sexta-feira, 23 de outubro de 2015

127) Responsabilidade 128) Ressurreição

127) RESPONSABILIDADE

ÍNDICE

1 - Por Que Deus Simplesmente não Deixa Pra Lá?
2 - Responsabilidade
3 - Fazendo a Correta Avaliação
4 - A Responsabilidade dos Pastores
5 - A Responsabilidade das Ovelhas


1 - Por Que Deus Simplesmente não Deixa Pra Lá?

À maior parte da humanidade soa agradável o pensamento de que Deus não se intrometesse nos assuntos da Terra.
Para que julgar o homem ou castigá-lo?
Não seria melhor deixar cada um escolher a própria sorte sem atribuir qualquer juízo moral sobre os que andam de modo errado?
Não foi Ele mesmo quem criou o homem com livre arbítrio?
Seria então importante saber o motivo que o leva a agir como Juiz de todas as pessoas.
Todavia, é mister dizer, antes, que Ele não é apenas o vingador do mal, como também é o recompensador do bem.
Podemos entender o modo da ação moral de Deus, pelo nosso próprio modo de agir.
Porventura não somos inclinados naturalmente a recompensar o bem e a punir o mal?
Onde isto sucede de modo oposto é em razão de uma perversão que leva a alguns a agirem contra a própria natureza, feita à imagem e semelhança de Deus.
Como o seu sistema de valores é pervertido então se inclinam a aprovar o mal e a reprovar o bem.
Afinal, quem gosta de ser roubado, traído, violentado?
Mesmo aqueles que se inclinam para a prática do mal, não o aprovam, quando este se volta contra os seus próprios interesses, conforme o padrão de comportamento que citamos no parágrafo anterior.
Se nos homens, por conta de sua imperfeição e fraqueza inerentes, não há uma medida perfeita de valores aprovados, no entanto, ela é santa, justa e perfeita na natureza de Deus.
E é esta natureza perfeita, especialmente em amor verdade e justiça, que o leva a julgar todos os nossos atos, ações, imaginações,intenções e omissões.
Nada escapa ao seu justo juízo divino, de modo que todos teremos que lhe prestar contas naquele Dia do Juízo vindouro, quanto ao bem ou o mal que fizemos enquanto neste mundo.
Agora, sendo também parte da Sua natureza, a misericórdia e a longanimidade, Ele perdoa a todo aquele que se arrepende e busca vencer o mal pela prática do bem.
Ele nos criou para o propósito de vivermos para sempre em perfeita harmonia e unidade em amor com Ele e com todos os demais seres morais que vivem de acordo com o padrão de valores da sua natureza divina.
Este propósito não poderá ser desfeito por nenhum poder contrário que se lhe oponha.

Daí a razão de sujeitar a um juízo de separação eterna desta comunhão, a todos os que buscarem viver de modo contrário ao propósito para o qual foram criados.  







2 - Responsabilidade

Quando usamos a palavra responsável, a noção que nos vem imediatamente à mente é a de alguém que tem a seu cargo determinadas pessoas ou atividades.
A noção não é incorreta, mas geralmente não lhe acrescentamos o principal significado da palavra, que é o de que aquele que é responsável, o é no sentido de ter que responder perante alguém superior prestando conta dos encargos que lhe foram atribuídos.
A isto deve ser acrescentado também, que quando se trata de Deus, todos são responsáveis perante Ele não apenas em relação aos nossos encargos, mas, sobretudo em relação ao nosso comportamento, atitudes, pensamentos, palavras, ações e omissões.
Responsável significa literalmente, aquele que pode e deve responder.
Um bebê não é responsável, porque não tem ainda as faculdades mentais amadurecidas para discernir sobre as consequências de seu comportamento e ações, e por isso nosso Senhor afirma que o reino dos céus pertence aos pequeninos, ou seja, àqueles que ainda não têm noção, não apenas do que seja o pecado, como também, a consciência dos males que ele ocasiona.
Mas, uma vez chegados à referida consciência todos nos tornamos responsáveis perante Deus e teremos que Lhe prestar contas de todo o nosso pensar e agir, no Tribunal de Cristo (salvos), ou no Dia do Grande Juízo (ímpios não regenerados, ou seja, não nascidos de novo do Espírito).
Ninguém se abençoe, portanto no seu íntimo, enquanto permanece na prática do pecado. Tudo está sendo visto e registrado pelo Grande Juiz para o dia da prestação de contas.
Que sejamos louvados e não reprovados naquele dia, pois as consequências serão eternas, quer para o bem, quer para o mal, quer para perdas, quer para ganhos.
O Senhor retribuirá a cada um segundo as suas obras, e nada deixará de ser pesado e julgado, ainda que seja uma palavra fútil.
Tenhamos então, o mesmo temor que havia no apóstolo Paulo, pelo qual pôde ser e fazer tudo o que foi tanto para Deus, quanto para os homens; e morto, ainda fala.

“Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.
Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu irmão? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus.
“Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.” (Romanos 14.9-12)

“É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis.
Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.
“E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero que também a vossa consciência nos reconheça.” (II Coríntios 5.9-11)

Você pode ler toda a Bíblia (Velho e Novo Testamento) com a interpretação de capítulo por capítulo acessando o seguinte link:

Pr Silvio Dutra








3 - Fazendo a Correta Avaliação

Por que seria menos importante servir a Deus e ao seu reino eterno, do que aos homens e seus interesses imediatos e terrenos?
Todavia é o que ocorre comumente, até mesmo entre aqueles que são filhos de Deus. Isto sucede em razão de serem, tanto Deus, como o Seu reino, invisíveis. Não possuem aparência externa, logo, quando se caminha por vista e não por fé, ficamos cegos e incapacitados de fazer uma justa e correta avaliação do que é mais importante.
Afinal, como podemos atribuir valor ao que não vemos; que não experimentamos; que não conhecemos?
Ainda que se fale sobre isto, pouco será a ajuda para enxergarmos a verdade, caso não tenhamos nossos olhos e ouvidos abertos para verem e ouvirem as coisas relativas ao reino dos céus, pela graça de Jesus e pelo poder do Espírito.
Como entenderemos a profunda exatidão e realidade das advertências bíblicas, para que sirvamos a Deus com temor e tremor?
Como poderemos aceitar que estamos em grande risco, quando negligenciamos os interesses de Deus e da Igreja, especialmente por não dar a devida atenção, respeito e acatamento aos instrumentos que Ele usa para nos liderar e conduzir?
O que dizer então, quando aqueles que são chamados por Ele para apascentar o Seu rebanho são também cegos e irresponsáveis?
Se temos que prestar contas de nossas ações àqueles que são constituídos como autoridade e  têm poder sobre nós em assuntos seculares, quanto mais não teremos que prestar Àquele que é o Todo-Poderoso?
Ele consideraria coisa de somenos importância, que abandonemos nossas obrigações ministeriais que Ele mesmo nos atribuiu para serem cumpridas?
Ele não levaria em conta o abandonarmos sem motivo e sem a Sua permissão, a congregação na qual nos colocou para que em unidade fizéssemos Sua obra?
Seus olhos estão continuamente sobre nós, e em todo o tempo somos julgados quanto ao que pensamos e fazemos. Ele não é como um supervisor humano que pode nos controlar apenas quando estamos ao alcance da Sua vista.
Como não temeríamos então, muito mais Aquele que pode não somente nos recompensar por nosso bom comportamento, como também nos repreender e infligir danos eternos por nossas negligências e irresponsabilidade?
Caminhemos, portanto com temor e tremor durante toda a nossa peregrinação terrena, vigiando e orando em todo o tempo, para que não percamos de vista e da lembrança estas verdades tão importantes para o nosso bem-estar espiritual e para a glória de Deus.

Você pode ler toda a Bíblia (Velho e Novo Testamento) com a interpretação de capítulo por capítulo acessando o seguinte link:

Pr Silvio Dutra







4 - A Responsabilidade dos Pastores


Por John Macarthur (adaptado)

