sexta-feira, 23 de outubro de 2015

145) Valor 146) Verdade

145) VALOR

ÍNDICE

1 - O Valor da Alma
2 - O Inigualável Tesouro Celestial
3 - O VALOR DA VIDA ESTÁ NO AMOR
4 - O Devido Valor
5 - Reflexões Sobre O Conceito de Valor Próprio


1 - O Valor da Alma

Quando temos aprendido verdadeiramente a excelência da alma, a linguagem de nossos corações é esta:
"A flor dos meus dias e o vigor de minha vida devem ser dedicados ao meu melhor e eterno interesse. A visão do valor de minha alma tem me livrado do poder fascinante de concupiscências impuras, e quebrado toda a força mágica de seus encantamentos cruéis."
O conhecimento do valor da alma é absolutamente necessário para preservar os homens honestos em meio às tentações que abundam no comércio, e em cada profissão. Porque na universidade, na casa de café, em quase todos os círculos de companheirismo a conversação contagiante de poder, riquezas e honrarias é muito comum, e contamina os princípios de quem a ouve. Das paixões mundanas naturais dos homens procedem todos os tipos de males. Daí a extorsão, a falsidade, a imposição, o espírito de extravagante especulação, pelos quais o caráter e a paz de milhares de pessoas são arruinados. Eles são ameaçados pela ira por causa do dinheiro, e o imenso desejo de lucro sujo.Nada pode controlar a expansão deste grande mal, senão a percepção do valor inestimável da alma.
Deixe isso tomar lugar, e imediatamente a deformidade  dos falsos conceitos, e idéias de vantagens mundanas e ganho são descobertos. O comércio e a vida financeira deve estar debaixo do domínio próprio. Uma consciência iluminada, como um sentinela vigilante, soará um alarme em cada hora de perigo, e manterá aquele que trabalha para obter o seu ganho, agir de modo fiel, e o ajudará a vencer essas tentações que antes o traziam cativo. "O que", ele dirá: "O que vale o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? ou o que dará o homem em troca da sua alma?"
A necessidade de uma percepção forte e duradoura do valor da alma aparece também a partir desta consideração, que é a única base da verdadeira oração, e a causa de seu sucesso. Se no relacionamento de um homem para com outro homem, a hipocrisia é detestável, quanto mais no relacionamento do homem com Deus! Mas como é possível a oração ser qualquer coisa diferente da hipocrisia, quando o suplicante não está impressionado com o devido senso de valor de sua alma? Quem pode depreciar a ira revelada contra o pecado, implorar a libertação de sua imundície ou sinceramente suplicar por suas necessidades espirituais, e que não percebe o valor da alma?
Podemos realmente personificar em nossos quartos ou na igreja, um homem em busca sincera de bênçãos espirituais, e sermos constantes em fazer aquelas mesmas orações que as pessoas mais nobres e sensíveis derramariam diante de Deus. Mas, se não tivermos o mesmo espírito, e o mesmo conhecimento da excelência da alma, nós somente faremos uma cena no quarto ou na igreja, como um ator faz no palco; que representa um personagem que não é ele próprio. Por isso suas orações são vazias de fervor, e as suas ações de graças sem gratidão. Mas tal dedicação deve ser sem sucesso, uma vez que não é sincera. Deus é um Deus da verdade. Ele deve receber serviços como eles são; e onde nada, senão elogios externos e palavras refinadas são oferecidos a ele, nada é obtido. O pecado não é perdoado, nem o mau gênio moderado. Todo o fruto de tal relação fingida com o céu é somente para lisonjear o amor próprio, e endurecer os homens em presunção, até que a sua hipocrisia seja descoberta e punida.
Pelo contrário, você está consciente do valor de sua alma? Isso lhe disporá a todos os exercícios de devoção. A tristeza segundo Deus pelo pecado será acompanhada da confissão do mesmo, quando lamentado como um inimigo que lhe priva do seu melhor, do seu interesse imortal.
Ardentes e urgentes serão as súplicas por graça e perdão, quando a sua importância, como relacionadas com a alma de inestimável valor, é vista e sentida. Mais fervorosas serão as ações de graças pelas misericórdias recebidas, quando cada instância de favor do alto é considerada como uma promessa de eterna felicidade para a alma.
Segue-se, portanto, que, no mesmo grau em que é necessário resistir às tentações para o mal, ou se envolver em atos solenes de religião, é necessário também estar impressionado com o valor da alma. O resultado natural de tal impressão será um diligente cuidado para a salvação da alma.
Agora, a suprema sabedoria de tal cuidado é mais evidente ao se comparar a beleza, a honra, o conhecimento, as riquezas, ou qualquer outra coisa que geralmente é valorizada pelos homens, com a alma.
A elegante forma encantadora, que ativa o olhar de quase todos que a contemplam, e quando a mente a possui com a vaidade perpétua, isto trará uma ansiedade doentia para preservá-la. Nenhuma atenção cautelosa, nenhum poder humano ou habilidade, é capaz de proteger isto do desgaste do tempo, do sopro de doença, ou do golpe de morte prematura.
O lugar de honra, e a busca de aplausos, para os quais milhares de pessoas estão contentes em sacrificar sua vida e vender a sua liberdade, é de pequeno valor, uma vez que está sujeito a todos os caprichos do homem inconstante de espírito.
Quantos, que foram os favoritos e os ídolos de uma nação, que tiveram todas as suas honrarias murchadas, e seus nomes afundados no desprezo e no esquecimento!
Aqueles que têm a ambição de escalar o cume da inveja da fama literária e brilho sem rival na aquisição de conhecimento, em uma hora fatal, a paralisia, uma febre violenta, pode desordenar a estrutura de seus cérebros, e arruinar todas as células do conhecimento, e limpar  de sua memória os próprios traços de tudo o que foi comprometido para a sua aquisição.
Assim você pode ser deixado à triste sobrevivência de si mesmo: um espetáculo da mortificação do orgulho humano; uma melancólica, mas irresistível prova, quanto os homens podem alcançar o mais elevado conhecimento humano do que a sua precária duração justifica.
Se o seu grande objetivo é tornar-se rico, chefe de eminência em seu comércio, capaz de comandar todas as coisas que podem ministrar a sua vaidade ou prazer, ainda quão sem valor é o seu desejo supremo em tal condição, porque isto é absolutamente inseguro!
A própria vida, o fundamento de todo desfrute temporário, não é senão  como um vapor que aparece por um pouco de tempo, e depois se desvanece. Cada dia, como sabemos, está trasladando alguns dos seus opulentos filhos industriosos do mundo, para onde nem um centavo de todo o seu ganho pode segui-los.
Agora, se você está entretido com o cuidado de obter pela súplica aquelas promessas do amor de Deus para você, visando apenas ao seu próprio corpo, você seria um monstro de cruel negligência; ainda aqui você aqui você pode ser breve e totalmente desapontado. Seu filho querido a imagem viva de si mesmo, quão incapaz é você para livrar a  sua vida inestimável de perigos e de doenças atrozes!
A saúde é absolutamente essencial para a felicidade sensível, embora a menor dor ou doença física, prive o orgulhoso e mundano de seus prazeres, todavia, se a alma, com o devido cuidado, tiver sido exercitada no caminho apontado por Deus, se achará fontes de onde procede o consolo sob as mais violentas opressões; consolação suficiente para banir tanto a impaciência externa e a tristeza interior de seu trono costumeiro, o leito de enfermidade e de dor.
Com uma amável e edificante mansidão, você considerará tal disciplina, embora opressiva para a carne, como preparada pelo onisciente e misericordioso Refinador, para purgar cada mistura que  ainda se apega à sua alma e a contamina. O bem-estar de sua alma, mais caro para você do que todos os confortos externos, vai induzi-lo a receber as visitas que são de uso soberano para promover a sua saúde. Em suma, na doença de todo o homem há um miserável sofrer, onde a alma tem sido esquecida; onde está seriamente necessitada de ser instruída na verdade divina.
Para avançarmos ainda mais; a morte, o detector de todas as fraudes - a morte, a pedra de toque de todo verdadeiro valor, e portanto, o rei dos terrores para aqueles cujo cuidado está voltado somente para as coisas deste mundo, e não para suas almas. Até mesmo a própria morte confirmará a suprema sabedoria de sua conduta. O leito de morte, em que o licencioso, o próspero, e o nobre colocam suas cabeças perplexas e confusas, é o teatro para revelar a fortaleza dos que têm procurado, como a única coisa necessária, a salvação de suas almas.
De fato, a morte de cristãos, isto é, daqueles que procuraram devidamente o método certo da salvação de suas almas, tem dado provas da sabedoria suprema de sua conduta na hora de tristeza e angústia da Natureza, a saber, da morte.
Todas essas vantagens, decorrentes do supremo cuidado para a salvação da alma, são ainda mais dignas de registro, porque não são em nada incertas. Você pode ser corajoso enfrentando os maiores perigos do campo de batalha, para obter um nome de valor; e ainda cair vitimado no início da batalha sangrenta, ou depois de seus serviços poderá ser desprezado. Você pode queimar com ardor inesgotável, para ficar no alto no ranking dos estudiosos, e arruinar a sua saúde por um estudo intenso, e ainda morrer na pequenez de sua reputação. Seu trabalho para ter sucesso nos negócios pode ser incessante, mas através de um milhar de circunstâncias você não tem poder para prevenir, você pode repetidamente sofrer decepção, e a pobreza ainda permanecer como sua porção. O favor dos patronos, dos amigos, pode ser cortejado assiduamente, e parecer promissor aos seus desejos sinceros, e ainda outros podem suplantá-lo, e, receber os benefícios que estavam agarrados em seu pensamento. O mundo está cada dia exibindo casos de decepção, em cada um dos casos anteriormente descritos.
Mas, se com toda a força do desejo você tem procurado pela salvação de sua alma, por meio de Jesus Cristo, você não tem nada a ver com as mudanças cada vez mais incidentes nas coisas temporais. Você tem a ver com o bendito Deus, em quem não há variação nem sombra. Você pode ser, portanto, rico, ou pobre; exaltado, ou humilhado; amado ou desprezado por aqueles de quem você é dependente; você pode desfrutar de saúde, ou ser oprimido com uma doença mortal, - enquanto em cada estado você perguntar a si mesmo, qual direção eu poderia ter tomado melhor para a minha presente paz e felicidade? As Escrituras sempre lhe mostrarão de modo muito claro qual é o curso que você deve tomar, - este cuidado, em primeiro lugar, para a salvação de sua alma.
Para nada mais dizer, a rápida sucessão dos anos de nossa vida aqui embaixo, que excessivamente empobrece, como eles passam, mas cada homem cuja alma é o seu cuidado principal,  estará, ao contrário, acumulando para si as verdadeiras riquezas.
Como um fator de prudência daquele que em vez de esbanjar seus ganhos presentes em luxúria, anualmente os remete para casa, para que ele possa voltar a desfrutar a vida em seu país natal, depois de todas as suas labutas, com facilidade e honra; assim você estará crescendo rico para com Deus; para retornar, pela morte, para aquele país feliz, onde, em meio das congratulações dos santos e anjos, você  entrará na posse de uma herança preparada para sua alma, incorruptível e imaculada, e que está reservada para você no céu.

Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Henry Venn, em domínio público.






2 - O Inigualável Tesouro Celestial

Não há de nós mesmos o poder de removermos de nossa natureza a cobiça pelas coisas terrenas e o nosso apego a elas.
Quando alguém consegue alcançar a sublimação deste desejo, por seus próprios recursos e empenhos, aparte de Cristo, ele o faz por via do asceticismo, do estoicismo, mas nunca terá o equilíbrio de experimentar todas as coisas lícitas de forma adequada e com alegria de coração, porque sempre haverá o temor de uma recaída na antiga expressão da cobiça. Assim, elas lhe causarão um receio e temor desmedido em sua vida ascética e recolhida.
Mas quando este trabalho é feito pelo poder do Espírito Santo, mediante a nossa fé em Cristo, temos vida plena e alegre, com a libertação da cobiça natural por estas coisas terrenas ou mundanas que Paulo considerou como esterco para poder ganhar mais de Cristo.
É caminhando em comunhão com o Senhor e estando debaixo da disciplina continua do Espírito Santo que se alcança este ponto de ser Cristo e somente ele todo o nosso grande prazer, de modo que o nosso coração não esteja mais  em nada que seja terreno, porque seremos conduzidos a enxergar e a valorizar o único tesouro que é duradouro e permanente e que nos satisfaz plenamente, a saber, o tesouro celestial, composto pelas graças que crescem em graus cada vez maiores no nosso homem interior.

Luc 12:33 Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome,

Mat 6.19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;
Mat 6:20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;
Mat 6:21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

Mat 19:21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.

Col 3.1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.
Col 3:2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;

1Jo 2:15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele;






3 - O VALOR DA VIDA ESTÁ NO AMOR

É do Espírito Santo que o verdadeiro amor cristão surge, tanto para Deus, quanto em relação aos homens.
O Espírito de Deus é um Espírito de amor, e quando entra no nosso espírito, o amor também entra com Ele.
Deus é amor, e aquele que tem Deus habitando nele pelo seu Espírito, terá o amor também habitando nele.
A natureza do Espírito Santo é amor; e é a própria natureza dEle que comunica aos santos, de modo que o amor é derramado abundantemente em seus corações pelo fato do Espírito Santo estar habitando neles.
Nisto entendemos porque o apóstolo diz nos três primeiros versos do 13º capítulo de I Coríntios, que caso não se tenha este amor, nada aproveita ter dons, talentos, fazer doações e sacrifícios.
E assim, em qualquer ação boa que possa haver de um homem para com o seu próximo, a razão ensina que será tudo inaceitável e em vão, se ao mesmo tempo não houver nenhum respeito real no coração para com aquele próximo, se a conduta externa não for motivada pelo amor interior, iniciado e motivado pelo Espírito Santo.
Por exemplo, nenhum pai ama naturalmente a seus filhos por motivo de glorificar o nome de Deus, ou para educá-lo nos seus santos caminhos. Assim, esse amor natural, apesar de ser importante, não possui nele, a marca, o selo, do amor espiritual divino.
Daí se ordenar na Palavra de Deus que todos os nossos atos sejam feitos com amor, ou seja, o amor deve estar presente em nós, para acompanhar as nossas obras feitas em Deus, para que sejam aceitáveis, e para que não sejam em vão.
Como vemos em Apocalipse 2.2-5  Jesus sempre requererá o primeiro amor, ainda que nossas boas obras estejam aumentando cada vez mais.
Toda verdadeira virtude e graça cristãs podem ser resumidas no amor.
A Bíblia nos ensina que o amor é  a soma de tudo aquilo que está contido na lei de Deus, e de todos os deveres requeridos na Sua Palavra.
Agora, a menos que o amor fosse de fato  a soma do que a lei exige, a lei não poderia ser cumprida completamente; porque uma lei somente é cumprida através da obediência à soma total do que ela contém e ordena.
Paulo afirma em Rom 13.9 e em Gál 5.14 que aquele que ama o próximo tem cumprido toda a lei.
E o mesmo parece ser declarado em Tiago 2.8, onde chama o amor ao próximo de a lei régia das Escrituras.
O apóstolo nos ensina em Gál 5.6 que “a fé atua pelo amor”.
Uma verdadeira fé cristã é a que produz boas obras, mas as boas obras que produz são por amor.
O verdadeiro amor é um componente da verdadeira e viva fé.
O amor não é nenhum componente em uma fé meramente especulativa, mas é a vida e alma de uma fé prática.
Uma fé verdadeiramente prática ou salvadora, está portanto cheia de fervor, luz e amor.
Uma fé especulativa somente consiste no aumento da compreensão; mas numa fé salvadora há também o consentimento do coração; e aquela fé que somente é do tipo anterior, não é nada melhor que a fé dos demônios, porque têm uma fé que pode existir sem amor, enquanto creem e tremem, mas tal tipo de fé de nada lhes aproveita diante de Deus.
É o tipo de fé de conhecimento de coisas que se referem a Deus, mas que não produz o amor no coração.
O amor é a vida mesma e o espírito de uma verdadeira fé, e está especialmente evidente nesta declaração do apóstolo de que a "fé trabalha por amor", e o último verso do segundo capítulo da epístola de Tiago declara que “assim como o corpo sem o espírito está morto, de igual modo a fé sem obras também está morta”.
Devemos portanto nos examinar, e ver se temos colocado como centro de nossa vida cristã o amor a Deus e ao próximo, porque é neles que se cumpre toda a vontade de Deus para conosco, e sem os quais, tudo o que fizermos será vão, já que o cumprimento de todos os mandamentos depende destes dois grandes mandamentos.





