2. O trabalho. 3. O padrão a ser imitado.

1. O trabalhador é "todo aquele que tiver esperança nele," todo aquele que parece ser como o Senhor Jesus no reino da glória, é o homem que deve se debruçar sobre esta tarefa.
2. Em segundo lugar, o trabalho é um trabalho para ser feito por ele próprio; pois é uma parte da criação do Senhor, e deve tomar cuidado como se fosse para arar sua própria terra, para cultivar seu próprio trigo, deve purificar-se; este é o trabalho.
3. Em terceiro lugar, o padrão pelo qual ele deve ser dirigido é o padrão do Senhor Jesus - a sua pureza. Tê-lo como um padrão e exemplo; olhar para Aquele que é o autor e consumador da nossa fé.
Os que trabalham para se purificarem serão desprezados pelo mundo, o opróbrio dos homens, mas isto é absolutamente necessário para a salvação.
O trabalhador aqui referido é "todo aquele que tem esta esperança." Que esperança é esta, você vê no verso anterior. “Agora somos filhos de Deus; mas ainda não se manifestou o que havemos de ser.”
É aquele que sabe que quando Ele aparecer, seremos semelhantes a Ele como Ele é, ou seja, os que procuram ser como o Senhor Jesus em glória, devem estar conformados à graça. Queres ser glorioso como Ele está no céu? Tu deves ter a imagem da Sua graça na terra; e deves estar puro.
Tu não deves continuar com um coração comum, como as mãos sujas são chamadas de mãos comuns na Escritura, devemos lavar-nos, tornar-nos limpos.
Agora, a partir daí observei também esta doutrina:
Doutrina 1. Que o homem que é descuidado em purificar-se, é o homem que não tem esperança.
Um ponto duro, trazer uma coisa a uma questão desesperadora, mas o que faremos? Devemos incentivar os homens àquela esperança, que eles devem proceder de modo a irem para o inferno? Podemos dizer, “tu podes esperar ser semelhante a Cristo em glória, quando não trabalhas para ser puro como Ele neste mundo?” Nós trairemos as almas assim procedendo. E você sabe, este é o princípio da salvação.
Quando a Escritura fala de esperança isto é uma esperança divina, uma obra da graça que nunca frustrará um homem; porque a esperança é mantida e sustentada pela fé, como vemos em Hebreus 11.1. “Por que a fé é a certeza das coisas que se esperam.”
A Escritura fala de uma viva esperança, bem como de uma fé viva (Tg 2.14; I Pe 1.3).
De modo que aqui está a diferença entre esta esperança e as demais que não têm por fundamento a fé, e que não lançam a mão firmemente sobre as misericórdias de Deus. A esperança cristã, esta graça divina, é uma coisa tão certa e infalível como a fé; porque tudo o que se espera é a partir da fé.
Agora, por outro lado, um homem impuro que caminha na injustiça, o que sustenta sua esperança? A fé nas promessas de Deus? Não; veja se o livro de Deus faz qualquer promessa aos tais: “As misericórdias de Deus são de eternidade a eternidade para com os que o temem.” (Salmo 103.17).
A palavra de Deus não pode falhar; mas a esperança do ímpio não é mantida pela fé nas promessas, mas por uma tolice, uma presunção que ele fantasia em seu próprio cérebro.
Isto é um juramento antigo, Deus jurou que te livraria das mãos
de teus inimigos, e que serás libertado e resgatado da condenação eterna.
Em Hebreus 6.19, isto é chamado de "a esperança que nós temos, como âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu.", que nos fala da sua certeza e infalibilidade e que dá tão grande firmeza como a âncora de um navio.
A fé é uma coisa que não tem tempo nem lugar, mas torna tudo presente. Ela coloca um homem como se ele estivesse na posse real da vida eterna; quando ele acredita que a possui, ele já está no céu.
Por enquanto "não se manifestou o que havemos de ser. Agora somos filhos de Deus, e a fé apreende que, certamente, somos herdeiros, que terão um reino no céu.
O apóstolo afirma que: "A esperança que se vê não é esperança” porque aquilo que um homem vê, por que ainda esperaria por isso? “Mas, se esperamos o que não vemos, então com paciência o aguardamos." E então esta paciência é uma coisa descrita pela esperança: 1 Ts 1.3, “Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai.”
Então, o que se segue? Nada é tão certo como o cumprimento da promessa de Deus. Para aquele que constrói a sua esperança na fé nas promessas de Deus, nada é tão certo quanto a que ele deve alcançar seu desejo.
Em Romanos 5.3-5 lemos, “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.”
Qual é o significado disso?
Amados, é tanto como se fosse dito, há uma diferença entre a esperança divina e a humana. A única esperança que há, quando eu deposito minha confiança na promessa de um homem, e quando eu olho para a coisa esperada, o homem quebra a promessa, de modo que minha esperança não pode ser mais firme. Ele quebra a promessa e eu fico envergonhado e confundido, porque eu fiz repousar a minha esperança e confiança dessa maneira.