Temos de I Tes 5.12 a 22 uma série longa de exortações e mandamentos que têm a  ver com vida prática na igreja. Eu intitulei estas séries de "Cultivando um Rebanho Saudável.".
A epístola aos Tessalonicenses tem como tema principal a segunda vinda de Jesus Cristo, mas ao mesmo tempo, a antecipação da sua segunda vinda não pode nos tornar indiferentes para com  o presente, e foi a propósito disto que Paulo foi motivado a escrever as duas epístolas que dirigiu aos crentes de Tessalônica. Há um grande futuro esperando pelos crentes na glória que há de se manifestar a partir do retorno do Senhor, mas nós não podemos ser pessoas indiferentes para com  o presente.
 Depois de falar das coisas referentes à volta do Senhor, o apóstolo Paulo fecha esta seção com as palavras de 5.11: “Consolai-vos, pois, uns aos outros, e edificai-vos, reciprocamente como também estais fazendo.”. Em outras palavras, não deixe que ninguém seja desencorajado quando eles olham para o futuro. Encorajem-lhes e vocês sejam edificados sobre o seu futuro. A pergunta vem imediatamente então, como nós encorajamos um ao outro? Como nós nos edificamos mutuamente? Como nós respondemos à grande esperança futura que nós temos? E isso começa a ser respondido por Paulo do verso 12 ao 22. Ali ele diz o que nós devemos viver do modo que agradará a Deus até que o Senhor venha.
E assim, esta seção é uma instrução para a  vida na igreja, que é muito prática, muito básica, muito direta. E a igreja precisa de uma boa dose saudável deste tipo de instrução, acredite-me. Se há qualquer coisa que aflige meu coração pela América, é o fato de que nós temos tantas igrejas que não são saudáveis, tantas igrejas que não conhecem o poder de Deus, a presença de Deus, a paz de Deus, a alegria de Deus, que não experimentam todas as bênçãos de Deus, e que não estão caminhando de acordo com a vontade dEle. Nós temos muitas igrejas que não são saudáveis porque não conhecem e não praticam a sã doutrina. É uma aflição ininterrupta ter que falar com pastores que dirigem igrejas assim em que falta compromisso espiritual. Também é uma aflição ter notícias de pessoas que estão em igrejas onde a liderança deles não se aplica ao crescimento e desenvolvimento espiritual do rebanho.
Está longe a realidade do que a igreja deveria ser e o que a verdadeira igreja é. A igreja é a instituição mais santificada na terra, a única edificada pelo Senhor Jesus Cristo, a única que Ele disse que as portas do inferno nunca poderiam resistir contra ela. Agora nós não estamos dizendo que a igreja não tem dificuldades. A razão porque a igreja tem dificuldades é porque a igreja é formada por pessoas e todos nós somos pecadores e  nós temos fraquezas e nós enfrentamos dificuldades. E dentre as muitas formas possíveis, nós temos que dizer que a igreja é um hospital. Não é um lugar para pessoas perfeitas. Não é um lugar para pessoas que imaginam que elas são perfeitas. É um lugar para pessoas que admitem que  não o são e que elas querem ajuda. Certamente a igreja tem faltas.  
Você sempre ouve as pessoas dizerem: "Bem eu não quero me juntar à igreja, há muitos hipócritas nela.". Para as quais a própria resposta é: “Bem, pode entrar, há sempre lugar para mais um.”. Seguramente nós temos falhas. A admissão disso, o reconhecimento disso é a posição básica através da qual você começa a crescer, e pela qual você começa a se mudar para a direção certa. Nós temos que começar com a confissão de nossos fracassos e nossas fraquezas. Assim nós reconhecemos que a igreja vai ter dificuldade. Eu nunca vi uma igreja que não o tenha feito. Isso é porque as pessoas têm problemas e os líderes têm problemas, os relacionamentos estão desgastados e difíceis.   
Então você pode acrescentar a esta realidade que Satanás trabalha duramente contra a igreja e faz isso por meio dos seus agentes sobrenaturais e dos seus agentes humanos. Mas ainda, a verdadeira igreja é de longe a melhor organização, associação ou instituição, do que quaisquer outras na face da terra porque se orienta a ser como Jesus Cristo, porque O representa no mundo, porque sua vida é operada pelo Espírito Santo, porque vive debaixo da instrução da Palavra de Deus, porque aplica poder espiritual mutuamente através da comunhão e conserto entre seus membros. É então a maior associação, organização, instituição da face da terra. Mas devemos admitir que nós não estamos onde nós deveríamos estar mas nós também não estamos mais onde nós estávamos. Isto é, não estamos naquele estado absoluto de santidade que só teremos no porvir, mas também não estamos mais debaixo da escravidão do pecado, como nos encontrávamos antes da nossa conversão.  
A chave disto está em I Tes 4.1: “como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis, progredindo cada vez mais.”.  É assim que vive a igreja, ela não está perfeita, mas já se encontra em algum ponto de seu crescimento espiritual em Jesus Cristo pela prática das muitas instruções que recebemos da parte do Senhor Jesus (v 2), e deverá, pela graça de Deus progredir cada vez mais. E não há limite para este progresso no crescimento espiritual. Há uma maneira para se viver e agradar a Deus, e esta é segundo o cumprimento dos mandamentos da Sua Palavra. Assim uma igreja é algo que está em permanente desenvolvimento. Paulo está dizendo, em outras palavras: vocês estão fazendo bem, na realidade vocês estão superando, mas eu quero que vocês superem ainda mais. Vocês estão caminhando de modo agradável a Deus, mas eu quero que vocês façam isto ainda mais.   
Muitas boas igrejas são como a  igreja de Tessalônica. Não estão completamente sem problemas, como nunca poderão estar, mas são igrejas saudáveis com pessoas de qualidade comprometidas em caminhar de modo agradável a Deus. O crescimento espiritual está acontecendo.
Agora lembre-se que Paulo tinha recomendado à igreja de Tessalônica em várias ocasiões nesta carta. Em I Tes 1.2 lemos: “Damos sempre graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações, e sem cessar.”. Ele era grato a todos eles.
Eles eram uma igreja boa. Eles eram uma igreja maravilhosa. Eles eram uma igreja excelente. Eles estavam se movendo na direção certa. E Paulo disse em 3.10: “orando noite e dia, com máximo empenho, para vos ver, pessoalmente, e reparar as deficiências da vossa fé ?”. Você está fazendo bem, você poderia fazer melhor. Você está se movendo na direção certa, mas você poderia ir mais rápido e até mesmo mais longe.  
Mas quaisquer deficiências espirituais que existiram em Tessalônica, elas não eram uma  ameaça para a igreja. Elas não eram fatais. Aquela era uma igreja verdadeiramente salva. Aquela era uma igreja santificada. Eles estavam se orientando na direção da santidade. Aquela era uma igreja rendida ao domínio de Cristo e ao dever cristão de se fazer a vontade de Deus com excelência. Mas eles poderiam fazer melhor. Eles não eram perfeitos. Havia ainda processos para serem seguidos. Havia ainda progresso para se fazer. E embora eles estivessem esperando a  vinda de Cristo e o dia do julgamento do Senhor, eles precisavam viver continuamente no tempo presente, no caminho do progresso espiritual. E nos versos 12 a 22 temos instruções diretas relativas a isto, quanto ao modo como se deve viver na igreja.  
Agora, a seção destaca quatro categorias. Há uma exortação relativa à responsabilidade dos líderes, responsabilidade mútua dos irmãos e irmãs, responsabilidade relativa à adoração a Deus e responsabilidade relativa ao ministério do Espírito Santo.   
Vamos estudar agora a primeira categoria, que se refere à responsabilidade dos líderes. Dando-lhes instruções sobre o modo como eles devem se conduzir na igreja para trabalharem para ser um rebanho saudável, ele começa com a relação entre as ovelhas e os pastores. Olhemos para os versos 12 e 13: “Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós, e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os outros.”.  
Esses dois versos falam do assunto da relação entre os pastores e as pessoas, entre os pastores e as ovelhas. E, amado, eu digo a você isto é onde a saúde na igreja começa. Nada está devastando mais o progresso espiritual da igreja do que uma relação não saudável entre os pastores e as ovelhas. Você não pode ter um rebanho saudável com aquele tipo de problema. Se os pastores não estão cumprindo a própria responsabilidade espiritual deles em relação às ovelhas e as ovelhas não estão cumprindo a própria responsabilidade espiritual delas em relação aos pastores, a igreja nunca poderá ser o que Deus pretende que ela seja.  A relação que nós temos como pastores com vocês e vocês têm conosco como líderes é crucial na igreja. E, francamente, uma devastação de proporção volumosa acontece em igrejas onde há um desarranjo de confiança, amor, afeto entre pastores e ovelhas. Quando a integridade vai embora e a credibilidade vai, e a confiança vai, o amor vai e o afeto vai, a vida da igreja é devastada. E podemos gastar duas semanas somente estudando alguns aspectos de tudo o que está envolvido nestes dois versículos da Palavra de Deus. Mas poderíamos gastar dois meses ou dois anos, tal a abrangência e importância do assunto.
Qualquer igreja é bela, qualquer igreja é alegre, qualquer  igreja é efetiva, qualquer igreja tem poder em proporção dependente à relação entre os pastores e as ovelhas, e as ovelhas e os pastores. Agora eu direi a você que ao longos dos vinte e poucos anos em que eu estive à frente da nossa igreja, houve tempos em que nas vidas de algumas pessoas esta relação foi destruída. Houve tempos quando alguns dos pastores da nossa igreja tiveram decepções com algumas ovelhas. E houve tempos nesta igreja quando as ovelhas ficaram decepcionadas com os pastores, e novamente o trauma dessas ocasiões foi o mais severo que a igreja já tinha experimentado. Quando as pessoas por quaisquer razões perdem a confiança nos seus pastores, ou quando os pastores por quaisquer razões perdem a confiança nas suas ovelhas você tem uma devastação na igreja. Esta relação é crucial. E é muito compreensível que o apóstolo Paulo faça destes dois versos a observação principal e introdutória dos deveres dos membros da igreja, nos versos 12 a 22 de I Tes 5. 
Destes dois pontos, estaremos enfocando agora apenas a responsabilidade dos pastores em relação as ovelhas, e num outro estudo estaremos falando da responsabilidade das ovelhas em relação aos pastores. O que nós devemos a você? Com o reconhecimento que qualquer problema que há na igreja realmente pode ser posto de uma maneira ou de outra dentro desta relação particular, nós temos que prestar atenção cuidadosa a isto.  
Qual é então a responsabilidade dos pastores em relação às ovelhas? Nós destacamos três pontos em relação a isto. Eu lhe darei três pontos que são os que o apóstolo Paulo nos dá. Mas antes de enfocarmos estes três pontos deixe-me fazer uma breve introdução.
O Novo Testamento deixa claro que os líderes da igreja são identificados sob  quatro títulos básicos. E você está familiarizado com eles. Número um, o termo "ancião" que é tradução da palavra grega presbuteros. Agora isso identifica um líder de igreja como caracterizado por maturidade espiritual e sabedoria. Os líderes são esses que são espiritualmente maduros, espiritualmente sábios.  
Aquele termo, mais velho, é usado inúmeras vezes no Novo Testamento. Vemos que desde cedo na igreja primitiva, como está registrado no livro de Atos era uma prioridade alta ter certeza que as igrejas tinham anciões que são homens capacitados pela maturidade e sabedoria espiritual para conduzirem a igreja. E você acha características muito claras requeridas de tais homens em I  Tim 3, e Tito 1. os deveres deles são citados sem qualquer falta de clareza ao longo do Novo Testamento.
Há outra palavra que é usada para descrever este homem, este líder que é a palavra superintendente às vezes traduzida pela palavra bispo, que vem do grego episkopos. Isto indica que o líder da igreja não é somente caracterizado por maturidade e sabedoria espiritual, mas também por  autoridade espiritual. Nesta palavra você tem comissão e autoridade. Você tem esta palavra usada em I Tim 3, Tito 1 e em Fp 1.1 e Atos 20.28. 
Então você tem uma terceira palavra que é a palavra pastor. Ela vem de poimen. Isto indica que o líder na igreja é caracterizado por alimentação espiritual e proteção espiritual. Aqui você está olhando para o dever que ele tem de alimentar o rebanho e protegê-lo dos lobos. Assim o líder na igreja é caracterizado por maturidade espiritual, sabedoria espiritual, comissão espiritual, autoridade espiritual, alimentação espiritual e proteção espiritual.  
E há um quarto termo que é usado. É a palavra hegemonas que literalmente significa esses que o conduziram. E nós usamos a palavra líder, ou guia. Isto indica que o que é responsável como superintendente, ancião ou pastor deveria ser caracterizado também por discernimento espiritual e orientação espiritual. Em outras palavras, ele é efetivo como um líder porque ele pode avaliar a condição e pode mover as pessoas a uma condição melhor, guiando-as no caminho certo.  
O que é então o líder da igreja? Ele é um homem com maturidade espiritual, sabedoria espiritual, comissão espiritual, autoridade espiritual, que espiritualmente alimenta, protege as pessoas, que provê discernimento espiritual da condição deles e orientação espiritual para um lugar  espiritualmente melhor. Isso é o líder.  
Agora uma nota de rodapé muito importante sobre a igreja de Tessalônica. Todos nós sabemos que esta igreja só tinha meses de organização quando Paulo lhes escreveu. Assim havia muitos novos convertidos naquela igreja. Como naquele tipo de congregação você poderia achar anciões que são espiritualmente maduros e espiritualmente sábios e que são articuladores profundos da verdade e que podem dar para as pessoas grande direção para o futuro e tudo o mais? Como você iria achar isso numa congregação como aquela? Bem você provavelmente não vai, pelo menos você não achará as pessoas que atendem às condições, mas você achará as pessoas que estão  em curso. E enquanto não há nesta carta nenhuma menção a anciões, nenhuma menção a superintendentes, nenhuma menção a pastores e nenhuma menção a líderes, definitivamente há no verso 12 menção às pessoas que trabalham entre eles e que os presidem. Assim Paulo com autoridade apostólica conduzida pelo Espírito Santo tinha identificado certos homens e tinha lhes dado a liderança e eles realmente estavam em vias de virem a ser anciões, eles não receberam tal título mas eles estavam certamente investidos daquela responsabilidade e estavam se movendo naquela direção e algum dia, sem nenhuma dúvida, seriam chamados anciãos, superintendes, pastores, líderes. Não receberam o título porque estavam aprendendo os papéis de liderança.  
E isso não deve ter sido fácil, e eu lhe falarei por que. Eles eram todos crentes jovens. Também seria difícil porque é muito provável que esta igreja era formada em sua maior parte por pessoas comuns e muitos deles podem ter sido escravos e então quando eles foram selecionados para a liderança espiritual e identificados pelos apóstolos pela operação do Espírito Santo como tendo esse talento para serem líderes na igreja, eles sairiam de um tipo de estilo de vida onde eles não foram usados na liderança por Deus, porque eram escravos. Eles não teriam saído da cultura como líderes. Eles não teriam tido posições de autoridade na sociedade. Assim eles estavam aprendendo em toda parte a liderança e em toda parte sabedoria espiritual e em toda parte maturidade espiritual, tudo em um processo de desenvolvimento.  
Assim não era uma coisa fácil. E poderia ter sido que havia um ponto de conflito na igreja de Tessalônica relativo a questões de não submissão. E essa situação era um pouco contraditória e que inspirou estes dois versículos, pois as pessoas são encorajadas a viverem em paz uns com os outros, incluídos aí tantos os líderes como as demais ovelhas do rebanho, no final do versos 13.  No verso 14 são citadas pessoas insubmissas, desanimadas, fracas e a necessidade da prática da longanimidade para com todos, e no verso 15 que se evitasse de retribuir mal por mal. Assim havia algum conflito na igreja. Como eu disse, não era uma ameaça fatal à vida da igreja mas estava lá. E aquele tipo de conflito na igreja poderia ser curado se os pastores e as ovelhas fizessem os seus próprios deveres.  
Amado, quando há conflito na igreja e quando as igrejas se dividiram, é geralmente em razão deste tipo de conflito. E Paulo desejou que o solucionassem imediatamente. E assim houve alguns homens identificados como líderes. A propósito, não há nenhuma dúvida que Paulo fez  isto debaixo da direção do Espírito Santo e embora nós não tenhamos apóstolos hoje para fazer isso, os anciões, pastores, superintendentes e líderes ainda serão postos nesta posição pelo Espírito Santo. Só o Espírito Santo pode criar pastores numa igreja. Eles não são auto- designados, como Diótrefes que amava ter a preeminência. Eles não são designados por voto popular. É conhecida a pluralidade de pastores religiosos numa igreja porque é tão óbvio que eles são santos, chamados pelo Espírito, homens de Deus talentosos que funcionam naquele papel. Nós não temos apóstolos para identificá-los hoje em dia mas nós temos pastores/anciões espiritualmente  maduros para identificar outros. E até mesmo a congregação pode avaliar e pode ver isso.
Agora porque esta relação era tão nova em Tessalônica e porque eles estavam agindo tão bem e estavam crescendo tão bem, Paulo não quis exagerar o caso e ele não quis ameaçá-los como se houvesse algum tipo de falha fatal, e isto se evidencia nas palavras do verso 12 que é introduzido de modo muito suave. É mais o pedido de um amigo. A propósito, ele usou a mesma frase em 4.1, não os ameaçando novamente porque eles estavam agindo tão bem. Aqui ele está dizendo a mesma coisa, você está agindo bem em relação a seus pastores como ovelhas e seus pastores em relação a vocês, mas quero encorajá-los a que façam isto melhor ainda.
Agora olhemos então primeiro para este ponto. O que é a responsabilidade do pastor em relação à ovelha? Ou, o que são as responsabilidades do pastor em relação às ovelhas, no plural?  
Número um, nós temos a responsabilidade de trabalhar entre as ovelhas. Você vê isto no verso 12: “os que trabalham entre vós”.  É a primeira marca identificadora dos pastores deles, dos anciões deles, dos líderes deles. Eles trabalham diligentemente entre vocês.  
A frase é patente. Você não precisa muito de uma explicação, somente de alguns detalhes técnicos. Há novamente aquela palavra kopiao que Paulo amava usar e que significa trabalhar ao ponto de suor e esgotamento, exibir grande esforço, trabalhar até que você esteja cansado. E ele caracteriza o pastor como um que trabalha diligentemente, que trabalha ao ponto de suar e se esgotar entre as suas ovelhas. Essa é a esfera do ministério dele. A responsabilidade dele não está fora da igreja, não a uma longa distância, está intimamente envolvida com a igreja como um pastor estaria envolvido intimamente com a ovelha, como um pai estaria envolvido intimamente com sua família, ele estará envolvido com as suas ovelhas, entre as pessoas, no meio das pessoas, junto a elas num trabalho espiritual. O que ele está fazendo? Explicando o evangelho, explicando a verdade, aplicando a verdade, advertindo-os, prevenindo-os, aconselhando-os, ajudando-os.
Temos este padrão em Paulo como vemos em I Tes 2.9: “Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus.”.  Isto é verdade especialmente porque foi escrito como uma carta para ser lida por muitos em Tessalônica. Eles foram testemunhas disso na vida de Paulo. Ele portanto não poderia mentir a tal respeito. 
Quando ele esteve entre eles não havia nenhuma igreja para o apoiar. Não havia nenhuma sociedade missionária para sustentá-lo. Ele teve que trabalhar com as próprias mãos para ganhar a vida, trabalhando noite e dia para o seu sustento e daqueles que viajavam com ele. Ele sabia o que era trabalhar duro. Ele soube o que era trabalhar sacrificialmente. Ele soube o que era se dar, literalmente, se gastar em prol daquelas pessoas. E então em I Tes 2.7 ele diz que tratou a igreja que fundara como uma ama que acarinha os seus próprios filhos. Foi assim que ele os havia tratado. E sabemos quão duro é o trabalho de uma mãe para cuidar e amamentar os seus bebês. Eles exigiram particularmente este tipo de cuidado porque era uma igreja de novos convertidos na ocasião, e que demandavam um cuidado e carinho especiais da parte de seus líderes. Era este padrão de Paulo que os líderes daquela igreja deveriam imitar. E certamente estavam se esforçando por imitar conforme palavras do próprio Paulo.
Este exemplo de Paulo havia ficado profundamente marcado neles, ao ponto de dizer o que ele disse em II Tes 3.6-9: “Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebestes; pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão, de graça, à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes.”.   O pastor deve trabalhar diligentemente.  
Você vê, o que um pastor está fazendo, ele está perguntando basicamente para as pessoas que estão ganhando a vida para também darem as suas vidas ao ministério da igreja. Eles têm que fazer ambos. Paulo diz que era um modelo para eles quanto a fazer ambos os tipos de trabalho, o secular e o da igreja. Em outras palavras. Eu precisei também fazer ambos. Deus não pede a todos nós para fazer isso. E se nós não somos chamados para fazer isto do modo que Paulo fez, nós somos chamados para ser muito diligentes certamente gastando nossas vidas se dando ao ministério. Um dos padrões que eu me esforcei em seguir, e este pela direção de Deus, foi tentar cumprir o ministério também como uma forma voluntária de maneira que eu pudesse fixar um padrão para vocês seguirem. E é por isso que por anos a fio jamais fiz questão de receber qualquer remuneração pessoal pela produção de fitas de áudio, pelo ministério no rádio, pela venda dos livros que escrevo, porque eu fixei fazer isso como uma forma de ministério de amor, para que vocês também façam o mesmo. 
Isso é o que Paulo estava fazendo. Ele sabia que se ele fosse um líder fiel que ele teria que demonstrar o nível de esforço e trabalho que eram necessários. E assim ele diz que você notará lá novamente aquela declaração maravilhosa no verso 7: "Nós não agimos de uma maneira indisciplinada.". O único modo que você pode trabalhar duro e pode ser produtivo é sendo  disciplinado. Isto exige uma vida disciplinada, estritamente ordenada, sob controle.
Pastores fiéis não são as pessoas indisciplinadas que só aparecem no domingo. Pastores fiéis são as pessoas altamente disciplinadas cujas vidas são trazidas em linha de forma que eles possam afluir a vida inteira deles para o rebanho que Deus lhes deu. Este tipo de princípio está repetido em muitos lugares mas em nenhum está melhor declarado do que em Col 1:28 onde Paulo diz que proclamava a Cristo advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentasse todo homem perfeito em Cristo. É uma meta absolutamente espantosa. Paulo não disse que não estava contente com a salvação deles, que  não estava contente com a espiritualidade superficial. Ele os queria completos em Cristo e para este propósito ele trabalhava ao ponto de suor e esgotamento.  
É uma coisa consumidora. Um pastor fiel conhece as suas ovelhas e as bênçãos e as dificuldades delas. Este é o seu chamado. Este é o seu dever. Esta é a sua responsabilidade. E ainda há tantos no ministério que dão tão pouco para a igreja em que eles estão, eles gastam muito do seu tempo em outros lugares e em outros empreendimentos. I Tim 4.10 diz: “Ora, é para esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis.”. E de novo ele usa aquelas palavra kopiao e agonizomai, nós trabalhamos ao ponto de suor e esgotamento e nós agonizamos porque nós estamos lidando com assuntos eternos. Este é um esforço importante.  
Paulo escreve crônicas sobre a dor do seu próprio esforço inúmeras vezes. Ele fala sobre todas as dificuldades que ele teve. Ele não deprecia a responsabilidade, ele também é honesto quanto à dificuldade. Mas num texto muito interessante, em I Cor 15:10, olhando para todos os outros que pregaram e todos os outros que trabalharam, ele diz: "eu trabalhei mais do que todos eles", então ele dá todo o crédito à graça de Deus que trabalhou nele. Às vezes é difícil de comunicar isto para homens jovens que vão ser pastores que a diferença entre grande efetividade no ministério e mediocridade, é esforço. Não há nenhum segredo, nenhuma mágica, é trabalho, é esforço.
A menos que você possa se superar, enquanto competindo contra sua própria tendência para estar preguiçoso, indiferente, estar à vontade, você não pode ter a vida disciplinada que resulta no esforço que conduz à efetividade.  
Agora isto fixa o exemplo como também sendo o padrão para o dever de ser servo que é característico de todo pastor. O sucesso da liderança vem a esses que estão dispostos a trabalhar até o esgotamento, escute isto, por causa de grandes objetivos, grandes o bastante para exigir sacrifício total. Se os objetivos são bastante grandes, como você pode dar menos? E Richard Baxter tinha razão quando ele disse: "Este não é um fardo para os ombros de uma criança.". Esgota um homem, que assume a responsabilidade do trabalho que é requerido pelas ovelhas. E eu presumo que  seria verdade  dizer que o mundo esteja cheio de homens cansados, e assim é a igreja.  
Agora há um equilíbrio lá. Eu me lembro quando Robert Murray McCheine, o ministro escocês morreu, aos 29 anos. Ele se virou para um amigo que estava sentando com ele ao lado de seu leito de morte, e lhe disse: "eu matei o cavalo e agora eu não posso entregar a mensagem.". Há um ponto ao qual você  talvez tenha ido muito longe, mas a o dever do pastor na igreja pede trabalho exaustivo entre as ovelhas. É responsabilidade dele dar-se como um servo às ovelhas satisfazendo as necessidades delas em toda área que ele puder. E algo disso envolve delegar e compartilhar a carga, mas é o trabalho que tem que ser feito.  
Em segundo lugar, ele não tem somente a responsabilidade de trabalhar entre as ovelhas, mas de exercer autoridade sobre as ovelhas. E isso é muito claramente indicado, olhe novamente para o verso 12: “que vos presidem no Senhor”.  Presidem vem de proistemi, no grego, que significa presidir, conduzir ou dirigir. É usado em I Tim 5.17 com referência aos anciões, pastores e líderes na igreja. E significa tomar conta... ter autoridade. Admitidamente é uma autoridade delegada. Delegada por Cristo. Mas nós nos levantamos no lugar de Cristo, nós estamos debaixo de pastores, debaixo do grande Pastor, como Pedro O chama.  
Note diz: “que vos presidem no Senhor”.  Nós presidimos vocês. Nós conduzimos vocês. Nós dirigimos vocês. Nós temos a responsabilidade de lhes dar sabedoria espiritual, proteção espiritual, direção espiritual, orientação espiritual. É nossa responsabilidade cobrir todos esses tipos de coisas, cuidar da saúde geral da igreja, forjar o espírito de grupo, o grupo moral, o tom espiritual, provocar uma unidade funcional, controlar as pessoas em suas relações pessoais e em todas suas dificuldades na vida, resolver problemas descobrindo causas, avaliando opções, achando soluções, orientando para a mudança. É nossa responsabilidade fazer planejamento criativo, estratégia, avaliação, análise, crítica, achar métodos para alcançar objetivos espirituais. É nossa responsabilidade prover essa liderança para você. Não que tenhamos criado isto, mas porque foi ordenado por Deus.  
Por favor note a pequena frase "no Senhor". Nós não somos auto designados. Não é artificial. Você não nos deu aquela autoridade. Nós não assumimos isto por nossa própria conta. Não é de homens. Nós somos chamados, equipados, designados por Deus. É nosso dever  reger para ele, a causa do Senhor... não para poder pessoal, prestígio pessoal, ganho pessoal, carreira pessoal, avanço, mas para o Senhor. Aquela pequena frase "no Senhor" é a esfera em que repousa a nossa  autoridade. Nossa autoridade está nEle. Ele delegou isto a nós. Nós somente temos isto quando nós somos obedientes à Palavra dEle. Nós temos uma autoridade delegada. Não é nossa própria e não vai além da vontade dEle expressada na Sua Palavra e pelo Espírito Santo. E assim, nós temos determinada autoridade mas somente no Senhor, não além disso.  
Eu disse a vocês várias vezes, que quando vocês me encontram fora da Palavra de Deus e sua aplicação para a vida da igreja, eu não tenho nenhuma autoridade. Minha autoridade somente está no Senhor, que ma delegou para pregar Sua Palavra e pela direção do Espírito de Deus pela aplicação daquela Palavra. E assim nós temos uma comissão de grande responsabilidade. Pedro diz em I Pe 5 que nós não devemos dominar o rebanho, nós não devemos dominar como fazem os gentios, como se diz no evangelho de Lucas. Não é aquele tipo de autoridade que temos. É uma autoridade delegada gentil e amorosa. 
E então finalmente em terceiro lugar, e este é muito simples e direto, está no fim do verso 12 e diz: “E vos admoestam”, ou seja, que lhes dão instrução, que lhes dão conselho. A terceira responsabilidade dos pastores em relação às ovelhas é instruir as ovelhas. Trabalhe entre as ovelhas... exerça autoridade sobre as ovelhas... instrua as ovelhas. A palavra admoestação é vertida do original grego  noutheteo que geralmente é traduzido no Novo Testamento com o significado de prevenir. Você viu isto muitas vezes em sua Bíblia, a palavra "prevenir". E basicamente é instrução  com vistas à correção. Traz a idéia de se você se mantiver na direção em que você está caminhando, você vai ter problemas, você tem que dar a volta e mudar a direção. Não é pedante, não é acadêmico, não é somente dados, não é somente informação, é instrução com uma visão para pessoas variáveis, para corrigí-los. E eu falo aos  jovens lhes ensinando a orar, você sempre ora para mudança, você sempre ora para dizer, "eu estou aqui nesta posição, mas eu deveria estar lá, isto é o que eu sempre preciso fazer.". Todo sermão deve em princípio levar as pessoas ao ponto onde elas vêem o que elas deveriam ser, onde elas vêem o que elas não são e orientá-las quanto ao que elas deveriam ser. Assim está ensinando como um elemento de advertência, um elemento de correção, um elemento para dirigir a um viver santo. Nós poderíamos dizer que é instrução terna para um viver santo. É usado em I Cor 4:14  como um pai instrui os seus filhos amados. E, claro que, a fonte para isso é a Palavra de Deus, não é? E os pastores devem ser então  instrutores qualificados. E a propósito, isso é a única habilidade específica que é dita que eles têm que ter em I Tim 3 e Tito 1. A única habilidade fora de todas as qualidades de caráter, a única habilidade que eles devem ter é a de serem aptos para ensinar, I Tim 3.2, professores qualificados. I Tim 4:6 e I Tim 4:16 reitera a importância da responsabilidade pedagógica deles. Estes líderes da igreja, estes pastores, devem ser  professores qualificados.  
Por que? Bem, você olha para Tito 1 por um momento, verso 9, "apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem.". Em outras palavras, para o esforço positivo de se apegar à Palavra fiel de acordo com a sã doutrina. Em outras palavras, assim eles podem ensinar a verdade. Então para que eles possam exortar em sã doutrina e refutar esses que contradizem. Você quer exortar esses que negam a verdade para deixar o erro deles e aceitar a verdade. Assim é tanto positivo quanto negativo. Você tem que construir sua instrução então ao redor do conhecimento da verdade e habilidade aplicando isto. Ele diz que há muitos homens rebeldes, faladores vazios e enganadores, eles têm que ser silenciados (Tito 1.10,11). Quem vai silenciá-los?. Você, pela força e poder de sua habilidade para refutar o erro deles com a Palavra e você vai edificar a igreja pela força e poder de sua habilidade para articular a verdade. Nós somos ordenados, diz Ef 4.11,12, para a igreja e para a edificação dos santos. Como você é edificado? Pela Palavra de Deus que pode edificá-lo, conforme se diz em Atos 20:32: “Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.”.  
Assim se a Palavra de Deus o edifica, e o meu trabalho é o de edificá-lo, então eu tenho que lhe dar a Palavra de Deus que o constrói. Eu tenho que estar qualificado para isso de tal modo que possa influenciar sua vida poderosamente, de tal modo que influencie aqueles que negam a verdade,  dando-lhes argumentos irrefutáveis.  
E se há qualquer coisa, e esta é uma palavra pessoal, se há qualquer coisa em minha vida que me dirige, que realmente me compele no ministério acima de todas as demais outras coisas, é minha visão da Bíblia. Porque eu creio que a Bíblia é santa, infalível, a Palavra inspirada de Deus, é tão sagrada para mim que eu tenho em minha cabeça este tremendo temor de falseá-la. Ou, de  ignorar quaisquer de suas verdades, percebendo que toda palavra é pura e que toda palavra que procede da boca de Deus nos é dada nas páginas da Bíblia de uma maneira ou de outra para nossa edificação interior, e eu devo estar comprometido com o Senhor a ensinar tudo o que Ele tem ordenado (Mt 28.20). As pessoas dizem, "Por que você revisa todo versículo, toda frase, toda palavra? " Porque todo o mundo foi criado por Deus. Quem sou eu para editar Deus? Eu não sou o editor de Deus. E eu nem mesmo sou o intérprete de Deus. Eu tenho que permitir ao Espírito Santo que interprete a Bíblia para mim para que eu possa entendê-la. Deixe Deus interpretar a própria Palavra dele.  
E assim, a coisa que me dirige e me compele é a visão que eu tenho da Bíblia. E, claro que, atrás disto a visão de Deus como um Deus santo que nos deu a Sua Palavra, que poderia ser pregada e ensinada pelos homens que ele tem capacitado. E assim, não somente devemos trabalhar entre vocês e exercer autoridade sobre vocês, mas também devemos instruí-los com grande habilidade.  
Escute o que Richard Baxter disse há vários séculos atrás: “Pregar um sermão, com a habilidade necessária para apresentar a verdade de forma clara, convencer os ouvintes, deixando uma luz irresistível nas consciências deles e manter isto lá fixando a verdade em suas mentes, para Cristo trabalhar nos seus afetos,  conhecer toda objeção e claramente solucionar isto, conduzindo  os pecadores a um ponto em que vejam que não há nenhuma esperança mas que eles devem ser convertidos ou devem ser condenados inevitavelmente, e fazer tudo isso com um idioma que sirva ao cumprimento do nosso trabalho e ainda que seja satisfatório às capacidades dos ouvintes ? Esta é uma grande transação que deveria ser feita seguramente em todo sermão e que requer muita habilidade santa. Um Deus tão grande, de quem cuja mensagem nós entregamos deveria ser honrado por nossa entrega da mesma. É um fato lamentável que na mensagem do Deus do céu de caráter perpétuo para as almas dos homens, nós nos comportemos tão debilmente, tão imprudentemente, tão inabilmente, ou tão superficialmente que o negócio inteiro falharia em nossas mãos e Deus seria desonrado e o trabalho dele arruinado e os pecadores endurecidos o bastante para que pudessem se converter. E tudo isso por nossa fraqueza ou negligência. Com que freqüência foram os ouvintes carnais para casa zombando da falha palpável e desonrosa do pastor ? Quantos dormem debaixo de nossa pregação porque nossos corações e línguas têm sono porque nós não trazemos  conosco o zelo e a habilidade necessários para os despertar? “.  
Nenhum rei, nenhum presidente, nenhum político, nenhum doutor, nenhum advogado, nenhum juiz, nenhum chefe militar na terra tem uma tão grande responsabilidade como o que pastoreia a ovelha distribuindo instrução da Palavra de Deus. Prostituir isso é um erro amedrontador, muito amedrontador.  
Qual é então a responsabilidade do pastor em relação à ovelha? Muito simples, trabalhar entre vocês, exercer autoridade sobre vocês, conduzi-los no caminho que Deus projetou e alimentá-los com a verdade que o instruirá longe do caminho do pecado para que você tenham um viver santo constante. Pastores fiéis estão encarregados desta responsabilidade.
Que Deus faça de nós pastores fiéis para estas queridas ovelhas preciosas e crie pastores mais fiéis ainda, pelos dias à frente, para aquilo que Seu rebanho poderia ser e o que você desejaria que ele fosse. Agradecemos a Deus porque a igreja é como a arca de Noé, um lugar de segurança e proteção, um lugar de companheirismo e preservação, e o cheiro no interior da arca em razão das falhas que ainda carregamos por causa da nossa natureza terrena, é mais tolerável do que o cheiro da morte que está do lado de fora da arca. Que nós possamos ser gratos a Deus por nos ter separado para fazer parte da Sua igreja. Que nós possamos amá-la porque Jesus a amou dando a Sua própria vida por ela, que nós possamos amá-la até o grau de sermos pastores fiéis e ovelhas fiéis até que o Senhor volte para arrebatar a Sua igreja.    