4 - O Devido Valor

Enquanto não formos capazes de perceber a terrível profundidade da nossa miséria espiritual, pelo trabalho de convencimento do Espírito Santo, jamais poderemos entender o imensurável sacrifício de Jesus Cristo morrendo no nosso lugar para nos salvar, e tributar o valor real que lhe é devido.





5 - Reflexões Sobre O Conceito de Valor Próprio

Por John Piper

O que o termo "valor próprio" significa para você ?
Significa primeiramente um esforço humanístico para resolver problemas do homem para ajudá-lo a ter paz consigo mesmo de tal maneira que ele pare de se desagradar de qualquer coisa que ele realmente é. Uma vez que isto é o significado popular do termo na nossa sociedade, eu penso não ser lucrativo usá-lo e eu oponho a ele uma antropologia centrada em Deus que almeja preservar uma adequada e profunda apreciação da misericórdia de Deus.
Mas se sou forçado em certos textos como Mateus 6:26 (Lucas 12:24): "Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?". Vou usar a palavra valor ou dignidade e definir assim: o homem é valioso porque é criado a imagem de Deus e isso é, portanto, uma expressão da glória de Deus. Humanos tem valor pois, diferente de todos animais, tem um único potencial para conscientemente honrar a Deus por meio de agradecê-lo e confiar apenas na sua misericórdia.
Qual é o teu conceito de depravação humana ?
Eu acredito que o homem sem a obra regeneradora de Deus é totalmente depravado. Isto é, ele é incapaz de qualquer ato santo ou pensamento santo. Romanos 14:23 diz: "...tudo o que não provém de fé é pecado.". Portanto, o não crente apenas peca, mesmo se ele dá todos os seus bens para alimentar os pobres e ser corpo para ser queimado (1 Coríntios 13:3). Razão: bondade, valor, dignidade, etc, só podem ser adequadamente definidos de modo final com referência ao que honra a Deus. Coisas feitas sem referência a Deus e sem confiança na sua misericórdia não são boas. " Não há quem faça o bem, não há nem um sequer." (Romanos 3:12)
O que significa que o homem é a imagem de Deus ?
A imago dei tem a ver com o homem que dá a ele o potencial de ser amado redentivamente por Deus e a conscientemente depender em gratidão da misericórdia de Deus. É citado em referência a não crentes apenas em Gênesis 9:6 (para justificar pena de morte) e Tiago 3:9 (onde a implicação é que não devemos amaldiçoar o ser humano). Não é um conceito importante para os escritores das Escrituras, pois eles não estavam muito preocupados como a nossa era com o que é inerente ao homem. Eles estavam preocupados não com o que o homem era mas sim a quem ele amava, obedecia, para quem vivia. O homem era completamente homem não quando ele preenchia ou expandia algo inerente a ele mesmo mas quando ele parava de fazer alegações para si mesmo e refugiava-se em Deus.
Qual o significado que autoaceitação deveria ter para o crente ?
A noção bíblica mais próxima que posso pensar de autoaceitação são frases de Paulo em que ele pode se contentar em todas circunstâncias e que deveríamos nos alegrar sempre. Na esfera não moral de aparências, saúde, riqueza, prestígio, etc, o povo de Deus deveria ser contente (Hebreus 13:5-6) e o motivo específico para este contentamento é a promessa: "porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei....que me poderá fazer o homem?" Na esfera moral do caráter, ou seja, quão paciente, humilde, amável, generoso, gentil, diligente nós somos, eu não vejo espaço para autoaceitação até que sejamos mudados à imagem de Jesus.
Nossa alegria nessa esfera vem não da autoaceitação, mas do nosso intenso senso de misericórdia de Deus aceitando-nos em sua comunhão. É errado dizer: se Deus me aceita, eu deveria me aceitar. Pois Deus é contra nós em nosso pecado e por nós apenas em Cristo. Nós deveríamos detestar nossa parte pecaminosa e magnificar a misericórdia de Cristo na qual sozinha nós temos aceitação e alegria indescritível.
John Murray, em seu excelente livro, Redenção Consumada e Aplicada, faz estas observações apontadas:
Certamente quanto mais santificada a pessoa, quanto mais conformada ela é a imagem de seu Salvador, mais ela deverá se afastar de qualquer falta de conformidade com a santidade de Deus. Quanto mais profunda sua apreensão da majestade de Deus, quanto maior a intensidade do seu amor a Deus, quanto mais persistente seu anseio pela obtenção do preço do alto chamado de Deus em Cristo Jesus, mais consciente ela será da gravidade do pecado que permanece nela e mais aguda sua repulsa do mesmo. (145)
Qual é o teu conceito de homem?
O homem é uma criatura que tem corpo (diferentemente dos anjos), o qual Deus criou para refletir a glória própria de Deus por meio do pensar, sentir e agir de um modo que se molda alguém que é completamente dependente de Deus para tudo. O homem deixa de ser completamente homem quando ele não anda na fé, ou seja, quando ele não glorifica Deus com uma vida de confiança em Deus.
Isso é o motivo pelo qual é quase impossível para mim usar o termo humanismo, uma vez que o único humanismo verdadeiro é teocêntrico e, portanto, não é humanismo no sentido usual da palavra.
Como o teu conceito de homem reflete o teu conceito de Deus?
Deus é o primeiro e melhor de todos os seres, eterno e infinito em justiça, poder, sabedoria, amor. Na perfeita e inefável comunhão da Trindade, Ele é o mais alegre de todos os seres. É precisamente sua infinita plenitude que origina a criação e a redenção. Ele não pode ser aumentado mas apenas transbordar e, portanto, todos seus caminhos são justos e benignos (Salmos 145:17). A natureza do homem, então, é que seu ser é fruto de misericórdia uma vez que nada disso o pertence. O ser humano deveria se realizar em contentamento alegre no amor verdadeiro de Deus.
Dado este conceito, o que dirias para um estudante preocupado com o sua lacuna de valor próprio? E aquela pessoa que é mantida de funcionar como deveria por causa de seu real ou imaginado "pé torto"?
Se é um "pé torto" imaginado, você despedaça a imaginação de tal modo que a pessoa tem uma verdadeira autoavaliação. Se eles são bons em matemática e pensam que são ruins, você pode mostrar a eles a evidência do talento dado por Deus e insistir que eles parem de profanar o dom Dele por agir como se o dom não existisse. Dessa maneira, você corrige o equívoco deles e foca sua atenção em Deus e transforma seus deveres no uso gratificante de seu dom.
Se é um "pé torto" real, você os separa em moral e em não moral.
Com o não moral você insiste para que eles sejam contentes, por causa das promessas de Deus de nos dar um bom futuro. (Salmos 23:6; Jeremias 32:40-42; Romanos 8:28).
Com o "pé torto" moral (ou seja, pecado) você não deseja que eles fiquem contentes e você aprova o senso de culpa e insiste quem eles confessem e mudem, direcionando-os para a confiança e alegria do perdão misericordioso de Deus. (1 João 1:9).
Como ajudar um estudante a atingir autoconhecimento genuíno ?
Uma vez que o coração é enganoso acima de tudo, ninguém deve ser deixado à mera introspecção. E em última análise, verdadeiro autoconhecimento só pode vir por revelação divina. Meus próprios recursos para auxiliar o autoconhecimento são, portanto, auxiliar o conhecimento de Deus, isto é, ensinar teologia e exegese bíblica e tentar fazer isto de tal modo que a realidade de Deus realmente se aplique no coração dos estudantes, e na mente também, revelando seus pensamentos e atitudes escondidos.
Como os estudantes se tornam contentes de tal modo que eles se tornam livres para os outros ?
A forma pela qual um estudante vem a ser contente com as limitações nas quais Deus o colocou é confiando na benigna e sábia dádiva mais do que ele confia no rádio e TV, os quais dizem que ele não pode ser feliz a não ser que ele experimente X números de prazeres — fama, beleza, poder, riqueza, inteligência, etc. Ficar triste porque falta uma dessas coisas é uma marca de incredulidade, porque alegria e paz vem pelo acreditar que Deus está criando um futuro melhor que qualquer programa de TV poderia criar.
Portanto, o caminho para o contentamento é apenas pela fé: "E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer (Romanos 15:13) Quando nós estamos em paz, estamos em uma posição onde não temos que "procurar os próprios interesses" (1 Coríntios 13:5); assim, estamos em uma posição para amar. (Veja a relação entre esperança e amor em Colossense 1:4-5).