Então aqui está a diferença entre a esperança de um filho de Deus, que purifica a si mesmo, e de uma pessoa impura; quando chegar a hora, o ímpio terá necessidade de esperança, mas sua esperança é vã, porque não se purificou.
Agora, concentremo-nos no trabalho. Então, qual é o trabalho? “Purificar a si mesmo.” "Todo aquele que nele tem esta esperança,".
Doutrina 2. Todo aquele que espera ser salvo, deve aplicar-se a este trabalho de purificar-se.
Mas aqui repousa uma grande dificuldade, porque o trabalho de um homem para purificar a si mesmo é uma obra de Deus; e isto Davi conhecia bem o suficiente, como vemos no Salmo 51.10, "Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro em mim um espírito reto.”
Você não deve usar uma verdade de Deus para destruir outra; por conseguinte, vemos o apóstolo afirmando em Filipenses 2.12: "Trabalhai a vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade."
Observe como uma coisa depende da outra, e ambas caminham bem juntas. Precisamos seguir adiante com o trabalho; mas por quê? "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." Nós realizamos segundo a instrução, direção e poder de Deus.
O significado é que Deus não trabalha as coisas em nós ou conosco, como se fôssemos uma espada; isto é, de que seremos apenas meros pacientes, mas Ele trabalha conosco adequadamente com a alma racional que nos deu.
Ele nos deu entendimento e vontade, assim, que o Senhor é o primeiro movedor e trabalhador, e que sem Ele não somos capazes de fazer qualquer coisa. A graça de Deus se apodera de nós, e nos põe a trabalhar aquilo que Deus opera em nós.
Assim, lemos em 2 Coríntios 7.1: "Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.”
Em 2 Timóteo 2.19 lemos: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.”
Observe como o homem trabalha ativa e passivamente. Ele está “preparado e santificado para uso do Senhor", mas não é um mero paciente? Não; ele deve se purificar destas coisas. Portanto, deve haver uma atividade e passividade no trabalho de purificação.
Em primeiro lugar, vá à fonte. Qual é a fonte de toda a limpeza? O sangue de Cristo. É o sangue de Jesus Cristo que deve me lavar do pecado. Tu não deves ir como um homem moral, ao trabalho de uma multidão de atos para obter um novo hábito; mas tu deves trabalhar a partir de um outro princípio: toda essa purificação deve vir a partir do sangue de Jesus Cristo. E como eu posso aplicar isto? Pela fé. Então tu deves ir todas as manhãs, e apresentar a tua alma diante do Senhor, e olhar para o crucificado, e dizer: “Senhor, tu derramaste teu sangue para purificar a minha alma das manchas do pecado.”
Tenha fé no sangue para lavar tua alma, ou seja, no sangue do Cordeiro imaculado, no sangue de Jesus Cristo não somente para a justificação para te libertar da culpa do pecado, mas para a obra da fé aplicada para a santificação, para lavar as manchas e corrupções do pecado.
Deus também nos purifica pela ação da Sua Palavra, como vemos em João 15.1-3: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.”
Quando as promessas da Palavra de Deus são apreendidas espiritualmente, elas são um meio maravilhoso para purgar o pecado.
Outro ponto importante para a purificação é a nossa vigilância, porque quando um homem tem a resolução de suprimir o pecado no seu primeiro movimento, ou seja, quando ele nasce, vai fechar a porta para ele e para o diabo.
Se tu queres purificar a ti mesmo, não deves viver em qualquer pecado conhecido. Quando um homem peca, ele multiplica o estoque de corrupção original. Não há nada mais certo do que dizemos, que a corrupção original é igual em todos.
Ainda assim, quando eu uso a minha vontade, e multiplico o estoque de pecados, isso é um sinal de que o pecado costumeiro endurece o coração, e faz a mancha crescer mais profunda, de forma que se torna mais difícil limpá-la. Portanto não te esqueças disso, se tu queres ir para o céu, para que não continues uma hora em qualquer pecado conhecido, porque quanto mais tu o fazes, mais ficarás fortalecido em pecado.
Eu agora devo ir para o terceiro ponto, o padrão ao qual devemos nos conformar. Devemos imitar o nosso Salvador Jesus Cristo, como ele é puro. Isto não se destina a que deves ter a esperança de ser tão puro em quantidade. Não se trata de quantidade, mas de qualidade, a referida semelhança.
Mas você dirá: Como eu sou capaz de alcançar isso? Eu respondo, a lei de Deus prescreve para nós uma forma perfeita de obediência, ainda que não seja possível para nós cumpri-la, e assim apesar de não sermos capazes de expressar as virtudes de Cristo, e sua pureza; de modo absoluto, contudo não podemos ter um padrão melhor do que a Lei, e a vida de nosso Salvador.
E assim, se continuarmos a seguir o nosso padrão, como a mão do erudito, por prática, consertando-nos todos os dias, embora nunca cheguemos perto do modelo que devemos imitar, devemos continuar crescendo crescer na graça, de modo que o nosso caminho possa ser mais e mais brilhante até que seja dia perfeito (Provérbios 5.18).