5 - A Responsabilidade das Ovelhas

Por John Macarthur (adaptado)

Estamos estudando tanto a responsabilidades dos pastores quanto a das ovelhas, no texto de I Tes 5.12,13. A dos pastores já estudamos à parte. Agora estaremos falando sobre a responsabilidade das ovelhas. O referido texto diz: “Agora, vos rogamos irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós, e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam. Vivei em paz uns com os ouros.”.
Este texto versa sobre o modo que as ovelhas devem tratar o pastor, e como os pastores devem tratar as ovelhas dentro do fundamento da comunhão cristã na igreja.
Certa ocasião eu escrevi dez razões por que eu sou um pastor. Meu pensamento foi estimulado originalmente quando eu li a biografia de Jonathan Edwards escrita por Ian Murray e narrando todas as preocupações pessoais que ele tinha tido na sua igreja. Ele pastoreou uma igreja durante anos e eles o expulsaram, eles o colocaram para fora. Afinal de contas o ministério de Jonathan Edwards foi um ministério profundo e santo, igualado por muito poucos, e Jonathan Edwards foi o principal líder no Grande Despertamento americano, o maior avivamento que esta nação já experimentou. A igreja dele parecia não levar em conta isso.
E enquanto eu me encontro no vigésimo segundo ano do meu pastorado entre vocês, eu não me excluo de um tal destino, eu sei o que é sofrer críticas. Eu sei o que é ser o assunto constante de acusação, tanto dentro como fora da igreja. Houve momentos, acredite-me, quando a idéia de  deixar a igreja me era atraente. E há quase que  uma pergunta constante comigo... "Por que você não deixa a Grace Church e faz qualquer outra coisa?". Mas eu nunca contemplei seriamente qualquer mudança como esta porque eu amo a minha chamada de Deus e eu amo meu lugar e eu amo minhas ovelhas. Eu permaneço totalmente compromissado com o dever de um pastor. E há várias razões para isto. Deixe-me somente ensaiar brevemente para você essas dez razões por que eu sou um pastor.
Número um: a igreja é a única instituição que Cristo prometeu edificar. Ele disse, "eu edificarei a minha igreja e os portões do inferno não prevalecerão contra ela.". E eu tenho um grande conforto e confiança no fato que eu sou uma parte da maior instituição na face da terra, a igreja local. E eu sou grato por ser uma parte pequena no grande trabalho de nosso Deus de edificar a igreja.
Em segundo lugar, eu sou um pastor por causa das funções que estão ligadas ao corpo de Cristo. Assim que se você se move para  fora da igreja você se divorcia do lugar da celebração, do lugar da adoração, do lugar da mesa do Senhor, do lugar de batismo, do lugar de encorajamento, do lugar de edificação, do lugar de instrução. E tudo isto acontece somente na igreja local.
Em terceiro lugar, eu sou um pastor porque pregar é o meio principal que Deus usa para dispensar a Sua graça. O apóstolo Paulo ordenou a Timóteo que pregasse a Palavra. É pela Palavra pregada, pela proclamação da Palavra, que são edificadas as pessoas e construídas e encorajadas e fortalecidas, motivadas, confrontadas, condenadas, reprovadas e restauradas. Eu tenho o privilégio de proclamar a cada domingo a mensagem de Deus, uma vez pela manhã e uma vez à noite. E ser realmente honesto com você
Quarto: eu sou um pastor porque eu posso gastar muito tempo com estudo e comunhão com Deus todos os dias da minha vida. Eu odiaria estar administrando alguma organização onde eu ficasse restrito às minúcias e trivialidades e os detalhes de coisas que são diferentes da Palavra de Deus porque eu sou consumido pelas coisas da Bíblia. Alguém me perguntou esta última semana: “o que o dirige?”. E eu disse que é meu amor pela Palavra de Deus. Isso é o que me dirige. E o fato que eu posso gastar minha vida inteira fazendo o que eu amo fazer e que me dá grande alegria.
Assim a preparação do que eu pregarei e ensinarei leva-me a uma constante comunhão privativa com Deus. A realidade da oração é absolutamente inseparável do exercício de preparação. Eu não posso separar a preparação de uma conversação contínua com Deus em que eu busco conhecer a Sua mente e o Seu coração, para aplicá-los ao meu próprio coração naquilo que eu estou estudando e estou aprendendo para pregar e ensinar. Você vê o meu lado público, mas há um lado privado em mim que Deus conhece e somente Deus conhece. Você me vê durante algumas horas no domingo pela manhã e à noite. Isso não está de nenhuma maneira perto das 30 horas, pelo menos, que eu gasto em comunhão privada para preparar o que você ouvirá naquelas poucas horas em que você me vê. Isso é a alegria, o amor, a paixão do ministério.
Quinto: eu sou um pastor porque eu sou diretamente responsável diante de Deus pelas vidas das pessoas que Ele me deu para pastorear. E eu amo essa responsabilidade. Eu não dou muita  atenção a ser um professor no rádio. Eu não dou muita atenção a livros. Eu não me importo em enviar minhas palavras a pessoas que eu não conheço, se eles me ouvem no rádio, escutam uma fita ou se lêem um livro. Mas eu tenho uma relação com minhas ovelhas que me consome inteiramente porque são as pessoas que eu tenho o privilégio e a chamada de Deus para velar pelas suas almas  como quem dará contas a Deus. E o único modo que eu posso cumprir aquela chamada é numa igreja local. Eu não posso ser responsável pelas almas das pessoas em um programa de rádio. Eu não posso ser responsável pelas almas das pessoas que me escutam em uma fita ou leram um livro. Eu só posso ser responsável a Deus pelas almas das ovelhas em meu próprio rebanho. E para isso fui chamado e para isso eu desejo ser fiel.
Sexto: eu também sou responsável perante as pessoas em minha igreja. Não somente sou responsável diante de Deus pelas pessoas em minha igreja mas eu sou responsável diante das pessoas em minha igreja por ser fiel a Deus. Tudo está exposto diante de você. Depois dos quase 22 anos que eu tenho estado entre vocês, tudo está exposto. Minha esposa, meus filhos, minha vida familiar, minhas forças pessoais, minhas fraquezas pessoais, as coisas que eu amo, as coisas que eu odeio, o estilo de vida que eu vivo, está tudo lá patente diante de vocês e eu aprecio essa responsabilidade. Você diz por que? Porque me segura... me segura onde eu preciso ser segurado. É um encorajamento constante para eu refletir Cristo em tudo o que eu digo e faço.
Número sete, eu sou um pastor porque eu amo o desafio de construir um time de liderança efetivo com as pessoas que Deus pôs na igreja. Eu realmente creio que ser um líder efetivo na igreja é o empreendimento mais desafiador que há na face da terra. Há várias razões para isso. Por exemplo, uma delas é quando você começa um negócio ou uma empresa e você quer ter êxito, você pode contratar qualquer pessoa que você quer. Mas quando você forma uma igreja, você tem que usar o que Deus dá. Isso é muito diferente... muito diferente. E é uma organização voluntária. Você não somente usa o que Deus dá, você usa o que as pessoas que Deus dá estão dispostas a dar. E há então o desafio que você é chamado para formar um time de liderança que pode avançar no Reino de Deus. E francamente, eu não estou dizendo que isto desespera, mas eu quero que você saiba o que a Bíblia diz em I Cor 1.26: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação: visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento.”. Nós somos basicamente as pessoas comuns do mundo, nós não somos? E eu agradeço Deus sempre e sempre que Ele não me uniu a nenhum tipo de igreja elitista. Eu não gostaria de ser pastor de uma igreja composta pela elite. Eu quis uma igreja que fosse formada com todo o tipo de gente, onde a maioria de nós fosse apenas pessoas fiéis. Eu me vejo entre eles e tem sido uma tremenda alegria  ver o Espírito de Deus construindo um time de liderança que avança o Seu Reino.
Número oito: eu sou um pastor porque o pastorado envolve tudo da vida. Eu não sei de você mas eu amo a aventura e eu amo a variedade. E se você quer uma vida de aventura e variedade, seja um pastor. Nunca dois dias são iguais...nunca um dia é igual ao outro.  Eu não fui feito para trabalhar numa linha de montagem. Minha mente busca variedade e isso é porque Deus me projetou para isso. E isso é verdade no ministério. Abraça tudo da vida. Eu posso compartilhar a alegria de pais no nascimento de uma criança. Eu posso compartilhar a dor de pais na morte de uma criança. Eu posso compartilhar a alegria de um casamento. Eu posso compartilhar o conforto necessário a um funeral. É uma alegria para ir além do sermão que é a parte previsível do ministério e para a parte imprevisível nas vidas das pessoas.
Eu sou um pastor por duas outras razões. Número nove: eu tenho temor de não ser um pastor. E isso é  verdade. Quando eu tinha 18 anos Deus me jogou fora de um carro em alta velocidade. Eu rolei vários metros no chão da estrada, mas pela graça de Deus não morri e me comprometi em ser um pastor porque antes disso sabia que o Senhor tinha me chamado, eu estava sendo rebelde e eu decidi se o Senhor fosse lutar assim, eu  cederia e seria um pastor ou tudo o que Ele quisesse que eu fosse. Toda vez que eu machuco a minha parte traseira eu me lembro do acidente e eu sinto as cicatrizes que lá ficaram porque elas ainda estão lá me lembrando que eu deveria ser fiel ao pastorado ou poderia haver outra rodovia em algum lugar em meu futuro. E isso é certo.
E finalmente, eu sou um pastor porque as recompensas do pastorado são absolutamente maravilhosas. Eu tenho que lhe falar, eu me sinto amado, eu me sinto apreciado, eu me sinto  útil, eu sinto que confiam em mim, todas essas coisas. Por que? Não por causa de mim mas porque sou um instrumento de Deus na mudança das vidas de pessoas. Quando Deus o usar pregue a Palavra dele, ensine a Palavra dele, aplique a Palavra dele, e as vidas de pessoas mudam e você tem o senso de um significado maravilhoso da vida. A vida é muito valiosa para mim por causa do que Deus faz nas vidas das pessoas. Eu sei que você ora por mim. Eu conheço o seu cuidado por mim. Eu sei isso. Eu tenho uma dívida de gratidão com Deus por isso porque eu não sou merecedor disso, mas eu entendo isso. De ser um canal pelo qual a graça de Deus pode fluir para as pessoas. Embora seja Deus que faça tudo e o Espírito de Deus que faz tudo, sou agradecido de ser usado como um canal do Seu poder.
Quando tudo está dito e feito a alegria e realização de ser um pastor vem da resposta e do amor mútuo que a ovelha tem pelo seu pastor. Eu quero que você saiba que em todos os anos que eu estive aqui que eu nunca fiquei sem alegria, que eu nunca fiquei vazio de amor porque vocês sempre me amaram, e sempre encorajaram o meu coração.
Bem, com todas essas dez razões eu lhe dei o pano de fundo por que os pastores permanecem no ministério e enfrentam as dificuldades que são inerentes ao mesmo, é porque as recompensas são tão grandes e as recompensas são eternas e é eterno o valor de uma relação entre o pastor e a sua ovelha, isso é uma grande verdade. Eu suponho que todos os pastores neste rebanho, todos os anciões desta igreja concordariam que a alegria do ministério está ligada à atitude da ovelha para com os seus líderes. Quando Deus passa a verdade através dos líderes para as ovelhas, e quando as ovelhas são gratas à liderança e a Deus, isso é motivo de uma tremenda alegria.
Mas fica a pergunta para nós no texto de I Tes 5.12,13, como os pastores devem ser tratados pelas suas ovelhas? Como você deve tratar o pastor? Agora eu dou esta mensagem com um pouco de relutância porque alguém seguramente dirá, "Bem, alguém perturbou o nosso pastor, e assim ele está pregando esta mensagem para endireitá-lo.”. Não é verdade. Você sabe que nós estamos estudando os fundamentos da vida cristã, particularmente em I Tes 5.12-22, e estamos estudando a parte referente aos versículos 12 e 13, correto ? Simplesmente estamos estudando o que Deus tem ordenado em Sua Palavra quanto a relação pastor/ovelha e vice-versa.
Como as ovelhas devem tratar os pastores? Enquanto você não tinha ouvido esta mensagem você poderia viver irresponsavelmente em razão da sua ignorância, mas o tempo da irresponsabilidade acabou, porque aqui está a responsabilidade da ovelha em relação aos pastores.
Agora para algumas pessoas este assunto é de nenhuma importância e mais do que uma piada. Como o pastor que ficou aborrecido literalmente com a distração de um homem que dormiu todos os domingos durante os seus sermões. E o homem era um membro proeminente da igreja. E ele dormiu durante todos os sermões. Finalmente o pastor decidiu, “eu não me preocupo se ele for proeminente, eu não me preocupo se ele for um grande doador, eu tenho que confrontá-lo.”. E ele disse: "Por que, o senhor dorme quando eu estou entregando meu sermão? Isso demonstra falta de respeito.". Ao que o homem respondeu: "pensa que eu dormiria se eu não confiasse em você?". Olhe, eu não preciso desse tipo de confiança.
Como devem as ovelhas tratarem os seus pastores? O seguinte artigo intitulado: "Como conseguir se libertar do pastor", apareceu em um boletim de igreja. Escute isto. "Não há muito tempo um grupo bem-intencionado de leigos veio de uma igreja vizinha para me ver. Eles queriam que eu os aconselhasse em algum método conveniente e indolor como conseguir se libertar do pastor deles. Porém, eu não poderia de nenhuma forma ajudá-los nisso.
Numa pesquisa de 3.000 igrejas, foi feita a pergunta, sobre qual era o  principal argumento das pessoas para saírem de uma igreja. Uma das respostas mais comuns foi: "eu não gosto do pastor.". Devemos então ponderar sobre qual seja biblicamente o nosso dever.
No estudo à parte sobre a responsabilidade do pastor em relação à ovelha, também sacado de I Tes 5.12,13, vimos que são basicamente três as responsabilidades principais do pastor: primeiro, trabalhar entre as ovelhas, em segundo lugar exercitar autoridade sobre as ovelhas, e por último instruir as ovelhas na Palavra.
Em primeiro lugar os pastores, bem como todos os demais líderes, devem trabalhar duro, ao ponto de esgotamento com uma vida sacrificial de serviço em prol das ovelhas. Dedicação total é vista no padrão da Palavra. Esse é o papel de um criado humilde.
E então por favor repare que ao mesmo tempo, em razão do trabalho que realizam e da chamada de Deus, eles têm autoridade sobre a ovelha, no Senhor. Eles devem presidir e dirigir não apenas a obra, mas também o rebanho. E então no fim do verso 12 eles devem dar instrução, instrução para a ovelha. Ensinar é o elemento primário. Eles devem ser professores qualificados, para interpretar e  disseminar a Palavra da verdade.
Agora vamos para a responsabilidade da ovelha em relação aos seus pastores. E isto é muito básico. Eu quero dizer, a igreja tem que saber isto. Este é o pano de fundo em nossa relação. Às vezes as ovelhas podem ser muito duras com os pastores. Alguém disse: "Nós pensamos que as ovelhas são pequenas criaturas carinhosas porque são fofas". Até que lidamos com elas. Isso é verdade. Se você alguma vez trabalhou com ovelhas, e eu fui exposto a elas somente o bastante para saber que elas são fracas, desamparadas, desorganizadas, propensas a se perder, exigentes, sujas e com cascos afiados. E quando o Senhor estava nos descrevendo como ovelhas, Ele estava falando sobre ovelha como ovelha, não ovelha como animais fofinhos. As ovelhas podem fazer triste a vida do pastor se elas não seguirem o caminho do dever delas. Elas podem tornar a vida miserável se elas não forem obedientes.
Assim olhemos para as três características principais que nós somos ordenados pela Palavra como ovelhas em relação aos nossos pastores. Número um: aprecie seus pastores. O verso 12 diz: “Agora vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós, e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam.”.   A palavra "apreço" é oida no grego, significa conhecer. É uma palavra comumente usada no Novo Testamento por toda parte para conhecer. Mas significa o tipo de conhecimento que vem por experiência... ter aprendido a conhecer, ter vindo a conhecer, para por experiência chegar ao conhecimento. E aqui tem a idéia de um conhecimento profundo e um conhecimento que inclua nisto respeito e avaliação, conhecer e avaliar são a implicação disto aqui. Talvez a melhor tradução é a palavra apreciar bem. Em outras palavras, vocês avaliam aqueles que trabalham diligentemente entre vocês, e vocês os respeitam por esse trabalho diligente que fazem   entre vocês.
Não significa simplesmente conhecer os nomes deles, não aquele tipo de conhecimento simplista. Não significa tampouco conhecer os nomes dos seus filhos ou da esposa, ou onde residem, ou qual é o tipo de carro que eles possuem, ou coisas como estas. Significa que você tem com eles um conhecimento pessoal profundo e íntimo que conduz à apreciação. Você os conhece bem o bastante para se preocupar com eles.
Aquela palavra "conhece" às vezes é usada para traduzir a relação física entre um  homem e uma mulher, o tipo profundo de conhecimento, o tipo íntimo de conhecimento onde um homem conhece uma mulher e ela se torna a portadora de uma criança. É o senso de conhecer alguém e o mérito desse alguém.
Quando eu estou com as pessoas que me ouvem pregar eles me dizem freqüentemente: “eu sinto como se eu o conhecesse, eu nunca me familiarizei pessoalmente com você, eu não passei muito tempo com você mas eu sinto como se eu o conhecesse.”. E o que eles estão dizendo realmente é que porque eles escutaram o pastor derramar o seu coração,  há um sentimento de que você conhece aquela pessoa. E eu sempre respondo dizendo, "Bem se você me conhece porque tem me escutado é porque o que você está ouvindo é o que eu sou.". Você não me conhece sabendo com o que eu me pareço, você me conhece sabendo o que eu sinto, correto? Você me conhece sabendo o que sai do meu coração. Você me conhece sabendo as paixões da minha vida.
É fácil ser indelicado. E é fácil ser crítico. E é fácil ser indiferente a alguém que você não conhece profunda e intimamente, mas quando você conhece alguém e você chega a conhecê-los por  experiência e você entende a paixão do coração deles, há um certo respeito que é o resultado daquele tipo de conhecimento. E assim está determinado a você, pela Palavra, que você deve conhecer seus líderes. Se você vai respeitá-los e apreciá-los e admirá-los e entender o valor deles, significa que você vai ter que conhecê-los. E então quando você os conhecer, você mostrará por eles aquele tipo de respeito.
Agora eu preciso dizer que isto tem algumas implicações que incluem apoio financeiro. E novamente eu quero fazer uma retratação. Eu não quero um aumento, eu não aceitarei um aumento. Eu não estou pedindo um aumento. Mas é importante você saber que a conexão no texto insinua que este assunto de avaliação envolve apoiar financeiramente. Você somente precisa olhar para I Tim 5:17, onde se diz: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.”.
Agora. aqui estão anciões que presidem e eles são homens merecedores. O mérito deles pede honra dobrada. Agora o que significa isto? Bem pode significar respeito. Pode significar consideração alta. Mas o contexto aqui mostra que inclui pagamento. Tanto o contexto anterior (versos 3 a 16 onde trata do apoio financeiro às viúvas), como a citação do versículo seguinte, o 18, onde afirma que o trabalhador é digno do seu salário, comprovam isto. E usa uma figura, de que o boi não deve ser amordaçado enquanto pisa o grão, isto é, não deve ficar sem o seu sustento enquanto trabalha. A propósito, em várias outras porções do Novo Testamento, se entende que uma das obrigações das ovelhas em relação àqueles que as presidem no Senhor é a de sustentá-los financeiramente. Na Igreja do Primeiro Amor, os que presidem abriram mão deste direito, mas as ovelhas devem estar conscientizadas, que pela Palavra, têm esta obrigação diante de Deus. E a propósito, como uma nota de rodapé, não há ninguém melhor para se confiar que um homem de Deus quanto aos recursos que você lhe dá. Em quais mãos poderia ser melhor colocado por você do que nas de um homem piedoso que usaria isto para a glória de Deus?
E ao término do verso: “com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.”. Esses que trabalham duro na Palavra, confie neles com o dinheiro de Deus. Recompense-os. Mostre sua honra a eles de um modo tangível. Assim, há um tipo de um fluxo aqui. Os anciões são merecedores de honra. Os anciões são merecedores de honra com remuneração...os que trabalham duro e são excelentes são merecedores de dupla honra. Os que se afadigam na palavra e no ensino são particularmente merecedores de respeito e remuneração. Assim todo pastor fiel será apreciado, respeitado, admirado, honrado e apoiado.
Há um verso direto sobre isto em I Cor 9.14: “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho.”.
Em segundo lugar, na primeira parte do verso 13 se diz: “e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam .”.
Agora isto é muito parecido ao que temos no verso 12, para estima ou apreço. Não há muita diferença. A palavra para “consideração” é  hegeomai que significa exatamente considerar. Simplesmente aprofunda um pouco mais que o primeiro dever porque diz que você deve estimar os pastores muito altamente. Você sabe como isso está no grego? Além de toda a medida. E então a palavra chave: “tenham amor... por causa do trabalho que realizam”. Não por causa da personalidade deles, esta não é uma competição de personalidade, mas por causa do trabalho deles. Você deve considerá-los além de toda a medida. Você deve considerar um pastor fiel além de toda a medida. O ponto é que não há nenhum limite. Não há nenhum limite à consideração que você deveria ter por aquele homem, ao amor que você deveria ter àquele homem. Você deve amar aquele homem.
O que significa amar? Significa sacrificar-se... serviço sacrificial para ele. Significa afeto por ele. Não por causa da personalidade dele, não porque ele fez determinados favores a você mas por causa do trabalho dele, porque ele o auxilia através da Palavra de Deus, porque ele alimenta sua alma necessitada. Em Gál 4.14, Paulo diz: “E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo não me revelastes desprezo nem desgosto; antes me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus.”. Paulo teve alguma condição corporal que o fez repulsivo aos que estavam ao seu redor, e ele diz que você não detestou isso. Não havia nada atraente sobre o homem, nada. Você não detestou isto, você me recebeu como um anjo de Deus, você me recebeu como o próprio Cristo Jesus. Esse é o espírito. Essa é a atitude.
E então ele diz no verso 15: “”se possível fora, teríeis arrancado os vossos próprios olhos para mos dar.”. Pode ter sido, alguns pensam que ele teve alguma doença feia dos olhos. E ele diz que eles teriam lhe doado os próprios olhos se pudessem fazê-lo. Agora isso é estimar além de toda a medida. Você me amou apesar de que estava repugnante em minha condição física. Aquele tipo de amor sacrificial que se espera da ovelha em relação ao seu pastor. Em Gálatas Paulo escreve perguntando o que havia ocorrido para mudar isso (verso 16): “Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade? A ovelha deve estar pronta para ouvir e receber a Palavra de Deus, e não meramente a palavra que lhe agrade. Paulo percebeu que o comportamento dos Gálatas em relação a ele havia mudado em razão de estarem dando ouvidos ao ensino dos hereges da circuncisão. O trabalho do ensino e pregação da Palavra não deve ser motivo para se rejeitar o pastor, ao contrário, para amá-lo, porque se afadiga no aprendizado da Palavra diante de Deus para poder alimentar o rebanho.
Assim, as ovelhas devem amar os seus pastores não em razão da personalidade deles, mas por causa do trabalho que eles realizam. Eles foram chamados por Deus. Eles foram separados para um trabalho especial e as pessoas devem apreciá-los e reconhecer o amor deles por aquele trabalho que eles foram chamados para fazer, porque isto glorifica a Deus e é do Seu agrado. Escute Jo 13:20: “Em verdade, em verdade vos digo: Quem recebe aquele que eu enviar, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.”. Quando você recebe o pastor você está recebendo o Grande Pastor que o enviou. Você estima seus anciões, seus pastores e sua estima por eles não tem nenhum limite.
Você deve amá-los por causa do que eles fazem. E se você não fizer, você está em desobediência a estas palavras diretas da Bíblia. Aquele amor significa que você busca o melhor para eles. Você quer ter uma vida abençoada por Deus? Obedeça esta ordenança dEle e depois veja quais são os resultados disso? Aquele amor significa que você negligencia as fraquezas deles e fragilidades. Aquele amor significa que você fala bem deles. Aquele amor significa que você os encoraja. Aquele amor significa que você os ergue para cima como homens chamados de Deus que trouxeram a você a verdade.
E finalmente, e em terceiro lugar, ele diz no verso 13: "Vivam em paz uns com os outros.". Essa é a terceira coisa, submeta-se a seus pastores. Não há nada mais aflitivo, mais difícil, mais doloroso do que a discórdia na igreja. Aquele conceito de viver em paz um com o outro é uma exortação do Novo Testamento que é muito familiar. Nós sabemos disto, está por toda a parte no Novo Testamento. E você pode achar isto em Rm 14:19, em 2 coríntios 13:11, em Ef 4:3, Col 3:15, Tg 3:18, inúmeras vezes o Novo Testamento pede paz. Mas aqui está muito específico. Aqui está neste contexto na relação entre a ovelha e o pastor, que deve ser em harmonia. Submeta-se a seus pastores, é o ponto. Submeta-se. Nenhuma discussão. Elimine o conflito.
Obviamente pressupõe um pastor fiel. E onde um homem é fiel fazendo o melhor que ele pode na força do Espírito de Deus, você deve se submeter a ele. Isso é um comando da Bíblia.
Vá a Hb 13.7: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram.”.  Quem são eles? "Quem falou a Palavra de Deus a você.". E o “se lembrar” aqui é um se lembrar de amar. É um se lembrar de afeto. E lembre-se dos que falaram a Palavra de Deus a você e considerando o resultado da conduta deles, imite a fé deles. Eles falaram a você pela Palavra. Lembre do resultado da conduta deles, como Deus abençoou as vidas deles e os usou poderosamente. Imite a fé deles e saiba que Jesus Cristo que é o mesmo ontem, hoje e sempre tratará de você em obediência do mesmo modo que Ele lidou com eles em obediência. E isto o ajuda a que não seja levado fora através de ensinos estranhos variados. Você se lembra desses que ensinaram a verdade e você os aprecia e você os ama e você os estima.
Então em Hb 13.17 você lê: “Obedecei aos vossos guias, e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”. Você diz: "Bem, eu penso que eles poderiam estar errados.". Obedeça-os e submeta-se de qualquer maneira a eles. Eles têm que dar contas, não  a você. Nunca pense que você pode evitar sua liderança, eles darão contas. Desde que eles não lhe peçam que faça algo antibíblico, pecaminoso, você deve segui-los. Nós temos um dever ficando sóbrios como pastores, nós daremos contas a Deus, você segue a liderança. Obedeça seus líderes e submeta-se a eles porque eles velam sobre suas almas como quem deve prestar contas.
Essa é uma declaração muito forte e muito formidável para uma pessoa em liderança espiritual como eu ou qualquer outro pastor ou ancião. Nós temos um dever de agir com seriedade,  honestidade, fidelidade a Deus, em relação ao rebanho. Nós prestaremos conta diante de Deus. Isso é  uma coisa dura o bastante para ter que viver com ela. Eu sou responsável diante de Deus pela condição da ovelha. Eu sou responsável diante de Deus pelas decisões que eu tomo. E nós como um grupo somos responsáveis diante de Deus pelo que nós decidimos sobre o modo como nós buscamos a sabedoria do Espírito. Isso é por que nós nunca fazemos qualquer coisa que não seja unânime entre nós como anciões porque nós queremos estar seguros que nós conhecemos a mente de Deus quanto ao modo que devemos conduzi-los  porque nós teremos que prestar contas como mordomos de Deus.
Assim ele diz, obedeça. Pessoas egoístas, teimosas, roubarão a alegria dos seus pastores e lhes darão aflição. Siga no verso 17: “para que façam isto com alegria e não gemendo, porque isto não aproveita a vós outros.”. Você quer uma igreja miserável? Tenha um pastor miserável. Você quer um pastor miserável? Não se submeta e você tomará a alegria dele e ele será um homem miserável e você será também uma pessoa miserável. Pessoas egoístas e teimosas roubam a alegria dos seus líderes e nada lhes dão a não ser dor. Isso é improdutivo para você, ele diz. Não vai ajudá-lo. Isso não vai trabalhar em seu favor ter um pastor afligido, ter um pastor triste.
Jeremias soube certamente o que era isso. Jeremias teve um ministério sem alegria porque havia muito conflito. Ele constantemente estava em dor porque as pessoas se rebelaram e se recusaram a se submeter às coisas que ele disse embora elas fossem as palavras de Deus.
E assim, a congregação deve viver em paz com sua liderança. Você não cultiva a discussão, você não cultiva o conflito, você se submete e você obedece. Eles têm que dar contas a Deus, não a você, quanto ao que eles fazem. E se você segue adiante deles, com submissão, fielmente, e eles o  enganaram de alguma maneira, eles darão contas a Deus, mas você será abençoado por ser obediente à vontade Deus, que é a de estar submisso aos que lhe dirigem, respeitá-los, amá-los, tê-los em alta consideração.
São deveres simples, não é verdade ? Realmente. Se a igreja vai ser um lugar ricamente agradável e doce, santificado e feliz, então os pastores devem ser responsáveis em cumprir o dever deles em relação à ovelha e a ovelha deve ser responsável para cumprir o dever dela em relação aos pastores. Isso significa que você os aprecia com respeito e remuneração. Você os estima além de toda a medida ao ponto que você faria qualquer sacrifício por eles. E isso significa você os ergue para cima, você fala bem deles, você os encoraja, você faz tudo para fazer o ministério deles positivo porque eles são o canal para abençoá-los trazendo a verdade de Deus a vocês. E em terceiro lugar, você se submete a eles de forma que você conduz a igreja para um lugar de paz e você elimina todo o conflito.
Quando as pessoas agem tratando os pastores assim, então a igreja se torna o lugar de alegria e paz que Deus pretende que ela seja. 