146) VERDADE

ÍNDICE

1 - O Conhecimento da Verdade que Liberta
2 - A Verdade Viva
3 - Verdade, Sinceridade e Honestidade
4 - O Genuíno Conhecimento da Verdade
5 - Como a Verdade de Deus é Autenticada?
6 - Veracidade
7 - Apreciando a Verdade em Benefício do Amor
8 - Verdade e Amor
9 - Verdade
10 - A Verdade Que Conduz à Vida Eterna


1 - O Conhecimento da Verdade que Liberta

Deus havia dado, cerca de  750 anos antes de Cristo, a seguinte revelação ao profeta Oséias:

“Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.” (Os 6:6)

Então veio nosso Senhor em carne, a este mundo, e não somente confirmou tal revelação, como acrescentou pontos de esclarecimento para entendermos o seu significado, em duas passagens do evangelho de Mateus:

“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento.” (Mt 9:13)

“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes.” (Mt 12:7)

Veja que em Mt 9.13 nosso Senhor declara que o propósito expresso, relacionado à vontade de Deus, é o uso da misericórdia, e que esta misericórdia por Ele referida consiste na sua chamada de pecadores ao arrependimento.
E que sem a apresentação do que significa esta misericórdia, e convite aos pecadores, por meio dos seus ministros, e sem o atendimento dos que são convidados, ao chamado da misericórdia,  de nada adianta apresentar ofertas, culto, sacrifícios religiosos para tentar agradá-lo.

E na segunda passagem de Mt 12.7, em seu confronto com a justiça própria dos escribas e fariseus, nosso Senhor lhes disse que eles haviam condenado inocentes, por conta de não entenderem o significado desta expressão que Deus lhes havia falado por intermédio do profeta Oséias: “MISERICÓRDIA QUERO”.
Mas, afinal, pecadores são inocentes aos olhos de Deus?
O que Jesus pretendia então, nos ensinar com o que disse?
O motivo de os fariseus e escribas não terem entendido, é o mesmo pelo qual também não entendemos, se não formos instruídos por revelação do Espírito Santo, quanto ao seu significado.
A carne, ou seja, o homem natural não pode compreender em que base a justiça divina opera com os pecadores.
Em primeiro lugar, não há culpa para imputação de penalidade, nesta dispensação da graça, na qual Deus decidiu usar de longanimidade e misericórdia para com todos.
A ninguém está o Senhor condenando, desde que Jesus veio ao mundo, porque a base da condenação, não está sendo levada em conta em razão daquilo que somos (pecadores com uma natureza que não corresponde em plenitude à natureza santa de Deus).
 É de tal ordem a extensão da graça que Deus nos está oferecendo em Cristo, e aguardando pacientemente que nos rendamos a ela, para acharmos misericórdia e salvação, que até mesmo o ato de não ouvir e não dar a devida consideração à mensagem do evangelho, está sendo tolerado por Jesus, na expectativa de que mudemos de opinião, e que por fim aceitemos que de fato, não podemos, de nós mesmos, viver de modo agradável a Deus.
Veja as Suas palavras em Jo 12.47:

“Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.”







2 - A Verdade Viva

Quando se diz na Bíblia que devemos andar na verdade, o que está em foco não é meramente a verdade moral, ou ainda o dito que corresponda à realidade de fatos e coisas, mas andarmos no caminho em que nos assemelhemos à pessoa de Jesus, em nossos pensamentos, atitudes e ações, pois ele definiu a verdade como sendo a sua própria pessoa, João 14.6.
Não se trata portanto de afirmar simplesmente que dois mais dois são quatro e não cinco, ou que aquilo que é verde é de fato verde e não vermelho. Mas, em sermos santos assim como Cristo é santo. Em sermos longânimos assim como ele é longânimo; e também perdoadores, mansos, humildes, fiéis, benignos, e tudo o mais que se encontra em perfeição na pessoa de Jesus.
Por isso nosso Senhor quando afirmou ser ele o caminho, acrescentou ser também a verdade e a vida; pois os três estão intimamente ligados em relações de causa e efeito.
Ele é o caminho que conduz à vida espiritual e eterna, e esta vida está fundamentada na verdade relativa a tudo o que se encontra nele, e não em outros caminhos diferentes onde há falsidades que procuram apresentar-se como verdades relativas à vida, e que não passam, todos eles, de caminhos de morte, e não de vida.

“Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.31,32).

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8.36)

 Os laços de morte espiritual nos quais estamos naturalmente presos só podem ser desatados quando estamos unidos a Jesus, porque é nele, e somente por ele, que podemos viver do modo santo que é agradável a Deus, uma vez tendo sido regenerados e santificados pelo poder do Espírito Santo.






3 - Verdade, Sinceridade e Honestidade

“Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores em tudo, sendo-lhes agradáveis, não os contradizendo, nem defraudando, antes mostrando perfeita lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus nosso Salvador.” (Tito 2.9,10)