5 - Servindo em Pureza

“10 Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles as suas roupas,
11 E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai.” (Ex 19.10,11).

Vemos que foi exigido nesta e em muitas outras passagens do Antigo Testamento que o povo de Israel se santificasse antes que se lançasse à execução de qualquer tarefa determinada por Deus, ou para a recepção de qualquer bênção prometida por Ele.
A razão de ser exigida esta santidade anterior ao ato de obediência ao mandamento, é porque todo ato de verdadeira santidade tem que ter algo sobrenatural nisto, de um princípio renovador interno da graça.
Nós fomos criados para viver para Deus.
E este propósito da criação divina cumpre-se naqueles que o amam e que lhe obedecem.
Todavia, não pode haver verdadeira obediência, no que se refere à vontade de Deus, sem que estejamos sendo santificados.
Aquele que diz que obedece a Deus deve estar em comunhão com Ele, deve andar com Ele, assim como se diz na Bíblia desde o princípio, nos exemplos de Enoque, Noé e Abraão.
Eles tinham prazer em Deus e na Sua vontade.
Eram Seus amigos verdadeiros porque amavam fazer a Sua vontade e cumprir os Seus mandamentos.
É a isto que Jesus se refere quando diz que somos Seus amigos se fizermos o que Ele nos manda fazer.
 E é de fato assim, porque no que se refere a obedecer a Deus, nós provamos que somos de fato Seus amigos pelo modo com que amamos e fazemos a Sua vontade.
Nós não obedecemos os Seus  mandamentos de modo interesseiro, com vistas a sermos considerados Seus amigos, mas o fazemos espontaneamente, de livre escolha e vontade porque Ele é todo o nosso prazer e razão de ser da nossa vida.
E quem implantou este sentimento, esta disposição interior no nosso coração, esta amizade sincera por Deus, foi o Espírito Santo, porque todos nós, antes da nossa conversão, éramos inimigos de Deus, por causa do pecado que dominava de modo absoluto a nossa natureza terrena.
E o Espírito Santo operou este trabalho em nós em cumprimento ao desígnio do próprio Deus que havia determinado trocar o nosso coração de pedra por um coração de carne, e nos dar um coração que jamais se afastasse dEle e que amasse e cumprisse os Seus mandamentos (Jer 32.40; Ez 36.25-27).
 Então se foi o Espírito que nos tornou amigos de Deus pelo espírito de santidade que foi implantado em nós, devemos continuar submissos ao Espírito Santo depois da regeneração, para que Ele possa manter, em contínuas operações renovadoras, este mesmo espírito de amizade em nós, de maneira que em vez de termos prazer no pecado, tenhamos prazer nos mandamentos de Deus e um desejo intenso de viver para honrá-lo e fazer a Sua vontade.
 É aqui que entra a necessidade de vigilância para mortificar a carne e não seguirmos a disposição da natureza terrena toda vez que ela se levantar em insinuações para condescendermos com aquilo que é pecaminoso e que desagrada a Deus, como também precisaremos de diligência para nos dedicarmos à adoração, à oração, à meditação na Palavra, e a todos os demais deveres que nos conduzirão a manter as operações do Espírito Santo em nós.