128) RESSURREIÇÃO

ÍNDICE

1 - A Grandeza do Poder de Deus para Ressuscitar
2 - Seguindo ao Cristo Ressurreto – Parte 1
3 - Seguindo ao Cristo Ressurreto – Parte 2
4 - Seguindo ao Cristo Ressurreto – Parte 3
5 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 1
6 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 2
7 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 3
8 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 4
9 - "O Poder de Sua Ressurreição" - Fp. 3:10
10 - Ressurreição


1 - A Grandeza do Poder de Deus para Ressuscitar

“A grandeza do seu poder para conosco, os que cremos segundo a eficácia de seu poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos." (Efésios 1.19,20)

Na ressurreição de Cristo, como em nossa salvação, não foi apresentado nada menos do que um poder divino .
Que diremos daqueles que pensam que a conversão é feita pelo livre arbítrio do homem, e é devida à sua própria superioridade de disposição? Quando virmos os mortos saírem da sepultura por seu próprio poder, então podemos esperar ver ímpios pecadores de sua livre vontade se voltando para Cristo. (Afinal, por natureza, todos estamos mortos em delitos e pecados, quando não temos a Cristo – nota do tradutor). Isto não é a palavra pregada, nem a palavra lida em si mesma, todos os recursos de poder vivificador do Espírito Santo. Este poder foi  irresistível . Todos os soldados e os sumos sacerdotes não puderam manter o corpo de Cristo no túmulo, se a morte não pôde segurar Jesus em seus laços; de igual maneira, irresistível é o poder que age no crente quando ele é levantado em novidade de vida.
Nenhum pecado, nem corrupção, nem demônios do inferno, nem os pecadores na terra, pode impedir a mão da graça de Deus, quando ele tem a intenção de converter um homem. Se o Deus onipotente diz: "Tu irás", o homem não deve dizer: "Eu não vou."
Observe que o poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos era glorioso . Refletia honra a Deus e consternação nas hostes do mal. Portanto, há grande glória para Deus na conversão de cada pecador. Foi eterno poder. "Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre mais, a morte não tem mais domínio sobre ele." Então, nós, ressuscitados dos mortos, não voltaremos para as nossas obras mortas, nem para as nossas antigas corrupções, mas havemos de viver para Deus. "Porque ele vive nós vivemos também." "Porque estamos mortos, e a nossa vida está escondida com Cristo em Deus." "Assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos para a glória do Pai, assim também andemos nós também em novidade de vida."
Por fim, o texto marca a união da nova vida em Jesus. O mesmo poder que levantou a cabeça funciona na vida nos membros. Que bênção ser vivificado juntamente com Cristo!

Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.






2 - Seguindo ao Cristo Ressurreto – Parte 1

Por Charles Haddon Spurgeon

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;” (Colossenses 3:1-2 ACF)

A Ressurreição de nosso divino Senhor dentre os mortos é a pedra angular da doutrina cristã. Talvez pudesse chamá-la mais precisamente de pedra principal do arco do cristianismo, pois se esse feito pudesse ser desmentido, toda a estrutura do Evangelho entraria em colapso. “Se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé … E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Coríntios 15:14-19)
Devido à grande importância de Sua ressurreição, agradou a nosso Senhor dar muitas provas infalíveis dela, aparecendo e mostrando-se uma e outra vez em meio de Seus seguidores. Seria interessante averiguar quantas vezes o Senhor apareceu – creio que temos a menção de algumas dezesseis manifestações.
Ele mostrou-se abertamente diante de Seus discípulos, e verdadeiramente comeu e bebeu com eles. Eles tocaram Suas mãos e Seu lado transpassado, ouviram Sua voz e souberam que era o mesmo Jesus que fora crucificado. Ele não se contentou em proporcionar-lhes evidências para os ouvidos e os olhos, mas também demonstrou a realidade de Sua ressurreição inclusive para o sentido do tato.
Essas aparições foram muito diversas. Algumas vezes concedeu uma entrevista a uma só pessoa, quer que fora homem, como Cefas, ou a uma mulher, como Maria Madalena. Ele conversou com dois de seus seguidores quando iam andando no caminho de Emaús, e posteriormente com todo o grupo de apóstolos junto ao mar. Encontramos Jesus em uma ocasião em meio dos onze, quando as portas estavam cerradas por medo aos judeus, e em outra ocasião Lhe vemos no meio de uma assembleia de mais de quinhentos irmãos, os quais foram anos mais tarde, a maioria deles, testemunhas vivas desse fato. Não poderiam todas elas terem sido enganadas.
Não é possível que algum feito histórico qualquer pudesse ter sido posto sobre uma melhor base de credibilidade do que a ressurreição de nosso Senhor dentre os mortos. Esse feito está mais além de toda disputa e de toda dúvida, e foi assim propositadamente, porque ele é essencial para todo o sistema cristão.
Por essa mesma causa a ressurreição de Cristo é comemorada frequentemente. Não existe na Escritura nenhuma ordenança que estabeleça algum dia do Senhor no ano que deva ser separado para comemorar-se a ressurreição de Cristo dos mortos por essa razão: cada dia do Senhor é o memorial da ressurreição de nosso Senhor Jesus. Em qualquer domingo que quiserem, seja no mais profundo inverno, ou no maior calor do verão, ao despertarem, poderão cantar-

“Hoje se levantou e partiu dos mortos,
E o império de Satanás caiu;
Hoje os Seus santos triunfos publicam,
E contam todas Suas maravilhas.”