Há em nossa época uma grande transgressão de todos os mandamentos de Deus, mas não há certamente maior transgressão do que a da honestidade, da sinceridade e da verdade, em todos os níveis da sociedade.
Tão generalizada se tornou a prática da mentira, do roubo e da desonestidade que isto é visto até mesmo nos mais altos escalões, em níveis assombrosos, especialmente na prática da corrupção.
E nas classes mais baixas ouve-se falar dos chamados “gatos” de luz, de água, de Tv a cabo, Internet, e de outros serviços, como se fossem coisas muito naturais e normais.
A exigência bíblica, constante na Lei de Moisés, conforme determinado por Deus de que se usassem balanças justas e outras medidas justas é violada de todas as formas possíveis e parece ao entendimento comum que pirataria, engano comercial etc é coisa para espertos, e estes são celebrados em vez de serem reprovados.
Com isto, há uma grande insensibilidade e indiferença à mentira e desonestidade, exceto somente quando o seu praticante, é ele próprio prejudicado por outros.
Se houvesse um verdadeiro respeito à ordenança bíblica, até mesmo os chamados pequenos desvios que são praticados no ambiente de trabalho, como por exemplo os de lápis, clips, borracha, papel etc, seriam vistos como furtos, como de fato são, pois, do Espirito Santo seria ouvido no coração o seguinte: “Não pegue para si, para uso particular, porque isto não lhe pertence.”
A honestidade não é medida portanto pelo valor grande ou pequeno da coisa desviada, pois o que conta aos olhos do Senhor, é a intenção do coração de quebrar o mandamento que diz: “Não furtarás.”
No entanto, a desonestidade não se refere tão somente a coisas, como também à falta da verdade, da sinceridade em relação ao que somos de fato aos olhos de Deus. Se somos ou não honestos em confessar-lhe as nossas faltas, para que sejamos capacitados pela Sua graça a superá-las.
Agora, por que se exige total honestidade, sinceridade e verdade da parte dos homens?
Porque foram criados para ser à exata imagem e semelhança de Deus, o qual é perfeitamente verdadeiro, honesto e sincero.
Não há em Deus a menor sombra de corrupção em seu caráter.
Daí o Senhor Jesus Cristo afirmar que Ele próprio é a verdade. Ou seja, tudo o que é verdadeiro, honesto e sincero, especialmente em relação àquilo que devemos ser como pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus tem nEle o perfeito modelo. Ele é perfeito Deus e perfeito homem. E se manifestou para que a nossa humanidade pudesse ser revestida da divindade.
Assim, quando o Novo Testamento se refere à verdade, na quase totalidade dos textos o que temos é a verdade objetiva do evangelho, a verdade revelada por Jesus Cristo, nosso Senhor, verdade esta na qual todos os crentes devem andar por meio da fé, ou seja, em santidade de vida e em comunhão com Cristo, sendo atuantes na obra de Deus, mas também temos referências à verdade subjetiva quanto a um procedimento moral exemplar em sinceridade e integridade.
O fundamento da verdade é o amor ágape sacrificial, celestial e divino. Quando se diz que se ama a Deus com este amor ágape, e quando este falta em relação aos nossos semelhantes, mentimos e somos considerados por Deus como mentirosos porque negamos em nosso próprio viver aquilo que afirmamos ter com os nossos lábios e que na verdade não possuímos.
Deus é amor porque sempre atua em consistência com o amor, e é verdadeiro porque é sempre consistente com todos os seus atributos, nunca atuando contra qualquer um deles.
Como isto falta aos homens, é afirmado na Palavra que Deus é verdadeiro e todo homem é mentiroso, de modo que necessitamos da restauração da verdade em nós mesmos, pela implantação das virtudes de Cristo e despojamento das obras do corpo que são pecaminosos, por serem contrárias ao caráter divino.

Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras 1 – adiaphthoria (grego) – incorruptibilidade, integridade, honestidade;
2 – aphtharsia (grego) - sinceridade, incorruptibilidade;
3 – semnotes (grego) – sinceridade, honestidade;
4 - aletheia (grego) – verdade;
5 - emeth (hebraico) – verdade, fidelidade; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://www.recantodasletras.com.br/mensagensreligiosas/5390493






4 - O Genuíno Conhecimento da Verdade

Ou a sábia aplicação do conhecimento verdadeiro.

Por este título pretendemos discorrer sobre o conhecimento da verdade conforme este se relaciona com a vontade de Deus.
O conhecimento que é segundo Deus transcende o mero acúmulo de informações ainda que referentes a toda a revelação escrita, quando a isto não acompanha um adequado discernimento da forma sábia de aplicação deste conhecimento adquirido.
Por exemplo, sabemos que em Cristo caíram todas as prescrições cerimoniais do Velho Testamento, inclusive a referente a se fazer distinção entre alimentos limpos e imundos, assim considerados pela Lei de Moisés.
A Igreja de Corinto se viu às voltas com a falta de aplicação sábia deste conhecimento anteriormente referido, bem como quanto a saber que o comer alguma carne vendida nos açougues que houvesse sido oferecida no culto a ídolos, não era pecado, quando não existisse um conhecimento consciente quanto à sua origem.
Muitos crentes, gabando-se deste conhecimento de que o ídolo nada é, golpeavam as consciências fracas de alguns irmãos por tentarem dissuadi-los a abandonarem a sua abstinência cautelosa de tal alimento por temerem ofender a Deus.
Assim, pecavam contra o amor com o próprio conhecimento da verdade.
Vemos, portanto, que a par do caráter absoluto dos mandamentos de Deus, a sua observância demanda que tenhamos sabedoria e inteligência espiritual para conhecê-los e praticá-los segundo a sua boa, perfeita e agradável vontade.
Daí ser a revelação feita em graça e não de modo legalista, pelo mero cumprimento da exigência da letra da lei, conforme sucede em tribunais humanos, quando nem sempre a justiça e bom senso são seguidos, misturando-se ao juízo a fé, o amor e a misericórdia, conforme sucede com o modo de Deus julgar, e que é sempre perfeito, por não levar em conta apenas considerações legais e frias baseadas numa estrita aplicação da lei, que não considera diversos outros fatores não menos importantes.
A vida eterna depende do correto conhecimento espiritual de Deus Pai e de nosso Senhor Jesus Cristo.
A salvação é simplesmente por graça e mediante a fé, mas isto não é possível sem um verdadeiro conhecimento da verdade revelada, que nos conduza ao Cristo verdadeiro revelado nas Escrituras.
Assim, a nossa primeira e grande fonte de conhecimento é o próprio Espírito Santo, que é o nosso Grande instrutor, e a matéria a ser aprendida é a Palavra de Deus - a espada do Espírito, o instrumento do Espírito.
Não basta portanto conhecer apenas a letra da Palavra, mas o significado espiritual da mesma em aplicação em nossas vidas, que devem ser transformadas com base neste conhecimento verdadeiro.
Isto pode ser visto com clareza em inúmeras passagens das Escrituras.
Além disso, cabe destacar que o conhecimento bíblico se refere sobretudo ao conhecimento que Deus possui daqueles que lhe pertencem, por estarem unidos pela fé a Jesus Cristo. E estes que são conhecidos de Deus, por conseguinte, também o conhecem, porque todo conhecimento pessoal verdadeiro é de via dupla.
Deste modo, a revelação enfatiza e prioriza este conhecimento pessoal. Aquele que está desprovido deste tipo de conhecimento, por mais que saiba o conteúdo das próprias Escrituras, ainda não conhece conforme convém conhecer.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras 1 - Gnosis (conhecimento, ciência); 2 – Sophia (sabedoria) e
3 – Ginosko (conhecer, saber, compreender, perceber, resolver) do texto original grego do Novo Testamento relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://www.recantodasletras.com.br/mensagensreligiosas/5387742







5 - Como a Verdade de Deus é Autenticada?

A verdade de Deus está revelada em Sua Palavra escrita, ou seja, na Bíblia.
A prova da sua autenticação é realizada na vida de todos aqueles que creem nesta verdade revelada, uma vez que tudo o que nela se afirma e se  promete é cumprido e visto na vida dos que creem. E tal cumprimento, particularmente no que se refere à santificação, se vê em maiores graus naqueles que possuem um maior conhecimento e fé na Palavra divina.
Isto sucede em razão do que foi afirmado pelo próprio Senhor Jesus Cristo: "As palavras que eu vos disse são espírito e são vida, (João 6.63), o que confirma que de fato a palavra de Cristo é primeiro espírito e, em seguida vida – vida em abundância, a vida espiritual, celestial, divina e eterna que procede dele mesmo para todo aquele que nele crê.
Os que creem chegam a conhecer que sem que haja uma atração de Deus Pai que nos conduza a ver com os olhos da fé a Jesus Cristo, jamais poderiam ter dado a sua confiança e assentimento no coração à aceitação da Palavra revelada como sendo verdadeira. Isto é feito portanto, por uma operação poderosa espiritual realizada pelo Espírito Santo para que possamos crer e sermos tomados pela vida espiritual que se encontra na pessoa de Jesus Cristo
Por saber que tal conhecimento espiritual somente seria possível por esta forma retrocitada, nosso Senhor afirmou expressamente que sua doutrina (ensino) não fora inventada por ele como sendo um mero homem, conforme era visto pelos escribas e fariseus, mas que a mesma era de procedência divina, e que esta somente poderia ser conhecida quanto à sua procedência por aqueles que efetivamente cressem nela como sendo verdadeira e procedente de Deus, porque veriam o seu cumprimento em suas próprias vidas.
E devemos destacar que a doutrina de nosso Senhor consiste principalmente na fé nele para a nossa justificação, regeneração, santificação e glorificação, pela graça. E isto será visto na vida dos que creem, confirmando a verdade da Sua Palavra.
Daí nosso Senhor ter afirmado o seguinte:
“Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” (João 7.17)
Concluímos, portanto, que Deus designou a Sua Palavra para ser o instrumento da nossa salvação, conquanto esta deve ser pela fé, e não seria fé se não fosse simplesmente por se confiar naquilo que se ouve relativamente ao que não se vê, e conforme está escrito na Bíblia.
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 10.17)







6 - Veracidade

Partes de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra.