6 - A Necessidade Sempre Presente de Purificar o Coração

Certamente era muito mais fácil para Timóteo fugir das paixões da mocidade (II Tim 2.22) do que os nossos jovens fugirem delas em nossos dias, em que são acostumados a pensarem que uma vida impura, imoral e dissoluta é um padrão normal de vida como qualquer outro, sem saberem que a ira de Deus se acende contra tais coisas.
Mais do que nunca é necessário clamar a Deus como fez Davi:
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.”  (Sl 51.10).
E não há outro caminho para o jovem manter o seu caminho limpo senão aplicar a Palavra de Deus ao seu coração:
“Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra.”  (Sl 119.9).
É melhor pois estar num deserto com o coração puro tendo ao Senhor por companhia, do que estar no meio de todas as atrações, confortos e alegrias mundanos, pagando o terrível preço de estarmos afastados de Deus, por nos deixarmos vencer por muitas tentações.
Por isso não devemos rejeitar as aflições que Deus nos envia em Sua misericórdia para nos desarraigar do nosso amor ao mundo. E aquilo que em princípio parece derrota e frustração e motivo de tristeza para nós, pelo desencanto com coisas e pessoas que dantes tanto prezávamos, pela sabedoria que nos virá do alto, tudo isto será visto depois como um grande e eterno ganho, porque foram renúncias que nos foram impostas pelas circunstâncias desagradáveis para que pudéssemos ter mais de Deus e da sua doce e santa companhia.
Portanto, em vez de nos deixar abater pelo descontentamento a que ficamos tentados pelos espinhos na carne, devemos aprender a ser gratos a Deus pela graça que receberemos por suportá-los com paciência, conforme nos ordena a Palavra:
“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;”  (Rom 12.12).