Separar um Domingo de Páscoa para que sirva de comemoração especial da ressurreição é uma invenção humana, para a qual não há nenhuma instrução Escriturística; porem, fazer de cada Domingo um domingo de Páscoa, é algo que é devido Àquele que logo cedo da alvorada ressuscitou no primeiro dia da semana.
Congregamos-nos no primeiro dia da semana em lugar do sétimo dia, porque a redenção é até mesmo uma obra maior que a criação, e mais digna de comemoração, e porque o descanso que seguiu à criação é superado pelo repouso que segue à consumação da redenção. Reunimos-nos no primeiro dia da semana, como os apóstolos, esperando que Jesus esteja em nosso meio, e diga: “Paz seja convosco” (Lucas 24:36). Nosso Senhor arrebatou o dia de descanso de suas velhas e enferrujadas dobradiças nas que fora anteriormente colocado pela lei desde tempos antigos, e o colocou sobre as novas dobradiças de ouro que seu amor tinha arquitetado. Ele colocou nosso dia de descanso, não ao fim de uma semana de trabalho, mas sim no começo do repouso que resta para o povo de Deus. Em cada primeiro dia da semana devemos meditar sobre a ressurreição de nosso Senhor, e devemos buscar entrar em comunhão com Ele em Sua vida ressurreta.
Não devemos jamais esquecer que todos os que estão Nele, ressuscitarão dos mortos em Sua ressurreição. Em ordem de importância, a ressurreição segue a doutrina de Cristo como cabeça federal da Igreja e a unidade de todo Seu povo com Ele. É devido a que estamos com Cristo que nos convertemos participantes de tudo o que Cristo fez: somos circuncidados com Ele, mortos com Ele, enterrados com Ele e ressuscitados com Ele, porque não podemos ser separados Dele. Somos membros de Seu corpo, e nenhum osso Seu pode ser quebrado. Devido que essa união é muitíssimo íntima, contínua e indissolúvel, tudo o que concerne a Ele concerne a nós também, e como Ele ressuscitou, todo seu povo também ressuscitou Nele.
 O povo ressuscitou de duas maneiras. Primeiro, representativamente. Todos os eleitos ressuscitaram em Cristo no dia em que Ele abandonou a tumba. Cristo foi justificado, ou declarado limpo, de todo o passivo gerado por nossos pecados, quando foi deixado em liberdade da prisão da tumba. Não havia nenhuma razão para detê-lo no sepulcro, pois Ele saldou as dívidas de Seu povo quando “de uma vez morreu para o pecado.” (Romanos 6:10) Ele era nosso refém e nosso representante, e quando libertou-se de Suas ataduras, fomos libertos Nele. Sofremos a sentença da lei em nosso Substituto, estivemos detidos em Sua prisão, e até mesmo morremos sob Sua sentença de morte, e agora já não estamos mais debaixo da maldição da lei.
“Se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos; sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.” (Romanos 6:8-10)
Junto a essa ressurreição representativa vem nossa ressurreição espiritual, que é nossa tão logo somos conduzidos a crer em Jesus Cristo por meio da fé. Então se pode dizer de nós: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados.” (Efésios 2:1)
A benção da ressurreição deverá ser aperfeiçoada de pouco a pouco até a aparição nosso Senhor e Salvador, pois então nossos corpos ressuscitarão, se nos dormirmos antes de Sua vinda. Ele redimiu nossa condição humana em sua totalidade, espírito, alma e corpo, e não estará satisfeito até que a ressurreição que teve lugar em nosso espírito também tenha lugar em nosso corpo. Esses ossos secos viverão – conjuntamente com Seu cadáver ressuscitarão –

“Quando se levantou e ascendeu ao alto
Mostrou a nossos pés o caminho;
Nossa carne se remontará ao Senhor
No grandioso dia da ressurreição.”

Então saberemos, na perfeição da beleza de nossa ressurreição, que em verdade somos completamente ressuscitados em Cristo, e “assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1 Coríntios 15:22)
Essa manhã, falaremos somente de nossa comunhão com Cristo em Sua ressurreição, no que se refere a nossa própria ressurreição espiritual. Não me venham a mal interpretar pensando que eu creio que a ressurreição é somente espiritual, pois uma ressurreição literal dos mortos há de ocorrer todavia – mas como nosso texto fala da ressurreição espiritual, essa é a que me esforçarei por expor diante de vocês.

I. Primeiro, então, CONSIDEREMOS NOSSA RESSUREIÇÃO ESPIRITUAL COM CRISTO: “Se, pois, haveis ressuscitado com Cristo.” Ainda que as palavras pareçam uma suposição, não possuem o propósito de sê-las. O apóstolo não está colocando em dúvida, nem está fazendo nenhuma pergunta a respeito, mas sim está somente o expressando assim como argumentação. Poderia ser lido de igual forma, “se, pois ressuscitaram com Cristo.” O “se” é usado logicamente, não teologicamente: a maneira de argumentação, e não porque houvesse alguma dúvida. Todos os que crêem em Cristo, são ressuscitados com Cristo. Meditemos nessa verdade.
Pois, primeiro, estávamos “mortos em nossos delitos e pecados”, mas havendo crido em Cristo, temos sido vivificados pelo Espírito Santo, e já não estamos mais mortos. Ali estávamos na tumba, sujeitos a apodrecermos; sim, alguns de nós já estávamos putrefatos, os sinais do verme do pecado estavam estampados em nosso caráter, e de nós emanava o fedor do pecado real. Mais ou menos de conformidade ao lapso no qual permanecemos nessa morte, e de acordo às circunstâncias que nos rodeavam, a morte trabalhou corrupção em nós. Jazíamos em nossa morte, sendo totalmente incapazes de nos levantarmos de lá por nós mesmos – nossos olhos não podiam ver, nossos ouvidos não podiam ouvir: nosso coração não podia amar – nossa mão seca não podia ser estendida para tocar com fé.
Éramos até mesmo como aqueles que descem a cova, como os que já estão mortos: só que nisso nos encontrávamos em uma pior situação do que aqueles que estavam mortos efetivamente, pois éramos responsáveis de todas nossas omissões e insuficiências. Éramos tão culpáveis como se tivéssemos tido poder, pois a perda do poder moral não leva consigo a perda da responsabilidade moral. Estávamos, portanto, em um estado de morte espiritual do tipo mais terrível.
O Espírito Santo nos visitou e nos fez viver. Alguns de nós nos lembramos da primeira sensação de vida: como parecia formigar nas veias de nossas almas com uma aguda e amarga dor – do mesmo jeito que as pessoas que se afogam sofrem grande dor quando a vida volta nelas, nós também sentimos uma grande dor.
A convicção, a confissão de pecado, o terror do juízo vindouro, e um sentido da presente condenação, todas essas coisas foram trabalhadas em nós. Porem, esses eram sinais de vida, e essa vida aprofundou-se gradualmente e expandiu-se até que o olho foi aberto: podíamos ver a Cristo, a mão cessou de estar seca, e a estendemos e tocamos na orla de Seu manto; os pés começaram a moverem-se no caminho da obediência, e o coração sentiu em seu interior a doce incandescência do amor. Então os olhos, insatisfeitos somente com ver, se puseram a chorar, e depois, quando as lágrimas foram enxugadas, esses olhos brilhavam e fulguravam com deleite.
Oh meus irmãos crentes em Jesus, vocês já não estão mortos espiritualmente. Creram em Cristo, e esse grandioso ato demonstra que já não estão mortos. Foram vivificados por Deus de acordo com a obra de Seu poder todo-poderoso, que obrou em Cristo quando lhe ressuscitou dentre os mortos, e o assentou a Sua destra nos lugares celestiais.
Amados, vocês agora são novas criaturas, o fruto de um segundo nascimento, gerados de novo em Cristo Jesus para uma nova vida. Cristo é sua vida – uma vida que não conheceram antes, nem poderiam ter conhecido fora Dele. Se, pois, ressuscitaram com Cristo, andais em nova vida, enquanto que o mundo permanece na morte.
Damos outro passo à frente: Temos ressuscitado com Cristo, e por isso, uma reviravolta poderosa foi feita em nós. Quando os mortos ressuscitarem, não aparecerão como o são agora. A semente enterrada ergue-se do terreno, mas não como semente, já que produz folhas verdes, botões, talo, e gradualmente desenvolve flores e frutos, e de igual modo nós levaremos uma forma nova, pois seremos renovados segundo a imagem Dele, que nos criou em justiça e santidade.
Peço-lhes que considerem a mudança que o Espírito de Deus trabalha no crente: uma mudança verdadeiramente maravilhosa! Antes da regeneração, nossa alma era como será nosso corpo quando esse morrer – e lemos que “se semeia em corrupção.” Existia corrupção em nossa mente e ela estava trabalhando irresistivelmente em favor das coisas malvadas e ofensivas. Em muitos, a corrupção não se mostrava sobre a superfície, mas estava operando internamente; já em outros, a visão dessa corrupção era conspícua e pavorosa.
E como grande essa conversão! Pois agora o poder da corrupção dentro de nós está quebrantado: a nova vida venceu esse poder, pois essa nova vida é uma semente viva e incorruptível que vive e permanece para sempre. A corrupção está na velha natureza, mas não pode tocar a nova, que é nosso verdadeiro e real eu. Por acaso não é algo grandioso ser limpo da imundícia que nos teria levado finalmente ao Tofet, onde o arde o fogo que jamais se apagará, e onde o bicho que não morre alimenta-se dos corruptos?
Nosso antigo estado era mais ainda além daquele que sobrevêm ao corpo ao momento da morte, pois era um estado de desonra. Vocês sabem como o apóstolo se referiu ao corpo: “Semeia-se em desonra”. E, certamente, nenhum cadáver leva tal desonra como a que repousa no homem que está morto em delitos e pecados. Ora, de todas as coisas do mundo que merecem vergonha e desprezo, um homem de condição pecaminosa é a que mais os merece. Esse homem despreza seu Criador, não cuida de seu Salvador, escolhe o mal em vez do bem, e rejeita a luz porque suas obras são más, e por isso prefere as trevas. No juízo de todos os espíritos puros, um homem pecaminoso é um homem desonrado.
Porem, oh, como o homem é transformado quando a graça de Deus trabalha em seu interior, pois então é honorável. “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus” (1 João 3:1) Que honra é essa! O próprio céu não contém um ser mais honorável que um homem renovado. Muito bem podemos clamar com Davi: “Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?” (Salmos 8:4) Porem, quando na pessoa de Jesus, vislumbramos que o homem é levado a ter domínio sobre todas as obras das mãos de Deus, e sabemos que Jesus nos tem feito reis e sacerdotes para Deus, nos enchemos de assombro porque Deus nos exalte assim. O próprio Senhor há dito: “foste precioso aos meus olhos, também foste honrado, e eu te amei” (Isaías 43:4) “para vós, os que credes, é preciosa”, (1 Pedro 2:7) pois assim poderia estar expressa no texto original. Um Cristo precioso nos faz preciosos: todos os santos recebem tal honra.
Quando um corpo é enterrado, o apóstolo nos informa ainda mais que  “semeia-se em debilidade.” O próprio corpo morto não pode colocar-se a si mesmo em seu último leito, e são mãos amigas que deverão colocá-lo lá -  de igual modo, éramos a debilidade total para com tudo de bom. Quando éramos cativos do pecado, não podíamos fazer nada bom, tal como disse nosso Senhor: “porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15:5) Fora Dele, éramos incapazes até mesmo de algum bom pensamento. Porem “Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.” (Romanos 5:6); e agora Lhe conhecemos e ao poder de Sua ressurreição. Deus nos tem dado o espírito de poder e de amor; não está por acaso escrito: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome? (João 1:12)”
Que poder tão assombroso é esse! Agora nós provamos das “virtudes do século futuro,” (Hebreus 6:5) e somos fortalecidos com “toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência, e longanimidade com gozo” (Colossenses 1:11) A fé nos veste com um poder divino, pois “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê” (Marcos 9:23), e cada crente pode exclamar, sem jactância: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” (Filipenses 4:13) Por acaso nos é maravilhoso a mudança que a ressurreição espiritual tem trabalhado em nós? Não é algo glorioso que o poder de Deus se aperfeiçoe em nossa fraqueza?
A grandiosa mudança tem que ver primordialmente com outro ponto. É dito do corpo: “Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual.” Outrora éramos homens naturais e não discerníamos as coisas que são do Espírito de Deus. Antes, nos interessava as coisas terrenas e éramos movidos por concupiscências carnais que iam atrás das coisas visíveis – porem, agora, pela graça divina, um espírito foi criado em nós que se alimenta do pão espiritual, que vive para propósitos espirituais, que é possuído de motivos espirituais e se regozija na verdade espiritual.
Essa conversão do natural ao espiritual é de tal magnitude, que só Deus mesmo poderia tê-la feito, e, no entanto, temos experimentado ela. A Deus seja a glória. Assim que, em virtude de nossa ressurreição em Cristo, temos recebido vida e temos nos tornamos objetos de uma portentosa mudança: “as coisas velhas passaram; eis aqui todas são feitas novas.”
Como consequência de que recebemos essa vida e experimentamos essa mudança, as coisas do mundo e do pecado convertem-se em uma tumba para nós. Para um morto, uma tumba é um lar tão bom como poderia precisar alguma vez. Poderiam até chamá-la de seu quarto particular, se quisessem – pois esse morto jaz no seu interior de maneira tão inconsciente como se ele estivesse em um sonho. Porem, no instante em que um morto revive, não suportaria tal dormitório – o considera uma terrível cripta, um calabouço aborrecível, um insuportável ossuário, e deve abandoná-la imediatamente.
Assim, quando vocês e eu éramos homens naturais, e não possuíamos vida espiritual, contentávamos com as coisas dessa vida – porem, tudo é sumariamente diferente agora. Tudo o que desejávamos antes era uma religião meramente externa. Uma forma morta que se amoldava a nossa alma morta. No próprio começo do Evangelho, o judaísmo agradava aos que estavam sob seu jugo: as luas novas, os dias santos, as ordenanças tradicionais, os jejuns e as festividades, eram coisas grandiosas para os que tinham esquecido sua ressurreição com Cristo.
Todas essas coisas constituem um belo mobiliário para o dormitório de um morto – mas quando a vida eterna entra na alma, essas ordenanças exteriores são lançadas longe, e o homem que vive rasga sua mortalha, rompe suas fendas fechadas, e exige os vestidos apropriados para a vida.
Dessa maneira o apóstolo, no capítulo anterior ao nosso texto, nos diz que não permitamos que ninguém nos engane utilizando tradições de homens e invenções de um ritualismo morto, pois essas coisas não são a porção própria dos homens renovados e espirituais.
Assim, também, todos os objetos meramente carnais convertem-se numa tumba para nós, sejam prazeres pecaminosos ou ganâncias egoístas. Para o que está morto, o sudário, o ataúde e a cripta são coisas apropriadas – mas basta que o cadáver viva de novo, e então não pode descansar na tumba. Da mesma forma, o homem renovado pela graça não pode permanecer no pecado, pois esse é um ataúde para ele: não pode suportar os prazeres malignos, pois são como um sudário; ele clama por liberdade. Quando a ressurreição chega, o homem levanta a tampa que está sobre sua tumba, e destrói o monumento e a lápide mortuária colocada acima dela.
Algumas almas estão enterradas debaixo de uma massa de justiça própria, a semelhança de homens ricos sobre os quais se erigiram templos de mármore; porem, o crente desprende-se de tudo isso, deve desfazer-se deles todos, pois não pode tolerar as obras mortas. Não pode viver de outra maneira que não pela fé – qualquer outra vida é morte para ele. Deve sair de seu estado anterior, pois, assim também como quando somos vivificados pela graça, as coisas do pecado, do eu e do sentido carnal se convertem em fúnebres catacumbas para nós, nas que nossa alma sente-se enterradas, e das quais devemos sair. Como nós que temos ressuscitado de morte do pecado, poderíamos viver mais tempo ali?
Agora, amados, nesse momento nós ressuscitamos plenamente dos mortos em um sentido espiritual. Pensemos nisso, pois nosso Senhor não experimentou a ressurreição de sua cabeça enquanto Seus pés permanecem no sepulcro; mas sim ressuscitou como um homem inteiro e perfeito, integralmente vivo.
De igual modo, fomos renovados em cada uma de nossas partes. Temos recebido, ainda que se encontre em sua primeira infância, uma perfeita vida espiritual: somos perfeitos em Cristo Jesus. Em nosso homem interior nosso olho é aberto: cada uma de nossas faculdades está lá, ainda que sejam imaturas, e precisem de desenvolvimento, e tenham ainda que contender com a velha natureza morta.
Além, e isso é o melhor de tudo, temos ressuscitado de tal forma que não morreremos mais. Oh, não me contem mais a terrível história de que um homem que tenha recebido a vida eterna pode, todavia, perder a graça e perecer. Com nossas Bíblias na mão nós sabemos que não é assim. “Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele.” (Romanos 6:9), portanto, quem  recebeu nele mesmo a vida de Cristo, não morrerá jamais. Por acaso Ele não tem dito: “E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá?” (João 11:26) Essa vida que Ele nos deu, será em nós “uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (João 4:14) Ele mesmo disse: “dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.” (João 10:28)
No dia de nossa ressurreição, daremos adeus à morte espiritual e ao sepulcro no qual dormimos sob o domínio do pecado. Adeus, amor mortal ao pecado – lhe demos um fim! Adeus, mundo morto, mundo corrupto, rompemos contigo! Cristo nos ressuscitou. Cristo nos deu vida eterna. Abandonamos para sempre as terríveis moradas da morte, e buscamos os lugares celestiais. Nosso Jesus vive, e porque Ele vive, nós também vivermos pelos séculos dos séculos.

Dessa maneira tratei de explicar a metáfora da ressurreição, por meio da qual nossa renovação espiritual está tão bem expressa.