"Ah! SENHOR, não é para a verdade que atentam os teus olhos?" (Jeremias 5.3 a)

       A alusão não é feita à verdade doutrinal de Deus, ou à verdade de forma abstrata, mas à verdade prática, uma vez que deve existir nos corações e nas vidas dos homens. Pode-se ler: "Senhor, não estão os teus olhos sobre a veracidade?" Ou, "à fidelidade?" O Senhor disse a Jeremias no início do capítulo: “Dai voltas às ruas de Jerusalém; vede agora, procurai saber, buscai pelas suas praças a ver se achais alguém, se há um homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei a ela.” E a resposta de Jeremias foi: “Embora digam: Tão certo como vive o SENHOR, certamente, juram falso. Ah! SENHOR, não é para a fidelidade que atentam os teus olhos? Tu os feriste, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a disciplina; endureceram o rosto mais do que uma rocha; não quiseram voltar.”
Neste capítulo, você notará que não temos apenas uma descrição temerosa do estado de coisas, nos dias do profeta Jeremias. Temos também um conjunto mais melancólico de retratos de homens falsos.
Jerusalém estava podre até ao âmago - a nação era enganosa por completo. No versículo 27 lemos: "Como a gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de fraude; por isso, se tornaram poderosos e enriqueceram." Quando um coração é mentiroso e desonesto, quando a retidão partiu dele, então está preparado para a semeadura de toda coisa má. Qualquer crime é possível para um mentiroso! Aquele que está estragado com falsidade será rasgado ao toque da tentação.
Deus nos livre da falsidade, uma vez que leva a algo pior, pois no segundo verso é dito que estas pessoas eram infiéis até mesmo em seus juramentos! "Eles dizem: “Certamente vive Jeová", mas falsamente juram. Eles ousaram usar o mais sagrado de todos os nomes em seus lábios e chamar a Deus para testemunhar uma mentira! Aquele tem ido tão longe assim com a falsidade nem sempre para em perjurar. Não é de admirar que eles não eram fiéis a seus votos de casamento. Eu não preciso ler a expressão forte em que o Profeta apresenta a fornicação e o adultério que abundavam em seus dias - quando não hesitaram em trazer dor a suas casas e extrema tristeza e miséria para as suas esposas por cederem às suas paixões, pois aquele que é traidor de Deus em breve será traidor de todos os laços familiares.
Quando Deus tinha aplicado a correção, eles disseram: "Isto não é Deus É má sorte. Isto é o destino e a sorte que ocorrem a todos" Eles não iriam ver a mão de Deus! Quando os corações estão corrompidos os homens não são capazes de ver um procedimento claro e verdadeiro de Deus ou que, quando veem eles os negam dizendo: “Não há Deus, ou se houver um Deus, Ele não se mete com as coisas da vida diária."
Lance fora o Deus puro e verdadeiro, e você precisa de um deus de algum tipo e assim cada homem fabrica um deus de si mesmo a seu gosto. A mente de terra dos gentios faz um deus da lama. O livre-pensador inventa um deus que não tem justiça e, consequentemente, não toma vingança contra o pecado. O homem olha para Deus e acha que o vê quando ele se vê em um espelho! Por natureza, cada homem é seu próprio deus, ele adora a sua própria imagem. É somente o homem que é puro de coração que pode ver a Deus.
E, pior de tudo, se não pode ser pior, quando um homem, uma vez dá-se a um coração enganoso, ele chega a ser um destruidor de outros. Observe o versículo 26. "Porque entre o meu povo se acham perversos; cada um anda espiando, como espreitam os passarinheiros; como eles, dispõem armadilhas e prendem os homens." Não contentes em estarem perdidos, eles mesmos se tornaram servos de Satanás para destruírem os outros! Esses demônios em forma humana que certamente atingiram o último estágio da corrupção, quando não somente pecam, eles mesmos, mas são os criadores do pecado nos outros!
Olhe bem para este retrato do progresso do engano. Eles começam sendo desonestos com seus semelhantes e, finalmente, chegam a este ponto de se tornarem agentes comissionados de Satanás, caçadores para o diabo, passarinheiros que enredam homens com os caçadores de pássaros! Este era o estado de coisas no tempo de Jeremias. Nós não temos, eu confio, bastante de tal estado de coisas entre nós, hoje, como uma praga universalmente prevalente, mas temos muito a doença da mentira em todas as épocas (Deve ser destacado que Spurgeon escreveu isto no século XIX, quando a iniquidade não havia ainda se multiplicado, como nos nossos dias, em que se tem ultrapassado em muito o estado das coisas que ocorriam em Judá nos dias do profeta Jeremias – nota do tradutor).
O apelo de Jeremias foi de um homem santo de Deus. Ele diz que, de fato, "Ó Senhor, não são teus olhos aptos para que possas detectar o que é verdade e o que é mentira? Tu contemplas a verdade. Aquilo que é trazido a Ti como adoração, podes dizer se é sincero ou não. Teus olhos veem os fatos que se encontram sob a cobertura das aparências. Tu podes discernir entre o justo e o ímpio."
Sim, Deus é o detector de imposturas e falsificações e pelo Seu julgamento infalível o precioso deve ser separado do vil - "porque o Senhor é um Deus de julgamento e por ele são pesadas as ações." "Não estão os seus olhos voltados para a verdade?"
 O Profeta havia se oferecido para percorrer as ruas e procurar um homem honesto, mas ele, na verdade, clamou: "Senhor, Tu sabes onde ele está, se houver ainda um remanescente." Deus não precisa procurar com uma lanterna para encontrar um homem verdadeiro, pois "o Senhor conhece os que são seus". Ló em Sodoma é como um pássaro solitário nas montanhas, mas o Senhor o percebia e o livrou. Os verdadeiros estão muitas vezes escondidos aos olhos da humanidade, mas os olhos de Deus estão firmemente fixados sobre eles, como está escrito: "Os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor."
O Senhor pode detectar impostores, mas ele também pode descobrir a veracidade e podemos estar certos de que Ele o fará.
Fingir ser outra coisa do que somos de fato, diante de Deus, é uma loucura terrível. Certamente, Satanás rirá daqueles que vêm diante de Deus com palavras de piedade em seus lábios quando não há devoção em seus corações! Isto é totalmente inútil. É um desperdício de tempo e energia.
Tudo sobre você e eu que seja irreal, Deus odeia, e odeia-o mais em suas próprias pessoas do que em qualquer outro lugar! Se em oração, usamos expressões que realmente não vêm de nossos corações, ou se não falamos a verdade com os nossos semelhantes, isto é abominável aos olhos de Deus! Ele preferiria ter-nos diante dele em toda a nudez e vergonha dos nossos primeiros pais e ficar lá e confessarmos os nossos crimes do que nos vestimos com as folhas de figueira da formalidade e da hipocrisia.
Eu lhe diria que quaisquer que sejam os erros ou transgressões que você cometa, seja verdadeiro. Não use o manto da hipocrisia! Nunca professe ser o que você não é! Nunca se atreva a pôr em perigo a sua alma por uma mentira! Lembre-se, de que não há maneira nenhuma mais segura de ir para o inferno do que a forma de engano, pois está escrito: "Todos os mentirosos terão sua parte no lago que arde com fogo e enxofre." Aquele que ama e pratica a mentira deve ser lançado para fora da presença de Deus e da glória do Seu poder.
Lembre do grande valor da veracidade pois se diz: "Ó Senhor, não estão os teus olhos sobre a veracidade?" O grande valor disto é que ela, sozinha, é considerada por Deus em matéria de religião, pois Seus olhos estão sobre o que é verdadeiro em nós e todo o resto não é digno de Sua atenção. Por exemplo, suponha que eu diga: "Eu me arrependo". A questão é: - Será que eu realmente e do meu coração tenho tristeza pelo pecado? Há uma mudança em minha mente no que diz respeito ao pecado, para que o que eu amei uma vez agora eu deteste? É assim? – É somente pelo nosso arrependimento, que o coração é aceito diante de Deus. Lágrimas, suspiros, gemidos, estes são apenas vento e para nada servem se o coração não estiver quebrantado.
O mesmo acontece em relação à fé. Um homem pode dizer: "Eu creio", como milhares dizem em seu credo "Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra", e assim por diante. Ah, mas você confia em Deus com todo o seu coração?
Você está real e sinceramente crendo em Deus e em Sua Palavra, no Filho de Deus e no Seu Evangelho? Se não, toda a sua fé professada é inútil!
Deus valoriza a honestidade e a sinceridade de nossas ações, e a profundidade delas. E Ele não considera o que fazemos caso não seja a Sua verdade. Isto é igualmente verdadeiro em relação ao culto privado. A leitura diária da Bíblia é uma coisa muito excelente, mas você lê com sua alma, bem como com seus olhos?
O valor da veracidade será visto por Deus porque, mesmo em seu nível mais baixo de desenvolvimento, Ele a considera. Eu acho que eu poderia chamar de menor desenvolvimento o que está dito no primeiro versículo do capítulo, "vede agora, procurai saber, buscai pelas suas praças a ver se achais alguém, se há um homem que pratique a justiça ou busque a verdade", isto é, um homem que sente que ele não é tudo o que ele quer ser, mas que ainda quer ser verdadeiro. O homem que está sendo procurado aqui é consciente de muitas faltas. Sim, e ele sente que às vezes não é perfeitamente sincero e transparente e, por isso, ele odeia a si mesmo e observa as tendências enganosas do seu coração e com zelo procura ser fiel. Oh, meu caro amigo, se você realmente está no rumo certo. Se você está tentando ser sincero. Se você está trabalhando para ser sincero diante de Deus. Se você pode dizer: "Eu preciso de conversão genuína e verdadeira fé em Cristo.", então Deus aceita ainda que seja esta busca da verdade, que está em sua alma! Ele pode guarda-lo para que o busque pelo Seu Espírito Divino até que você saia para a clara luz do meio-dia da bendita verdade de Deus como está em Jesus.