7 - Poucos que Não Contaminaram as Suas Vestes

Até cerca de dez anos atrás eu vinha pessoalmente me empenhando em oração e me esforçando para ver um avivamento do Espírito acontecendo nas Igrejas do Rio de Janeiro que viesse a se espalhar para o Brasil e para o mundo.
Eu sonhava com uma Igreja visitada poderosamente pelo Espírito Santo, sendo santificada por Ele e pela Palavra, assim como havia sucedido, por exemplo, nos dias de Jonathan Edwards (EUA), John Wesley (Inglaterra) e Evan Roberts (Gales).
Então soou como um tremendo alarme em meu ouvido espiritual a seguinte voz: “Estes são dias de apostasia, e não de avivamento de Igrejas.”
Entendi que especialmente no mundo Ocidental, em que a iniquidade tem se multiplicado e as pessoas têm dado as costas para Jesus e para o evangelho, não haveria avivamento acontecendo nos mesmos moldes do passado, senão crentes sendo avivados individualmente, em suas congregações, sejam elas denominacionais ou independentes.
Não importaria o tamanho da congregação pois sempre haverá desde então, aqueles que têm andado de branco com Jesus, e aqueles que seguirão obstinadamente um viver pecaminoso.
Veja a palavra que Ele dirigiu à Igreja de Sardes em Apocalipse 3.4:

“Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco  junto comigo, pois são dignas.”

Aqui se destaca que dignos para Jesus são aqueles que se santificam, e é isto que significa que andarão de branco juntamente com Ele, porque as alvas vestes simbolizam santidade. Ele mostra assim que eram apenas estes poucos daquela Igreja que teriam comunhão com Ele.
É importante que se destaque que das sete igrejas citadas em Apocalipse 3 e 4, apenas duas não foram repreendidas pelo Senhor. Todos os que andavam de maneira desordenada nas demais são convocados a se arrependerem dos seus maus caminhos.
Estas igrejas são representativas sobretudo de todas as igrejas que estarão na Terra no tempo do fim, e nelas se aponta prostituição cultual, hierarquismo eclesiástico (nicolaítas), práticas pagãs e ocultismo oriundo de mescla com sociedades secretas (doutrina de Balaão), idolatrias, entre outros pecados graves apontados pelo Senhor.
A partir do quarto capítulo de Apocalipse não mais se fala sobre a Igreja, e o assunto passa a ser as ocorrências do chamado período da Grande Tribulação.
Os que se arrependeram e se corrigiram com as repreensões do Senhor foram arrebatados, mas não se pode esperar o mesmo em relação aos que permaneceram desobedientes, uma vez que não haveria então necessidade de serem alertados e repreendidos.
Assim, seja a sua congregação, grande ou pequena, não espere ver todos os crentes andando em um só espírito, abundando em boas obras, porque estes dias são passados, e sempre haverá em quase todas as igrejas, com exceção de Esmirna e Filadélfia,   aqueles poucos que andam com as vestes alvas da santidade, entre aqueles que têm se tornado repreensíveis pelo seu comportamento não santificado.







8 - Batismo com Fogo

“disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
A sua pá, ele a tem na mão, para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; porém queimará a palha em fogo inextinguível.” (Lucas 3.16,17)

Estas palavras de João Batista, relativas ao batismo de fogo, se analisadas no próprio contexto em que foram proferidas, parecem indicar diretamente que há uma referência a dois tipos distintos de batismos que seriam feitos pelo poder de Jesus Cristo:

- O primeiro grupo, com o Espírito Santo, para aqueles que nele cressem e se arrependessem dos seus pecados, que ele indica a seguir como sendo o trigo que seria recolhido e preservado pelo Senhor no seu celeiro.
- O segundo grupo, com o fogo inextinguível, por ser palha e não trigo, ou seja, aqueles que não cressem no Senhor e que não se arrependessem dos seus pecados, e que são lançados no fogo do inferno por Deus.

Muitos interpretam esta passagem relativa ao batismo de fogo proferido por João, como sendo o revestimento de poder do Espírito Santo, uma vez que no dia de Pentecostes foram vistas línguas como que de fogo sobre as cabeças dos discípulos, representando o próprio Espírito Santo, com o qual nosso Senhor havia prometido que eles seriam batizados por ocasião da sua ascensão ao céu, depois da Sua ressurreição.
Nosso Senhor havia prometido na mesma ocasião que eles seriam revestidos de poder para dar testemunho do evangelho a todas as nações quando o Espírito Santo viesse sobre eles.