3 - Seguindo ao Cristo Ressurreto – Parte 2

Por Charles Haddon Spurgeon

II. O apóstolo nos exorta a usar a vida que temos recebido, e assim, em segundo lugar, EXERCITEMOS A NOVA VIDA EM PROPÓSITOS APROPRIADOS. “se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima.” (Colossenses 3:1) Suas ações deverão ser de acordo com sua nova vida.
Primeiro, então, abandonemos o sepulcro. Se nós ressuscitamos, nosso primeiro ato deve ser abandonar a região da morte. Saiamos da cripta de uma religião meramente externa, e adoremos a Deus em espírito e verdade. Acabemos com o sacerdócio, e com todos os negros assuntos das empresas funerárias, e deixemos que os mortos enterrem seus próprios mortos – não nos envolveremos nisso. Acabemos com as formas externas, os ritos e cerimônias que não são ordenadas por Cristo, e não queiramos saber de nada exceto Cristo crucificado – pois aquilo que não é do Senhor vivente, é uma mera peça de pompa funerária, apropriada para os cemitérios e os formalistas, cuja religião inteira consiste em lançar pás de terra sobre as tampas dos ataúdes. “A terra à terra, as cinzas às cinzas, o pós ao pó.” “O que é nascido da carne é carne”(João 3).
Também devemos sair da cripta dos gozos carnais, nos quais os homens buscam se saciarem com a provisão para a carne. Não viveremos pela vista do olho, nem pela audição do ouvido. Não vivamos para armazenar riquezas, ou para alcançar a fama, pois estas deverão ser como coisas mortas para o homem que ressuscitou em Cristo. Não vivamos para o mundo que enxergamos, nem sigamos as modas de homens para os quais esta vida é tudo.
Vivamos como aqueles que saíram do mundo que, ainda que estejam nele, não pertencem a ele. Não devemos preocupar-nos do país de onde saímos, mas antes abandoná-lo, como Abraão fez, como se não existisse tal pátria terrestre, morando a partir de agora com nosso Deus, sendo peregrinos com Ele, buscando “uma cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” (Hebreus 11:10) Assim como Jesus deixou para trás as moradas da morte, nó também façamos o mesmo.
E logo, nos apressemos em esquecer todo mal, assim como nosso Senhor se apressou em deixar a tumba. Depois de tudo, que pouco tempo permaneceu entre os mortos. Ele necessitava permanecer no coração da terra durante três dias, mas os encurtou na medida do possível, de tal forma que é difícil calcular três dias em absoluto. Estavam ali, pois existiam fragmentos de cada período, mas, verdadeiramente, nunca existiram três dias mais curtos dos que esses que Jesus encurtou. Encurtou-os em justiça, e tendo sido libertado das dores da morte, ressuscitou cedo, ao romper do dia. No primeiro instante que foi possível que saísse do sepulcro, consistentemente com as Escrituras, Ele deixou o sudário e a mortalha, e ficou no jardim, esperando para saudar seus discípulos.
O mesmo deverá suceder conosco: não deve existir demora, nem ociosidade, nem desejos atrás do mundo, nem apego a suas vaidades, nem provisões para a carne. Levante-se cedo de manhã, vocês que foram vivificados espiritualmente! Levantem-se cedo de manhã, de sua apatia, de seu prazer carnal, de seu amor às riquezas e ao ego, e saiam da cripta para uma esfera sobrenatural de ação: “se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima.” (Colossenses 3:1)
Prosseguindo com a analogia: quando nosso Senhor deixou a tumba assim cedinho, passou uma temporada na terra entre Seus discípulos, e nós devemos passar o tempo de nossa temporada aqui na terra como Ele passou o Dele, no santo serviço. Nosso Senhor reconheceu que estava de passagem tão logo que ressuscitou. Lembrem-se, Ele disse: “subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17) Ele não disse: “subirei”, mas sim como se houvesse de acontecer tão logo que já estava com que acontecendo. Ficou ainda quarenta dias, pois tinha que fazer a obra de quarenta dias – porem, já se via como indo ao céu. Tinha terminado com o mundo, havia terminado com a tumba, e agora disse: “subo para meu Pai e vosso Pai” (João 20:17a)
Nós também temos que guardamos aqui quarenta dias – o período pode ser mais longo ou mais curto segundo ordene providência de Deus, mas logo terá passado, e o tempo de nossa partida chegará. Temos que passar nossa vida ressurreta na terra como Jesus passou a Sua: em uma maior separação do mundo e uma maior aproximação com o céu como jamais antes.
Nosso Senhor ocupou-se muito em dar testemunho, em manifestar-se, como já o temos visto, em diversas formas, a Seus amigos e seguidores. Nós também temos que manifestar os frutos da nossa vida ressurreta, e dar testemunho do poder de Deus. Todos os homens deverão ver que vocês ressuscitaram. Vivam de tal forma que não possa haver a menor dúvida sobre vossa ressurreição espiritual, mais do que não houve sobre a ressurreição literal de Cristo. Não publiquem ao mundo suas próprias virtudes para serem honrados pelas pessoas do mundo – no entanto, “assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:16) Que sua posse da nova vida fique além de toda dúvida, de tal forma que quando os homem tiverem ido para casa, seus amigos e conhecidos possam dizer “era um filho de Deus, pois sentimos o poder de sua vida – era um homem transformado, pois nós vimos a renovação.”
Jesus passou também Sua vida ressurreta consolando aos santos. Disse: “Paz seja convosco.” (Lucas 24:36) Falou a um e a outro: às Marias, ao pobre Pedro que o negou, e a todo o grupo reunido, animando-lhes e preparando-lhes para sua carreira futura. Ele passou esses quarentas dias colocando tudo em ordem em Seu reino, ajeitando tudo o que deveria ser quando Ele ascendesse, e deixando Sua última comissão a Seus seguidores dizendo-lhes: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15)
Amados, nós também temos que passar o tempo de nossa passagem aqui no temor de Deus, adorando-Lhe, servindo-Lhe, glorificando-Lhe, esforçando-nos para colocar tudo em ordem para a expansão do reino de nosso Senhor, para consolo dos santos e para o cumprimento de Seus sagrados propósitos.
Porem, agora que já os conduzi tão longe, quero que sigam adiante e se elevem mais alto. Que o Senhor nos ajude. Nossas mentes devem ascender ao céu em Cristo. Inclusive enquanto nossos corpos estão aqui, devemos ser transportados ao alto com Cristo – devemos ser atraídos a Ele, para que possamos dizer: “nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2:6) Nosso texto diz “buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.” Que é isso senão elevar-se aos propósitos celestiais? Jesus subiu ao alto – vamos ao alto com Ele. Quanto a esses corpos, ainda não podemos subir, pois não estão preparados para herdar o reino de Deus – no entanto, nossos pensamentos e nossos corações deverão remontar ao céu e devemos construir um feliz repouso lá ao alto. Não permitamos que um único pensamento extraviado levante voo como um pássaro solitário que canta e vai ao céu ; mas sim que nossa mente toda, nossa alma, espírito e coração devem levantar tanto quanto as pombas voem como uma nuvem. Sejamos práticos, também, em verdade busquemos as coisas de cima: as busquemos porque sentimos que necessitamos delas – busquemo-las porque as valorizamos grandemente – busquemo-las porque esperamos ganhá-las; pois um homem não buscará de todo coração aquilo que não tem esperança de obter. As coisas que estão acima que temos que busca mesmo agora são coisas como essas; busquemos a comunhão celestial, pois já não somos contados entre a congregação dos mortos, mas sim temos comunhão com a ressurreição de Cristo, e com todos os ressuscitados. “A nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.” (1 João 1:3) e “a nossa cidade está nos céus” (Filipenses 3:20) Busquemos caminhar com o Deus vivente e conhecer a comunhão do Espírito.
Busquemos graças celestes – pois “toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto” (Tiago 1:17) Busquemos mais fé, mais amor, mais paciência, mais zelo: nos esforcemos por uma maior caridade, uma maior caridade entranhável, uma maior humildade de espírito. Esforcemos-nos por uma maior semelhança a Cristo, para que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Busquemos levar a imagem do celestial, e levar essas jóias que adornam aos espíritos celestes.
Busquemos também os objetivos celestiais. Tenhamos o propósito de glória da de Deus em tudo. Devem trabalhar e esforçarem-se arduamente nesse mundo, pois ainda estão no corpo – procurem usar as coisas do mundo para a glória de Deus. Exercitem seus privilégios e cumpram com seus deveres como homens, e como ingleses, como que diante de Deus, sem que lhes importe o juízo dos homens. Quando se misturem com os filhos dos homens, tenham atenção para não descer ao nível deles, nem atuarem segundo seus motivos. Não deverão buscar seus próprios fins egoístas, nem o engrandecimento de um grupo, mas sim promover o bem geral, e os interesses da verdade, da justiça, da paz e da pureza. Santifiquem tudo pelo amor a Deus e de seus vizinhos. Não busquem fins partidários, senão as coisas puras, honestas e de bom nome. Não desçam à falsidade, ao ardil, à política dos que são debaixo – antes, honesta, sincera e justamente, busquem viver sempre como aqueles que foram vivificados dentre os mortos.
“Buscais as coisas que são do alto”, isso é, os gozos celestiais. Oh, busquem conhecer a paz do céu na terra, o repouso do céu, a vitória do céu, o serviço do céu, a comunhão do céu, a santidade do céu: vocês podem experimentar um desfrute antecipado de todas essas coisas – procurem conseguir essas coisas. Busquem, em uma palavra, se prepararem para o céu que Cristo está preparando para vocês. Prontamente haverão de mora acima – vistam-se para o grandioso festival. Seu tesouro está acima, então, seu coração deve estar com ele. Tudo o que haverão de possuir na eternidade está lá em cima, onde Cristo está – ascendam, então, e o desfrutem. A esperança deve antecipar os gozos que estão reservados, e, portanto, comecemos nosso céu aqui embaixo. Se, pois, ressuscitaram com Cristo, vivam de acordo com suas naturezas ressurretas, pois suas vidas estão escondidas com Cristo em Deus.
Que imã para atrair-nos até o céu deve ser esse ato: que Cristo está assentado à direita de Deus. Onde deveriam estar os pensamentos de uma esposa quando seu esposo está longe, a não ser com seu ser amado ausente? Vocês sabem, irmãos, que não sucede de maneira diferente conosco: os objetos de nosso afeto são sempre seguidos por nossos pensamentos. Que Jesus seja, então, como um grandioso imã, que atraia nossas meditações e afetos até Ele.
Ele está assentado, pois Sua obra está consumada – como está escrito, “havendo [Cristo] oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus” (Hebreus 10:12) Nos levantemos e descansemos com Ele. Ele está sentado em um trono. Observem Sua majestade, deleitem-se em Seu poder, e confiem em Seu domínio. Ele está sentado à destra de Deus em lugar de honra e favor. Essa é uma prova de que somos amados e favorecidos por Deus, pois nosso representante tem o lugar mais seleto, a direita de Deus. Que vossos corações subam e desfrutem desse amor e favor com Ele. Batam suas asas, meus pensamentos, e empreendam o voo até Jesus. Alma minha, não tens dito com frequência: “Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar!” (Salmos 120:5) Quem me dera ter asas de pomba! Eu voaria e descansaria lá.
Agora, então, alma minha, aqui existem asas para você. Jesus lhe atrai ao alto. Você possui um direito de estar onde Jesus está, pois está desposada com Ele – portanto, seus pensamentos deverão permanecer com Ele, descansar Nele, deleitar-se Nele, regozijar-se Nele, e regozijar-se outra vez. A escadaria sagrada está diante de nós – subamos até que sentemos pela fé nos lugares celestiais com Ele.

Que o Espírito de Deus abençoe essas palavras para vocês.



4 - Seguindo ao Cristo Ressurreto – Parte 3

Por Charles Haddon Spurgeon

III. Em terceiro lugar, posto que ressuscitamos com Cristo, A NOVA VIDA DEVE DELEITAR-SE NOS OBJETOS APROPRIADOS. Isso introduz o segundo versículo: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” “Pensai!” Essas palavras não expressam com precisão o significado, ainda que tão próximas delas como qualquer cláusula poderiam estar. Poderíamos traduzi-las assim: “tenham um gosto elas coisas de cima”, ou “estudem diligentemente as coisas de cima”; ou “coloquem sua mente nas coisas de cima, não nas da terra.” O que é o suficientemente apropriado para um morto é muito inapropriado para um homem ressurreto. Os objetos do desejo que seriam adequados para nós quando éramos pecadores, não são objetos legítimos nem dignos quando somos feitos santos. Posto que fomos vivificados, temos que exercitar a vida, e posto que ascendemos, devemos amar coisas mais elevadas dos que as da terra.
Quais são essas “coisa de cima” nas quais temos que colocar nossos afetos? Peço-lhes agora que levantem seus olhares por encima daquelas nuvens e desse firmamento inferior, até a residência de Deus. O que enxergam ali? Primeiro, ali está o próprio Deus. Façam Dele o objeto de seus pensamentos, de seus desejos, de suas emoções, de seu amor. “Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração” (Salmos 37:4) “Minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança” (Salmos 62:5) Chamem-lhe: “O Deus de minha alegria e de meu gozo.” Não permitam que nada de interponha entre você e seu Pai celestial. O que é possuir todo o mundo se não se tem a Deus? E uma vez que possui a Deus, que importa que todo o mundo passe? Deus é tudo, e quando pode dizer: “Deus é meu,” você é mais rico que Cresso[2]. Ah, dizer: “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.” (Salmos 73:25) Oh, amar a Deus com todo nosso coração, e com toda nossa alma, e com toda nossa mente, e com todas nossas forças – isso é o que a lei requeria, e é o que o Evangelho nos permite fazer.
O que vejo depois? Vejo a Jesus, que é Deus, porem, é verdadeiramente homem. Preciso relembrar-lhes, amados, que entreguem todo seu amor ao Bem amado? Não ganhou o coração de vocês, e não os possui agora sob um poderoso arrebatamento? Eu sei que vocês o amam. Então, fixem sua mente Nele. Frequentemente meditem em Sua divina pessoa, e em Seu glorioso reino, em Seu amor por vocês, em sua própria segurança Nele, em sua união com Ele. Oh, esses doces pensamentos devem de possuir seu peito, encher sua boca, e influenciarão vossa vida. A alva deve de romper pensamentos de Cristo, e seu último pensamento da noite dever ser adoçado com Sua presença; Coloquem seus afetos Nele,  que colocou Seu afeto em vocês.
Porem, ainda mais, que mais vejo acima? Vejo à nova Jerusalém, que é a mãe de todos nós. Vejo à igreja triunfante de Cristo no céu, com a qual a igreja militante é uma união. Não nos damos conta suficientemente de que somos parte da assembleia geral da igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos no céu. Amai a todos os santos, mas não se esqueça dos santos acima. Tenham comunhão com eles, pois formamos uma só comunhão. Recordem àqueles –

“Que uma vez lamentaram aqui abaixo,
E encheram de lágrimas seu leito,
Que lutaram duro, como nós agora
Com pecados e dúvidas, e temores”

Falem com os valentes que ganharam suas coroas, os heróis que pelejaram a boa batalha, e agora descansam de seus labores, acenando palmas. Seus corações devem estar sempre com os aperfeiçoados, como os quais haverão de passar a eternidade.
E que outra coisa há acima que nossos corações devem amar senão o céu mesmo? É o lugar de santidade: amemos-lhe de tal forma que comecemos a ser santos aqui. É o lugar do repouso – deleitemo-nos nele, para que pela fé entremos nesse repouso.
Oh meus irmãos, vocês possuem vastas propriedades que não viram nunca; e parece-me que se eu tivera uma propriedade na terra que logo haveria de ser minha, desejaria fazer-lhe uma inspeção sobre a cerca dela de vez em quando. Se eu não pudesse possuí-la já, gostaria de ver o que é que eu possuo segundo meus futuros direitos. Acharia uma desculpa para passar por esse curso e falar a qualquer pessoa que estivera comigo: “essa propriedade será minha logo, logo.”
Em sua presente pobreza, se console com as muitas mansões. Na sua enfermidade, deleite-se muito na terra onde os habitantes já não dirão mais: “estou enfermo.” Em meio da depressão de espírito, consolem seus corações com a perspectiva de uma felicidade sem mistura –

“Não haverá mais fadiga, nem zombarias,
Nem pecado nem morte alcançarão o lugar;
Não haverá gemidos entrelaçados com as canções
que entoam as línguas imortais”

Que!? Está preso a essa terra? Não pode se projetar ao futuro? O riacho da morte é estreito; por acaso sua imaginação e sua fé não podem saltar sobre a torrente para fixarem-se naquele ribeiro por um instante e clamar: “tudo é meu, tudo é meu para sempre”?”Onde Jesus está, estarei eu; onde Jesus assenta-se, ali eu repousarei” –

“Longe de um mundo de dor e de pecado,
Com Deus eternamente residindo”

“Pensai nas coisas que são de cima.” ah, distanciar-se nesse tempo presente desses torpes cuidados que são como neblina que nos envolvem! Até mesmo nós que somos servos de Cristo, e vivemos em Sua corte, algumas vezes nos sentimos cansados, e decaímos como se Seu serviço fosse duro. Ele não tem a menor intenção que seja uma servidão, e é nossa culpa se o convertemos nisso.
O serviço de Marta é requerido, porem ela não é chamada para ser oprimida com muitos afazeres – esse é seu arranjo próprio: sirvamos abundantemente, e, no entanto, nos assentemos com Maria aos pés do Mestre. Vocês que estão nos negócios, e que se misturam com o mundo pela necessidade de suas vocações, devem encontrar que é difícil manterem-se afastados das influências degradantes desse pobre mundo – os enredaria, se pudessem.
Vocês são como um pássaro, que está sempre em perigo quando pousa no solo. Há armadilhas, laços, redes, armas, e um pobre pássaro não está jamais seguro a não ser quando bate asas e voa ao céu. No entanto, os pássaros devem baixar para comer, e fazem bem ao beliscar sua comida com pressa, e voar tão logo quanto possam.
Quando tenham que se envolver e se misturarem com o mundo, e ver seu pecado e seu mal, tenham cuidado de não pousarem no solo sem seu Pai; e então, tão logo tenham colhido sua cevada, retirem-se outra vez, longe, longe, pois esse não é seu descanso. Vocês são como a pomba de Noé voando sobre a assolação das águas: não existe nelas descanso para a planta dos seus pés a não ser na arca com Jesus.
Nesse dia de ressurreição coloquem uma cerca frente ao mundo, lancem fora o javali selvagem do bosque, e deixem que as vinhas floresçam e as tenras uvas impregnem seu aroma, e deixem que o Amado venha e caminhe no jardim de nossas almas, enquanto nos deleitamos Nele e em Seus dons celestiais. Não devemos encher nossa carga de coisas daqui abaixo nesse dia santo, antes devemos guardá-lo como um dia de repouso para o Senhor. No dia de repouso não devemos trabalhar mais com nossas mentes quanto com nossas mãos. Os cuidados e as ansiedades de um tipo terreno profanam o dia do sagrado repouso.

A essência do quebrantamento do dia de repouso radica na preocupação, na murmuração, na incredulidade, essas tais com que demasiadas pessoas estão repletas. Deixem de lado essas coisas, amados, pois ressuscitamos com Cristo, e não é apropriado que andemos vagando entre as tumbas. Não, melhor, cantemos ao Senhor com um novo cântico, e O louvemos com toda nossa alma.