7 - Apreciando a Verdade em Benefício do Amor

Pensando sobre o obscurecimento da verdade para obter triunfo
Por John Piper
Joel Belz, o principal executivo da revista World, escreveu: “Existe em nossos dias uma suposição perversa... predominante entre os evangélicos, de que os sentimentos, as atitudes e os relacionamentos são mais importantes do que a verdade. A unidade é uma prioridade mais elevada do que a ortodoxia. A divisão, ainda que por amor à verdade, é a mais ofensiva das heresias” (Semana de 12-19 de julho de 1997, p. 5).

Talvez a palavra “perversa” necessite de qualificação. Não entendo as palavras de Belz no sentido de que todos os que valorizam a unidade têm motivos perversos. Também não o entendo como que dizendo que sempre é perverso ter falta de entendimento involuntário que nos impede de perceber que, por trás de um problema de relacionamento, há uma questão concernente à verdade. O que é perverso é obscurecer intencionalmente uma afirmação da verdade, por desviar a atenção a uma atitude, ou a um estilo, ou a um sentimento, ou a um motivo. Isto é o que parece comum hoje.

Por exemplo, talvez você diga: “A nudez, como uma forma de entretenimento, é contrária à vontade de Deus concernente à modéstia, porque deixa de tratar o corpo como um patrimônio sagrado que deve ser usado para a glória de Deus”. Esta é uma afirmação da verdade. Exorta as pessoas a levarem em conta uma realidade objetiva chamada “a vontade de Deus”. Pede às pessoas que considerem esta afirmação e formem um julgamento sobre a sua verdade. Além disso, ela traz consigo implicações a respeito do tipo de entretenimento que alguém aprovará ou a respeito da maneira como gastará o seu tempo.

No que concerne à verdade, alguém pode responder: “Concordo”. Ou: “Não concordo, porque não creio que Deus existe; por isso, não acho que você possa falar com legitimidade sobre a vontade dEle”. Ou: “Acho que Deus se deleita no corpo que Ele criou e não desaprova a nudez como forma de entretenimento”. Todas estas respostas se referem ao nível da afirmação da verdade. Razões podem ser apresentadas de ambos os lados, e o diálogo pode continuar. Talvez aconteça alguma persuasão ou mudança de pensamento.

Mas isso não é o que acontece sempre. O que ocorre com mais freqüência é uma estratégia verbal que desvia atenção da afirmação da verdade para uma atitude que anula astuciosamente a verdade para ouvintes não dados à reflexão. Por exemplo, uma resposta pode ser: “Lamento que você não possa lidar com sua própria sexualidade e tenha de lançar sobre os outros os seus sentimentos de vergonha”. Ou: “Vida longa para o pudor vitoriano!” Ou: “Considerando que existem oitenta mil refugiados no Zaire, seria imaturidade de nossa parte nos preocuparmos com questões morais relacionadas ao comprimento de saias”. Ou: “Moralistas conservadores, que citam reiteradamente a Bíblia e usam seus textos como prova, não entendem a natureza da arte e nunca farão qualquer contribuição significativa para a cultura”. Ou: “Por trás da escrupulosa inquietação acerca do corpo humano, podemos encontrar uma juventude reprimida e uma mãe puritana”. Ou:“É o cúmulo da arrogância  alguém vestir a sua própria moralidade com os absolutos divinos”.

Todas estas respostas ignoram a verdade. São evasivas. Expressam o modo como as pessoas astutas “vencem”, por criticarem os outros, usando rótulos. Isto é o que Joel Belz chama de “perverso”.

Minha súplica em favor da igreja é que ela coloque a verdade e o amor (a ortodoxia e a unidade, os fatos e os sentimentos, a realidade e os relacionamentos) na ordem bíblica. Por exemplo, Paulo disse em 1 Timóteo 1.5: “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia”. Observe a ordem: a instrução é o alicerce e leva ao amor, por meio da pureza e da fé. Ou considere, mais uma vez, a ordem em 1 Pedro 1.22: “Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente”. Novamente, a verdade precede o amor e transforma a alma em benefício do amor. Até na revelação espetacular de 1 João 4.8 — “Deus é amor” —, “Deus é” provê o fundamento para “Deus é amor”.

Não seja enganado por esta falsa dicotomia. A verdade e o amor não estão em desacordo. Pelo contrário, por causa do amor, aprecie a verdade. Permita que este amor pela verdade e a verdade pelo amor governem sua linguagem da maneira como governavam a linguagem de Paulo. “Não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2 Coríntios 2.17).“ Não andando com astúcia, nem adulterando apalavrade Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2 Coríntios 4.2). Tenha em mente a verdade sobre a qual você está falando, “na presença de Deus”, e sua linguagem será uma serva do amor.







8 - Verdade e Amor

Por John Piper

Pense comigo por um momento sobre educação e relacionamentos. Alguns de vocês se preocupam profundamente para que a EDUCAÇÃO PARA EXULTAÇÃO não ignore ou marginalize relacionamentos de amor. Eles são essenciais numa educação real, duradoura e transformadora de vidas. Amém!

Assim, eu me volto para a Bíblia. Eu encontro no lugar das palavras “educação” e “relacionamento,” as palavras “verdade” e “amor.” Assim, o que a Bíblia diz sobre como a verdade e o amor se relacionam um com o outro? Há pelo menos quatro maneiras de falar sobre este relacionamento

1. A verdade tem como objetivo o amor.

“O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera” (1Timóteo 1:5, NVI). Note: a instrução não é o objetivo, mas sim o amor. A instrução é o meio. Ela é subordinada. A verdade serve o amor. A educação serve os relacionamentos—principalmente o relacionamento entre nós e Deus, mas também entre cristão e cristão, e entre nós e os que não creem. O “objetivo” de toda a nossa educação é o amor.

“Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras... encorajar-nos uns aos outros” (Hebreus 10:23-25). O objetivo de “considerar uns aos outros” e “encorajar uns aos outros” é para que nos incentivemos ao amor. Misturamos a “esperança que professamos” com o “uns aos outros,” e o efeito é incentivar uns aos outros ao amor. A verdade da doutrina e a verdade do povo vigilante unidos objetivando o amor.

2. O amor tem com objetivo a verdade.

“O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade” (1Coríntios 13:6).  O amor se alegra quando a verdade é proclamada. Portanto, o amor tem como objetivo a verdade. Ele apóia a verdade.

“Pois eu lhes escrevi com grande aflição e angústia de coração, e com muitas lágrimas, não para entristecê-los, mas para que soubessem como é profundo o meu amor por vocês” (2Coríntios 2:4). Aqui está um exemplo de como o amor tem como objetivo a verdade. Paulo está cheio de amor e isso o compele a escrever uma carta que foi severa, e que causou aflição nele e nos coríntios. Mas era necessário que aquilo fosse dito. O amor fala a verdade pessoal e doutrinariamente.

3. O amor muda como falamos a verdade.

“Antes, falando a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15, versão do autor). Há uma maneira não amável de falar a verdade. Deveríamos repudiar este tipo de discurso. Mas há uma forma de falar a verdade em amor, e esta deveríamos aspirar. Ela não é sempre uma forma delicada de se falar, caso contrário Jesus teria sido acusado de carecer de amor ao tratar com algumas pessoas nos Evangelhos. Mas ela pergunta qual é a coisa mais útil a se dizer quando todas as coisas são consideradas. Algumas vezes o que teria sido uma palavra dura para um grupo é um ato de amor necessário para outro, e não uma injustiça para com o grupo ao qual se dirigiu. Mas em geral, o amor dispõe a verdade em palavras e formas que são pacientes e gentis (2 Timóteo 2:24-25).

4. A verdade se manifesta quando demonstramos o amor.

“Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados” (1João 5:2). Não é sempre óbvio quais atos são amorosos. Assim, João nos diz uma verdade que nos ajudará a saber se nossos atos são amorosos ou não. Um teste verdadeiro para o nosso amor é se estamos obedecendo aos mandamentos de Deus para com as pessoas. Em outras palavras, o amor não pode ser separado da verdade da vontade de Deus. A verdade se manifesta quando demonstramos o amor.

Oremos para que Deus faça com que o seu amor e verdade abundem em nosso meio, de todas estas formas, para a glória do seu amor cheio de verdade e da sua verdade cheia de amor.

Pastor John







9 - Verdade

Aos muitos Pilatos, nosso Senhor Jesus Cristo continua respondendo com total silêncio, à pergunta deles sobre o que é a verdade.
Há um grande motivo para este silêncio, uma vez que seria completamente inútil tentar explicar-lhes o que seja a verdade, uma vez que esta só pode ser conhecida quando vivida.
A verdade moral e espiritual é muito mais do que a simples realidade objetiva, ou até mesmo subjetiva, pois não há verdade no mal, pois é uma falsidade, o oposto da verdade, já que esta sempre está conformada ao caráter de Deus, que não é apenas a fonte de toda verdade moral e espiritual, como a própria verdade.
Daí Jesus ter afirmado ser a verdade, o caminho e a vida. É somente por conhecê-Lo pessoalmente, que se chega a conhecer a verdade.
E como já dissemos antes, importa vivermos nEle, para que o nosso conhecimento da verdade, que nos liberta da ignorância e da falsidade moral e espiritual, possa ser aumentado progressivamente em nós em graus cada vez maiores.
Não devemos apenas conhecer coisas sobre a verdade que é relativa à vida que é espiritual, celestial e divina, mas conhecer por experiência própria, esta vida, por obtê-la por meio da fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Esta vida verdadeira é manifestada quando temos a coragem de vivê-la. Ela deve ser incorporada aos nossos hábitos e pensamentos; ela deve nos conduzir a andar em novidade de vida.
Ao ser definida por Cristo como sendo a Sua própria vida, a verdade extrapola então, os mandamentos da lei, a par de abrangê-los.
A Palavra de Deus revelada, afinal, é mais do que mandamentos, e por isso pode ser definida como sendo a verdade, como nosso Senhor o faz em João 17.17. Dessa forma, ela se torna o meio da nossa justificação, regeneração e santificação, pois a fé vem pelo se ouvir a Palavra, e todos os atos da nova vida celestial em nós, são atos da fé.
Graças a Deus por nos ter dado a Sua Palavra revelada escrita, pois ela é a verdade, uma vez que reflete perfeitamente qual seja o caráter de Deus, ao qual nos convém imitar.
Pilatos estaria interessado em saber isto? Ou mesmo capacitado para entendê-lo?
Por isso, nosso Senhor lhe disse que somente os que são pela verdade podem conhecê-la.
Bem-aventurados então são todos aqueles que estão com suas faculdades mentais e espirituais abertas, para recepcionar com mansidão a Palavra de Deus pregada, ou lida na Bíblia.
Deus lhes abrirá o entendimento e o coração para poderem vê-la implantada em suas próprias vidas, e assim serão testemunhas vivas de que tudo o que se afirma na Bíblia é de fato verdadeiro, pelo seu cumprimento que pode ser observado na vida daqueles que amam a Deus.
Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras
1 - aletheia (grego) – verdade;
2 - emeth (hebraico) – verdade, fidelidade; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:



Você pode ler toda a Bíblia (Velho e Novo Testamento) com a interpretação de capítulo por capítulo acessando o seguinte link:

http://interpretabiblia.blogspot.com.br/








10 - A Verdade Que Conduz à Vida Eterna

Satanás é o pai da mentira e do engano.
Ele procura por todos os meios e modos enganar com suas mentiras, porque assim como a verdade liberta, a mentira escraviza; assim como a verdade dá vida, a mentira mata.
Adão deu crédito à mentira de Satanás no Éden e morreu apesar do diabo ter-lhe dito que não morreria caso desobedecesse a Deus.
E não somente Adão morreu, como todos os homens morreram espiritualmente por causa do pecado original.
Cristo veio para nos libertar da morte espiritual e eterna.
Ele veio para dar vida e vida abundante, mas esta vida é dependente de permanecermos firmes na verdade revelada na Bíblia, e especialmente no Evangelho.
Não pode haver a manifestação da vida que Cristo dá, onde prevalece a mentira.
A Palavra de Deus é a verdade que livra da morte e gera a vida eterna, que está em Jesus.
Importa portanto conhecer e nos apegarmos à exata palavra do Evangelho de Cristo, de modo que não sejamos enganados por ninguém com suas vãs filosofias que não podem de modo algum nos salvar e santificar.
É somente na pessoa do próprio Jesus que habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Col 2.9), e é portanto nELe e somente nEle que os crentes podem ser também achados plenos porque é Jesus a Cabeça de todo principado e potestade (Col 2.10).
O crente não é mais um endividado em relação a Deus porque Jesus pagou completamente a sua dívida.
Era esta dívida que dava aos principados e potestades malignos a condição de nos trazer, antes da nossa conversão, debaixo do domínio deles, porque estávamos sem Deus no mundo, por sermos Seus inimigos, por causa dos nossos pecados.
Todavia, desde que Cristo pagou a nossa dívida, os principados e potestades foram despojados por Ele do domínio que tinham sobre nós, de maneira que o trabalho deles ficou publicamente revelado quando Cristo morreu na cruz.
Estando agora libertados do domínio do pecado e dos espíritos das trevas os crentes devem preservar a vida que receberam pela fé, e que flui de Cristo e que é operada por Cristo, perseverando na comunhão com Ele em espírito.
É nisto que consiste a vida cristã, e tudo o mais é decorrente disso, seja o nosso culto a Deus ou o nosso serviço a Ele e ao nosso próximo, pois importa que não propriamente nós, mas Cristo, viva e opere através de nossas vidas.



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