Todavia, não podemos esquecer que o fogo é usado nas Escrituras, no caso de crentes, principalmente como meio de purificação deles e da sua fé, por meio das provações, e pela santificação do Espírito Santo, como se vê por exemplo com o que foi feito com Isaías com a brasa retirada do altar, do refino dos crentes com o fogo de ourives citado em Malaquias, e por tantas outras passagens de igual significado, porque nenhum crente será sujeito ao fogo consumidor e inextinguível do inferno e do lago de fogo e enxofre, que é destinado somente aos ímpios, conforme pode ser observado em diversos textos das Escrituras.







9 - Pureza e não Mistura

A filosofia de que o bem e o mal são duas faces da mesma moeda, e de que um se encontra no outro é completamente contrária ao ensino das Escrituras e também contraria o que ensina a própria natureza, pois é bem sabido que o somatório de luz e trevas não produz nem trevas, e nem luz, mas penumbra, obscuridade.
E somos chamados a ser luz no mundo, e não trevas e nem penumbra.
Some-se à verdade a mentira e temos como resultado o engano e a falsidade.
À sobriedade, a intemperança, e temos inconstância e inconfiabilidade.
À esperança, a incredulidade, e o resultado é a incerteza.
E assim sucede com todas as demais virtudes às quais juntemos os males que lhes são contrários... o resultado nunca será o comportamento justo e santo que Deus demanda de todos os seus filhos.
É isto o que explica a necessidade que temos da santificação, pela qual nossos pecados são mortificados e nosso ser purificado pelo revestimento progressivo das virtudes de Jesus Cristo.
Um pouco de fermento leveda toda a massa.
As más conversações corrompem os bons costumes.
Bem-aventurado aquele que distingue o precioso do que é vil e que se aplica à pratica constante do bem, provando e aprovando o que é bom, justo, louvável e de boa fama.
O que caminha na luz terá comunhão com Deus, porque Deus é luz e não há nele treva alguma.
Azul misturado com amarelo sempre dará como resultado o verde, e nunca azul ou amarelo.








10 - A Necessidade de se Purificar Diariamente

“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a iniquidade não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Hc 1.13).

 “4 Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal.
5 Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.” (Sl 5.4,5).

A beleza espiritual da alma consiste em sua conformidade com Deus.
A santidade e conformidade com Deus são a honra de nossas almas.
Por isso tudo o que está em nós e que é contrário a Deus suja a alma e a torna desprovida desta beleza espiritual pela falta de conformidade com Deus.
Como Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, não é de admirar o quanto Ele detesta o pecado, porque foi o pecado que desfigurou esta imagem e semelhança.
E o modo de agradarmos a Deus deve incluir portanto, que também detestemos o pecado tanto quanto Ele o detesta.
E se por natureza nós estamos completamente sujos por causa do pecado, quem pode tirar uma coisa limpa do que está inteiramente sujo?
Não admira portanto que mesmo no caso de cristãos, e no melhor deles, pode ser vista uma assumida carnalidade, pelo retorno ao domínio de uma mente carnal, caso este venha a negligenciar a necessidade da santificação diária, por um abandono dos hábitos que conduzem a esta santificação, como a oração, a meditação na Palavra, o auto-exame com vistas à confissão de pecados e arrependimento, o louvor e a adoração, a comunhão dos santos, a vigilância, a diligência e a mortificação de pecados.
Consequentemente é para todos os momentos da vida a advertência do apóstolo para que nos limpemos a nós mesmos de todas as poluições da carne e  do espírito (2 Cor 7:1), porque há pecados que são internos e espirituais, como orgulho, amor-próprio, cobiça, incredulidade, e toda a poluição é resultante deles, e há também pecados carnais e sensuais, como gula, cobiça, impureza sexual etc.
Assim, tudo o que houver de bom em qualquer homem terá sido proveniente de Deus que é a fonte de todo o bem, porque há no homem uma fonte de tudo o que é mau, que é o seu próprio coração do qual procede toda a sorte de males.