5 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 1

Por Charles Haddon Spurgeon

 “E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia.” Lucas 24:5-6

O primeiro dia da semana comemora a ressurreição de Cristo, e, seguindo o exemplo apostólico, temos constituído o primeiro dia da semana como nosso dia de repouso. Isso não nos sugere que o repouso de nossas almas deve ser achado na ressurreição de nosso Salvador? Não é certo que uma clara compreensão da ressurreição de nosso Senhor é, através do Espírito Santo, o meio mais seguro de trazer paz as nossas mentes? Ser participante da ressurreição de Cristo é desfrutar desse dia de repouso que resta para o povo de Deus. Nós que temos crido no Senhor ressuscitado entramos no repouso, assim como Ele mesmo repousa a destra de Deus. Nele descansamos porque Sua obra foi consumada e Sua ressurreição é a garantia de que aperfeiçoou todo o necessário para a salvação de Seu povo, e nós estamos completos Nele. Eu confio que, pelo poder do Espírito Santo, sejam semeados nas mentes dos crentes alguns pensamentos condutores ao repouso, enquanto realizamos uma peregrinação ao sepulcro novo de José de Arimateia e vemos o lugar onde o Senhor esteve sepultado.
I. Primeiro, nessa manhã irei falar-lhes sobre certas LEMBRANÇAS INSTRUTIVAS que se aglomeram em torno do lugar onde Jesus dormiu “com os ricos na morte”. Ainda que Ele não está ai agora, com toda certeza esteve ai uma vez, pois “foi crucificado, morto e sepultado”. Esteve tão morto como os mortos estão agora, a ainda que Ele não pudesse ver a corrupção, nem podia ser retido pelos laços da morte mais além do tempo predestinado, contudo, Ele esteve sem sombra de dúvida morto. Não restou nenhuma luz em Seus olhos, nem vida alguma em Seu coração. O pensamento fugiu de Sua fronte coroada de espinhas, e Sua boca de ouro emudeceu. Ele não morreu simplesmente em aparência, mas sim em realidade; a lança resolveu essa dúvida de uma vez por todas; portanto, tendo sido morto, foi colocado em um sepulcro como um idôneo ocupante da calada tumba. No entanto, como Ele não está ali agora, mas ressuscitou, nos corresponde recolher os objetos que nos recordam que Ele esteve ali. Não contenderemos com os sectários supersticiosos pelo “Santo sepulcro”, mas sim iremos recolher em espírito as preciosas relíquias do Redentor ressuscitado.
Primeiro, Ele deixou no sepulcro as especiarias. Quando ressuscitou, não levou as custosas ervas aromáticas com as que Seu corpo tinha sido envolto, mas sim as deixou lá. José tinha trazido cerca de 100 libras de peso de mirra e aloés, cujo odor permanece ainda. Nosso Senhor Jesus encheu o sepulcro de sepulcro no mais doce sentido espiritual. Já não cheira a corrupção nem a fétida putrefação, mas sim que podemos cantar com o poeta do santuário –
“Por que teríamos de temer que depositem
Nossos corpos no sepulcro?
Ali esteve a amada carne de Jesus,
E ela deixou um perfume duradouro.”
Aquele humilde leito na terra está agora perfumado com custosas especiarias e se apresenta enfeitado com flores aromáticas, pois sobre sua almofada nosso Amigo mais verdadeiro apoiou Sua santa cabeça uma vez. Nós não retrocederemos com horror das câmaras dos mortos, pois o próprio Senhor as percorreu, e onde Ele esteve, o terror se dissipa.
O Mestre deixou também Seus lençóis ao partir. Não saiu da tumba envolto com uma mortalha; não levava as vendas da tumba como um traje da vida; mas quando Pedro entrou no sepulcro, viu os lençóis sozinhos e cuidadosamente dobrados. Atrevo-me a dizer que Jesus os deixou ali para que fossem as cortinas do aposento real onde Seus santos se entregam ao sono. Olhem como eles encobriram nosso último leito! Nosso dormitório já não é sombrio e nu, como a cela de uma prisão, mas sim está decorado com um linho fino e com lindos estofados: é um aposento digno de príncipes! Iremos ao nosso último aposento em paz, porque Cristo o mobiliou para nós. Ó, se mudamos a metáfora, poderíamos dizer que nosso Senhor deixou esses lençóis para que os consideremos como garantias de Sua comunhão conosco em nosso humilde estado, e como lembranças de que assim como Ele despojou-se das vestes da morte, assim nós também o faremos. Ele levantou-se de Seu divã e deixou ali Seus pijamas em sinal de que quando nós despertemos, haverá também outras vestes prontas para nós.
Mudarei de novo a figura, e direi que assim como temos visto velhas bandeiras esfarrapadas penduradas nas catedrais e em outros edifícios nacionais como lembranças dos inimigos derrotados e das vitórias conquistadas, assim também, na cripta onde Jesus venceu a morte estão penduradas Seus panos, como troféus de Sua vitória sobre a morte, e como nossa garantia de que todo Seu povo será mais que vencedor por meio Daquele que o amou. “Onde está, ó morte, seu aguilhão? Onde está, ó sepulcro, sua vitória?”
Logo, cuidadosamente enrolado em um lugar separado, nosso Senhor deixou o sudárioque tinha coberto Sua cabeça. O sudário está agora por ali. O Senhor já não necessitava dele quando ressuscitou. Os que choram podem usá-lo como um lenço para enxugar suas lágrimas. Vocês, viúvas, e vocês órfãos – vocês irmãos que se lamentam e vocês irmãos que choram – vocês, vocês, Raqueis que não querem ser consoladas porque seus filhos pereceram, tomem aqui, tomem esse sudário com o qual envolveram o rosto de seu Salvador, e enxuguem suas lagrimas para sempre. O Senhor verdadeiramente ressuscitou e, portanto, assim disse Jeová: “reprime do pranto tua voz, e das lágrimas teus olhos…. porque voltarão da terra do inimigo”; “Teus mortos viverão”. Ó, você que guarda luto, seus seres queridos ressuscitarão conjuntamente com o cadáver do Senhor; portanto, não se aflijam como fazem o que não tem esperança, pois se vocês creem que Jesus morreu e ressuscitou, o Senhor levará consigo também aos que dormem em Jesus.
O que mais o Salvador ressuscitado deixou para trás? Nossa fé tem aprendido a recolher algumas doces recordações do leito do tranquilo sono de nosso Senhor. Bem, amados, Ele deixou anjos atrás de si, convertendo assim a tumba em –
“Uma cela onde os anjos estão
Em ir e vi com novas celestiais.”
Os anjos não tinham estado antes na tumba, mas, em Sua ressurreição, desceram até lá; um deles rodou a pedra, e outros se assentaram onde o corpo de Jesus tinha sido colocado. Eles eram assistentes pessoais e a escolta do Grandioso Príncipe, e, portanto, lhe prestaram assistência em Sua ressurreição, vigiando a entrada e respondendo às perguntas de Seus amigos. Os anjos são cheios de vida e vigor, mas não duvidaram em se reunir no sepulcro para adornar a ressurreição da mesma forma que as flores enfeitam à primavera. Eu não leio que nosso Senhor tenha jamais retirado os anjos do sepulcro de Seus santos; e agora, se os crentes morrem, tão pobres como Lázaro, e tão enfermos e tão desprezados como ele, os anjos transportarão suas almas ao seio de seu Senhor, e seus corpos serão vigiados pelos espíritos guardiões tão certamente como Miguel guardou o corpo de Moisés e contendeu por ele com o inimigo. Os anjos são tão servidores dos santos viventes como são custódios de Seu povo.
O que mais deixou nosso Amado para trás? Ele deixou uma passagem aberta desde o sepulcro, pois a pedra foi rolada; essa casa da morte está sem portas. Se o Senhor não vier logo, nós também desceremos ao calabouço da tumba. O que eu disse? Eu chamei de “calabouço”; mas, como chamar de calabouço se ele não tem mais ferrolhos nem trincas. Uma prisão é uma prisão se não ela tem nem mesmo uma porta que deixe preso seus ocupantes? Nosso Sansão arrancou as colunas e espatifou as portas da tumba com todas suas barras. A chave foi retirada do cinturão da morte e hoje é levada pela mão do Príncipe da Vida. O selo quebrado e os vigilantes desfalecidos são sinais que o calabouço da morte não pode reter mais seus cativos. Assim como Pedro, quando foi visitado pelo anjo, viu que suas cadeias se romperam e que as portas de ferro se abriram sozinhas, assim também os santos encontrarão um escape disponível na manhã da ressurreição. Dormirão por um tempo, cada um em seu lugar de descanso, mas se levantarão sem problemas, já que a pedra do sepulcro foi rolada. Um poderoso anjo rodou a pedra, pois era muito grande, e quando ele o fez, se sentou sobre ela. Suas vestes eram brancas como a neve, e seu rosto era como o relâmpago, e estando sentado sobre a pedra, ele parecia dizer à morte e ao inferno: “coloquem ela de volta se puderem” –
“Quem reconstruirá a prisão do tirano?
O cetro que caiu de suas mãos ficou quebrado;
Seu domínio acabou; o Senhor ressuscitou;
Os indefesos logo serão libertos de seus laços”.
Aventuro-me a mencionar mais uma coisa que meu Senhor deixou em Sua tumba abandonada. Visitei faz alguns meses vários dos grandes edifícios com nichos para urnas crematórias que se acham fora das portas de Roma. Você entra em um grande edifício, na terra, e desce muitos degraus, e conforme desce, observa nas quatro paredes da grande câmara, inumeráveis pequenos armários onde estão depositadas as cinzas de dezenas de milhares de pessoas que faleceram. Usualmente na frente de cada compartimento preparado para recepção das cinzas existe uma lâmpada. Eu vi centenas, se não milhares, dessas lâmpadas, mas todas estão apagadas, e certamente dão a impressão de jamais terem sido iluminadas. Não projetam nenhum raio sobre as trevas da morte. Porem, nosso Senhor entrou na tumba e a iluminou com Sua presença: “a lâmpada de seu amor é nossa guia através da penumbra”. Jesus trouxe a vida e a imortalidade à luz por meio do Evangelho; e agora existe luz nos pombais onde se colocam os cristãos; sim, em cada cemitério existe uma luz que arderá através das vigílias da noite da terra até que amanheça o dia e as sombras fujam e então desponte a manhã da ressurreição.

Assim, então, a tumba vazia do Salvador nos deixa muitas doces reflexões que guardamos para nossa instrução.




6 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 2

Por Charles Haddon Spurgeon

II. Nosso texto fala expressamente das BUSCAS VÃS: “por que buscais entre os mortos ao que vive? Não está aqui, mas ressuscitou”.
Existem lugares onde os buscadores de Jesus não deveriam esperar encontrá-Lo, independente de quanto sejam diligentes sua busca e de que sincero seja seu desejo. Não se pode encontrar um homem onde ele não está, e existem certos lugares nos que Cristo não pode jamais ser achado. Nesse presente momento vejo muitos seres que buscam a Cristo entre os monumentos do cerimonialismo, ou no que Paulo chamou “os débeis e pobres rudimentos”, pois eles “guardam os dias, meses, tempos e anos”. Desde que nosso Senhor ressuscitou o judaísmo e toda forma de cerimônia simbólica não passam de nada mais que sepulcros, tipos foram ordenados pelo próprio Deus, mas que quando veio à substância mesma dessas coisas, se converteram em sepulcros vazios e nada mais. Desde então os homens inventaram outros símbolos que nem sequer tem a sanção da autoridade divina, e que só são tumbas de mortos. Nessa época presente o mundo foi loucamente atrás de seus ídolos, sendo enganado e iludido por aqueles que têm um zelo por Deus, mas não conforme a ciência. Certamente nunca houve um período, inclusive quando Roma era dominadora, em os homens se apegaram a cerimônias com tanta velocidade como que no presente dia; converteram o cristianismo em um julgo maior de servidão do que foi o próprio judaísmo; porem, uma alma sincera e desperta em vão esperará encontrar Jesus entre essas vãs representações. Elas podem deslizar-se de um dia santo a outro, e de um lugar santo a outro, e de palavras mágicas para outras, porem, não encontrarão ao Salvador em nada disso, pois Ele mesmo declarou assim: “Nem nesse monte nem em Jerusalém adorareis ao Pai… Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (João 4:23). Jesus rasgou o véu e aboliu a adoração cerimonial, e, no entanto, os homens buscam revivê-las, edificando os sepulcros que o Senhor demoliu. Ele repete aos nossos ouvidos a advertência nesse dia: “Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo; para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher;” (Deuteronômio 4:15-16).  No entanto, certos homens entre nós estão dedicados a levantar os altares que nossos piedosos antepassados derrubaram, e a obra dos reformadores e dos protestantes tem que ser realizada de novo agora. Que Deus nos envie um Knox ou um Lutero com um maravilhoso martelo para fazer pedaços dos ídolos que dos sacerdotes de Baal que estão se levantando! Buscam o vivo entre os mortos. Jesus não está em suas missas nem em suas procissões. Ele ressuscitou muito além de tal adoração carnal. Se Ele fosse um Cristo morto, tal adoração poderia até ser, talvez, um apropriado desfile sobre Sua tumba, mas para um que vive para sempre, deve ser insultante apresentar um serviço tão materialista.
Mas, ai, existem muitas outras pessoas que estão buscando a Cristo como seu Salvador entre as tumbas da reforma moral! Nosso Senhor comparou os fariseus com sepulcros caiados; internamente estava cheios de ossos, mas exteriormente estavam formosamente adornados. Ó, de que forma os homens tratam de se branquearem quando se colocam intranquilos quanto as suas almas! Renunciam algum pecado grave, não de coração, mas somente em aparência, e cultivam certas virtudes, não de alma, mas somente por ato externo, e assim esperam ser salvos ainda que sigam sendo inimigos de Deus, amantes do pecado e avarentos buscadores da paga da injustiça. Esperam que o exterior limpo do vazo e do prato satisfaça o Altíssimo, e que Ele não seja tão severo para revisar o interior e provar seus corações.
Ó senhores, vocês buscam ao vivo entre os mortos? Muitos têm buscado paz para suas consciências por meio de suas reformas morais, mas se o Espírito Santo os convenceu verdadeiramente de pecado, logo eles descobrirão que estavam buscando um Cristo vivo entre as tumbas. Ele não está aqui, pois ressuscitou. Se Cristo estivesse morto, muito bem poderíamos dizer-lhes: “Vão e façam tudo que possam para serem seus próprios salvadores”; porem, entanto que Cristo está vivo, Ele não precisa de sua ajuda. Ele os salvará de princípio a fim, ou não o fará de forma alguma. Ele será o Alfa e o Ômega para vocês, mas se vocês colocarem suas mãos sobre Sua obra e pensarem que podem ajudar ao Senhor de alguma maneira, você já teriam desonrado Seu santo nome, e Ele não teria nada que ver com vocês. Não busquem uma salvação viva entre os sepulcros da formalidade externa.
Muitíssimas pessoas também estão esforçando-se para encontrar o Cristo vivo entre as sepulturas que se aglomeram aos pés do Sinai; elas olham para lei buscando vida, mas o ministério dela é morte. Os homens pensam que devem de ser salvos guardando os mandamentos de Deus, que devem fazer o melhor que podem, e concebem que seus esforços sinceros serão aceitos, e que assim se salvarão por eles mesmos. Essa ideia de justiça própria é diametralmente oposta ao espírito do Evangelho. O Evangelho não é para você que crê que pode se salvar a si mesmo, mas para os que estão perdidos. Se você pode salvar a si próprio, anda a faz isso, e não burle do Senhor com suas hipócritas orações. Anda e tropeça entre as tumbas do antigo Israel, e pereça como eles pereceram no deserto, pois nem Moisés nem a lei podem conduzi-los ao repouso. O Evangelho é para os pecadores que não podem guardar a lei, que a quebrantaram e que incorreram em seu castigo, e que sabem o que o fizeram e o confessam. Para tais pessoas veio um Salvador vivo que apaga suas transgressões. Não busquem a salvação pelas obras da lei, pois por elas nenhuma carne vivente será justificada. Pela lei vêm o conhecimento do pecado e nada mais; mas a justiça, paz, vida e a salvação vêm pela fé no Senhor Jesus Cristo vivo e não por outros meios. “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”; mas se o seu propósito for estabelecer sua própria justiça, com toda certeza você perecerá, porque terá rejeitado a justiça de Cristo.
Existem outros que buscam ao Jesus vivo entre as tumbas tratando de identificar algo bom na natureza humana, em seus próprios corações e em sua disposição natural. Posso vê-los agora, pois o conheci desde muito tempo, e essa tem sido sempre sua insensatez: você irá ao ossuário de sua própria natureza e perguntará: “Jesus está aqui?”. Amado, você está triste e deprimido, e isso não me surpreende. Olhe aqueles ossos secos e esses esqueletos embranquecidos. Olhe esse monte de podridão, essa massa de corrupção, esse corpo de morte; você pode tolerar o espetáculo? “Ah” você responde – “eu verdadeiramente sou um homem desventurado, mas anelo achar algo bom em minha carne”. Ó amado, suspiras em vão, pois olhar em sua própria natureza carnal para encontrar consolação equivale a vasculhar o inferno para encontrar lá o céu. E aqui, nesse dia, Deus abandonou à velha natureza e a entregou à morte. Sob a antiga lei, a circuncisão significava remover a imundícia da carne, como se depois que essa imundícia desaparecesse a carne pudesse ser melhorada, mas agora, sob o novo pacto, temos um símbolo muito mais profundo, pois “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”. (Romanos 6:3-4). O homem velho está enterrado como algo morto, de quem não pode sair nada de bom. “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (Romanos 6:6). Deus não tenta renovar a velha mente carnal, mas faz de nós novas criaturas em Cristo Jesus. Se qualquer homem que pratica a introspecção com o alvo da consolação, bem poderia acumular blocos de gelo de Wenham com intenção de queimar uma cidade. Se vocês estão dando corda para seus corpos e sentimentos, para seus pensamentos e imaginações com o fim de descobrir consolo, é como se esperassem encontrar preciosos diamante varrendo as estradas. “Não está aqui”, diz a totalidade de nossa velha natureza. Não está aqui; ressuscitou; e para consolação, devem olhar unicamente para Ele, que está entronizado nos céus.
Ademais, muitas pessoas tentaram encontrar Cristo no meio das sombrias catacumbas da filosofia do mundo. Por exemplo, no Domingo lhes encanta receber um sermão saturado de pensamento, e o significado moderno de pensamento é algo que está mais além, se não é que oposto, ao simples ensino da Bíblia. Se um homem fala para sua congregação do que encontra nas Escrituras, é dito que ele “fala banalidades”; mas se um homem diverte sua congregação com seus próprios sonhos, sem importar quão opostos pudessem ser dos pensamentos de Deus, então é considerado “um pensador”, é um “pregador altamente intelectual”. Poderia até existir alguns que amem as divagações dos sonhadores e as durezas dos céticos acima de todas as coisas. Se eles podem ouvir o que um professo infiel diz contra a Inspiração, se podem ser entretidos com a mais recente blasfêmia, alguns destes ouvintes sentem que estão logrando avanços nessa cultura mais sofisticada, que é tão alardeada em nossos dias. Porem, creiam-me, as cavernas frequentadas pelos morcegos da falsa filosofia e da pretendida ciência foram exploradas uma e outra vez, mas a salvação não habita nelas. Nos dias de Paulo havia gnósticos que andavam por todos os serpeantes lugares de erudição vangloriosa, mas só descobriram “outro evangelho que não era outro”. O mundo não conheceu a Deus pela sabedoria. Depois de perambular em meio das sombrias catacumbas da filosofia, regressamos a respirar ao fresco ar fresco da Palavra vida, e no tocante aos labirintos da ciência, expressamos com voz entrecortada a frase: “o Senhor não está aqui”. A razão não O encontrou em suas mais profundas minas, nem a especulação O achou em seus mais elevados voos, ainda que de verdade, Ele não está longe de nenhum de nós. Atenas tem seu Deus desconhecido, mas, no simples Evangelho, Deus é conhecido na pessoa de Jesus. Sócrates e Platão sustentam suas velas, mas Jesus é o sol. Nossos pensadores modernos criticam, disputam e, no entanto, em nosso meio, um Cristo vivo converte os pecadores, anima aos santos e glorifica a Deus. Se o Senhor fosse um tema morto para debate, a filosofia poderia nos ajudar; mas como Ele é um poder vivente, um grão de fé Nele é melhor do que montanhas de filosofia.
Ó vocês que não conhecem a vida interior, nem o Espírito vivificador, o que vocês têm haver com o Senhor ressuscitado? Que vocês se convertessem nos árbitros da verdade concernentes a Jesus nosso Senhor equivaleria que o verme da corrupção se convertesse em um juiz de querubins.

Eu ansiosamente desejo, verdadeiramente, que vocês que estiveram buscando a salvação em qualquer dessas direções renunciem a essa desesperada tarefa e entendam que Cristo está perto de vocês, e se vocês creem Nele com o coração e com a boca o confessam, serão salvos. “Olhai para mim e seus salvos, todos os términos da terra, porque eu sou Deus e não há outro”: esse é o clamor Dele para vocês. “A fé é pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Deus”. “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”, Jesus ainda vive, e pode salvar perpetuamente. Tudo o que se tem que fazer é simplesmente voltar para Ele o olhar de sua fé: por essa fé, Ele se converte seu, e você é salvo, mas, ó, não busque entre os mortos Aquele que vive, pois Ele ressuscitou.