 “18 Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem.
19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mt 15.18, 19).   






  11 - O Perigo da Fornicação

“4 Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará.” (Hb 13.4)

O matrimônio sobre o qual o Espírito profetizou que seria conduzido a descrédito e desonra nos últimos dias, por causa da multiplicação da iniquidade na terra, deveria continuar recebendo a honra que lhe é devida, porque Deus mesmo foi o criador da família, e para que os cônjuges vivessem em fidelidade até que fossem separados pela morte; de maneira que aqueles que se prostituem e adulteram serão julgados por Deus, porque Ele determinou somente um lugar para o sexo, a saber, no casamento.
Deus provou por vários preceitos que instituiu na Lei que deu a Moisés o quanto Ele preza e honra a instituição do matrimônio que Ele próprio criou, e esta é a razão de ser exigido de nós que lhe demos também a devida honra.
Em Hebreus 12.16 nós lemos:
“e ninguém seja fornicador, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura.”.
A fornicação engloba todo tipo de relacionamento sexual ilícito, ou impureza da carne relacionada com a sensualidade, porque esta palavra aqui traduzida por fornicação, é vertida da palavra “pornô”, do original grego. Algumas versões trazem impuro ou devasso no lugar de fornicador, mas todas estas palavras foram traduzidas desta mesma palavra pornô do grego, que engloba todo tipo de expressão de impureza sexual.
Se o lugar que Deus destinou para o sexo é o casamento, e mesmo neste, sem mácula, então, toda forma de expressão sexual que extrapola os limites fixados por Deus, é ofensiva à Sua santidade.
Não é dito de Esaú que era um prostituto, mas como se casou com mulheres hititas, que não eram portanto israelitas, trouxe-lhe a condição de ser considerado um fornicador, impuro ou devasso.
Esta é a condição de muitas pessoas em várias igrejas, que sendo admitidas na comunhão delas, levam-nas à ruína, porque, especialmente este tipo de pecado, quando admitido na comunhão dos cristãos, é visitado pelo Senhor com a remoção do castiçal, isto é, tal igreja terá apenas a forma, mas não mais a presença de Deus operando nas vidas dos cristãos.
Por isso o autor de Hebreus alerta para este perigo na passagem citada que “ninguém seja fornicador”, isto é, que nenhuma pessoa deve ser admitida ou tolerada na comunhão dos santos, vivendo em tal condição, porque o seu pecado porá toda a Igreja a se perder.  
Esta advertência da Palavra nos ordena a tomar cuidado para que ninguém caia neste tipo de pecado, porque uma vez que se cai nele, dificilmente haverá cura.
Logo toda conjunção com homens ou mulheres deve ser pelos laços legais do matrimônio.
Deus diz que julgará os fornicadores e adúlteros (v. 4). Assim, há uma sentença de juízo condenatório pesando sobre tais pessoas porque já estão condenadas em si mesmas, por pensarem que o corpo santo de Cristo pode admitir um viver público e aberto na impureza.
Assim, tais pecados mantêm geralmente os homens reservados para o juízo futuro.
Não há nenhum tipo de pecados que sejam tão escandalosos para as igrejas, quanto a serem tolerados nelas, do que o dos fornicadores.
Lembremos que tal como Esaú, os fornicadores como ele, desejam apenas as bênçãos de Deus e da Igreja, sem terem qualquer compromisso com a necessidade de uma vida santa.
Esaú chorou por ter perdido a bênção de seu pai, não porque rejeitou o direito de primogenitura e por ser um fornicador e profano, porque ele não achou lugar de arrependimento, isto é, não estava disposto a deixar o seu viver no pecado.
A severidade de Deus lidando com apóstatas é uma ordenação santificada para a preservação daqueles que creem, e para a edificação de toda a Igreja.
“Considera pois a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; para contigo, a bondade de Deus, se permaneceres nessa bondade; do contrário também tu serás cortado.”  (Rom 11.22).

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