7 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 3

Por Charles Haddon Spurgeon

III. Vamos mudar outra vez nosso teor e vamos considerar, em terceiro lugar, OS DOMICÍLIOS INADEQUADOS. Os anjos disseram às mulheres: “não está aqui, mas ressuscitou”. O que equivale a dizer: posto que Ele vive, não mora aqui. O Cristo vivo poderia ter ficado na tumba e converter o sepulcro em Seu lugar de repouso, mas isso não teria sido apropriado; e isso nos ensina hoje que os cristãos devem morar em lugares apropriados para eles. Vocês ressuscitaram em Cristo, portanto, não deveriam residir no sepulcro. Irei falar-lhes agora aos que, para efeitos práticos, vivem no sepulcro, ainda que tenham ressuscitado dos mortos.
Alguns deles são excelentes indivíduos, mas seus temperamentos e talvez suas erradas convicções do dever lhes conduz a estarem perpetuamente sombrios e desanimados. Esperam ter crido em Cristo, mas não estão seguros; confiam que são salvos; mas não seriam o suficiente presunçosos para dizê-lo. Não se atrevem a ser felizes desfrutando da convicção de que são aceitos no Amado. Amam a corda lamentosa da harpa, e lamentam um Deus ausente. Esperam que as promessas divinas serão cumpridas; confiam que, talvez, em um desses dias eles poderão sair à luz e que verão um pouco da luminosidade do amor do Senhor, mas agora estão dispostos a se deter e, por hora, moram no vale da sombra da morte e sua alma está dolorosamente sobrecarregada.
Querido amigo, você pensa que essa é uma condição apropriada para um cristão? Eu não irei negar seu cristianismo nem por um momento, pois não tenho nem a metade das dúvidas sobre isso das que você mesmo têm; tenho uma melhor opinião de você do que você mesmo tem de você. O mais trêmulo crente em Jesus é salvo, e sua pouca fé o salvará; porem, realmente você crê que Cristo tinha a intenção de que você ficasse onde está, sentado na fria e silenciosa tumba, no meio do pó e das cinzas? Por quê você deveria se manter na clandestinidade? Por que não vir ao jardim do Mestre onde as flores exalam seu perfume? Por que não desfrutar da fresca luz da plena segurança e do doce alento das influências consoladoras do Espírito? O que habitava entre as tumbas era um louco; não o imite. Não diga: ‘eu fui tão pecador que isso é tudo o que mereço desfrutar’, pois ao falar de merecer, já tem deixado por completo o Evangelho. Eu sei que você crê em Jesus, e que não renunciaria sua esperança por nada nesse mundo; você sente, depois de tudo, que Ele é um Cristo precioso para ti; vem, então, regozija-se Nele, ainda que não possa se regozijar em você mesmo. Vem amado, sai dessa horrível cripta, a deixe de imediato! “Ainda que vos tenhais deitado entre redis, contudo sereis como as asas duma pomba, cobertas de prata, e as suas penas, de ouro amarelo.” (Salmos 68:13). Seu Senhor se aproxima de você nessa hora e lhe diz: “Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face graciosa.” (Cânticos 2:14). Membros do corpo de um Salvador ressuscitado, vocês irão ficar ainda na tumba? Levantem-se e saiam! Não duvidem mais. Ó crente, que motivo você tem para duvidar de seu Deus? Ele mentiu alguma vez? Não questione mais o poder do sangue precioso. Porque você haveria de duvidar Dele? Esse sangue não é capaz de lhe limpar do pecado? Não pergunte mais sobre se você é salvo ou de poder sê-lo; se você crê, você está tão seguro como Cristo está; se você está apoiado Nele, você não pode perecer mais do que Cristo pode perecer; Sua palavra o garantiu, Sua honra está envolvida nisso e Ele certamente o levará ao repouso prometido; portanto, você deve ser feliz.
Vamos, eu conheço a um irmão que viveu enterrado nas catacumbas e nas criptas por tanto tempo que ele condena a seus irmãos porque eles vivem na luz do sol, e diz: “não posso entender que um homem fale tão confiadamente, não posso entendê-lo”. Meu querido irmão, que você não possa entendê-lo não quer dizer que esteja mal. Existe muito sobre as águias que as corujas não entendem. Você, que está inquietando-se e preocupando-se sempre dessa forma, está pecando contra Deus, está contristando Seu Espírito, está atuando inconscientemente com sua profissão de fé cristã, e, no entanto, ainda se atreve a julgar os outros que creem que Deus é verdadeiro e tomam Sua palavra em conta, e, portanto, obtêm gozo e consolo de Sua promessa. Jamais faça isso; seria algo malvado que você se colocasse como juiz. Em vez disso, ore pedindo ao Senhor que levante a luz de Seu rosto sobre ti, para que lhe dê gozo e paz na fé, pois Ele diz isso: “Alegrai-vos no Senhor e gozai, justos; e cantai com júbilo todos vós os retos de coração.” Saia da tumba, querido irmão, pois Jesus não está ali, e, se Ele não está lá, por que você deveria de estar? Ele ressuscitou. Ó, levante-se e seja consolado, também, no poder do Espírito Santo.
Outro tipo de gente parece morar entre as tumbas: refiro-me a cristãos – e confio que sejam verdadeiros cristãos – mas que são muito, muito mundanos. Que um homem seja diligente nos negócios não é pecado, mas é uma lastimável falha quando a diligência nos negócios destrói o fervor do espírito e quando não se serve a Deus na vida cotidiana. Um cristão deveria ser diligente para prover coisas honestas aos olhos de todos os homens, mas existem alguns que não se contentam com isso. Eles têm o suficiente, porem, cobiçam mais, e quando tem mais, ainda estendem seus braços como mares para abraçar toda a costa, seu pensamento principal não é Deus, mas sim o ouro; não é Cristo, mas sim a riqueza.
Ó irmãos, irmãos, permitam-me repreendê-los sinceramente, para que não recebam uma severa reprovação, na providência, em suas próprias almas. Cristo não está aqui! Ele não habita nos montes de prata. Vocês poderiam ser muito ricos, e, no entanto, poderiam não encontrar a Cristo em todas essas riquezas; e poderiam ser pobres, e ainda assim, se Cristo estivera com vocês, seriam felizes como os anjos. Ele não está aqui, ressuscitou! Uma tumba de mármore O reteria, nem uma tumba de ouro poderia contê-LO. Não permita que contenha você. Desenrole a mortalha encerrada em seu coração; lança todo seu cuidado sobre Deus que cuida de você. Deixe que sua conversa seja no céu. Não coloque seu afeto nas coisas da terra, e sim o coloque nas coisas de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
Direi algo mais sobre esse ponto e é um tema mais doloroso ainda: existem alguns professos que vivem no depósito de cadáveres do pecado. No entanto, dizem que são membros do povo de Deus. Não, não direi que vivem no pecado, mas fazem algo que talvez seja pior: buscam o pecado para encontrar nele seus prazeres. Eu suponho que podemos julgar a um homem mais por aquilo em que ele acha prazer do que qualquer outra coisa. Um homem poderia dizer: “eu não frequento sempre os divertimentos do mundo; nem sempre me encontro onde o pecado se mescla com o júbilo, nem onde os mundanos dançam na beira do inferno; mas vou ali de vez em quando para desfrutá-lo às vezes”.
Não posso evitar a observação de Rowland Hill, quem, quando se reuniu com um professo que ia ao teatro e que era membro de sua igreja, disse: “Entendo que você vai ao teatro”. “Não” – lhe respondeu o professo – “eu só vou de vez em quando para satisfazer-me” “Ah”- disse o Sr.Hill – “isso piora tudo. Suponha que alguém diga: ‘o Sr.Hill é um ser estranho, pois come carniça’. Então me perguntariam: ‘é verdade, Sr. Hill, que você vive de carniça?’ ‘Não, eu não como carniça habitualmente, mas como um pratinho de carniça de vez em quando para matar a vontade’. Pois bem, você pensaria que eu sou mais sujo que o que teria sido se a comesse sempre”.
Existe uma grande força nessa observação. Se tudo aquilo que beira o imundo e o lascivo é um deleite para você, então seu próprio coração é imundo, e você está buscando seu prazer e consolo entre os mortos. Existem algumas coisas das quais os homens derivam satisfação em nossos dias que só são idôneas para fazer os idiotas rirem e os anjos chorarem. Sejam seletivos, homens e mulheres cristãs, enquanto suas companhias. Vocês são irmãos de Cristo; por acaso irão se juntar com os filhos de Belial? Vocês são herdeiros da perfeição em Cristo; mesmo agora estão vestidos de linho imaculado e são formosos e belos aos olhos de Deus; vocês são um sacerdócio real, são os eleitos da humanidade; vocês arrastarão suas vestes na lama e se tornarão motivo de piadas dos filisteus? Vocês se juntarão com os necessitados filhos do mundo? Não; atuem de acordo com sua estirpe e a sua natureza nascida de novo, e não busquem jamais o vivo entre os mortos. Jesus nunca esteve ali; tampouco vocês se dirijam para lá. Ele não amou o ruído nem o barulho dos prazeres do mundo; Ele tinha alimentos de outro tipo. Que Deus lhes conceda sentir a sólida vida da ressurreição dentro de seus espíritos.



8 - O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente – Parte 4

Por Charles Haddon Spurgeon

IV. Porem, sigo adiante. Em quarto lugar, quero adverti-lhes contra OS SERVIÇOS IRRACIONAIS. Essas boas pessoas para quem os anjos disseram: “não está aqui, mas ressuscitou”, levavam uma carga, e o que era que levavam? Levavam libras de especiarias, as mais preciosas que puderam comprar. O que pretendem fazer? Ah, se um anjo pudesse rir, eu pensaria que ele deve de ter rido ao dar-se conta de que essas pessoas vinham embalsamar a Cristo. “Não está aqui; e mais; não está morto, ele não precisa ser embalsamado, Ele vive”.
Talvez vocês tenham visto por toda Inglaterra na Sexta Feira Santa, e também no Domingo de Glória, as multidões de pessoas – não tenho nenhuma dúvida que são pessoas muito sinceras – que vem embalsamar a Cristo. Tocam um sino porque Ele está morto, e jejuam e cantam tristes hinos sobre seu Salvador morto. Eu bendigo ao Senhor porque meu Redentor não está morto, nem tenho que tocar um sino fúnebre por Ele. Ele ressuscitou, Ele não está aqui! Aqui vem multidões deles com seus linhos finos, e suas preciosas especiarias para cobrir um Cristo morto. Esses homens estão loucos? Porem, eles respondem, ‘nós só estávamos fazendo outra representação’. Ó, se tratava disso? Tratava-se de farsas práticas? Encenar a gloriosa expiação do Calvário como se fosse uma obra teatral! Então eu acuso os atores de blasfêmia diante do trono do Deus eterno que ouve minhas palavras; os acuso de irreverência por se atreverem a ensaiar em mímica o que foi feito uma vez e para sempre, e que não se deve jamais repetir. Não, não posso supor que tiveram a intenção de remendar o grandioso sacrifício, e, portando, concluo que pensaram que seu Salvador estava morto, e então eles disseram: “Toquem os sinos por Ele! Ajoelhem-se e chorem diante de Sua imagem na cruz”. Se eu cresse que Jesus Cristo morreu na Sexta Santa, eu festejaria todo o dia devido que Sua morte já passou; como Ele ordenou que o excelso festival da Ceia do Senhor seja Sua comemoração, e eu sigo Seu mandato, eu não guardo nenhum jejum. Quem se sentaria e choraria por um amigo que morreu, se soubesse que ele foi restaurado à vida e que foi exaltado em poder? Por que se inclinar aos mortos por um amigo vivo? No entanto, não condeno mais à boa gente do que os anjos condenaram àquelas santas mulheres, só que podem levar suas especiarias para casa e seu linho fino também, pois Jesus vive e não necessita dessas coisas.
Muitas pessoas exigentes fazem o mesmo de outras formas. Olhem como elas dão um passo a frente em defesa do Evangelho. Descobriu-se por meio da geologia e da aritmética que Moisés está equivocado. Na mesma hora muitos saem para defender Jesus Cristo. Argumentam a favor do Evangelho, e se desculpam por ele, como se agora ele estivesse um pouco rançoso, e como se necessitássemos mudá-lo para adequá-lo aos descobrimentos modernos e às filosofias da época presente. Isso me parece exatamente com se aproximar com seu linho fino e com suas especiarias preciosas para envolver Cristo. Leve-os embora. Eu me pergunto se Butler e Paley não criaram juntos mais infiéis do que jamais os curaram, e se a maioria das defesas do Evangelho não são puras impertinências. O Evangelho não precisa ser defendido. Se Jesus Cristo não estivesse vivo, e não pudesse pelejar Suas próprias batalhas, então o cristianismo estaria em uma situação de risco. Porem, Ele vive, e só temos que pregar Seu Evangelho em toda sua desnuda simplicidade, e o poder que sai com ele será a evidência de sua divindade. Nenhuma outra evidência jamais convencerá à humanidade. As apologias e as defesas têm boas intenções, sem dúvida, como também o embalsamento tinha boas intenções por parte dessas boas mulheres, mas são de pequeno valor. Dê espaço para Cristo, dê-lhe espaço e oportunidades para Seus pregadores pregarem o Evangelho, e deixem que a verdade seja levada em uma linguagem simples, e logo se ouvirá o Mestre dizer: “levem as especiarias, levem embora o linho! Eu estou vivo, e não preciso dessas coisas”.
Vemos o mesmo tipo de coisa em outras boas pessoas que se apegam a formas passadas da moda e dos estereótipos; para elas tudo deve ser conduzido exatamente como sempre se conduziu há cem ou duzentos anos. A ordem puritana deve ser mantida, e não deve haver nenhuma divergência, e a maneira de expor o Evangelho tem que ser exatamente da mesma forma que foi exposto pelo bom ancião, o doutor Fulano de Tal, e no púlpito deve existir a mais terrível monotonia que possa ser traçada, e o pregador deve ser devotamente brando, e toda a adoração deve ser serenamente apropriada: muitas especiarias e linho fino com que cobrir a um Cristo morto. Já eu me deleito em fazer pedaços das coisas convencionais e apropriadas. É algo grandioso pisotear as meras regulações humanas, porque a vida não pode ser algemada com regulações apropriadas somente para os mortos. A morte jaz envolta como uma múmia no museu; mas a vida, a verdadeira vida, se manifestará de formas inesperadas. A vida dirá o que a morte não poderia dizer, surgirá onde não era esperada, e quebrará suas leis e regulamentos em mil pedaços. Porem, ainda vejo a boa gente levantando suas mãos em horror, e clamando: “Tragam aqui a goma arábica, a mirra e os aloés, tragam aqui o linho. Devemos cuidar de nosso amado Mestre morto”. Deixá-lo em paz, deixá-lo em paz, homem, Ele está vivo e não precisa que o cubram. Não duvido em dizer que grande parte da ordem da igreja entre os Dissidentes, os Episcopais, Presbiterianos e todo tipo de denominações, e uma boa parte do apropriado, do decoro, da regulação e do “assim como era no principio, agora e sempre será” não são nada que outras tantas especiarias e linho fino para um Cristo morto, mas Cristo está vivo, e o que ele precisa é de espaço! Não digo isso para meu próprio beneficio – por acaso não sou sempre correto? – mas digo em benefício de alguns sinceros irmãos evangelistas que, quando pregam aos pobres, usam uma linguagem extravagante e talvez, também, uma ação extravagante. Que o usem. Os críticos dizem que são teatrais. Houve alguma vez alguém que fosse a metade de teatral e dramático do que Ezequiel? Todos os profetas não fizeram coisas estranhas para ganhar a atenção do povo? Vamos, a mesma acusação foi apresentada contra Whitefield e Wesley: “essas pessoas estão completamente quebrando todas as regras” e etc. que benção quando os homens podem fazer isso!
O Sr. Hill foi para Escócia para pregar o Evangelho, e diziam que ele pisoteava sobre os lombos de toda ordem e decoro. Então ele disse: “vou chamar meu par de cavalos com esses nomes, para que seja certo”. Era certo; e sem dúvida ele cavalgou sobre os lombos da ordem e do decoro, mas ele levava às almas a Cristo com esses dois estranhos corcéis e com seu quebrantamento de todas as regras para chegar a homens e mulheres que nunca teriam sido alcançados de outra forma. Estejam preparados para deixar Cristo em liberdade, e deem a Seus servos liberdade para servir-lhe como o Espírito de Deis os guie.
V. Por último, queria falar-lhes sobre AS ASSOMBROSAS NOVIDADES que essas boas mulheres receberam: “Ele não está aqui, mas sim que ressuscitou”. Essas eram assustadoras novas para Seus inimigos. Eles diziam: “o matamos; o colocamos na tumba; tudo acabou para Ele”. Ah, escriba, fariseu, sacerdote, o que você fez? Sua obra foi revertida, pois Ele ressuscitou! Essas foram espantosas novas para Satanás. Ele, sem dúvida, sonhava que havia destruído ao Salvador, porem, Ele ressuscitou. Que estremecimento recorreu todas as regiões infernais! Que noticias foi para a tumba! Agora ela estava completamente destruída, e a morte tinha perdido seu aguilhão! Que noticia foi para os trêmulos santos: “o Senhor ressuscitou verdadeiramente”. Eles recobraram ânimo e disseram: “a boa causa é a correta, e vencerá, pois nosso Cristo vive e a encabeça”. Essa foi uma boa notícia para os pecadores. Sim, é uma boa notícia para todo pecador aqui presente. Cristo vive; se você o busca, o encontrará. Eu não lhes estou hoje os dirigindo a um Cristo morto. Ele ressuscitou; Ele pode salvar perpetuamente aos que por Ele se aproximam a Deus. Não existem melhores notícias do que essas para os homens tristes, para os homens desassossegados, desanimados e desesperados: o Salvador vive, e é ainda capaz de salvar e está disposto a lhe receber em Seu terno coração. Essas foram notícias alegres, amados, para todos os anjos e para todos os espíritos do céu; foram alegres novas, e viveremos em seu poder com a ajuda de Seu Espírito, e as contaremos a nossos irmãos para que se alegrem conosco, e jamais nos desesperaremos. Não daremos mais espaço às dúvidas e aos temores, mas diremos uns aos outros: “o Senhor ressuscitou verdadeiramente”. Que o Senhor os abençoe, e que ao aproximarem-se de Sua mesa – e confio que muitos membros de Seu povo se aproximarão – encontremos nosso Senhor ressuscitado. Amém.








9 - "O Poder de Sua Ressurreição" - Fp. 3:10

A doutrina da ressurreição do Salvador é extremamente preciosa. A ressurreição é a pedra angular do edifício do cristianismo. É a viga mestra da nossa salvação. Seria necessário um livro inteiro para mostrar todos os rios de água viva que fluem dessa única fonte sagrada, a ressurreição de nosso amado Senhor e Salvador Jesus Cristo; mas saber que Ele ressuscitou e ter comunhão com Ele como tal – ter comunhão com o Salvador ressurrecto em decorrência de termos uma nova vida; vê-lO deixar o túmulo em decorrência de nós mesmos deixarmos o túmulo do mundanismo - é ainda mais valioso. A doutrina é a base da experiência; no entanto, tal como a flor é mais encantadora que a raiz, a experiência da comunhão com o Salvador ressurrecto é muito mais encantadora que a própria doutrina. Quero que você creia que Cristo ressuscitou dos mortos para que fale sobre isso e receba toda a consolação proveniente desse fato tão bem documentado e testemunhado; mas, eu lhe peço, não se contente só com isso. Embora você não possa, como os discípulos, ver Jesus pessoalmente, eu ainda lhe digo para desejar vê-lO com os olhos da fé; e, embora não possa, como Maria Madalena, "tocá"-Lo, ainda assim você pode ter o privilégio de conversar com Ele, e saber que Ele ressuscitou, e que você mesmo está sendo vivificado nEle em novidade de vida. Conhecer o Salvador crucificado por ter Ele crucificado todos os meus pecados é uma das coisas mais sublimes que existe; mas conhecer o Salvador ressuscitado por ter Ele me justificado, e entender que Ele me concedeu uma nova vida por ter me tornado uma nova criatura por meio da Sua própria novidade de vida, é uma experiência realmente inigualável: sem isso, ninguém pode se dar por satisfeito. Que você possa "conhecê-Lo e o poder da Sua ressurreição." Por que deveriam as almas vivificadas por Jesus vestir mortalhas de mundanismo e incredulidade? Levante-se, pois o Senhor ressuscitou.

Charles Haddon Spurgeon







10 - Ressurreição

Antes de tudo deve ser dito que seres morais como os anjos e a humanidade não podem deixar de existir quanto ao espírito.
Então, quando a Bíblia fala de ressurreição esta possui os seguintes significados:
1 – a ressurreição futura do corpo físico dos crentes em corpo celestial por ocasião do arrebatamento da Igreja por Jesus Cristo; e a dos ímpios condenados ao lago de fogo e enxofre por ocasião do grande juízo final de Deus.
2 – a ressurreição da morte espiritual no momento em que nos convertemos a Cristo;
3 – o retorno à vida neste mundo de corpos que morreram, como foi o caso de Lázaro.
4 – a ressurreição do corpo de nosso Senhor Jesus Cristo, que é a primícia dos que morrem quanto a ter entrado na posse do corpo glorificado e celestial depois da sua morte, para termos a firme convicção do cumprimento da promessa de recebermos um corpo celestial como o dele no porvir.
A maior parte dos textos bíblicos aludem à ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo dado a sua importância e necessidade para a nossa própria justificação e ressurreição.
A justificação do pecador está fundamentada tanto na morte quanto na ressurreição de Jesus, conforme ensinado pelas Escrituras.
Enquanto seu corpo jazia no sepulcro de José de Arimatéia, em espirito, o Senhor havia entrado no céu juntamente com o ladrão que havia morrido a seu lado na cruz, e dali, somos informados pelo apóstolo Pedro, que foi aos espíritos rebeldes dos dias de Noé que se achavam na prisão.
Ele poderia ter permanecido apenas em espirito, mas era necessário que seu corpo fosse levantado ao terceiro dia, para efeito da nossa justificação e plena identificação com ele no por vir, quando também teremos um corpo igual ao que ele possui presentemente.
Jesus tem preservado portanto a sua natureza humana com a divina, e nós além de mantermos a nossa natureza humana temos sido feitos participantes também, por meio dele, da natureza divina.
Daí a grande importância da ressurreição no cumprimento do propósito eterno de Deus.
Nós relacionamos os versículos sobre ressurreição no Novo Testamento, em nosso anexo, mas cabe ressaltar que Deus não deixou as pessoas no Antigo Testamento sem testemunho acerca do seu poder para ressuscitar, como vemos na narrativa de Ezequiel sobre o vale de ossos secos, e as ressurreições operadas nos ministérios dos profetas Elias e Eliseu.
Temos estes relatos para que fique comprovado para nós que Ele não é Deus de mortos, mas de vivos, de maneira que importa vencermos a morte espiritual em que nos encontramos naturalmente por causa do pecado, e sejamos ressuscitados para a vida eterna por meio da fé em Jesus Cristo.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras
1 – anastasis (grego) – ressurreição;
2 – anistemi (grego) – ressuscitar;
3 – egeiro (grego) – ressuscitar, levantar; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:



Você pode ler toda a Bíblia (Velho e Novo Testamento) com a interpretação de capítulo por capítulo acessando o seguinte link:


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